Crianças Especiais |
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A criança especial no contexto
familiar e social:
Em um mundo em que supervaloriza-se o intelecto e as funções cognitivas, ser portador de
deficiência mental representa um estigma. O meio ambiente os segrega e a família se
envergonha, procurando de todas as formas ocultar a criança especial. Estas atitudes são
mais patológicas que a própria debilidade mental. Em muitas tribos primitivas, o
deficiente mental é um membro a mais da comunidade , dentro dela desenvolve sua
capacidade apesar das limitações, socializando perfeitamente sua conduta.
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Os pais e familiares de uma criança especial, devem ter as seguintes
informações:
1) A criança especial não está sofrendo por sua deficiência.
2) Estas crianças podem ser muito afetivas e a sua condição, deveria ser considerada
como um "modo de ser"e não como uma enfermidade.
3) Quando os pais e familiares tratam a criança como se fosse normal e não como um
animalzinho, o processo de socialização é estimulado, o que representa o objetivo
básico da educação desta criança. Os pais não deveriam considerar como uma desgraça
ou fatalidade o fato do seu filho ser uma criança especial, pois em nada este sentimento
negativo irá ajuda-la.
4) O processo de socialização se realiza com afeto e cuidado e quando o grau de
deficiência mental não é muito acentuado, esta criança chegará a idade adulta com
condições de estabelecer relações humanas, sensíveis e naturais, exercer uma
atividade profissional, efetuar trabalhos simples e cuidar de sua higiene pessoal. Esta
condição permite-lhe que possa encontrar um parceiro ou parceira de inteligência
mediana ou normal, tendo um desenrolar de sua vida às vezes mais feliz do que de muitas
pessoas altamente inteligentes. |
Amadurecimento afetivo-cognitivo:
A aplicação de Biodança em crianças especiais tem dado resultados significativos,
não apenas no aspecto afetivo e de socialização, mas também no aspecto cognitivo. As
experiências realizadas com grupos de crianças especiais revelaram um aumento
substancial de até 2 anos da idade mental em um período de 12 meses de tratamento.
Agindo em conjunto com outras atividades que a escola especial oferece, a Biodança vem
somar ainda mais para o bem estar destas crianças.
O desenrolar de uma afetividade saudável pode integrar algumas etapas do processo
cognitivo. Há que reconhecer que a inteligência é um fenômeno complexo em que intervem
processos de integração no âmbito visceral, afetivo e cognitivo.
As crianças portadoras de deficiência mental, depois de um período de educação
especial, devem ser incorporadas a escolas primárias comuns, para que entrem em
integração com as crianças normais. É imperioso que os professores não exijam destas
crianças os mesmos rendimentos intelectuais, não os segreguem, estigmatizando-os e não
façam comparações de seus rendimentos com os dos demais alunos. Tentativas como estas
vem sendo realizadas em países desenvolvidos com grande sucesso. Em casos em que a
criança especial passa a representar um fator dissociativo na estrutura do grupo, este
aluno deverá permanecer todavia, sob cuidados e é a infra estrutura de uma escola
especial que terá condições mais adequadas para seu desenvolvimento. |
Etapas evolutivas da Biodança:
1) As primeiras sessões de Biodança estão destinadas a criar um clima comunitário
e a estabelecer padrões de respostas aos exercícios. Vale dizer, que firmando-se uma
estrutura de aula, esta ser repetida, de uma maneira semelhante, durante 8 a 10 sessões,
com os mesmos exercícios e suas variantes, e as mesmas músicas, mantendo-se a
seqüência original. Esta primeira etapa permite a criança sentir-se seguro e feliz,
dentro daquilo que ela já conhece.
2) A segunda etapa consiste em conseguir respostas rítmicas precisas e movimentos mais
coordenados e autocontrolados.
3) Quando a criança passa da etapa rítmica à melódica dá um grande salto evolutivo.
Isto significa que estão sendo fortalecidos os frágeis vínculos cortico-diencefálicos.
A criança que move seu corpo melodicamente, está estimulando suas emoções através de
uma resposta motora, o que representa um nível avançado no processo de integração
neurológica.
4) Etapa expressivo-criativa: posteriormente, muitas crianças alcançam uma etapa em que
podem expressar suas emoções através da dança, com movimentos coordenados, sensíveis
e expressivos. Durante o desenvolvimento das quatro etapas descritas, a criança estará
estabelecendo a coordenação auditivo-motora e a integração afetivo-motora. |
Programa de exercícios para crianças especiais:
1) Exercícios rítmicos.
Marchas rítmicas, danças integrativas, rítmicas, individuais e com outra pessoa.
Balanço rítmico com os braços, individualmente ou acompanhado de outra pessoa segurando
pelas mãos.
Aprofundamento progressivo das seqüências rítmicas.
2) Dança dos animais.
Por exemplo: sapo, gato, cachorro, elefante, cavalo, pássaros, hipopótamo, serpente,
garça e tigre (alternando animais lentos com os mais ativos).
3) Desenvolvimento dos movimentos no solo. No início com a ajuda do facilitador, depois
individualmente.
4) Rodas de comunicação afetiva.
5) Sensibilização e troca de carícias no colo.
6) Renascimento, suspenso no ar por quatro adultos, como se estivesse estendido em um
berço.
7) Acariciamento do rosto em estado de regressão.
8) Exercícios de equilíbrio, fluidez e coordenação.
9) Exercícios euforizantes alternados com exercícios tranqüilizadores, do tipo Grupo
Compacto Simplificado. |
É
conveniente que membros da família assistam e participem de algumas vivências de
Biodança, juntamente com os alunos. Em um grupos formados por crianças especiais com
grau mais acentuado de comprometimento a nível físico-motor e neurológico, devem haver
um adulto para cada aluno. Se este comprometimento for mediano ou leve apenas o
facilitador e um colaborador poderão ministrar as vivências sem problemas, com um
número de no máximo 12 alunos por sessão. |
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