Há setenta milhões de anos, a Terra
era dominada por répteis gigantes: lagartos gigantescos, sáurios
monstruosos, que
se arrastavam, nadavam, voavam.
Seu reinado durou cento e cinqüenta milhões de anos, enquanto,
segundo as
estimativas mais otimistas, o homem existe só
há seis milhões de anos.
Isto quer dizer que, para se adaptar e evoluir,
estas espécies dispuseram de muito mais tempo que o homem. É
absolutamente impossível pretender que
tenham constituído um revés da evolução: uma
espécie que dura cento e
cinqüenta milhões de anos pode
ser considerada solidamente adaptada.
Poucas espécies contemporâneas daqueles
répteis gigantes sobreviveram --- certos caranguejos
que não mudaram em
trezentos milhões de anos. Em menos de
um milhão de anos, os répteis gigantes desapareceram. Como
e por quê?
Não podemos pretender que fosse por
causa de uma mudança climática: mesmo havendo tal mudança,
os mares e
oceanos quase não variam. . . e muitos
destes animais viviam nos oceanos! Não se pode crer que uma
forma de vida
superior tenha podido exterminá-los. Precisaria
ter feito uso de armamento considerável, que deixaria traços
de sua
existência.
Uma hipótese divertida: nossos ancestrais
nutrir-se-iam de ovos de dinossauros. Divertida mas inverosímil;
os
ictiossauros viviam nos oceanos e punham seus
ovos fora do alcance de seus inimigos. Afirmou-se que a vegetação
se
modificou, e as novas espécies seriam
muito duras para os grandes répteis. Hipótese impossível:
permaneceram
numerosas variedades vegetais, das quais bem
poderiam os répteis se alimentar. As tartarugas gigantes das Ilhas
Galápagos, que tanto interessaram Darwin,
não morrem fome.
Pode-se dizer que as espécies envelhecem,
tornam-se senis e morrem. É da desagradável metafísica
: a conservação do
código genético impede uma espécie
de morrer sozinha.
E por que espécies ainda hoje existentes,
que datam de centenas de milhões de anos, como os caranguejos e
as baratas,
não se tornaram senis?
Todas estas hipóteses não se mantêm.
Uma outra muito engenhosa, foi formulada por dois sábios soviéticos
: V. I.
Krasovkü e I. S. Chklovski , dois astrofísicos
eminentes, especialmente o segundo, autor de trabalho extremamente
importantes de astrofísica e radio astronomia.
Foi Chklovski, com efeito, quem estudou a radiação sincroton
emitida por
certos objetos celeste que tem mostrado que acontecimentos
extremamente violentos e relativamente rápidos podem se
produzir tanto no centro das galáxias
como no espaço em geral.
A idéia dos dois cientistas soviéticos
é explicar o fim dos dinossauros pela explosão de uma estrela
a distância
relativamente pequena do sistema solar: uma supernova
a cinco ou dez parsecs ( Parsec: Unidade de medida do espaço interestelar
igual à distancia que tem uma paralaxe heliocêntrica em um
segundo , igual a 206.625 vezes o eixo da órbita terrestre , ou
3,26 anos-luz , ou 31 trilhões de quilômetros ) da Terra
aumentaria a densidade das radiações provenientes
do espaço. O radio astrônomo inglês Hanbury Brown
pensa ter detectado traços da explosão de uma supernova há
cinqüenta mil anos, a somente quarenta parsecs do sistema solar.
Dois pesquisadores americanos, K. D. Terry
da Universidade do Kansas, e W. H. Tucker da Universidade de
Rice, estudaram recentemente e de perto o problema,
de maneira quantitativa. Observaram-se estrelas que explodem
produzindo efetivamente tal aspersão de
radiações. O efeito dessa aspersão varia segundo a
intensidade do campo
magnético da Terra. Este campo nos protege
parcialmente do bombardeio de partículas cósmicas, desviando
as que têm
carga magnética e forçando-as a
entrar em órbita em torno de nosso planeta. Ora, este campo
magnético varia.
