Sempre existiram dois
polos politicos terrestres contrapostos aos dois polos magnéticos,
da mesma forma que existe o + e o --- , o branco e o preto. Em nossa época,
os EUA se opõem à China; 12.000 atrás, a Atlantida
se opunha à Terra de Mu. Mu, o continente
misterioso que se erguia no centro do Oceano
Pacifico, parece muito menos fascinante do que a Atlantida, possivelmente
porque ficava muito afastado do Ocidente. Sua autenticidade é
ainda mais controvertida. Nós, entretanto pensamos que os dois problemas
se equiparam: se a Atlantida não é um mito, a Terra de Mu
também existiu.Uma descoberta sensacional feita nas Bahamas está
mais uma vez trazendo à baila o assunto atlântico, e parece
que uma nova prova importante apareceu para reforçar todas as outras
que a ciencia oficial não esta ainda querendo reconhecer
como autenticas.
Desde 1968 os meios
iniciados sabiam que "alguma coisa ia acontecer" do lado da Atlantida.
O grande vidente Edgar Cayce, sempre à vanguarda, já
anunciara em 1940 a descoberta das muralhas submersas Bimini, nas
Bahamas, dando ao mesmo tempo detaihes a respeito da Atlantida transmitidos
diretamente do Além . Em seguida o Mestre
de Villeneuve, chefe dos Rosa+cruzes franceses, publicou a mesma
profecia numa importante brochura com o titulo : "O Império Invisivel"
Afinal, no paralelo 35º e no Losango
Mágico , no Atlantico estavam acontecendo coisas estranhas e incompreensíveis
. . .
Esses relatos, essas profecias e esses acontecimentos
estavam dentro da linha esotérica e em 1968 racionalista nenhum
teria dado o menor crédito a tudo isso ; entretanto existem algumas
criaturas com dotes excepcionais que, em oposição às
ciencias exatas, conseguem perceber de antemão fatos que sómente
acabam quase sempre confirmados pelos controles
oficiais.
O "caso Atlante " tinha uma tamanha aura de antenticidade
que em maio de 1970 sentimos a necessidade imperiosa de uma voltinha pelos
lados das Açores e das Canarias.
Verdade seja dita, a situação estava
perfeitamente normal, estagnada, e só havia um povo simpático
e levemente hostil a qualquer qualquer esforço exaustivo:
na Ilha Lanzarote o fogo central continuava calmo nas fissuras
infernais ; em São Miguel as aguas de Furnas continuavam a ferver
ruidosamente nas crateras de lama, e a recem-nascida ilha ao lado de Fayal
estava vagamente esfriando suas lavas e suas areias submarinas.
Ao largo de Flores e de Corvo o mar continuava
calmo, os veleiros sulcavam as águas tranquilas , e
no Losango Mágico , os acontecimentos eram banais e rotineiros.
Mas era nessas paragens que devia acontecer o
fato extraordinário.
Parece que o mergulhador francês Dimitri
Rebikoff foi o primeiro a observar os imponentes volumes geométricos
imersos nas proximidades da costa ocidental de Bimini. Começou
então, junto ao professor americano Manson-Valentin
a fazer vôos de reconhecimento , que revelaram detalhes interessantes
: aqueles volumes geométricos eram muros antigos!
Fazia mais de trinta anos que milhares de caçadores
submarinos continuavam indo para Bimini, uma ilhota do arquipelago das
Bahamas, situada a somente cinquenta milhas de Miami para mergulhar exatamente
nas paragens em que se encontrava os muros. Sómente o engenheiro
francês D. Rebikoff reparou naqueles estranhos bancos rochosos, com
70 a 80 metros de comprimento, debaixo de 6 a 7 metros de água.
Somente com a ajuda de fotografias aéreas
foi possível distinguir blocos ciclópicos de 5 x 5
metros, que se elevavam 50 cm. sobre o fundo de areia e de coral, sem que
fosse possivel estimar a altura da parte atolada. Outros muros existem
perto das ilhas Andros , e sem duvida nenhuma , deve haver mais outros
em vários lugares.
.
