Quando os homens descobrem, em nosso planeta,
objetos descomunais, desenhos ou escritas que eles não
conseguem decifrar ou datar, nunca resistem à
tentação de atribuí-los a civilizações
desconhecidas ou
extraterrestres.
Esses mistérios, também, sempre são apresentados como uma espécie de mensagem.
Perto de Cambridge, na Inglaterra, podemos observar
de avião desenhos imensos em duas colinas chamadas
Gog e Magog e que não podem ser
observados estando em terra.
Sempre do alto, podemos encontrar, no condado
de Somerset, um mapa celeste de nosso hemisfério, marcado
pelas partes secas e pelos canais que margeiam
um lago que se estende por alguns quilometros(Victor Kerbach :
Tradições Estranhas ).
O Grande Homem de Wilmington : Essa figura de
homem é formada por uma enorme vala que pode ser vista
sobrevoando a região de South Downs ,
perto de Eastboune, na Inglaterra . A figura é conhecida como "O
Grande
Homem de Wilmington". Não se sabe durante
qual civilização foi cavada a vala, talvez seja pré-céltica
, como também
se ignora quem desenhou o Candelabro dos Andes
e as muitas linhas de Nazca. Acredita-se porém que os arquitetos
de
Wilmington foram os ancestrais dos do Peru. Os
arqueólogos levantaram um pequeno muro para proteger a vala do
"Grande Homem" que costumava ficar prejudicada
pelos rebanhos que pastavam.
Nos Estados Unidos existern aterros em forma de
enormes serpentes, obras de um misterioso povo da
antiguidade.
Todos esses diferentes s¡mbolos e essas
escritas parecem ter sido traçadas para serem lidas por um observador
que
chegasse do céu ou que fosse capaz de
subir para as alturas à bordo e uma máquina voadora
ou pelos poderes de
sua propria essencia etérea.
A península de Paracas se encontra no Peru,
a 300 km a sul de Lima. Ali podemos ver o enigma do Candelabro
dos Andes , desenhado numa pequena montanha roxa
em forma de neia-lua e que não passa de uma última
convulsão da cordilheira dos Andes.
0 solo é arenoso. Na superf¡cie existe
uma fina camada de cascalho roxo que cobre uma camada espessa de areia
farinhenta cor de ocre, fina, compacta e sem
nenhuma impureza.
O Candelabro que, nas
redondezas, é também apelidado de "Três
Cruzes" encontra-se em frente a Pisco, a
mais o menos dez milhas marítimas, do
outra lado da larga baía.
Querendo alcança-lo por terra é
necessário dar uma volta de cerca de trinta quilometros.
Os peruanos são pouco
curiosos por sua própria natureza e acreditamos
que nosso amigo Edmond Wertenschlag, Yvette Charraux
e eu ( Robert Charroux ) fomos os
primeiros a investigar as areias de Paracas neste seculo.
Atravessamos a baía e após uma rnanobra
dif¡cil de acostamento por causa dos penhascos
abruptos,
consegu¡mos dsembarcar a um quilometro
do Candelabro, em 30 de abril de 1969.
Edmond Wertensohlag e os marujos do iate( Alugamos o iate no hotel de Paracas. Em geral servia para levar turistas a passear em direção ao Candelabro , mas nunca fundeava . O capitão nunca tivera desejo nenhum de ver o Candelabro de perto!) poderão confirma-lo : achamos um terreno totalmente virgem.
Não conseguimos descobrir rastro algum
da passagem de criaturas humanas. Achamos porém pegadas de puma:
depressões redondas em linha reta, pois
aquele animal caminha cruzando as patas.
--- Deve ter passado por aqui durante a noite, observou Yvette Charroux. As pegadas parecem muito recentes.
--- Ou talvez na semana passada, disse Edmond Wertenschlag que estava a par dos fenômenos de Paracas .
Ou, quem sabe; dez anos atrás?
De fato, existe um fenomeno prodigioso que permitiu
ao Candelabro resistir ao desgaste do tempo e das
intempéries: as dunas de
Paracas conservam intactos durante séculos
e milênios os desenhos marcados em
suas areias roxas e ocres.
