CAPITULO XI - GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

Geologia

       Os terrenos sedimentares ocupam 65% do territorio da Bacia do são Francisco, geologicamente falando cinco unidades se destacam: 

1.      Bacia Costeira no Baixo são Francisco;

2.      A Tucano-Jatobá no submédio;

3.      A Araripe no Submédio;

4.      A Jacaré no Submédio;

5.      A São Francisco que atinge a maior parte da bacia hidrográfica ao sul do paralelo 10º 15’, sendo responsável pela perenização do canal principal.

            A bacia do São Francisco dá origem a duas formações importantes sob o ponto de vista hidrogeológico: A formação Urucuia, composta de arenitos e a Bambuí composta de calcáreos, com reservas explorável de água da ordem de 6.500.000.000 m3/ano.

            As rochas Pré-Cambrianas, ao sul e a oeste da Bacia do São Francisco contêm importantes reservas de ferro e outro minerais, ocorrendo principalmente ao redor de Belo Horizonte.

O traçado do rio São Francisco é de forma geral definido pela organização estrutural do “Cráton São Francisco” e as “Faixas de Dobramento Brasília e Sergipana”. A Faixa Brasília fica nas cabeceiras, suas estruturas controlam as nascentes do rio.

            A parte médio do curso do rio São Francisco tem como orientação geral o sentido norte/sul. Nesse trecho estão semi-paralelo as unidades do Cráton, na parte baixa, a partir da Barragem de Sobradinho, segue a direção leste orientado pela direção leste/oeste da Faixa de Dobramentos Sergipana. Quanto à xistosidade, as faixas de cisalhamento e as grandes falhas passam a definir o curso do rio. Como é o caso do Cânyon Sanfranciscano no Baixo são Francisco. (1)

Geomorfologia

            A área territorial da Bacia Hidrográfica do São Francisco tem cerca de 640.000 quilometros quadrados e se limita ao sul com as serras da Canastra, das Vertentes, que a separam da Bacia do Rio Grande, a leste o limite é com a Serra do Espinhaço que serve de divisor de águas com as bacias dos rios: Doce e Jequitinhonha; A Chapada Diamantina, na Bahia, separa a bacia do São Francisco das bacias dos rios Conta e Paraguaçu; ao Norte, diversas chapadas em Alagoas, Pernambuco e Paraíba dividem suas águas com as dos rios que descem para o litoral daqueles estados. Separa-se das bacias localizadas no Ceará e Piauí, através das chapadas das Mangabeiras divide suas águas com as do Tocantins, no Estado de Goiás; e, fechando a poligonal, a serra do Mestre separa a bacia do São Francisco da bacia do rio Paranaíba, um dos formadores do rio Paraná.

Partindo dos divisores de águas de suas nascentes, onde as altitudes variam de 1.600 a 600 metros, o Alto São Francisco apresenta topografia levemente ondulada, entalhada em arenito, ardósia e calcáreos.

A medida que se avança para o médio curso e se ganha depressão, a topografia torna-se suave e sub-horizontal, resultante da imensa erosão de uma área de calcáreos, ardósias e folhetos. A oeste os chapadões, que limitam a bacia, apresentam formações calcáreas onde ocorre relevo de colinas, vales secos e grutas. Nas áreas onde o arenito predomina as vertentes tornam-se abruptas. No Médio São Francisco, próximo aos limites de Goiás até a divisa de Maranhão e Piauí, os chapadões constituem as feições predominantes, com vertentes sulcadas por vales profundos. As altitudes situam-se 800 e 900 metros.

Na Bahia, a depressão ou Planície Sertaneja torna-se mais larga e nesse trecho o rio São Francisco passa a representar meandros ao percorrer extensas planícies aluviais. A altura de Remanso, o curso torna-se encaixado, com rápidos saltos e cachoeiras, resultado das formações acentuadas de altitudes. (2)

No Baixo Curso, aproximando-se da foz e do nível de base, o rio perde a velocidade e dá origem a depósitos sedimentares.

