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Por que ela não poda amar?

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Sandy enfrenta sua segunda decepção amorosa ao romper o namoro com Paulo Vilhena e encara o pior lado da realidade: a dificuldade de viver um grande amor.

PMais uma vez, a princesa viu acabar seu conto de fadas. Depois de oito meses de paixão, o castelo de cristal estilhaçou-se. Sandy e Paulo Vilhena já não formam mais o casal perfeito do show biz. Há vinte dias, a cantora rompeu o namoro numa conversa que se estendeu por duas horas. Ao constatar que o amor havia perdido a força, os dois se emocionaram. Como sempre foram amigos, um consolou o outro. A decisão de ter­minar o romance foi tomada por Sandy no final de julho, durante a viagem de férias que ela fez com a família pelas cidades de Tampa e Naples, nos Estados Unidos. No mesmo período, Paulo Vilhena viajou sozinho para Itacaré, no litoral sul da Bahia. Os dias em que es­tiveram afastados serviram para que eles refletissem sobre a crise que abateu sobre o namoro há dois meses. Na verdade, como considerar um namoro em que os namorados pouco se encontravam?

Para Sandy, entregar-se a um grande amor é algo quase irreal. Por escolha dela própria, a família e a carreira são prioridades. Os horários insanos — acordar diariamente às 5h50 e só parar de trabalhar depois das 8 da noite, além de viajar para fazer shows aos sábados e domingos e estudar — afastam a possibilidade de manter um namoro normal, como o de qualquer casal de adolescentes. Segundo uma amiga de Sandy, ela já havia feito duas tentativas anteriores de pôr fim ao romance: “Mas o Paulinho chorou muito e fez declarações de amor. Sandy não teve coragem de acabar com tudo”. Na festa do Vídeo Music Brasil 2000, da MTV, que aconteceu no dia 10, em São Paulo, Sandy e Paulo Vilhena se encontraram nos cor­redores da casa de espetáculos Credicard Hall. Assim como haviam combinado, mantiveram discrição diante das câmeras. Ninguém percebeu o distanciamento. “O que posso dizer é que o fim do namoro foi tranqüilo, sem mágoas. Como tudo nesta vida, teve um começo e um final”, diz a empresária Marilena Vilhena, mãe do ator.

Como era previsível, Sandy e Paulo fizeram um pacto de silêncio. Não revelam os motivos que levaram ao rompi­mento do namoro, iniciado nas gravações do seriado Sandy e Júnior, exibido aos domingos na Globo. “Acabou o namoro, mas continuaremos a ser sempre grandes amigos”, diz Sandy. “Ao contrário do que disseram, ela não está chorando pelos cantos. É claro que ficou triste, mas soube dar a voltar por cima”, diz uma colega da cantora, que tem recebido todo o apoio do irmão, Junior. Ainda, segundo ela, Sandy escreveu vá­rios poemas inspirados no fim do namoro, que estão registrados em seu diário. “O Paulinho também está ótimo, superanimado com a estréia do espetáculo Tutti Frutti”, afirma o empresário Sérgio Vilhena, irmão mais velho do ator, referindo-se ao musical que entra em cartaz em Campinas. SP, no dia 31. “Apesar de termos terminado, estamos bem e continuamos grandes amigos”, resume Paulo Vilhena.

A notícia da separação foi divulgada por acaso. Durante uma gravação do pro­grama Planeta Xuxa, na quarta-feira, dia 16 (que vai ao ar no dia 27), a Rainha dos Baixinhos perguntou para a cantora como estava o namoro. Sandy, visivelmente entristecida, revelou que o romance não existia mais. Nos bastidores, pessoas da equipe de Xuxa afirmam ter vis­to Sandy aos prantos, insinuando que a cantora estaria abalada por causa do fim da paixão. Sandy realmente se emocionou, não conteve as lágrimas. Mas por outro motivo: comoveu-se ao ouvir uma canção inédita composta pelos músicos Áivaro Socci e Cláudio Malta especial­mente para a dupla Chitãozinho & Xororó. “Quando eles cantaram a música, todo mundo que estava no camarim não segurou a emoção. Xororó, Chitão, Noely, Sandy, Junior e até a camareira choraram”, conta uma produtora da Globo que testemunhou a cena.