Um risco feito com a ponta de um guarda-chuva
poderia ficar ali até o ano 2000, se não houvesse nenhuma
interferência humana. De nosso ponto de
desembarque fomos nos aproximando do Candelabro, caminhanlo
sobre uma estreita faixa de areia semidura à
beira do Pac¡fico.
As dunas se erguiam à esquerda com um aclive
de perto de 40º até mais ou menos quatrocentos metros
de
elevação. A primeira coisa que
vimos foram três riscos que desciam do alto até a beira do
penhasco. A aparência
era a de três passagens de uma roda de
caminhão, cujo pneu tinha deixado um sinal largo de uns 25 cm,
comprimindo levemente a areia e formando uma
depressão de apenas um cent¡metro.
Como se uma única roda tivesse descido sózinha!
Entenda quem puder...
Quanto mais nos aproximavamos do Candelabro, mais
a areia se tornava fofa: víamos os pés descalços de
Yvette
afundarem até o tornozelo a cada passo,
deixando profundas pegadas amarelo ocre que ressaltavam
de
maneira esquisita sobre a superf¡cie
roxa em nossa volta.
Antes de nós, somente os incas ou seus
ancestrais tinham passado por esses lugares para desenhar aquele estranho
monumento.
Caminhavamos colocando com cuidado os pés
nas pegada deixadas por Yvette, por uma estranha sensação
de
respeito peal virgindade daqueles lugares,
e estávamos todos bastante emocionados. 0 Candelabro
--- mas
seria mesmo um Candelabro? ---
encontra-se no declive, desenhado por valetas quase sempre debruadas de
pedras calcárias, listradas e quebradiças,
em que afloram cristais de rocha, lembrando um pouco os doces mil
folhas dos confeiteiros.
0 eixo principal parece o rastro deixado por um
barco muito grande ou por uma baleeira que alguem tivesse
empurrado do ponto mais alto até a beira-mar.
Esse sulco central tem uma largura de mais ou menos 4 metros e
meio, uma profundidade de 60 cm e seu comprimento
‚ de cerca de 500 metros.
Os braços do Candelabro e os motivos que poeriam ser figuras ou animais, são menos largos e menos fundos.
As pedras que se encontram nas beiradas ficam
meio fundadas na areia. Não parecem ser cimentadas, e mais do
que delimitar o sulco, parecem servir de enfeite.
0 aclive é ¡ngreme e Yvette teve
que se colocar de quatro para superar alguns trechos:
assim mesmo ela não se
sentia muito segura, porque durante a tarde o
vento sopra com muita violência na região de Pisco.
Os ventos de Paracas são conhecidos no Peru como a "tramontana" é conhecida no Mediterraneo.
Esses pormenores são muito importantes
e podem ser resumidos da seguinte maneira: apesar do vento e da
inclinação extrema, não
havia sequer um grãþzinho de areia que se levantasse
em nossa volta!
Como se as forças de dispersão estivessem vencidas pela densidade da areia!
Os sinais de nossa passagem possivelmente levariam semanas, meses, ou até mais do que isso para se apagarem.
Parece imposs¡vel, inacreditável, mas não deixa de ser a verdade:
os rastos e sinais que em qualquer outro lugar
ficariam apagados em pouco mais de uma hora, conseguem se
manter inalterados nas dunas movediças
de Paracas durante séculos e talvez durante milênios.
0 Candelabro de los Andes data possivelmente da época dos incas, ou talvez dos aimarás.
Como era de se esperar , os cristãos se
apropriaram dessa espécie de monumento , batizando-o
de as "Três
Cruzes" autóctones preferem chama-lo o
"Tridente".
Representa uma espécie de candelabro de
três braços, um forte eixo central que se apóia num
pé de forma
retangular . No centro dessa base encontra-se
uma fossa cavada na areia , mas pareceu-nos que ela era muito
posterior aos outros traços .
No topo do eixo central existe uma espécie
de totem algo que parece uma cabeça e dois braços
levantados .
Quatro metros mais abaixo dois galhos saem aos
lados do eixo e terminam em volutas.
Os dois outros braços do candelabro se
afastam do eixo mais ou menos no centro do candelabro, subindo em
seguida em angulo reto e terminam, numa altura
menor do totem central, em forma de lagarto ou salamandra.
