Magnésio

Em meio ao rápido progresso que experimentou a química ao longo do século XIX, a descoberta do magnésio representou o acesso a um metal extremamente leve, que experimentou que mais tarde teria ampla aplicação na indústria aeronáutica.

Magnésio é um elemento químico, de símbolo Mg, do grupo IIa da tabela periódica, no qual incluem-se os metais alcalino-terrosos, assim chamados em virtude do nome “terras” atribuído a seus óxidos. Em estado puro, é o mais leve dos metais conhecidos. Foi descoberto em 1808 por Sir Humphry Davy, para quem o composto conhecido como magnésia branca era o óxido de um novo metal. Ao fazer circular vapores de potássio sobre magnésia quente, extraiu o magnésio, utilizando mercúrio como catodo. Em ambos os casos obteve o magnésio como amálgama. O metal pôde ser isolado a partir de 1852, quando o alemão Robert Bunsen fabricou uma célula eletrolítica que permitia obtê-lo a partir do cloreto de magnésio.

Estado natural e obtenção:

O magnésio é muito abundante na natureza (constitui 2,5% da crosta terrestre), principalmente em minerais rochosos como dolomita, olivina, magnesita e serpentina. Encontra-se também na água do mar, em águas salinas subterrâneas e em leitos salinos.

O metal pode ser obtido mediante o processo eletrolítico e o silicotérmico. Pelo primeiro, extrai-se o magnésio principalmente da água do mar, sendo também possível usar como matérias-primas magnesita, dolomita e águas salinas naturais. Por eletrólise do cloreto do magnésio, obtém-se o cloro e o magnésio metálicos. O processo silicotérmico ou ferrosilícico emprega como matéria-prima a dolomita. O mineral ferrosilícico liga de ferro e silício, é misturado à dolomita calcinada e prensado em pequenos tijolos, que são postos numa retorta de aço, submetidos ao vácuo e aquecidos a 1.200º C. Por esse processo, extrai-se o magnésio em forma de cristais, que se fundem.

Combinações:

O magnésio é quimicamente muito ativo. Combina-se com a maioria dos metais e com quase todos os ácidos, exceto o crômico e o fluorídrico em estado puro. Reage pouco com álcalis e compostos orgânicos. Como catalisador, ativa reações orgânicas de condensação, redução, adição e desalogenização. As ligas de magnésio, sobretudo com o alumínio, manganês, zircônio, zinco e lantanídeos, têm especial aplicação na fabricação de fuselagens, motores e rodas na indústria aeronáutica. O magnésio, potente redutor, é empregado também, em síntese química, na obtenção de titânio, berílio e urânio.

No Brasil, há jazidas de magnesita (MgCO3) no Ceará (Orós e Cariús) e na Bahia (Brumados). Junto com o potássio, é encontrado em abundância na bacia salífera de Sergipe. Grandes reservas de dolomita ocorrem no Paraná e em São Paulo.

Propriedades físicas e químicas do magnésio:
Número atômico: 12
Peso atômico: 24,312
Ponto de fusão: 651º C
Ponto de ebulição: 1.107º C
Densidade: 1,74 (20º C)
Estados de oxidação: +2
Configuração eletrônica: 1s22s22p63s2