Sandy e Júnior
Conversamos
com a duplinha de ouro lá na varanda da casa deles, em Campinas, e falamos
sobre namoro, fofocas, carreira, futuro, televisão, fãs... Quer participar
desse bate-papo? Seja bem-vinda!
Sérgio
Crusco
Queríamos
entrar com o pé direito no ano 2000, e quer coisa melhor do que ter Sandy e Júnior
na capa da Atrê? Foi assim que rolou a oportunidade de bater um papo com os irmãos
mais queridos por garotas e garotos de todo o Brasil. Fomos conhecer o novo lar
da família Xororó, num condomínio em Campinas, interior de São Paulo. A casa
ainda estava em reforma, mas os anfitriões capricharam na recepção, com
sucos, café e um especial bolo de fubá com laranja. Hummmmm...
Papai
Xororó nos recebeu enquanto mamãe Noely cuidava dos detalhes para que todos se
sentissem confortáveis e bastante à vontade. Enquanto isso, a duplinha de ouro
se preparava para falar conosco. E põe ouro nisso! O disco anterior de Sandy
& Júnior, Era uma Vez, gravado ao vivo, vendeu mais de l milhão de cópias.
O nono trabalho dos dois, o CD As Quatro Estações, caminha a passos largos
para bater o recorde. Até novembro do ano passado, já alcançava a marca de
850 mil, de acordo com dados da gravadora Universal. Educadíssimos, tranqüilões
e inteligentes, os irmãos não fogem a nenhuma pergunta, embora os assuntos românticos
cheguem a deixá-los um pouco emcabulados. Mas eles tiram de letra.
Quer
ver? Então, venha com a gente!
Vocês
lançaram um novo disco com um clipe (da música Imortal) superbem produzido. E
parece que abandonaram o lado infantil, partindo para um trabalho mais adulto...
Sandy
— O disco realmente está diferente, mais moderno, tem bem a nossa cara. Fomos
crescendo e começamos a ter mais influência não só no repertório como também
nos arranjos. E o trabalho está mais maduro porque não somos mais crianças.
Eu faço 17 anos em janeiro e o Júnior completa 16 em abril.
Júnior
— Não precisamos ter essa preocupação de fazer música para criança
porque, se você vai aos nossos shows, vê crianças cantando a música de
Titanic, que é romântica. E as crianças, hoje em dia, gostam de coisas de que
os adolescentes gostam e os adultos também. Elas não querem se sentir
criancinhas.
Sandy
— É, as crianças curtem Skank, Raimundos... E os Mamonas Assassinas, então?
Eles falavam um monte de besteiras e a criançada adorava!
E
vocês também eram crianças quando começaram, né?
Eu
tinha 8 e ele, 7, quando a gente começou a fazer show mesmo.
E
como foi crescer sendo artista?
Sandy
— Pra gente foi normal, porque nunca tivemos outra vida. Mas estamos muito
felizes e curtindo cada vez mais. Não estranhamos, pois, antes de começarmos a
gravar, nosso pai já era famoso. Quando nasci, meu pai e meu tio estavam no
auge do sucesso de Fio de Cabelo, o primeiro grande estouro deles. Então,
sempre convivemos com esse negócio de fama. Quando eu era pequena, todo mundo
olhava para mim e comentava: "Olha a filha do Xororó!"
Entrevistei
vocês há muito tempo, quando estavam lançando o segundo disco. E a Noely
dizia que, se vocês tirassem nota baixa, a carreira estaria automaticamente
interrompida. Ela foi durona assim mesmo com vocês?
Sandy
— Ela jamais precisou ser durona, porque sempre levamos tudo muito a sério,
com muita responsabilidade. Para nós, a escola estava em primeiro lugar. Então,
não tinha como ir mal nas provas. Nunca deixamos de dar valor aos estudos, freqüentamos
a escola normalmente. A maioria das crianças que começam a cantar larga a
escola ou faz aula particular.
Falando
um pouco do futuro, o Júnior diz que quer estudar Música, fazer regência, e
você quer estudar Psicologia. Por que fazer uma faculdade se está mais do que
na cara que você vai continuar sendo cantora?
Sandy
— A questão é a minha realização pessoal. É um capricho meu. Eu não
penso em exercer nenhuma outra profissão, porque quero continuar cantando,
sempre. É a minha
meta,
é o que eu quero da minha vida. Talvez eu pudesse escolher uma faculdade que
fosse mais útil, como Artes Cênicas. Mas tem uma coisa que me leva para a
Psicologia. E eu vou prestar vestibular, vou tentar.
E
você. Júnior, quais são as suas metas na música?
Júnior
— Logo que eu terminar o terceiro colegial, vou começar a produzir nossos
CDs. Já dou muita opinião e fico ligado em tudo o que acontece no estúdio.