Dois braços de sustentação
--- que de fato são duas valetas ---
parecem firmar os dois braços. Já
disseram
que aquilo era uma árvore da vida;
Eduardo Garcia Monteiro, em seu livro Código livre dos piratas,
escreveu:
"É um sinal deixado pelos filibusteiros para marcar a proxmidade dos esconderijos de seus tesouros".
Outros ainda acharam que as "Três Cruzes"
foram desenhadas por volta de 1835 por um cura, o padre
Guatemala " entre a ponta Pejerrez e a
ilha San Gallan, para que os pescadores da baia de Pisco
pudessem vê-la
naquelas paragens batizadas por ventos
furiosos".
Isso, evidentemente, não passa de uma pia
mentira, pois o Candelabro já fora visto e descrito
há mais de um
século antes daquela data.
A época e os autores não podem realmente ser indicados
com certeza. A
extraordinaria conservação
daquelas valetas nunca foi estudada por nenhum arqueólogo peruano,
e os
arqueólogos dos outros países parecem
ignorar completamente existência do Candelabro.
A única observação positiva
que podemos fazer a esse respeito é que, além de fenomeno
da resistência natural à
dispesão, própria das areias muito
finas, a colina com o desenho é protegida dos ventos dominantes
em Paracas
pela sua orientação e pela
sua inclinaçã.
Qual poderia ser o significado daquele grande
traçado que por falta de uma definição mais apropriada,
somos
obrigados a charnar de "Candelabro dos Andes"?
Descoþrimos um outro "candelabro" maior
e mais bonito na pampa de Nazca, e que mais se parece com um
relicário.
Sem qualquer dúvida os desenhos de Nazca
são relacionados com o Candelabro dos Andes, e encontrar uma
explicação pelo candelabro ofereceria
os dados necessários para resolver o enigma do outro. Um fato parece
inegável: a região de Paracas (baía
de Pisco) ‚ muito rica em vestígios arqueológicos aos quais
deu o nome. A
ceramica de Paracas é famosa no Peru inteiro.
Em Paracas sempre foi
encontrada a ma¡or parte das múmias
incaicas que estavam em grutas. Sem dúvida
deve haver mais, e poderia se dizer por isso
que aquela região era especificamente um lugar sagrado, um lugar
dedicado às sepulturas, o que os celtas
chamavam uma Ker Lan, ou seja a Cidade do Lugar Sagrado.
Na margem interna da pen¡nsula, que nós
visitamos à vontade, e na margem que dá para o oceano (que
não
fomos ver) só se vêem penhascos
escarpados salpicados de fundas cavernas que em parte são entradas
de
subterraneos abertos para o Pacífico e
em parte vastos labirintos cheios de colunas despedaçadas
onde os
vagalhões quebram, formando jogos de cores
múltiplas.
Nessas grutas foram descobertas as célebres
múmias de Paracas; nossa imaginação leva-nos
a acreditar --- e
possivelmente foi assim mesmo que aconteceu
--- que nessas grutas os piratas e corsários da época
dos
"comboios da prata" escondiam os tesouros, frutas
de seus saques.
Teriam sido os piratas a desenhar aquele candelabro
o tridente para reconhecer fácilmente o local de seus
esconderijos ?
Mas ‚ claro que não!
0 candelabro é anterior ao século
XVI; só pode ser visto do continente ou da baía, e é
completamente invis¡vel do
mar aberto onde, lógicamente,
navegavam os veleiros de bandeira negra.
Há mais, a península de Paracas
pode ser fácilmente identificada pois é a única do
litoral peruano, e o desenho em
forma de tridente com salamandra é muito
mais parecido com o dos incas do que com o estilo dos filibusteiros!
O Candelabro deve ser interpretado como um sinal.
É a opinião mais aceita no Peru e também o resultado
das
conjecturas de nosso amiga Kerlan.
Acreditamos não estarmos muito afastados
da verdade afirmando que a pen¡nsula de Paracas está
colocada sob a
proteção do signo de tabu.
Nas entranhas da colina, os túmulos, as
múmias com o ouro e, talvez, tesouros. Na superf¡cie da colina,
o
candelabro da vig¡lia e do tabu um aviso
para não violar aquelas paragens!