Os arqueólogos arriscaram uma tímida
estimativa: os vestigios de Bimini eram de muros de 4.000 a 5.000 anos
antes de Cristo por um único motivo : naquela época
o Oceano Atlantico era seis metros mais baixo que seu nível atual!
Se isso correspondesse à verdade, Bimini não seria um vestigio
da Atlantida, mas ‚ evidente que essa estimativa estava baseada em
dados reais.
Seria realmente difícil imaginar edificios cujas bases estariam ao nível da água numa região periodicamente varrida por ciclones. É portanto lógico que precisamos supor que os muros de Bimini deviam estar a pelo menos cinco ou seis metros acima do nível da água, e a data de sua existencia recuaria então 12.000 anos ou mais antes de nossa era.
Essa estimativa poderia recuar ainda mais, dependendo
da altura das muralhas que dever ser medida debaixo da areia. Calculando
um minimo de 12.000 anos, chegamos à epoca do diluvio,
e dai a conclusão de que Bimini pertencia
ao continente atlantico antediluviano, cujo nome é conhecido desde
a época de Platão: a Atlântida.
Edgar Cayce teve uma visão quase clássica
do que foi a Atlantida. Especificou que ela passou por três devastações:
duas primeiras, mais ou menos 15.600 anos antes de Cristo , dividiram o
continente em ilhas, e a terceira, 12.000 anos atrás , provocou
o afundamento do que sobrava O antigo continente se estendia
do Mar dos Sargaços até as Açores, com uma superfice
igual à da Europa e da Ásia Menor juntas. Os atlantes emigraram
antes do ultimo cataclisma indo estabelecer no Peru, no Egito, no México
e no Colorado, onde podem ser encontrados seus descendentes :
os Mount Dwellers (habitantes da montanha) . A Atlantida teve uma civilização
esplendorosa, mas seu povo deixou-se dominar pela avareza e luxúria,
provocando sua destruição, como também acontecera
com Sodoma e Gomorra. (Avareza e luxúria são vicios que não
andam juntos. Uma civilizaçãopode deteriorar-se mais facilmente
pela prodigilidade do que pela avareza.Nota do autor )
"A indiferença dos que fazem as leis que
devem ser aplicadas aos filhos de Deus, escreveu Cayce, provoca as forças
destruidoras que somadas às forças naturais de expansão
dos gases e da eletricidade trouxeram a primeira erupção
vulcânica , que aconteceu perto da região que agora é
chamada Mar dos Sargarços."
Edgar Cayce previu em seguida que os vestigios
da Atlantida seriam encontrados em três regiões: no Egito,
em Bimini e nas Açores( Sem querer desfazer dos dons de videncia
do senhor Cayce , temos certeza absoluta de que jamais nenhum vestigio
da Atlantida voltará à tona nas Açores /NA) Parece
que essas profecias foram feitas em 1940, durante conversações
que não foram divulgadas. "As gravações
dos sistemas usados pelos atlantes para produzir
energia, ele teria explicado, encontra-se numa parte submersa de seu continente,
atolada no lodo marinho perto da Flórida, num lugar chamado Bimini,
onde existem os restos de um templo."
A descoberta das muralhas de Bimini em 1970 confirmou
essas profecias de maneira clamorosa. Falta ainda descobrir "as gravações"
atlanticas que devem estar não na lama, mas nas areias de Bimini.
Cayce também explicou que o epicentro do sismo que destruiu a Atlantida estava localizado nas Bahamas : sobraram cinco ilhas, e as três principais eram chamadas Poseidia, Aryan e Og.
"Quando os polos mudaram de inclinação
e a Lemuria (Terra de Mu) desapareceu entre as àguas
do Pacifico, a Atlantida estava no apogeu de sua civilização
técnica . . . Após a segunda grande erupção
houve uma migração e os povos ocuparam os Pireneus.
As outras migrações serviram para misturar os atlantes aos
negros e outros povos mestiços depois formaram os egipcios da Africa
e os incas da Africa. . . "
Segundo Cayce, os atlantes tinham descoberto
o segredo do aproveitamento da energia solar que eles concentravam numa
pedra "com propriedades magnéticas",
que conseguia irradiar mais energia do que a que recebia.
