Nenhum lugar do mundo produz flores e verduras
maiores e melhores do que Findhorn . Ali, as plantações são
vigiadas e auxiliadas por
seres da natureza. Findhorn ficou celebre pelos
experimentos com vegetais. Hoje é conhecida como a Universidade
da Luz . Mais do que
nunca , o mundo está precisando de outros
Findhorns. Porque a terra precisa de árvores, uma vez que as arvores
são para a terra o que a
pele é para o homem: uma proteção.
Estes textos mostram a história de Findhorn .
Findhorn é o sinonimo de uma deliciosa experiencia ecológica
da Nova Era, onde os seres da natureza, cooperando com pessoas de boa
vontade , transformaram uma gleba de areia estéril em terra
fecunda, mostrando ao mundo como os territórios devastados pela
imprudencia
e a maldade humana poderão ser reconquistados e transformados
em regiões produtivas e belas, bastando para isso que os homens
ouçam o
que esses seres têm para ensinar e com eles colaborem!
Em 1962 quatro escoceses que trabalhavam num hotel de luxo perderam
seus empregos . Eram Peter Caddy , sua esposa Eilen, Dorothy
Maclean e Lena Lamont. Não havia razão aparente para
essa simultanea perda de empregos mas o que causou ainda mais estranheza
é que ,
apesar de serem profissionais eficientes , essas pessoas não
conseguiam outro trabalho . Depois de inuteis tentativas , resolveram esperar
que a adversidade amainasse e foram viver em dois trailers que possuíam.
Como eram pessoas que não só trabalhavam mas estudavam e
tinham-se submetido a um treinamento espiritual , não se aflingiram
indevidamente e entregaram-se à vontade do plano superior. Eilen
era
também uma sensitiva , procurou orientação e nessa
procura recebeu instruções para que ela e seus companheiros
rumassem para a baía de
Moray , no Norte da Escócia , um lugar mais próximo do
Circulo Artico do que a cidade russa de Moscou . Lá havia um local
perto de um
acampamento para caravanas , denominado Findhorn . Situado num pequeno
cabo, era varrido por ventos glaciais e naquela parte do ano (
novembro ) os dias eram curtos e quase sem sol. Dificil imaginar um
lugar mais inóspito mas, pensavam eles ---
que já o conheciam
--- seria uma parada curta , temporária , enquanto
aguardavam os esperados empregos! Para lá se dirigiram. E acamparam.
Como eram pessoas com conhecimentos espirituais , compreenderam que
algum motivo deveria existir para essa mudança brusca de destino
e moradia, e não desprezaram a oportunidade do isolamento obrigatório
para prosseguir com seus estudos. Eileen , continuando com suas
meditações diárias , quase que imperceptivamente
entrou em sintonia com os seres da natureza que começaram a dar
isntruções ao grupo.
Quando a primavera chegou --- eles ainda em
Findhorn e ainda sem emprego --- sabiam
o que deveriam fazer e como proceder:
trabalharo solo para melkhorar o ambiente e seu cardápio! Haviam
sido instruidos como enriquecer o solo sem colocar produtos quimicos.
Possivelmente por serem totalmente inexperientes em jardinagem e horticultura
, não tinham idéias préconcebidas quanto à
qualidade
paupérrima do chão que , sendo composto de areia e pedregulho
com uma fina camada de terra por cima, dificilmente se prestaria ao plantio
de verduras! Puseram mão à obra e começaram a
preparar o local para a horta.
Saíram à procura de produtos organicos naturais para enriquecer
seu cantinho de areia e o primeiro tesouro encontrado foi um montão
de
capim apodrecido que transportaram para o acampamento. Pouco depois
um conhecido que criava cavalos ofereceu um lote de estrume e
permitiu que apanhassem o esterco que encontrassem nos pastos. Arramcavam
as algas marinhas que ficam presas aos rochedos perto do
mar, trabalho duro e até perigoso mas compensador , pois essas
algas continham grandes quantidades de produtos químicos que fertilizavam
o solo. Estavam precisando de palha para ajuntar ao montão de
lixo que tinham conseguido , quando foram procurados por um vizinho que
perguntou se não gostariam de apanhar um fardo que havia caio
ao lado da estrada! Uma destilaria ofereceu seus residuos de cevada , outro
poderoso fertilizante natural. Andando pelos arredores, Peter Caddy
, o chefe da operação, viu um carneiro que havia se enroscado
no
arame farpado da cerca. Soltou-o e avisou o fazendeiro que, agradecido,
presenteou-os com um carregamento de estrume. Uma mercearia
deu um lote de batatas e verduras estragadas e um vizinho que estava
desmanchando seu barracão , oferecu o madeiramento que o grupo
de Findhorn precisava para construir uma cerca. Tudo que necessitavam
vinha às suas mãos como que por "milagre" , mostrando que
uma
força inteligente trabalhava segundo um plano preestabelecido.
Eram os espiritos da natureza que se faziam conhecer atravé das
instruções
que a sensitiva recebia e que davam ao solo a energia vital, sem a
qual a Operação Findhorn teria fracassado!
Aqui fazemos uma curta digressão pois temos que apresentar ROC
, uma pessoa que foi levada a Findhorn depois que o grupo inicial havia
se instalado. Era um ex-operádor de um navio de transportes
durante a Segunda Grande Guerra Mundial . Quando a guerra terminou, ROC
( R. Ogilvie Crombie ) ingressou na Universidade de Edimburgo, na Escócia
, mas por ter sido vitimado por grave molétia foi forçado
a
abandonar os estudos. Durante sua longa convalescença começou
a interessar-se por assuntos relacionados aos poderes paranormais do ser
humano e quando sarou , voltou a morar na cidade de Edimburgo
onde teve uma experiencia nesse campo que revolucionou a sua vida .
