O GRITO (*)

 

Os negros gritaram no túnel escuro da intolerância,

mas sua voz não ressoou;

foi como se tivessem lançado pedras de algodão!

 

Os negros gritam mas agora sentem sua força,

forjada em longa escravidão

e levam esperança de serem ouvidos pelo mundo todo.

 

A luta que envergonha toda a humanidade prossegue.

Em Los Angeles, no Alabama

e nas plagas ensangüentadas da África do Sul.

 

Os negros gritam e hão de gritar por seu direito

de serem gente como os semelhantes

e serem livres do desumano ódio racial.

 

Mas está perto o dia de sua redenção

e pedras não serão mais lançadas,

nem mesmo as silenciosas pedras de algodão!

 

(*) Este poema, escrito em 1965, foi uma homenagem ao Pastor Martin Luther King por sua luta pacífica, porém firme, contra a discriminação racial. Encaminhado ao homenageado, este agradeceu a contribuição à causa em carta assinada de próprio punho, que o autor guarda como relíquia.

 

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