Essa poderia ser uma explicação bastante satisfatória pudessemos aplicar-la também à pampa de Nazca.
Os misteriosos traçados que se estendam
por uma área imensa , sendo que algumas linhas têm um
comprimento
de 60 quilometros , poderiam estar assinalando
e encobrindo uma gigantesca necrópole , repleta de milhares e
milhares de múmias , todas
elas providas de seu viático em ouro para o além .
Todo o ouro do Peru . . . o mais fantástico tesouro do mundo!
As linhas geométricas, os desenhos de figuras,
de flores, animais, lhamas, condores, aranhas e cobras, e de oþjetos
como o relicário de Nazca, poderiam ser
epitáfios que se tornaram incompreensíveis, ou
então estar marcando
a delimitação de áreas
para tribos , raças, povos ou gerações.
Talvez o prodigioso tesouro dos incas que Pizzaro
e Almagro não conseguiram encontrar, esteja dormindo debaixo
das areias douradas de Paracas e da pampa de
Nazca.
Os cronistas Cieza de Leon e Garcilaso de la Vega
afirmam que este tesouro, mencionado na História e nas
lendas , foi ocultado "pelos Orejones antes da
chegada dos espanhóis, logo que os incas compreenderam que os
invasores se queriam arrancar suas riquezas".
Mas ocultado onde? A História não menciona o lugar.
Até nossos dias acreditava-se que os esconderijos
estavam no planalto entre Cuzco e Machu Pichu, onde vimos
alguns túmulos incaicos ignorados
pelos arqueólogos, mas agora seria mais útil que as investigações
fossem feitas
em proximidade do Relicário de Nazca que
ressalta na pampa como uma jóia extraordinária, ao centro
de um
verdadeiro labirinto de linhas paralelas e cruzadas.
Apesar disso, só existe uma pequena possibilidade
de encontrar uma necrópole em Nazca, porque os traços são
entrecortados por uma comprida trincheira moderna:
a rodovia pan-americana. Pelo que se sabe, durante a
construção da rodovia não
foram feitas descobertas relevantes.
Os platôs desérticos de elevação
média, entrecortados por vales, se estendem pelo paralelo 15º,
entre 73º e 75º de
longitude oeste.
Aqui, nesse deserto muito imprópriamente
apelidado de pampa, podemos ver do ar os misteriosos traçados de
Nazca que se espalham por milhares e milhares
de hectares.
Se algum quiser vê-los de perto, aconselhamos
a ir em primeiro lugar a Lima, alugar um táxi aéreo e prosseguir
seja em direção a Paracas
para ver o Candelabro ou então em direção a Nazca,
para observar a pampa deserta.
A grande rodovia pan-americana Pisco-Ica-Nazca
(Lima-Valpara¡so) passa bem ao centro de todos aqueles
desenhos, bem rente à célebre
aranha.
Para um exame mais minucioso precisa ir de táxi de Nazca até o Rio Grande, ou então de Nazca até Palpa.
Essas Pistas porém, como são
chamados no Peru os traçdos e as áreas de areia
clara, existem em todos os
lugares, de Paracas ao Chile. 0 melhor sistema
para vê-las é sobrevoar a região: dessa maneira
será poss¡vel
descobrir e localizar dezenas e talvez
centenas de desenhos ainda desconhecidos.
É recomendável observar um cuidado
básico: esses vôos de reconhecimento devem ser
feitos pela manhã , porque
os ventos de Paracas costumam soprar muito violentos
na parte da tarde, tornando muito perigosa essa
exploração aérea.
Os táxis aéreos podem ser
alugados em Lima, mas com um pouco de sorte podem ser eneontrados também
em
Pisco onde existe um aeroporto militar.
Domingo, 27 de abril, às 11 horas
da manhã, nosso pequeno "pipercub", pilotado por um jovem tenente
da base
aérea saiu de Pisco em direção
sudeste.
Estavamos em companhia de nosso guia e amigo Edmond Wertenschlag.
0 tenente conhecia perfeitamente a região
que costumava sobrevoar diáriamente ---
e foi isso que salvou nossas
vidas na volta.