Depois, quero fazer uma faculdade ou um curso no exterior, para me especializar.
Pensa
em ser produtor de outros artistas também?
Não
sei, porque eu quero ser cantor, em primeiro lugar. Mas vamos ver...
E
o lado de compositor de vocês? Neste novo CD, a Sandy fez duas letras. É uma
outra carreira na qual vocês pretendem investir?
Sandy
— Acabamos de fazer uma música juntos, eu e o Júnior, e já estamos compondo
outra. Ficou legal. É um novo caminho que estou seguindo. Gosto de escrever e
tenho um caderno com umas 40 poesias minhas.
Júnior
— Eu tenho umas quatro músicas começadas, em parceria com o Feio, nosso
produtor, com a Sandy e com o papai.
Sandy
— Essa música que a gente fez vai ser para outra pessoa gravar.
Mudando
de assunto, gostaria de saber se vocês sentem falta de poder fazer coisas que
as pessoas não-famosas fazem no dia-a-dia.
Sandy
—A gente faz tudo! Se quisermos ir ao shopping, vamos. Mas vamos dispostos a
enfrentar tudo. Sabemos que teremos de dar rios de autógrafos e tirar um monte
de fotos.
Júnior
— Tá cada vez pior...
Sandy
— Que é isso?! Tá cada vez melhor! Ha, ha, ha!
Júnior
— Às vezes, é complicado, mas não estranhamos porque nunca vivemos de uma
outra maneira.
Sandy
— O único lado chato é que temos cada vez menos privacidade.
Júnior
— Esse foi um dos motivos que nos fizeram mudar para um condomínio fechado.
Sandy
— Aqui é sossegado, porque não dava mais para morar em prédio. Eu chegava
da aula de educação física... toda descabelada, suada, horrorosa! E tinha um
montão de gente pra tirar foto!
Estou
vendo vocês aqui tocando juntos, fazendo música juntos, em família... Vocês
sempre passam a impressão de uma união muito forte...
Sandy
— Família é a coisa mais gostosa da vida, é a base de tudo.
Júnior
— Você tocou num ponto que é muito forte pra gente. Vemos isso com um olho
muito verdadeiro, sentimos mesmo esse amor e temos sem dúvida essa união. É
muito legal estarmos juntos. Quando vemos tevê, ficamos agarradinhos um no
outro.
Sandy
— É uma coisa! Uma união incrível, uma paz... Às vezes, as pessoas ficam
impressionadas e perguntam: "Mas é de verdade esse amor entre vocês? É
tudo isso que aparece na tevê?". É muito mais!!!
Júnior
— Até as pessoas amigas da gente ficam impressionadas.
Sandy
— Também com o relacionamento com o Júnior. Muita gente pergunta se somos
irmãos normais, porque nunca brigamos!
E
namorar em público? Ou seja, que dar satisfações à imprensa de quem você es
namorando ou por que seu namoro acabou... Isso te incomoda?
Sandy
— Eu sempre procurei preservar minha vida pessoal. Mas resolvi falar à
imprensa quando comecei namorar, pra não dar margem a nenhum boato.
Júnior
— Boato é uma coisa que cansa, né?
E
quando acabou também.
Sandy
— Falei, pra deixar tudo claro, mesmo porque eu não tenho nada pra esconder.
E
quando uma garota foi a uma revista pra falar que ficou com você. Júnior?
Júnior
— Bom, do jeito que foi... Não era um namoro, não foi uma coisa séria, e
também não foi a única garota com quem eu já fiquei. Aí, uma revista
perguntou pra ela e ela disse que tinha ficado comigo, e me ligou avisando.
Mas
te ligou depois te ter dado a entrevista, né? Isso não é um pé no saco?
Júnior
— Pois é...
Sandy
— Mas aí a imprensa falou que eles já estavam namorando
Junior
— O mais chato e quando você diz uma coisa para a imprensa e sai algo
completamente diferente do que você falou. Isso sempre acontece.
Sandy
— Depois dos meus 15 anos, antes de eu namorar o Lucas Lima, o que começou a
aparecer de boato que eu estava namorando fulano, sicrano...Gente que eu nem
conhecia! Foi além da conta! Aí, encheu o saco!
Isso
te deixa nervosa, deprimida ou louca da vida?
Sandy
— Às vezes, chateada. Às vezes, louca da vida mesmo! Porque saem uns
absurdos e a gente pensa: "Poxa, o Brasil inteiro está lendo essas coisas
e acreditando nelas!" Mas eu aprendi a conviver com isso, porque não tem o
que fazer e eu sei que vai acontecer a toda hora. Por isso, prefiro falar, antes
que inventem.