Os Cabelos de Anjos



 

Outra charneira entre os traços efemeros e as evidencias persitentes , os "cabelos de anjos" , ou "fios da Virgem", não têm provocado , por seu lado ,  estragos , mas apenas muitas  discussões : esforçar-nos-emos por vos documentar sobre a questão com a máxima objetividade possível . Eis o testemunho mais conhecido em França acerca deste genero de fenomeno ( Jimmy Guieu , op. cit. , I, pp. 86-87) :

"Em 27 de outubro de 1952 , cerca das 16 horas , a senhora Dore , moradora na Estrada de Tolouse ( próximo de
Gaillac, Tarn) , ficou intrigada ao ouvir  as suas galinhas cacarejar de maneira estranha. Instintivamente , ergueu a
cabeça, julgando que algum bútio , ou outra ave de rapina , sobrevoava a sua quinta e tinha desencadeado o terror na
capoeira.

"Objetos" insólitos agitavam-se no céu.

O filho da senhora , o sogro, senhor Corbiéres , e sua mulher acorreram , assim como os vizinhos.

Os engenhos, citilando ao sol , vinham do sudeste , tornejavam lentamente sobre eles próprios , agrupados dois a dois.
As testemunhas viram , a principio, apenas quatro. Voando baixo, balouçavam-se com lentidão e eram animadosdum
movimento de rotação. Depois , uma dezena doutros engenhos semelhantes juntaram-se-lhes. No meio destes ultimos
evoluía uma espécie de cilindro , esbranquiçado, que deixava escapar um "penacho" de fumo branco. Do conjunto da
esquadrilha   ---   e nomeadamente do "penacho" de fumo   ---   destacavam-se fragmentos de uma matéria esquisita
assemelhando-se à lã-de-vidro. Porém , ao contato dos dedos   ---   porquanto várias pessoas tocaram esta "matéria"
---   a "lã" desagregava-se, tornava-se gelatinosa e desaparecia completamente . Dez minutos depois , esta estranha
formação sobrevoou Gaillac, antes de se afastar na direção de Lot-et-Garonne. Entre  as inúmeras testemunhas
figuravam dois sargentos da policia , que "tocaram" os misteriosos filamentos caídos dos discos  voadores. Alguns dos
filamentos ficaram pendurados nos fios telegráficos ou nos ramos das arvores.

A atmosfera, de uma pureza ideal, facilitava  a observação. Podiam ser vistos todos os pormenores. Os engenhos , de
forma perfeitamente circular , apresentavam uma parte inchada no centro, como a coisa de um marinheiro."

Os "cabelos de anjos", ou "fios da Virgem" , deram origem , pelas suas manifestações , a uma teoria : a das "teias de
aranha migradora" . Na interessante revista Lumiéres dans  la Nuit , vol. XII , nº 99, pp. F-G-H, Lagarde  publica a este respeito um excelente artigo de sintese, e agradecemos-lhe aqui por nos haver concedido autorização para o
reproduzir.

"Uma das espetaculares manifestações dos nossos MOC ( Misteriosos Objetos Celestes) , que não cessa de intrigar os observadores , é a queda de filamentos brancos, fundentes , que se observa na passagem de algum destes engenhos. Caem, por vezes, em quantidade considerável, dependurando-se das arvores  , dos telhados, dos fios de telégrafos, das cercas , ou espalhando-se pelo solo. Fazem- se perguntas , ao mesmo tempo, sobre a sua natureza e sobre o processo da sua aparição.

Os  casos são inumeros, fora de contestação , e lembramos alguns dentres os que chegaram ao nosso conhecimento:
 

      17 de outubro de 1952, em Oloron (Pyr.-Atl.)
      27 de outubro de 1952, em Gaillac (Tarn),
      15 de abril de 1953, em Ongaonga ( Nova Zelandia),
      16 de novembro de 1953,  em San Fernando ( California),
      Meados de maio de 1953, em Bouffioulx (Belgica),
      20 de setembro de 1954, em Saint-Pere-du-Retz (Loire-Atl.),
      13 de outubro de 1954 , em Graulhet (Tarn).
      14 de outubro de 1954 , em Méral ( Mayenne),
      18 de outubro de 1954 , em Vienne (Isère),
      26 de outubro de 1954 , em Prato (Italia),
      28 de outubro de 1954 , em Florença (Itália),
      7 de novembro de 1965, entre Auch e Tolouse.