Conta ROC que , como gostava de lugares ermos, passava longas horas
no Jardim Botanico e certo dia , sentado na relva, encostou-se a
uma arvore . Uma estranha paz invadiu-o no tranquilo silencio , ele
observava a natureza que o cercava. repentinamente viu uma curiosa
figurinha, meio gente, meio animal , que saltitava na grama. Pensando
que estava sofrendo de uma alucinação , fechou os olhos mas
com os
olhos cerrados não via o fauno. Quando os abria, lá estava
ele que aos poucos se aproximava. Quando chegou bem perto, ROC
cumprimentou-o dizendo :
"Älô"
Assustado o fauno deu um pulo e perguntou :
"Você me pode ver? "
"Sim!" --- respondeu ROC .
"Mas os humanos não nos veem!" ---
retrucou o fauno. Assim os dois começaram a se compreender e entabularam
uma relação de
amizade , o pequeno fauno iniciando um trabalho de grande importancia
que tinha que fazer com ROC --- prepara-lo para
um encontro
decisivo em sua vida, que se deu da seguinte forma:
Voltava ROC para casa à noitinha e, passando
por uma das tranquilas ruas de Edimburgo, sentiu que penetrava num ambiente
diferente,
singular . Parecia que estava nu e que o ar ficara
tão denso que o sentia na pele, morno e vibrante como leves choques
elétricos ou
delicadas teias de aranha a roçar contra
o seu corpo. Quando aproximou-se de um espaço entre duas casas ,
sentiu que algo ainda mais
estranho estava para acontecer . De repente viu
um ser gigantesco caminhando a seu lado --- meio
homem , meio animal --- que
irradiava uma enorme força. Era um outro
fauno , mas não podia ser seu pequenino amigo que havia crescido
a tais proporções . . .
Naquele instante o fauno virou-se para ROC e
começou a conversa mais curiosa que se pode imaginar . Apresentou-se
em primeiro lugar.
Era o grande Pã que a mitologia grega
cita e que a Igreja Cristã havia usado para exemplificar, erroneamente
, aquele ser que ela chamava de
Satanás! O grande Pã , conhecendo
o terro que muitos cristãos tem por sua figura , o que muito
o entristece , queria saber se ROC também
o temia ou se lhe inspirava repulsa. ROC asseguou-lhe
que não e de seus sentimentos profundamente fraternos pelos seres
da natureza!
Mais aliviado , Pã continuou a conversando
e acompanhou ROC até a porta de seu apartamento quando se tornou
invisivel. ROC , apesar
de não poder vê-lo , sentia sua
presença dentro de casa. Esse foi o primeiro encontro . Outros seguiram
e os dois tornaram-se bons amigos,
Pã explicando os seus planos que estavam
relacionados a Findhorn, para onde ROC deveria dirigir-se. ROC não
hesitou --- partiu para lá
e integrou-se ao grupo de Peter Caddy . Pã
, por sua vez , iniciou sua parte na tarefa de reconstrução
de Findhon.
Sendo pequena a área e como era , também
, uma experiencia novel , ogrupo reuniu-se para decidir com o que iriam
iniciar a horta.
Resolveram que seria com repolhos e calcularam
que , se vingassem e pesassem mais ou menos dois quilos cada, teriam uns
quinze quilos
que bastariam . Plantaram , pois, oito sementes
mas o resultado foi desconcertante, pois alguns repolhos chegara a pesar
mais de inte quilos
cada ! E uma semente de bróclos
, plantada ao mesmo tempo , deu uma arvore de brócolos que serviu
para alimentar o grupo durante
semanas . . .
Quando o talo precisou ser arrancado , o peso
era tanto que Peter Caddy quase não teve forças para carrega-lo
Nessa primeira estação o
grupo plantou 65 qualidades de verduras , 42
de ervas de cheiro e 21 de frutas, algumas que não era naturais
a lugares frios.
Os resultados conseguidos começaram a ficar
conhecidos e Findhorn foi por fim visitado por um representante do Departamento
de
Agricultura que pediu licença para tirar
uma amostra da "terra" . Quando a examinou imdiatamente declaou que precisaria
de pelos menos
80 gramas de sulfato de potássio por metro
quadrado. Caddy explicou que não empregava fertilizantes artificiais
ou químicos em Findhorn,
ao que o digno representante do Departamento
da Agricultura respondeu que os produtos "naturais" eram inadequados
para suprirem as
deficiencias do solo e para explicar os motivos
de sua abalizada e técnica opinião levou duas preciosas horas.
Enfim , levaria a amostra para
ser examinada pelo Departamento Técnico
em Aberdeem . Seis semanas mais tarde voltou trazendo o resultado
da analise . --- Não
havia deficiencias no solo. Perplexo, convidou
Caddy a explicar num programa de TV quais os métodos adotados em
Findhorn que tornava
os métodos adotados em Findhorn que tornava
areia estéril em terra fertil!
A fama de Find horn começou a correr o
mundo e pessoas de todos os apises o visitavam . O grupo de Caddy acbou
recebendo uma oferta
para trabalhar num belo lote de terra, completamente
cercado , com grandes estufas de vidro ( e dinheiro , bem entendido ) mas
apesar de
sentir-se tentado , o chefe do grupo recusou
, pois todos já haviam percebidos que os resultados obtidos em Findhorn
não eram normais,
que havia um plano por detrás de tudo.