Essa energia --- que em nossos dias chamaríamos de produto da desintegração
atomica --- era distribuída pelos diferentes circuitos de utilização:
industrias , transportes e utilidades domésticas, "da mesrna maneira
em que o rádio é utilizado hoje para dirigir os veiculos".
A grande pedra atomica se encontrava num prédio
em forma de abóbada, com painéis corrediços como os
observatórios astronomicos. A irradiação podia ser
efetuada em todas as direções. "As irradiações
se propagavam, eram invisiveis mas agiam sobre outras pedras
de transmissão de força, que forneciam
energia aos aviões e aos veiculos de passeio que circulavam na terra
e aos navios que sulcavam os mares."
Essa pedra que captava a energia solar era um
grande cristal cilíndrico, facetado ; seu topo estava entalhado
de forma a captar a energia, concentrando-a ao centro do cilindro.
"Vamos poder encontrar a prova disso, afirmou
Cayce se compreendermos o significado das pedras únicas, descobertas
no Yucatan em 1933 . . . Um fragmento encontra-se no Museu do Estado da
Pensilvania e um outro em Washington ou Chicago " ( Não conseguimos
nenhuma explicação a respeito dessas pedras. Talvez sejam
as pedras da Guatemala que tinham fama de ser mágicas , mas que
eram absolutamente naturasi . N.A.)
É possivel que a utilizaçãso
descomedida da energia atômica tenha provocado desintegração
imprevisiveis da natureza. Cayce , de fato , falou em invasões de
animais selvagens que devastaram o país; esses animais foram destruidos
por "um raio supercósmico lançado por diferentes centrais
de energia".
Afinal, foram as estações atômicas
que trabalhavam em excesso e que talvez fossem mal reguladas , que provocaram
a segunda destruição da Atlântida. Na realidade, as
visões de Cayce hoje podem parecer bastante infantis e ultrapassadas,
até no caso de querermos ver no tal cristal para toda obra uma prefiguração
do "laser".
Faz tempo que os autores de novelas de ficção
científica encontraram substitutos melhores e
mais cientificos para a "pedra de energia solar", que já
teve precedenies ilustres em forma de rubis mágicos, diamantes que
bastava virar sobre o dedo, o carbúnculo de Vouivre, a estrela na
testa das fadas e a lâmpada de Aladim!
A idéia da "poderosa" Atlântida
obrigada a se defender contra os lobos por meio de raios cósmicos
hoje chega a nos fazer sorrir . . . Tudo isso seria realmente
infantil e ridículo se Cayce não tivesse tomado o cuidado
de mostrar seus autenticos dons de vidência, falando em Bimini.
Por outro lado, se Bimini ficou comprovada, por
que o resto não poderia ser também verdade?
Não sabemos se o que vamos relatar em
seguida tem alguma relação com Bimini , mas é certo
que tem algo a ver com uma civilização desconhecida e talvez
atlântica. Em 1965 foi descoberta na região de Payatea , no
versante oriental dos Andes , uma imensa cidade de 42 quilometros quadrados
( Do Bulletin mensuel de la Religion do Soleil Inca , Soleil Inca , 25
Passage des Princes , Paris .) É conhecida como a Cidade dos Condores
por causa das numerosas esculturas dessas aves de rapina encontradas nos
muros.
Também foram encontradas figuras que representam
criaturas com grandes auréloas sextavadas e raios solares em volta
da cabeça. A arquitetura da Cidade de Condores é de estilo
muito diferente de todos os outros encontrados no Peru, e suas origens
parecem se perder no tempo , ou pelo menos ter a mesma idade da Tiahuanaco
antiga , que era antidiluviana. Em certos meios circula a opinião
de que essa misteriosa cidade , desconhecida do rei Pachacutec em 1450
e dos chachepoyas que moram naquela região da Amazonia peruana ,
foi possivelmente uma colônia muito progressiva da Atlântida.
Segundo documentos secretos da biblioteca dos
Rosa+Cruzes - AMORC , Platão conhecia a tradição da
Atlântida e seu relato é autentico. Podemos então pensar
que uma parte dos ensinamentos AMORC foram revelados aos membros
da associação pelo grão mestre R+C Raymond Bernard
num livro intitulado : O Império Invisivel .