Atualmente, ele esta diminuindo e atingirá
seu mínimo perto do ano 3.500 de nossa era. É possível
que, há setenta
milhões de anos, um bombardeio violento
tenha coincidido com uma diminuição do campo magnético
terrestre,
acarretando uma série de mutações
nas quais morreram o dinossauros e nós surgimos.
O sábio Richter, da Alemanha Oriental,
afirmou recentemente estar de acordo com esta teoria. Segundo ele, o
bombardeio teve origem no centro da nossa galáxia,
e era extremamente poderoso, se bem que tenha se produzido a
considerável distância.
Eis, portanto, um apanhado de hipóteses
cientificas formuladas por sábios cujo valor é indiscutível.
Não se deve
responsabilizar nenhum desses sábios pela
hipótese que se segue, e que me pertence. Eu a emiti pela primeira
vez em
1957, quando de um programa da televisão
francesa, dirigido por Louis Pauwels: "En fraçais dan le texte".
Eu me
recordo ainda do escândalo que provocou,
dos protestos indignados da comissão científica da
televisão, que procurou,
sem o conseguir, que eu fosse afastado
desse meio de comunicação.
A hipótese é a seguinte: a estrela
que destruiu os dinossauros foi um fenômeno provocado, destinado
a dar início a um
lento processo de evolução que
culminasse no surgimento da inteligência. Nós teríamos
sido criados por seres
extremamente poderosos; a relação
entre nosso poder e o deles seria a mesma que o de um vírus em relação
ao nosso.
Conhecendo tão bem as leis da Física
como as da genética, estes seres --- que
podemos chamar de Deuses, não vejo
nisso nenhum inconveniente ---
provocaram uma série de acontecimentos que não culminaram
com o homem, mas
continuarão até que a evolução
produza outros seres iguais eles; outros deuses.
A hipótese é, evidentemente, muito
audaciosa. Entretanto, já se imaginou até agora mais de uma
vez existência de seres
infinitamente mais poderosos que nós.
Até mesmo já se propuseram estimativas qualitativas de como
poderiam ser suas
técnicas:
A fonte de energia mais importante, que se manifesta
dentro da bomba H, e que iremos utilizar dentro de um século, é
a conversão do hidrogênio em hélio.
A quantidade de hidrogênio em nossos oceanos é considerável,
mas é mais
considerável ainda no Sol. Podemos imaginar
seres capazes de extrair hidrogênio do Sol e de utilizá-lo.
Os teóricos
chamam as civilizações desses seres
de civilizações do Tipo III.
Extinguiram-se estas civilizações? Existem ainda no universo?
Muitos espíritos lúcidos respondem
pela afirmativa. Chklovski considera hipótese não
--- excluída que os quasars e
os pulsars, objetos celestes ainda explicados,
sejam os sinais de uma atividade biológica. O grande cientista soviético
pensa que é necessário examinar
sistematicamente o céu, para nele encontrar o que chama
de "milagres", quer dizer,
fenômenos que não se pode explicar
somente pelas leis naturais ou pelas extrapolações plenas
de imaginação destas leis.
Entre esses fenômenos, Chklovski inclui:
Um grupo de cientistas soviéticos, sob
a direção do astrofísicos Kardaschcv e Pschenko, pesquisam
atualmente tais
sinais. Pensam que, em face das diversas interferências
que perturbam a atmosfera terrestre, para detectar estes sinais
seria necessário um rádio-observatório
na face culta da Lua. Seus cálculos lhes mostraram que com o auxílio
de meios
energéticos totalmente concebíveis
pode-se enviar sinais a uma distância superior àquela que
nos separa do centro da
galáxia, isto é, 13.000 parsecs.