Compreenderam enfim por que não conseguiam empregos ! Era preciso
que se dedicassem
inteiramente à experiencia novel que estava
sendo eita em Findhorn que resultaria em beneficios ao mundo inteiro tão
necessitado de
recuperação ecológica.
Até então só verduras e plantas
rasteiras haviam sido plantadas. Como a tentativa havia sido coroada de
exito, outra fase foi iniciada: a do
plantio de arvores de maior porte
--- de sombras e frutiferas --- e arbustos.
Com a chegada da primavera Caddy achou de
iniciar-se essa segunda etapa com uma castanheira e alguns arbustos já
escolhidos. Pã foi
consultado e prometeu a sua cooperação.
A castanheira cresceu normalmente apesar do verão que se seguiu
ter sido excepcionalmente
quente e seco, e os arbustos , que haviam sido
colocados na mais pura das areias ( o fertilizante natural já havia
acabado ) , floriram.
Anos mais tarde , quando o grupo de Caddy já
havia adquirido um lote de terra vizinho a Findhorn , perto de seiscentas
faias foram
plantadas para cercar a área , e sobre
essas faias Caddy conta uma curiosa história. Alguém havia
visto um anuncio oferecendo árvores já
crescidas em oferta especial . Mandaram o dinheiro
e nove dias mais tarde foram avisados que as arvores estavam na estação
. Seu estado
era deplorável ---
as raizes e folhas , secas e enrugadas , mas Pã foi convocado
e ele e os devas prometeram um cuidado todo especial
para elas. Foram também plantadas na areia
e vingaram e floresceram!
Um pomar foi formado e os que visitaram o lugar
exclamavam que jamais haviam visto tanta abundancia e frutas e verdura
tão saborosas.
Sobre esse pomar também contam outro incidente
curioso . As arvores cresciam e o lugar precisava de uma capinada , mas
o "mato" estava
em plena floresccência. Assim mesmo cortaram
as plantas . ROC , que viajara , chegou logo após a chacina
e ao descer para a praia ,
sentiu-se perseguido por uma legião de
irados elfos que pediam satisfação por terem tido seus lares
destruidos . Viviam nas flores, diziam
eles , e agora não tinham onde morar.
Não trabalhariam mais em Findhorn ! Quando ROC descobriu o que havia
acontecido , pediu
desculpas e explicou aos elfos que os humanos
não sabiam que as flores eram habitadas.
Com essa explicação os animos exaltados
se acalmaram e mais tarde a sensitiva recebeu uma mensagem que dizia que,
sendo Findhorn uma
experiencia pioneira , a cooperação
entre os homens e os seres da natureza era bidirecional e era imprescindivel
que todos se abstivessem
de desagradar a quem quer que fosse! Não
bastava "acreditar" e pedir ajuda. Era preciso respeitar os seres da
natureza e sua obra ---
as plantas . . .
Os antigos aceitavam a existencia dos seres da
natureza , mas os supersensiveis orgãos que permitem a sua percepção
atrofiaram-se no
homem moderno que desenvolve unicamente o seu
intelecto. Para eles esses seres não passam de figurinhas em histórias
para criançasou,
então, lendas da mitologia ! Mas
o breakthrough --- a penetração em
território desconhecido --- representado
pela experiencia feita
em Findhorn mostra que os seres da natureza existem
e mostra , também, que se os homens se ligarem mais a eles
e escutarem seus
ensinamentos , a nossa triste e violentada Terra
terá condições de volta à sua primitiva beleza.
Todos os ensinamentos recebidos pelo grupo deram
resultados excelentes . Quando seu auxilio era solicitado , não
negavam sua
cooperação ---
assistencia que prestavam era exatamente aquela que as plantas precisavam
, mostarndo que conheciam as deficiencias e
tinham não só o poder mas o conhecimento
técnico , qualidade tão apreciada hoje em dia pelos grandes
capitães da industria . . .
Entre todos os ensinamentos prestados ao grupo
, um que foi mais enfatizado é que a Terra precisa de arvores ,
muitas e de grande porte ,
pois arvores são para esse planeta o que
a pele é para o homem . E se os humanos se afastarem deles e continuarem
a transgredir as leis
que mantem o equilibrio ecológico , esses
seres se retirarão , levando consigo o poder de curar , sanar ,
transforma nosso solo doente e
sobre a Terra se abaterão as forças
destrutivas que ela não terá mais condições
de conter!
Educação
e Findhorn
=============
Os horizontes de Findhorn vêm se expandindo
continuamente . Eles se alargaram para conter muito mais do que a pequena
vila de trailres
e bangalôs onde vivem seus membros. Findhorn
revelou-se como uma Universidade da Luz --- "cidade
do Universo" buscando
incorporar a claridade de uma nova consciencia.
Em Findhorn estamos aprendendo a ser servidores
do mundo . Achamos que , recriando principalmente a nós mesmos ,
podemos depois
recriar o planeta , trabalhando para dissipar
as sombras que agora oprimem e substitui-las por paz e luz. Enxergar a
luz dentro de nós é a
unica maneira de nos recriar. À medida
que a luz aumenta dentro de nós , o planeta fica mais claro.
Quem vem para Findhorn participa de uma experiencia
de transformação e revelação . vendo emergir
novas dimensões de sí mesmo. O
individuo faz frente ao desafio de abandonar
velhos hábitos e padrões de comportamento, para descobrir
no lugar novo potencial e
criatividade.
Findhorn mantém um ambiente onde cada indivíduo
encontra a experiencia que sua educação em particular necessita.