 

1.Recursos Hídricos na Bacia do Rio São Francisco – cartilha da ANA/2002 e Atlas das Bacias Hidrográficas do Brasil, file://D: Atlas\b4geom.htm1;

2.Atlas das bacias Hidrográficas do Brasil, file://D:Atlas \b4geom.htm1.

Solos.

“A ocorrência dos solos do Vale está dividida em três zonas básicas, que estão intimamente relacionadas com o clima, rocha matriz e relevo.Na zona compreendida entre as cabeceiras do São Francisco até santa Maria da boa Vista, pela margem esquerda e Juazeiro pela margem direta, há uma predominância absoluta de latossolos e podzólicos. Verifica-se ainda a ocorrência de areias quatzosas, cambissolos e litossolos, sendo estes dois últimos mais expressivos ao sul dessa zona e nas áreas montanhosas do trecho mineiro. Os solos que apresentam aptidão agrícola são, apenas os latossolos, os podzólicos e os cambissolos, estes quando profundos.

A partir daqueles limites até Porto Real do colégio, verifica-se uma mudança brusca não só dos solos como também do clima, vegetação e material geológico. Na margem esquerda, as manchas de solos são maiôs uniformes e apresentam menor numero de grandes grupos, predominando os brunos não-cálcicos, regossolos, litossolos, areias quatzosas e somente após Paulo Afonso, grandes manchas de planossolos. Na margem direita as manchas são entrecortadas entre si e menores, ocorrendo principalmente, planossolos, areias quartzosas, brunos não-calcicos, litossolos, podzólicos, vertissolos, cambissolos, e solonetz solodizados. É nesse trecho onde os recursos de solos são mais escassos, pois os brunos não-calcicos e os litossolos são pouco profundos e muito suscetiveis a erosão: as areias quartzasas e os regassolos apresentam textura muito grosseira com altas taxas de infiltração e baixa fertilidade: os planossolos e os solonetz solonizados contêm altos teores de sódio. Os solos irrigáveis são pouco extensos, sendo os vertissolos, podzólicos, latossolos e alguns cambissolos os principais.

No curso inferior do rio tem-se nova fisiografia e diferentes potenciais em recursos de solos. Nesse trecho predominam os podzólicos, latossolos, litossolos, areias quartzosas, podzólicos e os hidromórficos. Os solos agricultáveis desta zona são os latossolos, podzólicos e os hidromórficos. Os latossolos e os podzólicos se situam em tabuleiros elevados, limitando a implantação da agricultura irrigada. Os hidromórficos se situam em várzeas inundáveis, se constituem no maior potencial agrícola do Baixo são Francisco, excetuando-se as unidades que apresentam problemas químicos.

Margeando todo o rio e seus afluentes, encontra-se a faixa de solos aluviais, cuja utilização agrícola requer estudos detalhados, pela possibilidade de inundação. As porções semi-áridas do Vale localizadas nas regiões do Médio, Submédio e parte do baixo São Francisco, apresentam risco de salinização, em graus variando de muito alto a médio. No Alto o risco de salinização vai de nulo a baixo, em razão dos solos serem mais profundos, bem drenados e a precipitação pluviométrica ser mais elevada.

A maioria das áreas do Vale apresentam, declividade inferior a 6%, havendo uma predominância de declividades inferiores a 2%. Essa situação reduz os riscos de erosão e é bastante favorável a irrigação”. (www.codevasf.gov.br)

Uso dos Solos

            A maioria das terras do Vale do São Francisco (92,8%) do total são ocupadas ou são favoráveis à atividades agro-silvo-pastorís podendo ser diferenciado em grupos distintos: zona úmida correspondo a (39,1%); zona sub-úmida correspondendo a (22,5%); zona semi-árida (18,2%) e zona árida (20,1%). Vale ressaltar que além dos aspectos geomorfológicos o quadro de ocupação do solo e o desmatamento desordenado, agravam bastante a ação dos processos erosivos nos diversos compartimentos, até mesmo aqueles que são considerados estáveis do ponto de vista geomorfológicos.