0 astrofísico americano Freeman J. Dyson
vê no céu um "milagre" ainda mais fantástico. Ele pensa
que existem seres
capazes de utilizar a totalidade da energia produzida
por sua estrela. Estes seres não habitariam mais os planetas, mas
sim esferas artificiais construídas por
eles, que cercariam totalmente a estrelas. Estas esferas teriam sido construídas
a
partir de um asteróide e de planetas não-habitados
do sistema
Outros "milagres", parece, foram observados no
céu. São raramente mencionados nas publicações
científicas porque
parecem muito fantásticos, mas são
debatidos, durante as refeições e nos corredores, durante
os congressos de
astronomia. É assim por exemplo que certos
sistemas de múltiplas estrelas são compostos de estrelas
de diferentes
idades, o que quer dizer que esses conjuntos
seriam forçosamente produto de uma atividade inteligente.
A existência, no universo, de seres muito
mais poderosos que nós é encarada seriamente, sob seus aspectos
quantitativos, por cientistas eminentes.
Nada acrescentamos a estas especulações.
Simplesmente notamos que a forma humana, banalmente, não pode ser
rejeitada. É possível que ela seja
uma das grandes formas estáveis de inteligência no universo.
Nós não utilizamos mais
do que um décimo de nosso cérebro.
Nossa civilização está longe de ser perfeita. E não
temos a menor idéia do que
pode ser uma civilização de seres
humanos que utilize a totalidade dessa inteligência. E não
é de nenhum modo absurdo
atribuir uma tal civilização, nas
estrelas, poderes análogo idênticos aos das civilizações
do Tipo III.
Um tal ponto de vista, pessoalmente me parece
mais plausível que todas as invenções de ficção
cientifica. Seja o que
for, meu propósito não é
estudar possíveis formas dos extraterrenos mas suas manifestações
. E para mim, a primeira
destas manifestações teria tido
por conseqüência o desaparecimento dos dinossauros. Considerando
que na evolução da
Terra tinha surgido um caminho que terminava
num impasse que. não apresentava progresso com os grandes répteis,
através de cento e cinqüenta milhões
de anos, as Inteligências desejando aumentar o número de seus
"irmãos em Razão"
(expressão esta do grande matemático
soviético Kolmogoroff) , reverteram a direção dessa
evolução, suscitando outra saída . . . no momento
não sabemos para onde. Mas seria absurdo crer que o homem tal como
é hoje tenha sido o objetivo visado. Talvez
as Inteligências sejam obrigadas a destruir nossa espécie
e dar início a uma nova cadeia de vida. Pensa-se em Deus tal
como Victor Hugo o via:
O universo onde sua força corre
Merece que Ele o fixe?
Não irá quebrar esse modelo,
para tudo deixar e recomeçar?
Há talvez nestes versos uma intuição
genial. Em todo caso as Inteligências me fazem pensar mais
no Deus de Victor
Hugo que nos Grandes Anciãos de H. P.
Lovecraft, que tinham criado a vida na Terra por erro ou por brincadeira
Pode-se pensar, sem grande risco de se enganar
que a experiência da estrela que destruiu os dinossauro não
visava
unicamente à Terra e que outros planeta
caíram sobre sua influência.
Parece que se detectaram sinais inteligentes provenientes
do objeto celeste CTA 102. Calculou-se o comprimento da
onda destes sinais tal qual ela se encontra nas
proximidades do CTA 102 e constatou-se que se tinha encontrado de
novo o comprimento de onda fundamental do universo,
ou seja, o da radiação que emite o hidrogênio interestelar.
Depois, em trabalhos publicados em 1968 e 1965
um de meus colegas da Academia de Ciências de Nova York, o
professor Gerald Feinberg , lançou a idéia
de que os sinais das Inteligências não se transmitem po ondas
TSF ou
luminosas, mas por partículas que ele
chamou tachyons, de uma palavra grega que significa rápido. Estas
partículas
podem se propagar no vácuo mais depressa
que a luz, sem contradizer, no entanto a teoria de Einstein.
