Caçadores 5 Maués

Os Maué

O povo Maué mora na Amazônia, na gigantesca floresta, do lado direito do grande rio. O Rio Amazonas é o maior rio do mundo em volume de água e forma afluentes ou rios menores que desviam do curso e correm em outras direções. Os Maué vivem nas terras que ficam entre os rios Madeira e Tapajós. Rios de águas escuras que não se misturam com as águas claras do Amazonas.

A língua falada pelos Maué é a língua tupi, muito semelhante à que falavam os Tupinambás encontrados pelos portugueses no litoral do Brasil em 1500. Os Maués vivem no rio Madeira na ilha tupinambara, a maior ilha fluvial (ilha de rio) do mundo, mede 300 quilômetros de comprimento.

Há muitos séculos os Maué eram plantadores de guaraná e essa semente é muito importante para esse povo. Em 1910 um padre da Companhia de Jesus conheceu o guaraná com um Maué e escreveu sobre o assunto dizendo que os índios usavam a fruta seca e misturada com água. Era uma bebida que dava forças e diminuía a fome, além de servir como remédio para algumas doenças. Para os Maué valia como ouro.

Muita gente, principalmente empresas estrangeiras, passou a ganhar muito dinheiro com o guaraná, com o que se faz vários tipos de bebidas refrigerantes, conhecidas em quase todo o mundo. Mas os Maué não ganharam nada com o seu conhecimento do guaraná. Tiveram, na verdade, de deixar de plantar e vender guaraná para plantar mandioca e garantir o sustento de suas famílias.

Entre os Maué, a bebida de guaraná é conhecida como "sapó". As sementes são raspadas ou moídas, às vezes misturadas com farinha de mandioca, e amassadas até formar uma pasta. A pasta é posta para secar em um forno e se transforma em um bastão de guaraná, duro, marrom amarelado. A bebida tem gosto amargo. É feita raspando o bastão e misturando o pó em água e açúcar. Os índios Andiraz tomavam essa bebida para ir caçar. Eles passavam longo tempo na mata sem sentir fome.

	Com o guaraná, são preparadas bebidas que dão energia (estimulam) e curam doenças. O guaraná contém uma substância estimulante chamada cafeína. A bebida de guaraná desperta o apetite. Serve contra febre e para doença biliar (do fígado).
O guaraná era usado por poucos povos: Andiraz, no século 17, Maué, Piapoco e os índios de Yavita, do rio Atabapo, no sul da Venezuela. Os índios Munduruku, Apiacá, Arara, do Amazonas, também usavam a bebida de guaraná. O guaraná ficou mais conhecido entre os índios do Amazonas e do rio Negro.

O guaraná maduro tem polpa branca e sementes escuras que parecem os olhos abertos de uma pessoa. Algumas versões da lenda Maué contam que "guará" significa "gente" e "ná", "semelhante", "igual". Traduzida, a palavra "guaraná'' quer dizer "bagos iguais a olhos de gente''. Os Maué chamavam o guaraná verdadeiro de "uaraná-cecé", o que também lembra a palavra "guaraná". O nome científico dessa planta é Paullinia cupana.

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