"A Atlântida , escreve o Mestre de Omonville
, era um continente altamente civilizado que dispunha de meios de comunicação
e de transporte tão aperfeiçoados que em comparação
aos que hoje usamos não são nada , na sua época era
o Coração do Mundo. Os povos "colonizados " recebiam ensinamentos
à altura de suas possibilidades . Em certos países
especialmente "abertos" o Conselho dos Sábios , que eram os mais
altos iniciados daquele tempo e os guardiões da sabedoria secreta,
estabeleciam uma filiação direta e essa filiação
era caracterizada por um Templo Priramidal , à imagem da pirâmide
suprema que , na Atlântida , era a sede do Conselho e onde se preservava
toda a sabedoria. Uma unica piramide foi construida à imagem da
piramide suprema e assim mesmo numa "medida" diferente : a piramide de
Queops. Ela perpetua para o mundo a totalidade da sabedoria dos atlantes
, enquanto as outras piramides só revelam uma parte.
Num futuro muito próximo , entretanto
as "descobertas"que serão feitas em beneficio da humanidade porão
um fim a muitas polemicas. Os atlantes conheciam a natureza e a pujança
de certas energias , especialmente das correntes telúricas
( ver no meu site ,o texto sobre Radiações Teluricas e seu
uso na cura de doenças / rsm ) , e as aplicavam cuidadosamente à
agricultura , usando também os mesmos conhecimentos para manter
um equilibrio harmonioso entre essas correntes para evitar toda catastrofe
geológica na medida em que os homens poderiam evita-la".
As piramides tinham a mesma finalidade , através
do local escolhido para edifica-las . Em outros locais bastavam pontos
de proteção, como era o caso dos dólmens e dos menires
que, ao mesmo tempo , marcavam exatamente o ponto de conjunção
das forças ( ver o texto referente aos "Leys" no meu site / rsm
) , o da focalização de energia universal e o local
em que poderiam se efetuar cerimonias eficazes.
O mesmo conceito vale para os megaliticos que
ainda aparecem numerosos no mundo inteiro , em todos os territórios
, nos campos e nas cidades; eles , porém , tinham somente a tarefa
de aumentar a energia cósmica e favorecer as safras. Precisamos
lembrar ainda que todos esses elementos secundários estavam ligados
à piramide suprema , no campo da energia. Dessa forma a Terra inteira
era uma espécie de receptáculo apropriado para o conjunto
de forças cósmicas. . .
Por causa de alterações acontecidas
na piramide suprema devidas a manobras ignorantes e ambiciosas , a catastrofe
planetária que tragou a Atlântida transformou a superficeda
terra e ficou na imaginação popular com a denominação
inapropriada de Dilúvio. Nas sociedades secretas africanas autênticas
, a doutrinação é baseada numa parcela da sabedoria
atlântica que ali se perpetuou . Quando aconteceu a catastrofe ,
os grandes sábios se refugiaram no Egito . Eles zelaram para salvaguardar
os conhecimentos cientificos e técnicos que faziam da Atlântida
um continente cuja civilização ainda não foi atingida
, nem em nossos dias . . .
Os Sábios , não reconstituiram
o Império por causa do que havia acontecido e porque era previsto
no plano universal. O mundo inteiro está agora para tornar a Nova
Atlântida . . . Mais uma vez, e pela última vez , a humanidade
que continua livre poderá fazer a sua escolha, e dessa escolha derradeira
dependerá o advento de uma era de extraordinária civilização
, ou então o fim que não será o fim de um continente,
mas do mundo inteiro. A hora está se aproximando. Ela será
caracterizada pelo renascimento da Atlantida , a emersão do continente
perdido, ante os olhos da humanidade estupefata.
Os Sábios dirigiram nossa evolução.