Isto provém do fato de que sua massa em
repouso é medida por um número imaginário puro. Infelizmente
é-me
impossível entrar em detalhes sem pedir
ajuda aos matemáticos. Dizemos, entretanto, que esta descoberta
é tão
importante quanto a do cristal transistor ou
da bomba atômica.
Quando os métodos de observação
e detecção dos tachyons estiverem elaborados, nós
receberemos ; emitidos por
outras raças cuja evolução
tenha sido desencadeada pela estrela que destruiu os dinossauros talvez
possamos detectar os
dispositivos de observação das
Inteligências que nós observam certamente, como observamos
culturas microbianas por
um microscópio.
Se temos algumas idéias precisas sobre
as formas de energia das quais podem dispor as Inteligências para
as suas
experiências cósmicas, fontes que
nada são senão prolongamentos daquelas que utilizamos em
nossas experiências com
a bomba H e a antimatéria, nossos conhecimentos
no domínio da genética são ainda vagos para que possamos
imaginar
como produzir mutações dirigidas
à distancia . Antes disso, será preciso saber como se podem
dirigir mutações.
Para produzir mutações dirigidas,
deve-se empregar uma radiação de comprimento muito curto
de ou partículas de muita
energia ( É a mesma coisa , o comprimento
de onda que acompanha uma partícula é inversamente
proporcional à sua energia , segundo os cálculos de De Broglie
). Seria preciso, em seguida, modular esta emissão, de modo a transpor
características genéticas nesta modulação,
como se transportam imagens pelo canal de televisão. Daqui por diante,
os cálculos mostram que é possível, desde que empreguemos
ondas muito curtas, na faixa dos raios gama , ou partículas no comprimento
da onda de De Broglie e com os gama curtos.
É possível conceber um aparelho
de laboratório por exemplo um laser, regulado de modo a produzir
tais radiações para
provocar mutações.
Entretanto, quando se tenta imaginar uma mutação
deste gênero de uma estrela criada e modulada pelas Inteligências,
nosso poder de imaginação é
insuficiente . Sem dúvida, um vírus teria a mesma dificuldade
de imaginar um laser.
As criaturas que construíram e modularam
a estrela que destruiu os dinossauros eram realmente deuses ! São
provavelmente as mesmas Inteligências que
conseguem regular em cem bilionésimos a freqüência deste
objetos
chamados pulsars. Cientistas cada vez mais numerosos
admitem, privadamente que os pulsars são artificiais. É
provável
que esta hipótese termine por ser divulgada
em publicações oficiais.
Dito isto, deve-se reconhecer que a maior parte
dos sinais de atividade das Inteligências deve, no momento, nos escapar.
Da mesma forma que civilizações
inteiras viveram sem conhecer o rádio ou a existência de outros
sistemas solares,
ignoramos muito provavelmente fenômenos
de grande importância que, se soubéssemos descobrir,
nos provariam,
sem dúvida, a existência
de outras civilizações.
É igualmente possível
que fenômenos clássico sejam na realidade,
sem que nos percebamos disso manifestações de
atividades inteligentes. Posso citar a
este respeito duas hipóteses , não esquecendo porém
que são só hipóteses .
O físico e autor de ficção
científica, John W. Campbell, estudou as partículas
cósmicas, partículas essa provenientes
do espaço, dotadas de energia muito elevada,
chegando a 10^17 elétrons-volt. Estas partícula são
o núcleo de
elementos que conhecemos, que vão do hidrogênio
ao ferro. Mas esta matéria muito comum foi lançada bruscamente
a
uma formidável velocidade . Tudo acontece
como se uma fração de gás interestelar tivesse sido
bruscamente acelerada,
até atingir velocidades próximas
à da luz. O mecanismo que produz es aceleração ainda
é desconhecido, se bem que
Fermi, Chklovski e vários outros
cientistas tenham proposto diversos modelos.