Na saída ele me avisou que a uma vintena
de quilometros de Pisco poder¡amos ver desenhos que poucas pessoas
imaginavam existir. Estes desenhos são
talvez os mais lindos da pampa; entre outras imagens, representam um
condor de asas abertas e um homem com seu
lhama. Filmamos tudo, mas não as fotografamas, pois quer¡amos
tolamente poupar o filme para fotografar os traçados
de Nazca.
Depois de uma hora mais ou menos estþvamos sobrevoando um vale verde que pensamos ser o do Rio Grande.
É ali que começa a área dos desenhos.
O vale parece uma cobra verde que
serpenteia naquela região árida do Peru onde domiriam as
"pampas", que em
realidade não passam de desertos de areias
e pedras.
De fato é tudo ‚ um deserto, como a pen¡sula
de Paracas com seu Candelabro. 0 que mais impressiona
quando a gente sobrevoa Nazca são as imensas
"pistas de aterrissagem".
Por que "pistas de aterrissagem"?
Não sabemos dizer por que, mas quando a
gente percebe o grandes retângulos e trapézios, com algumas
centenas
de metros ou alguns quilometros de lado, e os
feixes triangulares em forma de asas que se destacam claras sobre
o
terreno mais escuro , é essa a primeira
idéia que se apresenta à nossa mente.
Todo aquele deserto é completamente coberto por traços que não deixam nenhuma área livre.
De um horizonte ao outro as linhas, às
vezes paralelas , outras vezes divergentes, mas sempre rigorosarnente retas,
sobem pelas cristas e pelas elevações,
despencam pelas ravinas , se cruzam, emaranham-se numa profusão
de
superficies claras: retângulos, trapézios,
triângulos.
Todas elas são bordadas por uma linha escura que realça os contornos.
Qual ‚ o significado daqueles traços? 0
cérebro fica cansado de tanto pensar numa explicação:
tudo inutil .
Sempre voltamos à primeira impressão
irresistível : pistas de aterrissagem, comn as de Orly, ou
então dos grandes
aeroportos de Nova Yorque, Londres ou Tókio.
Limpas e geométricas, todas aquelas pistas
parecem traçadas no escritório de um gigantesco arquiteto,
de uma
poderosa civilização científica
extraterrestre.
Tivemos a impressão de
que a imensa página virgem chata e arenosa da região
de Nazca tivesse sido impressa à
distancia por meio de um "laser" ou de uma projeção
fotográfica.
Seria este um traçado que manifesta uma
idéia terrestre de mensagem destinada a leitores extraterrestres,
ou um
balizamento, ou um sistema de sinais deixados
por viajantes do espaço? Nossa consciencia hesita e duvida , mas
nosso inconsciente fica dominado por impressões
contraditórias entre as quais emergeu uma mais forte :
aeródromos , "cosmódromos", sinais
de "laser " . . . mensagem de uma civilização estelar!
Um racionalista nunca conseguirá admitir
que estas impressões refletem uma realidade de fato , mas também
nenhum deles , se chegasse até lá
, poderia evitar de pensar nas imagens que acabamos de sugerir
É lógico , por outro lado, que precisamos
acreditar aquelas linhas geométricas entremeadas de desenhos de
flores ,
aves, insetos, deuses e imagens surrealistas,
não podem deixar de ser o trabalho de algum povo antigo,
possivelmente os incas , que morou nessa região
do Peru.
Porém, de maneira igualmente lógica,
não podemos a ditar que um povo antigo, especialmente um povo
sul-americano tivesse suficientes conhecimentos
técnicos e cient¡ficos para elaborar uma obra tão colossal
cujo
traçado, completamente de qualquer
dimensão humana, parece muito mais próximo à uma civilização
de titãs .
E como poderiam ter sido feitos esses traçdos? A qual distancia no espaço?
Nossa irrefutável lógica obriga-nos
a pensar que some um olho e uma mente afastadas da Terra poderiam garantir
aquele traçado perfeito, e isso nos leva
a pensar que o arquiteto estava agindo num hel¡cóptero, num
avião ou
numa qualquer outra máquina voadora.
Incoerência, contradição , ciência extraterrestre . . . Como que a gente poderá resolver esta charada?
Os desenhos de Nazca não são sómente gemétricos: existem tem muitos outros traços também.