À medida em que os homens conseguiam compreende-las e se valer delas
sem prejuizos, entregaram-lhes as descobertas , colocando-as ao alcance
deles; entregaram, ao pé da letra, os conhecimentos cientificos
e técnicos dos atlantes, que tinham sido preservados por eles e
pelos sucessores. Os resultados às vezes foram somente parecidos
e não idênticos, trazidos por aqueles que se tornaram os primeiros
chefes da Atlantida. Alguns Extraterrestres voltaram a partir; outros continuaram
na Terra cumprindo uma missão. Foram eles que originaram toda a
civilização do mundo. O Mestre de Omonville está
convencido de que os atlantes atuais, que tomarão o lugar do antigo
Conselho dos Sábios, estão agindo de acordo com o Alto Conselho
de A. . . ( os Rosa+Cruzes não contam o nome secreto
--- não é Agartha ) Os atlantes reaparecerão
publicamente quando a Atlantida reemergirá . Eles estão espalhados
em todas as partes do mundo. A humanidade passará pela Atlântida
reencontrada para em seguida trilhar o caminho de novas conquistas que
, nos séculos futuros , trarão a união dos mundos
e das galáxias , para que finalmente a obra fique completa : naquela
época , porém , a tomada de consciencia já era universal.
As Ilhas Canárias , chamadas também
Campos Elisios, ou Jardim das Hespérides , ou Ilhas Afortunadas,
ou Atlantida, já eram conhecidas na antiguidade e foram mencionadas
pelos árabes , pelos cartagineses, por Juba II , rei das duas Mauritânias
e por Plínio em sua História Natural. Quando em 1478
foram conquistadas pelos espanhóis, sua população
de guanchos acabou , pois eles preferiram se suicidar a se submeter às
leis dos conquistadores. Isoladas no Atlantico, um pouco acima do Trópico
do Cancer , as Canárias são com Madeira e as Açores
as últimas terras ainda existentes da Atlantida.
--- Os Guanchos , disse don
Inigo , nativo das ilhas , descendem do rei Uranus , primeiro monarca dos
atlantes. Parece que Montezuma , rei do México, explicou a Fernando
Cortez , o conquistador espanhol:
--- Nossos antepassados não
nasceram aqui. Chegaram de uma terra distante chamada Aztlan , onde havia
uma alta montanha com um jardim habitado pelos deuses.
Essa alta montanha poderia ser talvez o pico
de Teyde, em Tenerife , com uma elevação de 3. 718 metros,
que nos faz supor que antes da Atlantida ser tragada pelo oceano , e considerando
a produndidade dos fundos marinhos atuais , esse pico devia medir perto
de 7.000 metros. Antes de desaparecer no século XV , os guanchos
acreditavam , pelas suas tradições , serem os ultimos habitantes
do mundo, pois todos os outros tinham sido tragados pelas águas.
Sendo assim, poderíamos supor que sua escrita seja uma herança
dos atlantes mas, apesar disso parecer inexplicável , essa escrita
é quase que desconhecida na Europa , e até nas próprias
Ilhas Canárias.
Tivemos que dedicar dois dias às buscas,
em Gran Canária, para convencer nossos guias que a escrita guanche
existia, e para depois finalmente encontrar algumas amostras. Percorremos
mais de cem quilometros entre montanhas e barrancos da ilha até
que enfim Yvette Charroux descobriu pedras gravadas , e não foi
no Lobo de los Letreros, como tinhamos esperado , mas dentro de uma erupção
basáltica num barranco isolado ao centro da Gran Canária
. Fotografamos aqueles traços tão parecidos com os dos celtas
da Bretanha; espirais , circulos , serpentes , figuras estilizadas e um
extraordinário "bruxo", que é a réplica perfeita de
outro que se encontra na gruta de Villar , em Dordonha.
O fato importante , porém, é que
encontramos um escrita aytentica que entregamos ao abade Robert Hirigoyen
, da revista Decouvertes, para que a estudasse. Sem nenhuma duvida trata-se
de letras, e algumas se parecem com V, N , S , T , I . Pastores do lugar
ou talvez visitantes vândalos inscreveram ( pixaram ) seus nomes
e às vezes até data na superfice da pedra e agora já
é dificil distinguir , às vezes , o que é autentico
e o que é posterior.