Esta lista não é, bem entendido, limitativa; vem a propósito apenas para trazer a confirmação das nossas alegações, ao
mesmo tempo que a da universalidade do fenomeno. Poderíamos remontar no tempo como o truculento Charles Fort na
sua obra Le Livre des Damnés ( O Livro dos Danados) e revelar o número assaz importante, de verificações analogas ,mas , como não achamos a relação que nos liga com os MOC, não falaremos  mais deles.

Tentou-se , por várias vezes , conservar esses filamentos para fins de analise, mas a maior parte dessas tentativas
terminaram em malogro, porquanto os filamentos parecem volatilizar-se antes que se tenha tempo de fazer as referidas
análises. Fariamos melhor citando A. Michel , na sua obra A propos de soucoupes volantes, p. 238 , 3ª edição.

"Vimos , a principio,"  relata o senhor Lelandais, monitor do aeroclube desta cidade, "Formas brancas que pareciam
ensaiar nas nuvens uma espécie de ballet , subindo , descendo voltando a subir, mudando  de formas , mas
aproximando-se pouco a pouco do solo. Cerca de meia hora depois , foi como que uma espécie de chuva de teias de
aranha, que caiu cerrada como um véu, sobre o campo de aviação. Caiam aos punhados sobre o terreno, sobre o
hangar, sobre os aviões e pusemo-nos  a apanha-las às mãos-cheias. Tínhamos a impressão de possuir fios de
borrachas, muito finos, muito macios ao tato, aglomerando-se , para logo se desfazerem nos dedos sem deixar a menor
sensação , o menor cheiro, o menor vestígio. Ficamos com a impressão que era o calor das nossas mãos que os faria
fundir ." Lelandais encerrou-os numa caixa de baquelite hermética. Mas , no dia seguinte, embora tivesse tomado a
precaução de colocvar a caixa em sítio fresco , esta achava-se vazia. No entanto , cinco horas após a chegada  ao solo ,
ainda os havia.

   H. Mauras, professor da Faculdade de Ciencias de Tolouse, forneceu uma explicação  deste desaparecimento, ou
pseudo-sublimação . "Vão " , disse ele , "uma manhã ao campo, descubram uma teia de aranha tecida  recentemente e
salpiquem-na com finas gotas de água. A teia parecerá então mais branca e mais brilhante . Tentem , então, segura-la
entre os os dedos , para a olhar de mais perto. Não a verão . Na aparencia , ela terá desaparecido . O mesmo
processo  se passa com os filamentos , segundo as condições higrométricas  da atmosfera . Se  o estado higrométrico é
elevado, a agua condensa-se sobre a sua superfice, tornando-se mais brilhante ao sol. Durante a sua longa queda,
numa atmosfera cada vez mais quente , a agua evapora-se  e torna os filamentos cada vez menos brilhantes. Vistos sob
um certo angulo por referencia ao sol, eles podem até tornar-se invisiveis. Os que chegam ao solo ainda úmidos são
viscosos . Ao contato do calor da mão, a água acaba por se evaporar e a matéria , colada à pele , fazendo corpo com
ela, desaparece aos olhos por causa da sua tenuidade."

É uma explicação muito hábil, a qual , para poder ser contestada, é necessário ter-se na mão , como H. Mauras , os
filamentos em questão, o que não é o nosso caso.

Contudo , H. Mauras não se fica por aí, e num extensíssimo artigo , intitulado "Sobre a queda dos filamentos após a
passagem dos OVNIs", faz-nos a exposição dos exames e análises a que procedeu. Este artigo, de que vos diremos  o
essencial , figura no nº 497 , junho de 1967 , do Bulletin mensuel  de la Société d' Astronomie Populaire de
Toulouse.

"Fui levado  a ocupar-me dos filamentos caídos em 7 de novembro de 1965 , entre Auch e Revel , Tolouse e seus
arredores , em condições idênticas às de Graulhet . Dispondo dalguns miligramas da matéria , apostei-me em
analisa-los" , escreve ele.

"Aproximados duma chama , desaparecem imediatamente sem se queimarem, sem fumo. Fato importante : são
fortemente atraídos pela eletricidade estática . A pirólise sob o vácuo indica uma temperatura de decomposição próxima
dos 280º C , e deixa um resíduo enegrecido" . Para H. Mauras, trata-se incontestavelmente de uma matéria organica.