A mais ou menos um quilometro do vale, à
beira da Panam (a rodovia pan-americana) está uma aranha
de uns
cinquenta metros de comprimento ( estimativa
aproximada) .
Naquela mesma zona podem ser vistos também
desenhos misteriosos, "alvos" de sete c¡rculos ou em espiral,
um
pássaro de bico comprido ( colibris )
, com as asas e a cauda largamente abertas. Num
outro lugar, na região de
Palpa (Pampa de Huayuri) nas ravinas entre Chesica
e Lim , a caminho de Canta , nas ravinas de Puquio,
podem ser encontrados, além das obrigatórias
"áreas de aterrissagem", pássaros, deuses aureolados , cobras
com
três cabeças e flores de seis
pétalas . . .
Todos estes desenhos são traçados
de maneira extraordinariamente limpa; foram estilizados por espíritos
superioress evoluídos e mostram
um amadurecime¤to artístico análogo ao da maior
época pictorial francesa :
entre o fim do século XIX e o começo
do século XX.
Os traçados geométricos levantaram
hipóteses fascinantes , mas acreditamos que por enquanto o enigma
não foi
resolvido.
Existe um importante detalhe, evidente em
qualquer exame : os desenhos são posteriores ao traçados
das "areas
de aterrissagem " , que em qualquer parte aparecem
apagados e em parte obliterados pelas figuras .
Da mesma forma que em Paracas, o terreno na região
de Nazca é formado de areia amarela clara, coberta por
um véu de cascalho gran¡tico escuro.
Por esse motivo todos os traços ressaltam
de maneira extraordinária deixando aparecer a areia ocre que
se destaca
contra o roxo denso do solo virgem.
Como em Paracas, as linhas são caminhos
estreitos ou valetas pouco profundas, debruadas por uma tira em
relêvo de pedras e areia. Em certos lugares
essa tira em relevo já não mais existe, os traçados
não passam de rastos
misteriosos, como as linhas paralelas encontradas
próximas do Candelabro.
Mas, afinal, rastos de que? Feitos de que maneira?
E como é possivel que o ocre amarelo da
areia continue aparecendo nas pistas, nos retângulos e nas asas
triangulares, sem ser finalmente coberto pela
camada de cascalho granítico roxo que existe em toda a superf¡cie
?
(O prof. Kosok acha que as pedras escuras
das pistas foram retiradas , deixando à vista o solo mais
claro. Não
concordamos com isso: Não
são as raríssimas pedras que escurecem o terreno
do deserto mas é a camada de cascalho
grossa cor violeta que esconde o amarelo
da areia. )
E como é poss¡vel que todos os traçados,
todos os desenhos tenham resistido à ação do vento
e das chuvas, apesar
das chuvas serem muito raras?
Como em Paracas, nossos olhos constatam o fenômeno:
é uma verdade inacreditável.
De fato, os ventos e as tempestades da região
de Nazca são tão violentos quanto os do Candelabro dos Andes.
Constatamos isso naquele dia 27 de abril 1969,
quando nosso pequeno avião teve que interromper seu vôo de
exploração porque estava sendo
sacudido excessivamente pela turbulência.
Passamos duas horas dramáticas jogados,
arrastados e virados pelo vento. Em Nazca e em Pisco os aeroportos
estavam interditados por causa das condições
atmosféricas espantosas.
Mais tarde, Yvette Charroux, que tinha ficado
no aeroporto em Pisco, disse que a poeira da terreno, levantada pelo
vento, obstaculava a visibilidade
além de cem metros e que, para
não ser jogada ao chão pelas rajadas, ela
teve que se proteger atrás da parede do
hangar!
Explicamos isso para constatar que enquanto a
poeira do aeroporto era levantada e levada pelo vento, ao mesmo
tempo e apesar de uma igual intensidade de rajadas,
a areia cor de ocre de Nazca ficou perfeitamente imóvel, sem
nenhuma perturbação vis¡vel.
Acima de Nazca a visibilidade dos traçados se manteve quase que perfeita.
Os historiadores e arqueólogos parecem
não estar absolutamente interessados nos traçados de Nazca.
Somente o
senhor Paul Kosok, professor da Univers¡dade
de Nova Iorque, examinou o problema, auxiliado pela senhorita
Maria Reiche, astrônoma e matemática
de Lima.
