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Leituras de Física

CARBONO RADIATIVO (Datando o passado)


Uma conseqüência interessante da radiação cósmica é o método de datar os espécimes antigos de madeira e outros materiais orgânicos que os arqueologistas têm escavado dos restos de civilizações passadas.
Ao chegar à Terra os raios cósmicos produzem nêutrons em conseqüência da desintegração dos átomos de ar. Pode-se observar que a intensidade dos nêutrons alcança seu máximo a uns 17 km da superfície terrestre e diminui rapidamente em alturas superiores, o que indica que nos raios primários não há nêutrons e que estes são o resultado de colisões de prótons e de suas partículas a com o ar. Além disso, como o nêutron tem uma vida média de uns 13 minutos, não pode durar o suficiente para atravessar os espaços intersiderais, se bem que poderia chegar à Terra procedente do Sol.
Como não alcançam a superfície da Terra, os nêutrons produzidos pelos raios cósmicos têm que ser absorvidos pelo ar. Tem-se observado que o oxigênio é quase totalmente inerte aos nêutrons, enquanto o nitrogênio reage com eles segundo a reação 14N + n = 14C + p.

Assim sendo, o principal produto do bombardeio do ar pelos raios cósmicos é o carbono radiativo C14. Esses átomos de carbono reagem com o ar um pouco depois de serem produzidos, formando CO2 radiativo que se mistura, pela ação dos ventos, com o CO2 normal contido na atmosfera. O CO2 atmosférico é fonte principal do carbono vegetal C12, que se forma mediante o mecanismo de fotossíntese.

Pode-se admitir que a radiação cósmica e a reserva total de carbono da Terra tenham permanecido constantes durante os últimos 20.000 anos. Datar-se a idade pelo carbono radiativo baseia-se no fato de que a assimilação do carbono radiativo cessa no momento da morte. O carbono radiativo existente nesse instante começa a desaparecer.


(Decaimento de 14C em uma amostra)

Pode-se demonstrar que uma múmia ou um pedaço de madeira ou de qualquer substância que tenha tido vida, conservará aos 5.730 anos depois de produzir-se a morte a metade da radiatividade observada na matéria orgânica viva na atualidade. A comparação direta com substâncias orgânicas de idade conhecida, até uns 5.000 anos, que é a idade das substâncias mais antigas de que dispomos, confirma estes resultados.

A tecnologia da datação
Existem outros métodos não relacionados com a radiatividade. A datação por sistemas magnéticos é baseada em alterações que acontecem de tempos em tempos no campo magnético da Terra. São produzidas faixas alternadas de orientação magnética em rochas sedimentares.
A datação por luminescência é usada para identificar a idade de objetos que contêm minerais, como o quartzo, e ficaram enterrados por milhares de anos. Com o tempo, os minerais acumulam uma propriedade conhecida como fotoluminescência latente, que é causada pela exposição à radiação natural.
A datação de árvores é possível a partir da variação anual do crescimento destes vegetais, causada por fenômenos naturais. As mudanças são visíveis, como anéis padronizados nos troncos.

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