Pelo que sabemos , aquela escrita é conhecida
por alguns arqueólogos alemães , mas ignorada pelos franceses
e pelos espanhóis , e achamos que esta é a primeira
vez que ela está sendo reproduzida na França. Esses
caracteres são importantissímos porque se resultassem identicos
a outros que porventura poderiam ser encontrados nos muros submersos de
Bimini , se constituiriam numa prova de se tratar realmente da escrita
dos atlantes.
As Açores , que se situam mais ao norte
e oeste , bem no centro do Atlantico, disputam às Canárias
o privilégio de serem o ultimo resto emerso da Atlantida. É
um pouco dificil de acreditar que os atlantes pisassem em terras que 12.000
anos atrás estariam 4.000 metros de elevação e cujos
picos deviam chegar a 7.000 metros acima do nivel do mar. .A Ilhas Canárias
são, na realidade , terras vulcanicas que emergiram das crateras
de vulcões hoje extintos e transformados em basalto e calcareo.
As Açores são mais verdejantes , mais úmidas , menos
vulcanicas do que Lanzarote ou Fuerteventura , e se parecem muito com as
paisagens do Jura ou da Sabóia francesa, com terras muito férteis.
A transmutação das lavas foi muito
rápida , talvez por causa das chuvas diárias, ou talvez pela
sua maior antiguidade. De fato , nas Açores não encontramos
vulcões em erupção , mas às vezes a terra é
extraordináriamente quente , e na região de Furnas, na Ilha
de São Miguel , a água remexe , fervilha e explode nas caldeiras
aquecidas pelo fogo do centro da terra. Como acontece nas Canárias
, nas Açores também prova-se uma sensação de
mal-estar, quase de perigo: o fogo de Géia está logo debaixo
da superfice da terra e não temos dificuldade nenhuma em acreditar
que essas ilhas são terras de erupção, saídas
do oceano , ou então os últimos restos da Atlantida, que
já foi terra de muitos vulcões.
Em 1954 uma ilha surgiu de repente do Atlantico
, ao lado da Ilha Fayal : a Atlantida estava reaparecendo , mas em forma
de solo virgem e arenoso, dentro de u8m mar em ebulição ,
sacudido por convulsões geofisicas. Não havia a menor possibilidade
de que qualquer eventual vestigio da Atlantida pudesse resistir a todos
estes tremores. Apesar disso as tradições insistem
em situar Poceidônis , a capital da Atlantida , nas Açores
e mais especificamente na Ilha de São Miguel. Nosso amigo José
da Silva Fraga é da mesma opinião e contou-nos em excelente
frances a lenda do duplo lago das Sete Cidades.
O Lago das Sete Cidades
" --- Antigamente
as Açores eram chamadas as Ilhas Encantadas, disse José da
Silva Fraga. Elas apareciam e desapareciam como miragens, e talvez foram
elas a origem da lenda da Ilha de São Brandão. Tradições
que evidentemente chegaram da Europa afirmam que um continente submerso
cerca as nove ilhas , que quando Cabral as descobriu em 1432 eram completamente
desabitadas. É evidente que deve tratar-se da Atlantida , de seus
palácios cobertos de oricalco, de seus templos em piramide e de
sua capital : Poseidônis , a cidade guardada por três cercas.
Um dos mais lindos panoramas do mundo é sem duvida o que se descortina
do promontório da Vista d'el Rey , em São Miguel , encaixado
num vasto anfiteatro verde salpicado de hortensias e azaléas ; dois
grandes lagos de praias harmoniosas se beijam , formando assim o símbolo
do infinito. Um lago tem águas azuis e outro água verdes;
existem sete lendas que explicam o fenomeno
Uma dessas lendas se refere ao reino da Atlantida
, com seu rei Branco-Cinza e sua rainha Branca-Rosa , que estavam desesperados
porque não tinham crianças . Finalmente tiveram uma filhinha,
uma menininha belíssima, mas uma fada malvada e poderosa mandou
que não a vissem até que ela atingisse 20 anos. O rei mandou
construir em São Miguel , logo abaixo da Vista d'el Rey , sete cidades
da felicidade , onde a pequena princesa passou toda a vida. Ninguém
, nem mesmo o rei , podia entrar nelas. Mas como sempre acontece em todas
as lendas , um dia o rei ficou cansado daquela proibição
. Quando estava em ponto de entrar numa das cidades e ver finalmente a
princesinha , a terra tremeu , os vulcões começaram a cuspir
rios de fogo e as sete cidades foram encobertas pelas águas que
surgiam das profundezas. No fundo do lago cor de esmeralda se encontram
os sapatinhos verdes da princesa, e seu bonezinho cor turquesa está
no fundo do lago azul . . ."