Trocando nossas
experiencias , visão das coisas e sentimentos
através de um diálogo criativo , extraímos uns dos
outros nossos talentos únicos e capacidades
inerentes. Limitações e diferenças
são colocadas de lado para que se consiga entrar numa unidade sinergética.
Estamos aprendendo continuamente a reconhecer a divindade dentro de nós mesmos e dentro dos outros habitantes de nosso meio.
A comunidade Findhorn demonstra que com Deus o
aparentemente impossível se torna possível . Em doze anos
Find horn cresceu de seis
pessoas , vivendo num pequeno trailer em um depósito
de entulho , para uma comunidade-modelo de duzentas pessoas vindas de várias
partes do mundo. Buscamos a unidade através
da diversidade. Viver na Nova Era é aspirar por novas dimensões
de ser, revelar a
criatividade e a vida inerente a todos nós.
Chegamos à realização de que dentro de todo individuo
reside a semente da consciencia divina ,
uma semente esperando pelo sopro de vida. Não
há caminho a seguir com direção à Nova Era
. Não há plano mostrando como faze-lo
acontecer. Somos os administradores do planeta
, vivendo no momento , seguindo a direção de Deus, aprendendo
a recriar a nós mesmos e
ao nosso mundo.
A palavra de Deus não está limitada
a umas poucas pessoas . É infinita fonte de amor e inspiração.
dentro de cada individuo. Em Findhorn
buscamos nos tornar unidade com aquela fonte
, permitindo que ela nos guie para encarar as necessidades de cada momento.
Em Findhorn, na Universidade da Luz a maior e
mais importante parte do curriculum é o programa de trabalho. Todo
individuo ao chegar a
Findhorn , é convidado a trabalhar em
um dos departamentos , que incluem --- entre outros
--- o jardim , a cozinha , construção e
manutenção , artes , artesanato
, escritório , loja , o setor de audiovisual e de publicações.
Ele passa a fazer parte do departamento que lhe
parece mais adequado às necessidades e
habilidades , atento também ao serviço que pode prestar ao
aspecto comunitário da Universidade
da Luz.
Cada departamento inicia sua manhã com
um periodo de silencio , quando seus membros se unem através da
consciencia de uma finalidade
comum e procuram elevar-se a um nivel de unidade
, amor e cooperação , carregando consigo esse senso de unidade
através do dia. Esse é
o ato de sintonia, chave de todos os nossos esforços.
Em Findhorn frequentemente se fala de trabalho
como "amor em ação". O trabalho é o meio pelo qual
demonstramos os princípios e
crenças em que estão baseadas nossas
vidas. Descobrimos que as pessoas podem trabalhar em amor e harmonia uns
com os outros e com a
vontade divina , conscientes de sua unidade com
toda a criação.
No jardim , por exemplo , cada jardineiro é
desafiado a criar uma relação cooperativa com seus ompanheiros
de trabalho e com as próprias
plantas. Ele é também encorajado
a cultivar sua sensibilidade com relação a animais, insetos,
às formas de vida dévica e elemental e com
relação às ferramentas que
usa. O trabalho diário dá à pessoa tanto
a oportunidade quanto a responsabilidade de penetrar numa experiencia
educativa com todos os habitantes do seu
meio. Descobrimos que cada situação em Findhorn é
potencilamente uma situação educativa ,
dependendo de nossa habilidade e sensibilidade
para receber as suas lições.
É trabalhando juntos e encarando cada incidente
do dia como provisão para o crescimento individual que podemos alcançar
e manter o alto
nível de consciencia unificada dentro
da comunidade.
Findhorn
como Universidade de Luz
========================
Nos últimos doze anos a experiencia de
Findhorn cresceu desde uma familia até uma comunidade espiritual
de duzentas pessoas. Ela
tornou-se um lugar onde várias religiões
, culturas, tradições e nacionalidades se misturaram com
mesmo propósito e visão de construir o
reino de Deus na Terra. A ênfase tem sido
dada sobre a construção da estruturas e formas que possibilitem
a expressão do espírito do novo
Cristo , agora ativo em todo o planeta. À
medida que cada individuo dá livremente de seus talentos , ele experimenta
mudanças ,
transformações e libera um potencial
desconhecido de dentro dele. Assi, inerente à experiencia comunitária
está um processo de educação ,
autodescoberta e autotrascendencia que, pode
liberar energias de amor , luz, prazer e paz que curam o planeta.
Como uma comunidade nós realizamos um propósito
mais profundo , não como uma alteração mas como a
consequencia natural do que
acontecia antes. Fazemos soar uma nova nota,
apresentando uma nova imagem de nós mesmos. Findhorn como Universidade
da Luz não é
diferente de Findhorn como comunidade. Ela apenas
engrandece , enriquece e acrescenta significado mais profundo à
experiencia da
comunidade . A Universidade da Luz é
simplesmente um lugar "voltado para a Luz Unica", onde todos os nossos
pensamentos e ações
buscam covergir para a realização
do plano divino na Terra. Não há grupo que exista independente
do resto da humanidade e nós
procuramos cumprir nossa parte mantendo um ambiente
onde o individuo possa experimentar um novo nascimento e então contribuir
para
a recriação do planeta.
As fundações têm que
ser construidas , solidamente estabelecidas e fundadas na rocha de nossa
fé em Deus e na nossa relação uns com os
outros , à medida que aprendemos a viver
num espirito de irmandade e criatividade. Nós agora buscamos conscientemente
um treinamento
para servir o planeta , para adquirir maior equilibrio
e expressa maior integridade. Queremos estender a mão para nosso
mundo e partilhar
com ele os frutos de nossa consciencia e experimentos.