Um filamento , que parece elementar a olho nu , é , na verdade ( visto ao microscópio em luz polarizada), constituido por
um grande numero de fios paralelos aglutinados aos outros. Nos exames aos quais se dedicou , H. Maures concluiu pela
identidade entre os filamentos recolhidos e as teias de aracnídeos.

Entrega-se , em seguida, a analises comparativas , por meio dum cronógrafo ( deve ser cromatógrafo  e não cronógrafo - RSM) Aérograph 90 F4   , depois dum Aérograph 204 para a programação de temperatura e a ionização de chama. O leitor interessado nos pormenores poderá recorrer ao artigo supracitado.

A sua convicção está nitidamente estabelecida: os filamentos caídos são perfeitas teias de aranhas. As conclusões
destas interessantissimas experiencias de Mauras conjugam-se com as nossas e com as da grande maioria dos
observadores que se debruçam sobre este problema.

A queda de filamentos após a passagem do OVNI foram observadas no Outono. Abrimos aqui um parentese para fazer
notar que estes engenhos se deslocam muito depressa e que alguns podem em poucas horas mudar de estação, dum
continente  a outro ( vide "meados de Maio",  na Bélgica ),  e que as teias podem viajar por muito tempo na atmosfera.

No momento da eclosão dos ovos , todas as aranhas recém- nascidas deixam teias no seu trajeto, que são levadas pelo
vento. Os OVNIs , ao chegare a camadas de ar que encerram estas teias ou fios em suspensão , atraem-nos ;
agarrando-se-lhes , as teias dão aos engenhos a aparencia de contornos mal definidos e deformados, aspecto informe
e tão frequentemente notado, até ao momento  em que, por um processo ignorado, eles se desembaraçam com grande
ruido.

Parece indiscutivel que estes engenhos têm uma importante carga de eletricidade estática , unico elemento que parece
poder atrair esses filamentos esparsos nas camadas de ar atravessadas . Deve ser até extremamente forte, pois não
conseguem desembaracar-se deles com uma evolução rápida , de que tem o segredo. É verdade que , segundo certa
teoria , também não há atrito do ar, mas para que seja válida será preciso que ela explique porque se agarram esses
filamentos aos aparelhos.

O problema não fica esgotado. Ninguem , ou quase ninguem, ignora que os veiculos automóveis, os aviões e até as
pessoas se carregam de eletricidade estática. Gostaríamos aliás, de saber por que motivo certas pessoas que
conhecemos se comportam como verdadeiros condensadores, enquanto outras lhe são insensiveis ou quase. Mas a
questão que nos intriga é esta: o trafego dos aviões é tão intenso , tanto no outono como na primavera , que devem
circular nas mesmas camadas de ar que os MOCs, e jamais ouvimos dizer que tenham voltado carregados de teias de
aranhas. O atrito do ar é mais poderoso que a atração da eletricidade estática  que desenvolvem : seria uma explicação
válida.

Resta , então que se analise o fenomeno dos MOCs,  e ele deve esclarecer necessáriamente sobre um meio de
produçãop em que talvez uma forma de eletricidade não esteja ausente . O estrondo que acompanha a dispersão
imediata dos filamentos parece ligar-se a uma mudança de polaridade brusca ou a um fenomeno de ultra-som : Parece
bem que, para além da natureza destes filamentos , a qual julgamos estar resolvida , está aberta  uma via aos
investigadores nas duas direções  e será, parece-nos , um dos interesses deste artigo colocá-la rm evidencia."

  O artigo foi acopanhado de um suplemento , extremamente interessante também ( "A propósito dos fios da Virgem") ,
assinado por R. Eraud e aparecido em LDLN, vol. XIII , nº 105 , p. 24. Ei-lo:

"Neste excelente artigo , em que dais um explicação sedutora do fenomeno , subsistem ainda alguns mistérios. Vejamos
os critérios em jogo:

1.º     O aparelho não está creditado, se as minhas lembranças são exatas , de um comportamento normalmente
qualificado de vertigionoso.

2.º     A aglomeração esbranquiçada parece flutuar

3.º    Ouve-se uma forte detonação.

4.º    Esta detonação precede a queda de maços fibrosos.

Citais  o fato de que os fios vêm colar-se ao engenho , e se achariam assim presos no campo de forças do meio de
propulsão ( teoria Plantier ) . Isto não parece evidente; pode ser , com efeitos, que esses fios se coloquem em redor do
campo de forças; compreende-se melhor, então , que esta massa flutue.