Campbell, de sua parte, propôs admitir que
o universo está cheio de naves espaciais que se deslocam uma velocidade
próxima à da luz. Estas naves varrem
o gás interestelar a sua frente e se observa ainda um rastro, uma
esteira que não é
mais que os raios cósmicos.
Não se pode dizer que a hipótese
de Campbell foi aceita pelos físicos com entusiasmo delirante. Entretanto,
um deles,
o americano Robert Bussard, propôs um modelo
de nave interestelar que absorveria o gás interestelar graças
a uma
colher colocada à sua frente, dele
tirando energia por fusão, depois utilizaria os produtos das reações
como fluido de
propulsão, fluido este ejetado para trás.
Se o universo está cheio de naves desta
espécie, ligando as estrelas, Campbell tem razão.
E acontece tantas vezes que
ele tenha razão, que isso chega a ser
exasperante. Tanto quanto possível, pode-se perfeitamente acreditar
que os
misteriosos objetos variáveis chama pulsars
sejam os faróis que guiam estas naves interestelares na noite do
espaço.
A segunda hipótese deve-se à uma
escritora cientifica russa, Mme. Ekaterina Zouravleva. Segundo ela , recebemos
um
sinal oriundo do espaço, e isto desde
o surgimento da humanidade e sem dúvida bem antes; somente ninguém
o teria,
antes dela, interpretado corretamente. Este sinal
seria tolamente constituído pela auroras boreais e austrais.
Em todo caso, estes dois exemplos mostram bem
que nós somos talvez como ratos roendo um livro se perceber que
este
livro é um sinal. O princípio destas
duas hipóteses pode ser considerado aceitável mesmo se os
autores não forem
levados muito a sério. Chklovski observou
um dia, entre amigos , que há dois tipos de hipóteses:
A hipótese básica deste texto:
nós somos o resultado de uma série de mutações
provocadas do exterior; é para mim uma
hipótese de trabalho. Mas
presença de mensagens a desvendar em uma aurora boreal é
uma hipótese de
conversação.
(Uma boa narrativa de ficção científica deveria a
meu ver mesclar as duas, com muita ação e um pouco
de humor. Charles Fort disse que esse é
o caso da Bíblia.).
Quais são os outros sistemas solares, ou
ao menos as outras estrelas que possuem sistemas solares que possam ter
sido
influenciados pela fonte de energia artificial
que destruiu os dinossauros?
A uma distância razoável de nosso
sistema solar, quinze anos-luz, por exemplo, encontram-se cinco:
Alfa Centauro,
Epsilon Eridani, 61 Cygni A, Épsilon Indi,
Tau Ceti. Nos séculos futuros, sem dúvida, procurar-se-ão
indícios de
vida nestas estrelas, explorando as vizinhanças
por meio de sondas automáticas. Será interessante saber se
esta vida
assemelha-se à nossa, se se encontram
nas rochas dos planetas desses sistemas os traços de um bombardeio
cósmico que
se produziu há setenta milhões
de anos. Poder-se-á ainda localizar no espaço a estrela,
artificial ou artificialmente
controlada que destruiu os dinossauros.
Em compensação, se se alarga o domínio
da pesquisa choca-se rapidamente com problemas muito complicados.
Em um volume de mil anos-luz, encontram-se mais
ou menos dez milhões de estrelas. É atualmente impossível
saber
quais dessas estrelas são restos de uma
estrela artificial criada por seres inteligentes.
A destruição dos dinossauros é,
portanto, oriundo do cosmos, e não de nosso sistema solar. 0 estudo
da influências
cósmicas ligadas à galáxia
está ainda balbuciante. Pudemos observar coincidências numéricas,
que não são talvez senão
coincidências. Assim, a freqüência
dos grandes períodos glaciais, mais ou menos duzentos e cinqüenta
milhões de anos,
corresponde relativamente ao período de
rotação de nosso sistema solar a redor do centro da galáxia,
que é de duzentos
e trinta milhões de anos aproximadamente.