            A área total da bacia perde anualmente 13% de seus solos, o superior a 10 t/ha/ano, isso significa esgotar o limita de tolerância para a maioria dos solos tropicais. Grande parte dessas áreas criticas estão localizadas nos vales dos rios das Velhas, Abaeté e pajeú, estas produzem alimentos e fibras e, também em partes do Baixo São Francisco. O Alto e Médio são Francisco também apresentam áreas criticas, fruto de4 um, a combinação de declividades elevadas, solos erradamente manejados e alta erosividade das chuvas. O Submédio e Baixo têm taxas elevadas de erosão por conta da combinação de solos erosíveis, pouca cobertura vegetal, cultivo da agricultura tradicional e média erosividade das chuvas. Nessas áreas criticas se perdem anualmente mais de 1 milímetro de solo por ano e os que ficam podem se tornar improdutivos.

            As regiões que perdem muitos solos são as principais responsáveis pela produção de sedimentos que são carreados para os cursos d‘água e reservatórios causando o assoreamento, 35% da área total do Vale do são Francisco se encontra nessa situação, é  prejuízo nas áreas agricultáveis com a perda dos solos e prejuízo nos mananciais com a perda da capacidade de armazenamento de água com a sedimentação das calhas. O mau uso do solo pode levar a outro problema que já é um velho conhecido do homem ribeirinho do são Francisco. A salinização. (2)

“O termo salinidade se refere à presença, no solo, de sais solúveis; quando a concentração de sais se eleva ao ponto de prejudicar o rendimento econômico das culturas, diz-se que tal solo está salinizado. A salinização do solo afeta a germinação e a densidade das culturas, bem como seu desenvolvimento vegetativo, reduzindo sua produtividade e, nos casos mais sérios, levando à morte generalizada das plantas. O processo de salinização (concentração de sais na solução do solo) ocorre, de maneira geral, em solos situados em região de baixa precipitação pluviométrica e que possuam lençol freático próximo da superfície.

De um modo geral, os solos situados em regiões áridas, quando submetidos à prática da irrigação, apresentam grandes possibilidades de se tornarem salinos, desde que não possuam um sistema de drenagem adequado. Estima-se que de 20% a 30% das áreas irrigadas em regiões áridas necessitam de drenagem subterrânea para manter sua produtividade, sendo a irrigação e a drenagem ações afins. Estimativas da FAO informam que, dos 250 milhões de ha irrigados no mundo, aproximadamente, 50% já apresentam problemas de salinização e de saturação do solo e que 10 milhões de ha são abandonados, anualmente, em virtude desses problemas.

As principais causas da salinização nas áreas irrigadas são os sais provenientes de água de irrigação e/ou do lençol freático, quando esse se eleva até próximo à superfície do solo. Pode-se afirmar que a salinização é subproduto da irrigação: uma lâmina de 100 mm de água, com concentração de sais de 0,5 g/l, aplicada a 1 ha deposita, naquela área, 500 kg de sal. Quanto maior for a eficiência do sistema de irrigação, menor será a lâmina de água aplicada e, como conseqüência, menor será a quantidade de sal conduzida para a área irrigada, bem como o volume de água percolado e drenado.

O requerimento básico para o controle da salinidade, nas áreas irrigadas, é a existência da percolação e da drenagem natural ou artificial, garantindo o fluxo da água e do sal para abaixo da zona radicular das culturas. Nessa situação, não haverá salinização do solo. No local onde o dreno descarregar, entretanto, haverá aumento na concentração de sais. Aproximadamente 30% das áreas irrigadas dos projetos públicos no Nordeste apresentam problemas de salinização; algumas dessas áreas já não produzem”. (3) (Site: www.codevasf.gov.br)

 

1. Almanaque O Vale do São Francisco/2001; pg.12

2. Recursos Hídricos na Bacia do Rio são Francisco – Cartilha da Agencia Nacional de Águas/2001.

3.  Site Codevasf: www.codevasf.gov.br

 

SUMÁRIO

 

 
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