A forma com que esse treinamento se dá
é através de um programa de trabalho que integra os conceitos
espirituais com a atividade diária,
através da faculdade que promove claridade
e síntese mental, através das relações humanas
que ajudam a estabilizar e fortalecer os padrões
emocionais e através da reunião
de toda a comunidade para a afirmação de nossa visão
espiritual. Todo esses elementos fazem a matriz de
nossa educação e transformação
. Essa é a essencia da Universidade da Luz.
Não estamos preocupados com educação
no sentido acadêmico de estudos intelectuais , embora eles tenham
seu papel . Estamos lidando
com um processo de descoberta ao nível
do individuo , do grupo e do planeta. Findhorn não é um lugar
onde as pessoas podem
simplesmente viver e morar. Ë muito mais
do que isso . Deve haver uma dedicação completa e a vontade
de submeter-se ao processo de
transformação. Porque é
naquelas almas onde ressoa o sonho de aprender a consctruir , dar e servir
que repousa a chave para o
renascimento individual e planetário.
A pergunta o que é Deus é uma questão
que cada individuo deve fundamentalmente responder por si mesmo , pois
nessa resposta ele
aprofunda a consciencia e o conhecimento de sí.
Deus está além de toda a tentativa de definição
. Ele é tanto pessoal como impessoal ,
presença com quem se pode comunicar ,
nosso amado, ou pai ou mãe, ou qualquer outra relação
que dê alimento àquele ser, ou ele é uma
vasta força impessoal , espirito que se
move além dos trabalhos da criação. Ele é imanente
e transcendente . Ele é , na verdade , tudo o que
necessita ser para aquela alma em particular
, para possibilitar àquele individuo revelar-se e descobrir a divindade
dentro dele.
Aqui em Findhorn nós reconhecemos Deus
de tantas maneiras quantas nossa consciencia possa encerrar , estando ao
mesmo tempo abertos
para novas revelações do significado
e caracteristica da divindade. É nossa função particular
, no entanto, demonstrar a realidade de Deus
como uma presença viva da maior sabedoria
, amor , vida e verdade, trabalhando conosco na intimidade de nossa vida
diária. Não
personalizamos essa divindade em nenhuma forma
que possa limita-la, pois reconhecemos que sua presença só
pode ser verdadeiramente
conhecida em cada um de nós à medida
que formamos nosso relacionamento com ele.
Qualquer ser pode incorporar a divindade porque
todos os seres são essencialmente divinos. Em todos os estágios
de nossa evolução,
portanto , há seres de maior estatura
que são como Deus para nós , e podemos olha-los como a personificação
do divino. Quando, porém ,
evoluímos para aquele nivel , entendemos
que a divindade segue além daquele limite e ainda estamos longe
de encerra-la completammente.
Podemos também aprender que a divindade
é a presença de vida criativa altamente consciente de sí
mesma e de seu mundo , procurando
sempre , por meio de novas criações,
estabelecer e manter a integridade dentro daquele mundo. Deus , portanto
, é tão pessoal quanto o
individuo que sente ao nosso lado no ônibus
. É tão pessoal quanto a inspiração que cresce
dentro de nós, tão proximo quanto nossa
própria respiração e no
entanto , se escolhemos vê-lo em termos cósmicos , ele é
mais vasto do que a mente humana pode compreender.
Aqui em Findhorn , escolhemos demonstrar a proximidade
de Deus , e seu trabalho prático em nossas vidas. Estamos sintonizados
no seu
aspecto imanente e seu trabalho para criar um
novo mundo .Estamos muito preocupados em demonstrar a vida de Deus nas
situações
humanas práticas de todo dia. Acreditamos
que cada individuo deve encontrar Deus de sua própria maneira, e
reconhecemos que Deus tem
tantos aspectos quantos individuos se relacionem
com ele. Porque Deus é o Todo em Tudo, êle é tão
pessoal quanto impessoal, tão aberto
ao entendimento quanto incompreensivel . Não
podemos dizer que Deus é uma coisa e não outra , pois ele
é na verdade a própria
essencia da integridade e está com cada
pessoa da maneira como aquela pessoa pode melhor entendê-lo e relacionar-se
com ele.
O Jardim
Findhorn
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Para muitas pessoas Findhorn .e mais ou menos identificada com o jardim . Mas o jardim não é simplesmente um belo ambiente para ser apreciado pela comunidade e admirado pelo visitante . Ao contrário , como diz David Spangler : "O papel do jardim Findhorn tem sido demonstrar uma forma especial de cooperação com a natureza, baseada na visão da vida inerente e inteligencia intencional da natureza".
A importancia do jardim, então só pode ser completamente avaliada diante da experiencia do mundo de hoje, onde a natureza é amplamente considerada como pouco mais que uma "coisa" material a ser manipulada e explorada pelo homem para seu próprio ganho, objeto intratável a ser dominado e modulado conforme seus fins egoistas.
É aspiração da Comunidade Findhorn ajudar a abrir caminho para uma nova atitude com relação à natureza e iniciar a transição entre esse relacionamento de dominação e uma consciencia da inter-relação de todas as vidas , levando o homem e a natureza a uma integridade e sinergia criadoras.
Isso está sendo feito através de um programa duplo: primeiro , explorar todo o dominio da comunicação com o espirito e a vida que são a realidade interior além das formas exteriores da natureza; e segundo , dirigir o trabalho prático do jardim de acordo com essa comunicação.