Tentou-se ainda determinar a freqüência
através da qual o centro de nossa galáxia, onde se produzem
perturbações e
explosões de estrelas em
cadeia (da quais não temos senão uma leve idéia)
, projeta nuvens de matéria condensada.
Discute-se para saber se são as explosões
de estrelas a origem dos misteriosos quasars, que são apenas pouco
mais
volumosos que uma estrela e que liberta tanta
energia como a libertada por toda uma galáxia. Admite-se geralmente
que
os quasars são uma coisa totalmente nova
e que é impossível aventar
alguma hipótese científica que possa explica-los.
Entretanto, certos cientistas pensam que a humanidade
poderá um dia conhecer e mesmo reproduzir a fonte de energia
dos quasars. É uma das justificativas
dos fantásticos orçamentos que organizações
tais como o CERN (Centro
Europeu de Pesquisas Nucleares )
absorvem. De minha parte, considero que a humanidade está desde
agora
ameaçada de destruição pela
bomba e que é preciso conter os institutos de pesquisa que
poderiam colocar à nossa
disposição poderes formidáveis,
para cujo uso a raça humana ainda não está preparada.
Os velhos alquimistas tiveram
toda a razão de considerar que os segredos
da matéria devem ser facilmentamente guardados. Se Hitler tivesse
meios de
explodir o Sol, como as Inteligências explodiram
a estrela que destruiu os dinossauros, ele certamente o teria feito. É
preciso esperar que as pesquisas sobre as mais
altas energias não chegarão a bom termo tão cedo e
que o poder de
acender e extinguir uma estrela à vontade
não será jamais confiado aos militares e políticos.
Até agora já foi dado, da bomba
de TNT à bomba H, um salto um avanço de l0^7. O que quer
dizer que uma bomba
de hidrogênio, pesando uma tonelada,
pode libertar uma energia igual à de dez milhões de toneladas
de TNT ; é o que
se chama uma bomba de dez megatons. Bombas deste
gênero existem muitas. Um avanço da mesma importância
nos
conduziria da Bomba H à energia
necessária para provocar a explosão de uma estrela. Um processo
semelhante àquele
que nos conduziu em vinte anos do TNT à
bomba H porá ao nosso alcance os poderes das Inteligências.
Esperamos que isto não aconteça
na geração atual , que já demonstrou suficientemente
o que é capaz de fazer . Mas
crer que este progresso jamais se tenha produzido,
num universo que existe há pela menos vinte bilhões de anos,
me
parece extremamente ingênuo. Em alguma
parte do universo, os vírus evoluíram até chegar às
Inteligências. Se o
fenômeno se produziu várias
vezes, as diversas Inteligências devem ter entrado em contato: como
diz Teilhard de
Chardin, "tudo que sobe converge". O
botânico americano de Harvard, Elso Barghoorn,
provou que as bactérias
vivem sobre a Terra há três
bilhões de anos. Foi preciso este tempo e a ajuda das Inteligências,
para trazer estas
bactérias até nós. Mesmo
que fosse preciso dez bilhões de anos para que as Inteligências
aparecessem naturalmente
este espaço de tempo nada mais é
que metade do universo observável.
De tudo que sabemos positivamente, nada se opõem
à existência das Inteligências. Nada se opõe
à idéia de que elas
tenham intervindo. Talvez tenham elas instalado
em nosso sistema solar um satélite de observação e
detecção que não é
utro senão o misterioso Febo, o satélite
de Marte . Talvez tenham elas instalado em torno da Terra os cinturões
de
radiação, que só agora começamos
a cobrir.
Talvez . . . Nos textos que se seguem nós
nos aproximaremos rapidamente da história conhecida, e a seguir
do presente, procurando os traços de intervenções
exteriores.
Extraído do livro Os Extraterrestres
na História de J. Bergier - Hemus -
1970