A partir desta idéia , submeto-vos o processo seguinte, que poderia talvez explicar estes diversos critérios.

Fig.    1.    ---    O engenho está prisioneiro no seu campo de forças, envolvido, ele próprio , pelas teias de aracnídeos.

Fig.    2.    ---    O piloto pretende desembaraçar-se desta carapaça incomoda. Diminui a velocidade , depois corta
vrevemente o campo de forças. Produzem-se , então , os fatos seguintes:
 

      A espécie de casulo já não é mantida , e deslocava-se .

      O engenho , achando-se logo em contato com o ar, emite imediatamente  uma onda de choque , , como é o caso
      de um avião de reação ( e produz o famoso duplo bang ).
 

Fig.    3.    ---    O piloto engendra de novo o campo de forças, e o aparelho prossegue a sua rota, sem ter tido tempo de
perder velocidade, deixando atrás de si uma massa líquida , brutalmente freada pela resistencia do ar.

Podeis criticar esta hipótese? NDLR: Não, senhor Eraud, nós não a criticaremos . Ela é viavel e muito engenhosa. A
posição destes fios lembra o cinturão terrestre de Van Allen. Ela pode esclarecer acerca dum conhecimento dos meios
de propulsão , preciamente ; e isso parece-nos interessante."

Pela nossa parte , o nosso instinto de velho caçador de informações dizia-nos que faltava um elemento para a teoria
das teias de aracnídeos. Escrevemos , então à Sociedade de Astronomia Popular de Tolouse, a fim de obter o
citado boletim n.º 497 , porquanto tínhamos anotado a frase: "Nos exames aos quais se dedicou , H. Mauras , concluiu
pela identidade entre os filamentos recolhidos e as teias de aracnídeos." Ora, o texto aparecido em LDLN não
comporta  uma análise-testemunha que nos tivesse dado uma base de comparação com verdadeiras teias, de
verdadeiras aranhas, verdadeiramente migradoras e reconhecidas como tais: como concluir , então , por uma
identidade?

Pois bem , no texto in extenso do estudo publicado pelo boletim da SAPT , encontrava-se justamente esta analise
comparativa e muito bem feita . Portanto , nos casos analisados por H. Mauras , tratava-se de teias de aracnídeos   ---
e é um fenomeno local , pois testemunha e analises provenientes doutros países e de outras épocas produzem
resultados diferentes. O suplemento de R. Eraud , assim como muito bem estas diferenças de analise , de matérias
diversas , mas todas tomadas no campo magnético suposto do OVNI.

Entre parêntese, exortamos vivamente o leitor a quem as coisas do céu interessam a tomar conhecimento do boletim ,
deveras interessante , da Sociedade de Astronomia Popular de Tolouse. Assinalamos, também , que é talvez a
única sociedade de astronomia do mundo que comporta uma Comissão OVNI.
 

Eis agora o relato traçado por Saulla dello Strologo, no seu livro Quello che i governi ci nascondono sui dischi
volanti ( G. de Vechi , edit ., Milão , 1970 , pp. 107-109) , de um incidente italiano:

Uma das mais sensacionais (observações) havia-se dado em 27 de outubro de 1954 , em Florença. De tarde , a equipe
do Fiorentina fazia um treino no seu estádio. Pouco depois das 14 horas , no céu da cidade surgiram alguns corpos
luminosos de forma arredondada ou oval, contornos esfumados, que, após algumas evoluções em ziguezague,
desapareceram a uma velocidade vertiginosa . Quase todos os espectadores, assim como os jogadores , viram estas
"coisas", encaradas primeiramente como balões de publicidade (mas a que velocidade!) ou como fenomenos
atmosféricos . Depois , o interesse pelo treino diminuiu entre os espectadores quando começou a cair uma espécie de
neve , muito leve, feita de pequenos filamentos , semelhantes aos de algodão em rama desfiado , e muito luminosos aos
raios solares.

As pessoas procuravam agarra-los , divertindo-se, mas aquele "algodão em rama" dissolvia-se  instantaneamente .
Todavia , um jovem estudante de engenharia desconfiou que estes filamentos encobriam um mistério. Conseguiu
enrola-los em volta de um pequeno pau, depois fechou-os num recipiente e levou-os ao Instituto de Química da
Universidade para os mandar analisar.

Estranhamente, a análise conservou-se envolvida em mistério. Dela "filtrou-se" apenas que a "neve" era principalmente
composta de boro, sílica , cálcio e magnésio, e que era portanto , uma substancia de estrutura macromolecular.