Os estudos feitos pelo casal levaram às seguintes conclusões :
1 . Alguns desenhos lembram a decoração das antigas cerâmicas de Nazca.
2. 0 conjunto
dos traçados apresenta uma organização.
Muitas linhas partem de centros que se situam em
montículos, em que ainda são visíveis
as ruínas de pequenas construções de pedra.
3. Certas linhas estariam
formando verdadeiros calendários agr¡colas, zodiacais e astronômicos.
Indicariam o
tempo da semeadura, o surgimento e o tramontar
de certas constelações e estrelas, e seguiriam a trajetória
de
alguns astros.
(Essas hipóteses são desprovidas
de fundamento . Nem Pizarro e nem os incas mencionaram os traçados,
e
também não falaram no Candelabro
. Era por que não estavam mais na moda , ou por que eram desconhecidos
ou por que eram os vestígios de uma região
ou civilização estrangeira e portanto indiferente? ).
"Trata-se do maior livro de astronomia do mundo", escreveu o prof. Kosok.
4. Os desenhos seriam os s¡mbolos totêmicos de tribos diferentes.
Infelizmente essas explicações não me satisfazem.
Os traçados são, sem nenhuma dúvida,
"organizados", no sentido que não parecem ter sido feitos ao acaso.
Mostram certa exatidão geométrica,
mas por outro lado não ‚ posso distinguir neles alguma coerência
ou ligação.
As pistas só excepcionalmente partem de
um centro geométrico, e nestes não conseguimos constatar
pessoalmente
nenhum vestígio de construção.
Seria decepcionante procurar
algum motivo astrológico porque entre milhares
e milhares de linhas que correm
em todas as direções poss¡veis
é bastante fácil encontrar as direções que
a gente pretende encontrar!
Também é imposs¡vel querer
tachar os desenhos de s¡mbolos totêmicos, pois as figuras que
poderiam corresponder
a denominação são uma minoria
negligenciável.
As pistas e as áreas parecem posteriores
ao dilúvio universal (faz 12.000 anos), pois caso contrário
teriam ficado
apagadas.
Talvez poderiam datar do ano
3000 A.C., isto é, na época em
que os Grandes Instrutores Orejona e
Viracocha vieram do céu para ficar
com os povos pré-incaicos.
Segundo a tradição, estes instrutores, endeusados pelo povo, chegaram do planeta Vênus.
A chave dos mistérios de Nazca e do Candelabro
podem estar em Vênus, antes que o planeta se tornasse um
cometa afogueado que em seguida voltou a ser
um planeta estável dentro de nosso sistema solar?
Essa hipótese parece-nos muito tentadora.
É muito dif¡cil acreditar que a rala,
paupérrima e pouco esclarecida população do sul do
Peru, poderia ter
concebido a pá gina de calendário
e as tabelas astronomicas de Nazca.
0 esmero e o planejamento daqueles não parecem pertencer à imaginação de um terrestre.
É poss¡vel que os autóctones
tenham executado a parte técnica da obra, mas acredito que
o conceito surgiu num
cérebro superior, alheio ao planeta Terra.
Nosso correspondente e amigo Robert Carras, de
St. Rambert-d'Albon, acha que os traçados de Nazca sugerem
que a Terra poderia ter sido marcada a fogo,
por parte ou em benefício de viajantes vindos do cosmo.
Seria essa a assinatura de Orejona? pergunta Robert Carras
Parece esquisito que o senhor Kosok tenha se esquecido
de estabelecer um relacionamento entre o que antigamente
acontecia na zona de Nazca e o que ainda
hoje pode ser visto: os peruanos e os bolivianos do século XX escrevem
nas numerosas montanhas do antigo Império
dos incas os slogans:
"Viva el Peru", ou "Viva X e Y", usando para isso:
- Uma espécie de
agave que não enraíza, e que eles cclocam para formar as
letras, que então aparecem escuras
sobre um fundo claro;
- Zonas claras de areias,
obtidas retirando-se as pedras, que colocam em volta das letras, que então
tomam o
aspecto de pistas.
Extraido do livro : O Livro dos Mundos
Esquecidos de Robert Charroux - Editora Hemus -
1971