O jardim começou quando Peter decidiu plantar legumes para a sua familia. Desde então, passo por passo , o jardim tem crescido para tornar-se um lugar de beleza , integrado nos três acres de terra onde a comunidade vive; sinuosos caminhos com canteiros de flores e plantas de rocha em volta dos bangalôs , o movimento circular do gramado com o jardim aquático , o jardim de musgo e rocha no parque , o recém-formado pinheiral que terá arvores de copa densa e arbustos com áreas isoladas para se sentar, e a horta , que antes provia as necessidades de uma familia, e agora supre a comunidade com saladas no verão (brassicas ) e alho porro no inverno --- tudo demonstrando a realidade interior do divino numa amostra de energia e cor que delicia o visitante e surpreende o especialista.
O jardim Findhorn não é apenas outro lugar para se ver. Ë uma demonstração da verdade de que existem seres em outras dimensões de energia que são diretamente responsáveis pelas formas da natureza. Esses seres são os arquitetos e engenheiros da natureza , conhecidos como os devas e elementais.
Dorothy Maclean , que nos primeiros tempos uniu-se a Peter e Eilen , descobriu que era capaz de comunicar-se com o reino dévico . As mensagens que recebeu tiveram papel definitivo na história do jardim: algumas abriram caminho para uma nova consciencia do homem com relação à natureza; algumas falavam com urgencia da necessidade do homem conhecer e cooperar em amor com os espiritos da natureza, para ser capaz de sobreviver; e outras deram direções explicitas sobre como cultivar e proteger certas plantas.
Logo ficou claro que as leis aprendidas no jardim são as leis da própria vida. A vida como um todo é vista como uma aventura em cooperação com o nosso meio , com nossos companheiros e com nossa dinvindade interior.
À medida que as pessoas aprendem a viver neste amor e harmonia , conforme trabalham juntas pela realização material e espiritual , experimentarão a mudança de consciencia que é a realidade da Nova Era. Elas começarão a saber o que significa recriar o mundo inteiro e introduzir a Nova Era , "uma idade de ordem , beleza e perfeição em todos os niveis".
A comunidade vive em trailers e bangalôs , a maioria deles ocupados durante todo o ano. Alguns , porém , estão sempre disponiveis a visitantes , inteiramente mobiliados e com instalações modernas . Roupa de cama e banho são também fornecidas.
Somados aos trailers e bangalôs , há os edificios principais que servem a vários propósitos na vida da universidade : o Centro Comunitário , que inclui cozinha , sala de estar e refeitório. Refeições vegetarianas são servidas ao meio-dia e à noite. Todo sábado depois do jantar a comunidade se reune para trocar informações e experiencias da semana passada. recentemente a comunidade adquiriu uma grande casa com biblioteca e salllas de estudos , conhecida como O Parque . Há ainda um pequeno teatro para apresentações de filmes , audiovisuais , grupos de estudo ou apresentações artisticas . O estúdio de artesanato está alojado numa série de quatro prédios , cada um dedicado a um ofício especifico, incluindo trabalho em vela, cerâmica , tecelagem , silkscreening e desenho. Há alguns prédios menores espalhados por toda a comunidade que são usados como escritório e sede administrativa. Um grande prédio para impressão e edição acaba de ser construido , alojando as Publicações Findhorn . À disposição dos membros da comunidade, assim como dos residentes locais e turistas , há um posto de vendas de comestiveis , objetos de uso diário e uma seleção de artesanato , teipes e literatura . Está sendo construido um grande Centro Universitário com teatro , salas para seminários , para trabalho em artesanato , salas de estar , um estudio de gravação e uma grande sala de palestras . O coração da comunidade é o santuário, onde cada dia se inicia com meditação e comunhão em silêncio.
Os trailers , bangalôs e a maioria dos edificios principais são rodeados de gramados, arbustos e pequenos jardins; grandes canteiros de flores e verduras estão espalhados por toda a comunidade.
A comunidade está localizada no estuário do rio Findhorn ao lado sul do fiorde de Moray. O campo próximo oferece muitas oportunidade para atividades ao ar livre; montanhas , rios, colinas , lugares históricos e lindas paisagens .
Cercado em três lados por água , Findhorn usufrui de um clima relativamente moderado . No entanto , ventos fortes podem soprar a qualquer tempo do ano e é aconselhável trazer roupa quente. É também conveniente que o visitante inclua em seu guarda-roupa uma muda de roupa de trabalho , assim como roupa para a noite, confortável e informal.
Endereço de Findhorn : Findhorn Foundatio
, The Park , Findhorn Bay , Forres, Moray , Escócia.
Endereço na Internet : http://
www.findhorn.org
Porque hoje, após manifestarem-se há decadas , os habitantes do mundo invisivel atraíram suficientemente nossa atenção para um outro nível de consciencia , para uma nova maneira de nossas consciencias operarem, uma possibilidade de criar uma espécie de tecnologia do invisivel , da consciencia-energia , de modo que é quase inútil recorrer a nossos arquétipos, nossos mitos e nossas lendas . . . Findhorn manifesta pela criatividade esta nova dimensão da consciencia , e isto é o essencial.
Em Findhorn não existem leis ou mais propriamente , não há lei institucionalizada . Constatei na Escócia o que ouvi nas conferencias de Omraam Maikhael Aivanhov : "O amor , como o sol , organiza a vida . . . Organizado significa vivo, porque é a vida que organiza as coisas . . . A vida e o amor são a mesma coisa". Existem leis , mas são as "leis da natureza viva". aplicadas e utilizadas com plena consciencia pelos que lá vivem. E não é facil faze-lo . Aceitar intelectualmente as experiencias de Cleve Backster sobre as plantas é uma coisa; outra coisa é aceitar na própria vivencia, ou seja , na própria vida, no próprio eu, que as pedras, os metais e as plantas têm uma consciencia organizada, que sejam "inteligentes". É necessário um esforço prodigioso para conseguir a libertação de todo o antropocentrismo que impregna nossa cultura . A propósito, é conveniente uma leitura de Stalking the Wild Pendulum , do físico norte-americano Bentov , para uma melhor compreensão de como a física atual permite a realização de uma ponte conceitual entre a tradição e o futuro . "Se chegarmos a ele", voc6es devem ter pensando.