Isso é só uma lenda , é
claro , mas é a unica que indica expressamente o local da capital
da Atlantida.
Existe absoluta certeza de que havia uma terra
emersa em direção às Açores desde 1898 quando
um navio especializado na colocação de cabos submarinos teve
que rastrear o fundo em busca do cabo que ligava Brest ao Cabo Cod ( perto
de Nova York ) e que tinha se partido a 47 º de latitude norte a 29º
40' de longitude oeste , a 500 milhas ao norte de Punta Delgada. As fateixas
agarraram e trouxeram de 3.000 metros de profundidade uma lava vitrificada,
com a composição química do basalto : era taquilita.
Os geólogos então constataram oficialmente
que aquela lava tinha a aparencia de um material coloidal ( sistema fisico-quimico
de duas fases ; uma delas dispersa na outra , a fase dispersora ) ; a 3.000
metros de profundidade , ou sob a pressão de algumas atmosferas
se cristalizaria obrigatóriamente com os cristais emaranhados..
Chegaram então a conclusão de que aquela lava tinha se solidificado
ao ar livre , ou seja, numa terra emersa. Um continente naquelas paragens
só poderia ser a Atlantida. Conta-se também uma história
, que talvez seja uma lenda, que situa a Atlantida exatamente nas Açores,
o que significaria que muito tempo antes de Cristóvão Colombo
alguém já o tinha precedido no caminho para a América.
Temos absoluta certeza disso. O historiador João de Barros
em sua História portuguesa das Indias Ocidentais ( João de
Barros, chamado o Tito Livio português 1496-1570 foi Tesoureiro
Geral das Colonias e dono da provincia do Maranhão . Sua obra principalé
: Asia, ou feitos e gestas dos portugueses no tempo da descoberta e conquista
dos mares e territórios de Oriente . Muitas obras dele foram queimadas
pela inquisição católica ) menciona uma estátua
descoberta na Ilha do Corvo , a mais setentrional das Açores.
Diz ele que o pedestal da estátua estava
cheio de inscrições em caracteres desconhecidos que
ele suspeitava ser fenicios . Esse relato é citado por um grande
número de autores que em seus livros geralmente acrescentam que
se tratava de uma estátua equestre , com o cavaleiro apontando
o indicador para a América como a mostrar o rumo.
É dificil acreditar no relato de João
de Barros. Corvo não passa de uma ilhota onde um navio atraca uma
vez por mês , e somente durante algumas horas. Não há
hotel nem pensão, nenhum conforto da vida civilizada, sómente
um pequeno vilarejo muito mal localizado. E é claro que no vilarejo
não há estátua nenhuma , e é bem dificil
que alguma vez possa ter existido! Procurando na montanha , foi possivel
encontrar um rochedo de conformação mais ingreme que os outros
, mas que não tinha nada que se parecesse nem de longe com uma estátua,
nem de um cavalo e menos ainda de um cavaleiro.
Um pouco mais abaixo existe outro rochedo em
forma de corcunda que poderia ser o "marco" que , pela tradição
, confirmaria a direção indicada pelo cavaleiro. Infelizmente
, como álias é possivel ver pela fotografia , tudo
isto pertence ao reino da fantasia! Achamos interessante citar essa lenda
que é mencionada continuamente pelos "Atlantideos" e desejamos dar
o beneficio da duvida às afirmações de
João de Barros: se é verdade que no século XVI existia
uma estátua naquela ilha , ela desapareceu e hoje nada indica onde
ela poderia ter sido erguida.