Os jornalistas Piero Pasolini e Mila Romagnoli, no n.º 3 da revista Citta Nuova , de 10 de fevereiro de 1970, publicaram
um inquiérito preciso sobre o acontecimento , entrevistando as pessoas presentes no estádio de Florença  nesse  dia.
Antes de tudo, interrogaram Alfredo Jacopozzi, o estudante de engenharia , que recolheu em volta de um pau os
filamentos de "algodão em rama".

"Lembro-me muito bem", declarou Jacopozzi , "trazia um binóculo e podia observar aqueles estranhos objetos voadores
em forma de chapéu : convexos em cima e côncavos em baixo. Surgiam aos pares , de imprevisto, e desapareciam
bruscamente . Era como se assistisse a um espetáculo de prestidigitação. Após a sua passagem, flocos de "algodão em
rama " começaram a cair; para dar uma idéia da sua consistencia imaginem açucar espalhado no ar. Veio-me a idéia de
recolher esta teia de aranha branca e de a levar ao professor Cozzi."

Outras testemunhas descreveram a aparição e, entre elas , o porteiro Costagliola:

"Vi globos de fumaça , mas duma fumaça luminosa , com contornos esfumados. Pareciam balões rodeados de um halo e
voavam a uma velocidade vertiginosa."

Pode-se ainda achar inímeros outros testemunhos , com analises bem diferentes dos "cabelos de anjos". Não pensamos
que haja contradição entre as diversas hipótetes, que se tornaram claras , ou que poderiam ainda manifestar-se . Com
efeito, a de Eraud , fundada sobre o "postulado Plantier" , tanto pode verificar-se com fios e teias de aranha como com
outros materiais. É uma possibilidade que não está e contradição com outras , como a dos resíduos dum carburante
qualquer , ou ainda a que assinala o próprio Plantier:

"Pode tratar-se do traço deixado atrás delas pelas particulas positivas, combinando-se quimicamente, talvez no curso da
sua genese, com as particulas próximas ou as contituintes do ar, nomeadamente o vapor de água. Isso implica que as
particulas seriam enormes e os fios extremamentes estendidos   ---   dai o aspecto de algodão em rama. O brilho deste
algodão em rama e, sobretudo , a sua hidrofilia excepcional fazem pensar em misteriosos sais que se desfazem em
contato com o solo, por via da perda da sua ionização, causa de uma fugaz estabilidade."
 

Com esta derradeira hipótese , franqueamos o limiar entre as evidencias efemeras  e os testemunhos  persistentes ;
abordemos agora o terreno dos achados , das descobertas , mais diretamente ligados às manifestações dos OVNIs.
Mas , como anteriormente , estas evidencias não podem ser consideradas individualmente , como tantas outras , com
convicção; pelo fato de as suas ligações ao "problema OVNI" não  se manifestarem senão  por testemunhos humanos ,
pode-se sempre pôr em dúvida as suas alegadas origens . Contudo , se se recusa a hipótese duma manifestação de
OVNI , duma aterragem como explicação plausível , recai-se , então , perante inúmeros fatos misteriosos ; até ao
presente , as explicações que se tem querido dar a seu respeito são todas   ---   umas mais que outras   ---
extravagantes e pouco sérias . Eis alguns dos relatórios destas evidencias , brevissímamente resumidos , cada um
representando um tipo do qual se conhecem centenas.
 
 

Terreno Escorchado

 

 
 
 
 
 
 
 

Jewish Creek, próximo de Pompeu Beach ( Flórida ) , EUA, 21 de julho de 1967 , 2.30 horas : Barbara Fawcett, de
dezoito anos , e a sua irmã viram um objeto luminoso "denteado", de cor amarela , elevar-se de uma laguna e pousar
num outeiro. Ocorrendo ao local , policias do Subcomissáriado nº 4 do Comissariado Principal de Homestad
verificaram a presença , no cume de uma duna de areia , de uma larga zona de terreno escorchado , sem que
qualquer vestígio os conduzisse aí. ( Segundo The A.P.R.O. Bulletin , Julho-Agosto de 1967, p. 7 , caso nº 858 de Un siécle
d'atterrissages, de Jacques Vallée.)
 