"Chegaremos ". dirão os rostos sorridentes de Findhorn , "é necessário que tenhamos pensamentos positivos". "As formas-pensamentos", dirão voces , "Não são novidades". Exato . Mas então , diga-me vocês que sabem tanto: por que falam tanto em catastrofe , em fim do mundo , cataclismos? Voces desejam realmente tudo isto? Será que vocês desejam até mesmo ser "suicidados", por não terem energia nem mesmo para faze-lo? Tudo isto para dizer-lhes que, se têm todas estas idéias negativas na cabeça , não vale a pena irem a Findhorn : não é um lugar para vocês.
Findhorn é um organismo vivo e, como todos os organismos vivos , só aceita o que lhe é semelhante: vivo! É conveniente , portanto , que procuremos definir quais são as leis da natureza viva capazes de serem encontradas na comunidade. A primeira delas nós já vimos, é a do amor, do pensamento positivo. A fundação é uma universidade da consciencia . Os que vêm fazer um estágio aprendem a aumentar seu nível de consciencia , a dominar sua consciencia da vida. Por exemplo: aprendem a nunca utilizar a palavra se, mas quando . . . , a não se projetarem num futuro imáginário normalmente irrealista , mas no aqui e no agora, na totalidade da realidade presente, e não cinco minutos antes ou depois.
Isto nos conduz , evidentemente , a uma segunda "lei" de Findhorn : a da sinergia criativa. A ordem é celular e não piramidl . Não há maioria , nem minoria. Cada um realiza suas funções como se fosse uma das células de um grande corpo: em beneficio de todos. A conduta se baseia não numa abordagem analítica da vida a todos os níveis , mas numa abordagem sinética:
--- une-se ao invés
de isolar;
--- são considerados
os efeitos das intenções , e não sua natureza;
--- integram-se a duração
e a irreversibilidade , ao invés de se considerar os fenomenos como
reversiveis;
--- a ação
é conduzida pelo objetivo, com um conhecimento dos fins, dos modelos
a atingir , ao invés de segfuir uma ação programada
em detalhes mas de objetivos mal definidos, etc.
Em resumo: tudo concorda ! A pequena comunidade da familia Caddy crescu e multiplicou-se ( uma dezena de pessoas nos anos sessenta , quarenta e cinco no Natal de 70 , cento e setenta na primavera de 73) , até institucionalizar-se oficialmente numa fundação internacional visitada regularmente por especialistas da FAO e de diferentes instituições especializadas da ONU.
Neste mesmo tempo , de outro lado do Atlantico , os neognósticos de Princenton desenvolviam os conceitos de "consciencia-energia" , de "universo-espírito", os biólogos descobriam estupefatos que hoje somos, quase todos , deficientes mentais : hipertrofiados em nosso hemisfério cerebral esquerdo ( reduto da analise e do pensamento linear . . . do discurso! ) e subdesenvolvidos em nosso hemisfério cerebral direito ( reduto da sintese da visão tanto fisica , ocular , quanto psíquica) ; os economistas informáticos criaram , a partir das descobertas da biologia e da bioquimica ( reduto da analise e do pensamento linear . . . do discurso!) e subdesenvolvidos em nosso hemisfério cerebral direito ( reduto da síntese da visão tanto física , ocular quanto psíquica); os economistasinformáticos criaram , a partir das descobertas da biologia e da bioquimica , um novo instrumento, "uma ferramenta diferente das outras", como disse Joel de Rosnay no livro Le Macroscope , "porque é um instrumento simbólico , feito de um conjunto de métodos e técnicas tiradas de diferentes diciplinas". Esta nova ferramenta é chamada hoje de abordagem sistêmica. Enquanto os cientistas davam um novo olhar sobre a natureza , outros experimentavam no concreto do cotidiano , ao nível dos tomates e das ervilhas , suas novas teorias sobre a vida, sobre o universo . . . e lhes davam razão!
Os pioneiros de Findhorn não são "hippies", "esquerdistas", ou "inadaptados". Pelo contrário, espantou-me a qualidade das pessoas que lá encontrei . Diversas vezes , amigos anglófonos disseram-me que Findhorn é uma peregrinação planetária, da mesma forma que Sarnath , por exemplo, onde Buda pronunciou seu primeiro sermão. Peregrinação? Sim, incontestávelmente , é um lugar onde o homem se banha numa espécie de ganges do futuro, no que será o mundo do amanhã . Todos os peritos em ecodesenvolvimento passam um dia por lá. Mas além deles , e também , sem contar, os três mil "peregrinos do futuro" anuais , a fundação se enriquece ainda com os novos membros que são, desde o inicio ( ou seja , desde sua chegada a Findhorn ) , uma elite: elite intelectual , artistica, profissional ou simplesmente , elite da inteligência e do coração.