Em setembro 1928, um arqueólogo pouco
conhecido, o Dr. Marcel Baudoin , de Saint-Gilles: Croix-de-Vie , cujo
nome gostariamos de ver associado ao de Boucher de Perthes, o pai da pré-história
, fez uma descoberta que foi a coroação de seus sonhos de
velho pesquisador. Encontrou no antigo estuário de Havre-de-Vie
um grande bloco de quartzito de cerca de 1.500 kg que as águas
do oceano cobriam a todo preamar. O bom doutor observou admirado e em seguida
entusiasmado que na pedra estava gravada uma cabeça de homem e em
volta havia furos, impressões de pés descalços , de
cascos e de cavalos e grandes ranhuras. Pelo que havia em proximidade ,
conseguiu calcular que o baixo-relevo devia datar do ano 5.000 antes de
nossa era. Mandou então uma comunicação à Academia
de Ciências e publicou um estudo a respeito de seu achado no Phare
do dia 8 de outubro .
"Acabei por achar o homem que escavou os buracos
em nossas rochas, ele escreveu , e que se acreditava ser obra céltica;
o homem que ergueu os dólmens e os menires, que esculpiu a pedra
, que fabricou os machados e que conhecia o emprego dos primeiros metais.
A rocha do estuário do Havre-de-Vie localiza-se na aldeia de Plessis-le-Fenouiller,
perto de St. gilles ( Vandea) . É chamada "a grande pedra" . A gravação
, em forma de medalhão , tem o tamanho natural da cabeça
de um homem , com um relevo de 10 a 15 milimetros. Representa um homem
de nariz fortemente aquilino, de olho redondo , e sua cabeça é
encimada por uma grande quantidade de cabelos , cujas extremeidades são
amarradas num birote. Nossos antepassados gauleses também se penteavam
da mesma maneira. "
"É de minha opinião que se trata
do rosto do homem que veio de além-Atlantico para trazer a civilização
aos celtas. Ele se parece de maneira extraordinária aos personagens
desenhados nos códices dos maias ou esculpidos em estelas no México.
É ele o Homo Atlanticus, ou seja o Atlante típico, cujas
feições até agora foram procuradas sem nenhum
resultado . Fiz um calco em cimento que hoje se encontra no Museu ao ar
livre de Pré-história que criei em Croix-de-Vie."
A grande pedra de Plessis-le-Fenouiller foi removida
no ano de 1930 e transportada ao museu de Noirmoutier , ou talvez para
o de Reochesur-Yon . De qualquer maneira não conseguimos achar rasto
nenhum nessa pedra. O "Museu ao ar livre de Pré-história"
ainda existe em Saint-Gilles-Croix-de-Vie, numa rua perto da antiga casa
do doutor. Consiste de calcos de gravações e baixo-relevos
extraordinários , feitos sobre os originais , que em parte se encontram
em grutas , em parte em museus de provincia e outros ainda em lugares desconhecidos
, pois o doutor Marcel Baudoin já desapareceu. Todo o conjunto
forma uma parede de quinze metros de comprimento por dois metros e vinte
de altura , numa pequena rua sem movimento que foi dedicada ao doutor Baudoin.
As conclusões do doutor Baudoin
, realmente às vezes um pouco arriscadas , não impressionaram
os "Pré-historiadores" e nem seus próprios concidadãos
: os arquivos do doutor desapareceram , e precisamos procurar um dia inteiro
, fazendo perguntas , para conseguir os poucos elementos que anotamos.
Agradecemos a solicitude do doutor Julien Rousseau , de Beauvoir-sur-Mer
, historiador emérito da Vandea.
Se o homem de Plessis-le-Fenouiller
foi contemporaneo dos dolmens, com certeza não era um atlante: parece-nos
muito mais lógico acreditar que o retrato do medalhão seja
o de um deus ou um antepassado venerado , pois os antigos celtas o cercaram
de escavações para água benta e com pegadas de cascos
de cavalo que, pela tradição , era reconhecidamente um dos
maiores animais-simbolo da Atlantida.
Assim sendo , o personagem
descoberto pelo doutor Baudoin poderia realmente ser o Homo Atlanticus,
como ele imaginava.
Extraido do livro O Livro dos Mundos Esquecidos
de R. Charroux --- Hemus ---
1975