 
 

Terreno Queimado

 

 
 
 
 
 
 
 

Silverton, perto de Pretória ( Africa do Sul ), 16 de dezembro de 1965 , 0,30 horas : John Locken e Koos De Klerk ,
agentes da policia , durante uma ronda noturna habitual , verificaram que o asfalto da estrada ardia, três milhas e meia
a leste de Silverton , e que , ao mesmo tempo , um objeto , que eles descreveram mais tarde como semelhante a um
disco voador , sem barulho algum, desaparecia ; puderam fazer dele uma descrição bastante precisa . Abriu-se um
inquérito , e levantamentos do alcatrão foram confiados , para analise , ao Council for Scientific and Industrial
Research. De radioatividade , nenhum vestígio. ( Segundo "The Humanóides" , número especial de Flying Saucer
Review , pp. 71-72)
 
 
 

"Ninhos de Discos"

 

 
 
 
 
 
 
 

A expressão "ninho de discos" vem do inglês saucer nest  . Foi utilizada pela primeira vez na Austrália , no Sun Herald
de Sydney , de 23 de janeiro de 1966 . Mais eis a história contada a este jornal pelo plantador George Pedley , de Tully
, pequena cidade na costa do Queensland:

"Regressava à herdade , conduzindo o meu trator . De repente , ouvi um forte assobio , que suplantou o ruido do motor,
como o assobio do ar escapando-se de um pneu rebentado. Parando por uns momentos , verifiquei os pneus, que
estavam intatos. Prossegui o meu caminho sem me preocupar  mais com o ruido . Subitamente, reparei que uma grande
máquina , de aparencia metalica , se erguia do pantano , a grande velocidade , a cerca de 25 metros do local onde me
encontrava . Era de cor cinzento-azulada , tinha 8 a 10 metros de largura e quase 3 de altura. Pareceu-me que girava
sobre o seu eixo a uma velocidade extremamente elevada . Elevou-se , assim, do solo até uns 20 metros; depois
executou um ligeiro movimento para baixo , antes de voltar a subir até ao céu , onde desapareceu em poucos segundos
, com uma velocidade fantástica, em direção a sudoeste. Não avistei vigia, nem antena. Nem na máquina nem fora dela ,
notei qualquer sinal de vida. Se, antes disso, alguém me tivesse perguntado se acreditava nos discos voadores, teria
rido e respondido que os que acreditavam em tal não passavam de imbecis . Hoje, com o risco de passar por imbecil ,
dou certeza de ter visto um engenho espacial. Que ninguem venha fazer-me acreditar que isto é fruto da minha
imaginação."

Os inquiridores da Royal Australian Air Force descobriram , entre os caniços do pantano, uma zona circular em que
tudo estava esmagado, com caules uns deitados sobre os outros , no sentido dextrogiro. O circulo , de um diametro de
cerca de nove metros, achava-se nitidamente delimitado, com cerca de nove metros, achava-se nitidamente delimitado,
com os caniços circundantes bem direitos, intactos, não apresentado qualquer vestigio que pudesse indicar a chegada,
do exterior, dum animal, duma maquina ou dum homem. Os inquiridores , entrevistados pelo Sun Herald , precisaram
que o lugar se apresentava "como se uma galinha-d'agua gigante aí tivesse feito o seu ninho". A expresão era lançada
pela imprensa, como o foi a do disco , sugerida por Kenneth Arnold , em 1947 . Percorreu-se a região , e descobriu-se ,
então , outros "ninhos" semelhantes , das mesmas  dimensões , nomeadamente nos caniços da laguna Horse-Shoe.
Uma dezena de "ninhos" foram descobertos em dois meses. Depois , descobriram-se muitos "ninhos de discos"  noutros
paises , inclusive na Grã-Bretanha ( Crops Circles) e nos Estados Unidos.

A respeito destes "ninhos" , o "Relatório Condon" ( cap. 3, "Provas Físicas Diretas) , n.º 87 e 88 ) salienta que , em
certos  casos, o "ninho" parecia imáginário e que, noutros , se sentia a realidade de impressões que podiam ter sido
feitas , de maneira muito concebível, por um grande disco ou por um ser saído de um disco   ---   e esta realidade era
evidente. Porém , em todos estes casos, era impossível estabelecer como factuais , quer dizer , na realidade concreta ,
as declarações segundo as quais elas tinham sido verdadeiramente produzidas por um objecto ou por um ser
extraordinário.
 
 

Extraido do livro Os Estranhos Casos dos OVNIs. de Henry Durrant   -  Livraria Bertrand
 
 

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