Encontrei em Findhorn o diretor cientifico da Commonealt ( Comunidade Britanica ), ou seja , de um quarto do planeta , e também especialistas da ONU , arquitetos , médicos , enfermeiros , professores de todas as disciplinas , artistas, entre os quais um célebre pintor novaiorquino, executivos e operários: encanadores, jardineiros , mecânicos . . . Todos trabalham em grupo, na "consciencia-de-grupo". Como eles, também desejei integrar-me numa "semana de experiencias em Findhorn" , no anonimato, para compreender plenamente , do interior e não sómente com meu hemisfério cerebral esquerdo, o que se passava. Dei boas risadas ao ouvir o pintor norte-americano dizer: "Eu nunca usara um aspirador de pó e posso dizer que não é tão desagradável quanto imaginava". Ele encontrou a palavra certa: tudo está em nossa imaginação. Nós próprios criamos nossa realidade! Trabalhei como carpinteira e redescobri a alegria de plantar uma arvore ao vento.
Esta comunidade de consciencia pode ser compreendida também como uma união numa fé comum, que permite a cada individuo encontrar em si seu próprio eu, sua voz interior indicada por Deus, o porquê dele ter sido feito , o caminho por onde melhor manifestar seu potencial : trabalhar sobre sí mesmo, sem descanso e alegremente. Sem pessimismo, sem hipocrisia, sem falsa piedade e, principalmente , sem autopiedade . . .
Em Findhorn somos todos considerados potencialmente "deuses em ação" , receptáculos do God Within , da divindade interior , este estado de "consciencia da Consciencia" é , precisamente, "o meio pelo qual os membros da comunidade se fundem com todos os seres humanos, qualquer que seja sua raça , cor , seu meio ou crença: fundem-se a qualquer vida, pois Deus está em todas elas".
É por isso que em Findhorn encontramos discipulos de Gurdjieff, rosacruzes, anglicanos , católicos, budistas, muitos steinerianos , assim como há comunistas, papistas , monarquistas, etc . . . , Todas as escolas espirituais estão representadas. Depreferencia , pode-se dizer , as mais heréticas . Fala-se, evidentemente, de reencarnações. O Egito Antigo eo catarismo são objetos de conversas ao redor das mesas de madeira encerada da grande sala de jantar . Não existem cartazes de "proibido fumar" . Acontece naturalmente . Os que fumam ( são raros os que ainda estão muito intoxicados ) saen do aposento para não incomodar os outros . Os fenomenos psi são frequentes , sonhos premonitórios, telepatia, etc . , como se , permanentemente , houvesse uma conversa silenciosa entre mutantes , de consciencia pafra consciencia. Não existem leis nem mestres exteriores. Todos vêm para encontrar o Mestre interior, o Silencioso . . .
Vocês acabam de verificar comigo como é dificil descrever Findhorn , descrever uma comunidade de "consciencias da Consciencia", por meio do verbalismo linear. Eu poderia ter falado de sua organização em vinte e cinco departamentos ( recepção , audiovisual, publicações , tecelagem, cer6amica, adolescentes, finanças, etc. ) , ou da "sintonização"entre os membros de um mesmo departamento antes de entregarem-se ao trabalho toda manhã : nas cozinhas, nas estufas , nas oficinas de carpintaria e mecânica , etc. Poderia ter falado do grande hall onde toda sexta-feira à noite ocorrem os sharing , espécies de assembléias nas quais os visitantes ilustres dão conferencias ( foi numa delas que ouvi o "homem das arvores ", promotor dos programas de antidesertificação nos EUA , principalmente) , as criações musicais , cênicas , etc. , da semana. As novidades da "rede Aquarius", que atualmente forma uma rede forma uma rede de consciencias de todo o mundo. Poderia ter falado da base aérea vizinha à fundação e que salienta, nos que aí se encontram , o ar de pioneiros prontos a partir para a viagem espacial que os levará a um novo planeta à espera de ser desbravado , ou um contato do terceiro grau.
Mais uma vez tive a impressão de encontrar-me entre indigenas do futuro. A Fundação Findhorn é um gigantesco laboratório onde os seres humanos experimentam a sí próprios , rejeitando o antropocentrismo de nossa concepção do universo , de nossa ação no universo. Lógicamente não é fácil , mas é fascinante! Em minha "semana de experiencia em Findhorn " , que na verdade foi uma "iniciação à consciencia de Findhorn", vi pessoas metamorfosearem-se em alguns dias: costas curvadas pelo peso de um intelecto separado da vida reerguerem-se, peles distenderam-se , tornaram-se luminosas, rejuvenescidas . O amor é irresistível!! Não o amor egoista , que aprendemos a procurar todos os dias e a prender em nossas casas. Não, falo do amor à vida. Mas há uma condição : aceitar deixar de colocar o ego à frente, aceitar abandonar a velha pele feita de separações, de limites e de limitações com os outros , para tornar-se um ser de comunhão , de ressonancia , de plenitude e universalidade . Aceita deixar de exercer nosso dominio sobre a natureza com finalidades puramente egoistas, mas cooperar com ela: trabalhar de outra forma. Pois existe outra lei da natureza viva em Findhorn , e seria possivel crer que foi anunciada por Jean Charon ou Henri Laborit :
"O trabalho é o amor tornado visivel"
Foi Khalil Gibran quem lembrou isto aos homens . . .
Sim , é muito dificil descrever Findhorn
: não se pode encerrar a vida na poeira de uma biblioteca!
Não passei lá mais que algumas semanas. Após uma tempestade
tão longa, foi um verdadeiro banho de juventude , de alegria e de
liberdade reencontradas . . .
Site de Findhorn : http://www.findhorn.org
Endereço: The Findhorn Foundation .
The Park , Forres IV36 OTZ , Escócia.
Extraido de um texto de Elsie Dubugras
, textos adicionais fornecidos pela própria comunidade e depoimento
da jornalista e escritora francesa Claudine Brelet ---
1976/1979