RESUMO LIGEIRO DA HISTÓRIA DO BRASIL

 

 Antes, muito antes que o rei de lá

- o velho e glorioso Portugal,

ordenasse zarpar a expedição,

havia gente vivendo por cá

tal como pôde comprovar Cabral,

e era bem mais que uma só nação.

 

Tamoios, Goitacazes, Bororós,

Tupinambás, Tucanos, Guaranis,

Botocudos, Jurunas, Caiapós,

Xavantes, Terenas, Maués, Tupis,

Yanomamis e os bravos Pataxós.

 

Pois tinha dono a terra descoberta

no continente sul-americano.

Mas o português, uma gente esperta,

enganou os índios por trás do pano.

 

Um espelhinho aqui, um enfeite acolá,

e eis que o índio ri. Pobre tupinambá!

 

De passar alguém para trás,

fazer o índio de otário;

qualquer luso era capaz

pra ser feliz donatário.

 

O país com tal começo muitos problemas teria.

Se hoje está pelo avesso, viva-se de fantasia! 

 

Assim, o tempo foi passando, passando

e o índio sempre a servir, deslumbrado.

Mas, pelos lados do mar foi chegando

o africano pra ser escravizado.

 

Por  ser o negro mais forte

e no campo trabalhar,

teve o índio por sorte

ceder ao negro o lugar.

 

Depois que, muito às pressas, deixou Portugal

fugindo ao cerco do corso Napoleão,

o rei lusitano repetia Cabral.

Redescobriu-nos, pois, o  sexto D. João.

 

Houve algumas melhorias

sendo o Brasil novo reino;

mas, também, patifarias.

Quem sabe não fosse um treino?

 

E continuava sempre crescente

a exploração dos pobres africanos.

Mesmo o Brasil ficando independente,

a escravidão seguiu por muitos anos.

 

Casa grande, senzala,

Brasil indo pra frente.

Tráfico em grande escala

e o negro no batente.

Os barcos de Mauá,

banzo da pobre gente,

soirèes da sinhá

e o negro no batente.

 

Tirar dinheiro do Erário já era coisa comum.

Não faltava salafrário pra garantir seu algum.

O país desde começo muitos problemas teria.

Se hoje está pelo avesso, viva-se de fantasia!

 

Utilizando a bandeira do social,

veio, afinal, uma falsa revolução.

Bem mais a favor dos donos do capital

que só ganharam com a Lei da Abolição.

Disseram aos negros: chegou a liberdade,

vão para a rua sem medo de repressão.

Estavam livres, porém só pela metade,

o que fazer se sequer tinham profissão!

 

Pouco demorou, e o Império ruiu

deixando à República essa herança.

O que veio após foi o que se viu,

morreu bem cedo o pouco de esperança.

Quatrocentos anos de problemas

e mais outro tanto de privilégios.

Na pele do país são eczemas

e isso não se aprende nos colégios.

 

Pois traficar influência

e ter boa comissão

virou mesmo uma ciência

e curso de corrupção.

O país desde o começo

muitos problemas teria.

Se hoje está pelo avesso,

viva-se de fantasia!

 

Ao longo destes últimos cem anos,

movimentos houve para mudar.

Se idéias não faltaram, nem planos,

cabeças foi difícil encontrar.

Supostas revoluções, ditaduras

sempre falando em defesa do povo

não o livraram de tantas agruras,

sequer o já esquecido Estado Novo.

  

À massa de ex-escravos,

tão falsamente libertos

e de tantos descendentes,

juntaram-se outros bravos.

 Pelos caminhos incertos,

pobres em levas crescentes.

   

O país desde o começo,

muitos problemas teria.

Se agora está pelo avesso,

que viva de fantasia !

Mas, pode ser que ocorra

para sorte dos plebeus,

o fim desta grande zorra

por um milagre de Deus!

 

Termino aqui esta história simplista

reconhecendo que o país avança

aos trancos e barrancos, que alegria!

Não sou um debochado pessimista

nem sequer perdi de vez a esperança

ante tudo que se vê hoje em dia.

Sou observador bem realista,

faz muito tempo que não sou criança,

me entristece viver de fantasia!

 

 

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