De acordo com amigos do casal, o motivo da separação teria sido o comportamento que Paulinho vinha apresentando ultimamente. Apesar de também ser artista — e saber como é a rotina estressante de um ídolo — ele começou a demonstrar muita irritação com o estilo de vida de Sandy. Passou a implicar com os horários e exigir que ela diminuísse o ritmo de trabalho para que eles ficassem mais tempo juntos. Num recente episódio, Paulo e Sandy decidiram ir ao cinema. Xororó e Noely concordaram em que eles fossem sozinhos — ou melhor, sem eles, mas com a escolta de guarda-costas. Segundo uma amiga da família, Paulinho ficou indignado. “Ele queria que a Sandy fosse sozinha com ele, sem seguranças. Isso é impossível. O Paulinho pode sair na rua sozinho, mas a Sandy jamais pode fazer isso”, conta ela. Uma das maiores insistências de Paulo Vilhena era pa­ra que Sandy fosse acampar com ele num camping em Campinas, SP, onde o ator mantém um trailler. “Imagine se isso é possível?”, espanta-se a amiga. “Ela estava se sentindo pressionada. O clima pesou.”

Sandy vive numa situação conflituosa. De um lado, é considerada uma das maiores cantoras da atualidade, apontada como uma das jovens mais atraentes do país, admirada por milhões de fãs. Sempre foi vista como um exemplo de filha obediente, aluna dedicada e irmã cúmplice. Quase um personagem de conto de fadas. De outro, ela vive superprotegida por um pelotão de seguranças, tem cada passo vigiado pela imprensa, vê sua virgindade sendo controlada e nunca soube o que é liberdade. “Gostaria de sair à rua sem ninguém atrás de mim”, já desabafou a cantora em CONTIGO!. Além disso, é perfeccionista a ponto de sofrer com uma gastrite decorrente da ansiedade.

Não dá para imaginar Sandy passeando de mãos dadas pelo shopping, freqüentando festas de amigos ou viajando sozinhos num fim de semana. Na vida dela, quase tudo é proibido. O medo do assédio descontrolado dos fãs e de tentativas de seqüestro obriga Sandy (e Junior também) a viver praticamente isolada. São poucos amigos, poucas horas de lazer. Mais complica­do do que se aproximar dela é conseguir namorá-la. Ela não abre mão do corre-corre da vida de artista. Quem se apaixonar por ela terá imediatamente de incorporar em sua vida a marcação cerrada de pais superprotetores e admiradores insistentes, além de uma equipe de seguranças que a cerca quer que ela vá.

Prova dessa realidade cruel foi como terminou o primeiro namoro de Sandy. A cantora e Lucas, violinista do grupo Família Lima, ficaram juntos por meses. Razão do rompimento: “problemas com as agendas”. Os dois não conseguiam se encontrar. O namoro rolava apenas pelo telefone. A proteção assumidamente excessiva dos pais, Xororó e Noely, também contribui para que viva num mundo particular, quase redoma. “Nunca tive vontade de sair sozinha. Não consigo ficar longe da minha família nem por uma semana”, disse ela à CONTIGO! Sandy passa a maior parte de seu raríssimo tempo: livre, na mansão da família em um condomínio de luxo de Campinas. Com  uma ampla área de lazer, a cantora não precisa sair de casa para se divertir. É ali que recebe as amigas e onde, na maioria das vezes, se encontrava Paulo Vilhena para rápidos momentos de namoro, sem muita intimidade. Um namoro que não experimentou pipoca com cinema, passeio de mãos dadas ou um fim de semana em um hotelzinho em alguma serra gelada.

Vista do ângulo das pessoas normais, Sandy lembra uma Rapunzel moderna. Mas, ao contrário de estar de trancafiada numa torre, ela é prisioneira do próprio destino.

Começar de novo

Na festa de Peão de Barretos, Sandy mergulha no trabalho e se alegra com o carinho dos fãs.

Por Ana Muniz

Mesmo com o fim do seu na­moro com o ator Paulo Vilhena, há três semanas, a cantora Sandy desembarcou em Barretos, no domingo, com o sorriso meigo de sempre. Ao lado de Junior, ela se apresentou durante uma hora e meia na Festa do Peão de Boiadeiro, sem deixar transparecer qualquer problema. “Não estou mais namorando. Mas é bom que fique claro que, apesar do fim do namoro com o Paulo, nós continuamos amigos”. esclareceu. Ela e o irmão, acompanhados dos pais, Xororó e Noely, chegaram a Barretos de avião por volta das 16 h do domingo. Do aeroporto foram direto para o Parque do Peão, onde foi organizada a festa. Ali chegando, conversaram com Natália, de 13 anos, uma fã que sofreu uma paralisia aos 9 anos e esperava pela dupla em uma ambulância. Superatenciosos, Sandy e Junior beijaram Natália e agradeceram o carinho. Em seguida, foram para o camarim, no qual atende­ram a mais fãs e de lá só saíram para mais uma apresentação do espetáculo As Quatro Estações, que começou as 21 h e foi aplaudido o tempo todo por um público animadíssimo.