AstroManual - Astronomia
Observacional Amadora
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Vulcanismo na Lua
O vulcanismo também foi uma principal e poderosa força na
Lua que muito contribuiu para a formação das características
lunares que vemos hoje. Elementos radioativos como, por exemplo, urânio,
potássio, e tório, reaqueceram áreas da mais baixa
crosta e manto superior e criou uma série de fundições
parciais. Estas fundições eram menos densas que a rocha
circunvizinha, e assim começou a subir para a superfície. A
erupção de lava aconteceu preferencialmente nas bacias, por
duas razões principais: primeiro porque estes impactos volumosos
causaram falhas fundas na superfície da lua com dezenas de quilômetros,
provendo canais para a lava ascendente. Segundo porque o manto debaixo das
bacias subiu mais íntimo à superfície (compensação
isostática), tornando o caminho para a superfície muito
menor.
Quando a lava explodiu nas bacias, às vezes fluiu por muito tempo
finalmente colocando-se a grandes distancias antes que esfriasse e ela
pode fazer isso porque na Lua a lava tem uma baixa viscosidade (muito
magro e corrente - fluídica). Realmente, pois os materiais
derretidos em lava na Terra, apresenta a consistência de óleo
usado em motor. Isto é porque a lava lunar é baixa em
silicatos (''mafic'' lava). Por contraste, a lava de alguns vulcões
formados por cones de proteção da Terra apresenta
viscosidade mais alta, tão espessa como um creme dental, pois seu
teor de silicatos ('felsic' lava). Estas lavas lunares geralmente
estouraram de fissuras fora das quais verteram lava e formaram lagoas nas
planícies geograficamente mais baixas da Lua. Porém quando
ela estourou sobre uma superfície em declive, a lava poderia fluir
pela decida e até mesmo criar rios como canais de erosão térmica.
Na lua, estas formações são chamadas ' sinuous
rilles' (vales sinuosos). Algum desses rios em forma de canais com até
centenas de quilômetros antes de finalmente derramar sua lava sobre
superfícies mais aplainadas. Este processo de inundação
das maria resultou em grandes folhas de lava planas que cobriram as
bacias.
Como as bacias eram de forma côncava, a lava ficou mais espessa no
centro da bacia e mais magra em direção as extremidades.
Assim, a lava mais densa e espessa (mais pesada) que a crosta rochosa
circunvizinha, ''comprimiu'' o leito rochoso abaixo dela em um processo
geralmente chamado de ' subsidence' (''apaziguamento'''). As áreas
mais espessas no centro fizeram isto mais que as áreas mais magras
das extremidades. Este processo muda a forma da bacia de plana ou achatada
(' flat') para uma aparente suave inclinação em forma de
bacia rasa que amoldaram a superfície. Isto produziu três
formações sem igual.
Primeiro, criou uma superfície única, sem igual. Quando o
primeiro fluxo de lava baixou, o centro da maria ''afundou'' e as áreas
exteriores permanecem elevadas. Os próximos fluxos
preferencialmente encheram as áreas centrais mais baixas. Dado que
cada grande evento eruptivo teve uma composição ligeiramente
diferente, a ''cor'' do fluxo seguiria também aquele mesmo padrão.
Isto produziu um efeito que nos permite ver que as faixas exteriores das
maria representam os fluxos mais velhos, e as faixas internas o fluxo de
lava mais jovem. Um dos melhores exemplos disto é visto no Mare
Serenitatis.
Segundo, o ''apaziguamento'' de lava produziu tensões dentro da própria
cama de lava. Como a lava no centro afundou, produziu uma força
compressiva onde a cama de lava mais espessa (nos lados das bacias de anéis)
permaneceu as camas de lava mais magras (no topo das bacias de anéis).
Estas forças fizeram a lava ''dobrar'' ('' buckle'' ) sobre si
mesma (talvez devido a falhas encobertas) produzindo cumes nas maria em
cima das bacias de anéis. Enquanto há vários tipos de
cumes nas maria, estes são identificados formando um anel dentro da
maria, e é freqüentemente associado com pequenos cumes que
representam os pontos mais altos do anel nas bacias inundadas como por
exemplo o Mons Piton.
Terceiro, este processo de apaziguamento pôs tensões abaixo
da cama de lava e no leito rochoso. Esta rocha já profundamente
fraturada nas bacias de impacto, e estas novas tensões descendentes
fizeram com que algumas dessas falhas ficassem ativas. Elas se abriram
criando uma série de ' grabens' (grabens acontecem onde duas
falhas paralelas são ''rompidas'', cuja seção central
se afunda; isto produziu um vale plano e fundo). Na lua, essas formações
são chamadas especificamente de ''arcuat hills''. Estas características
só são encontradas ao redor das extremidades das bacias
cheias de lava, e os melhores exemplos são aqueles ao redor do Mare
Humorum.
Até aqui nos faamos dos esquemas habituais de como a lava enche as
bacias, junto com a formação dos sinuous rilles (vales
sinuosos), arcuate rilles, e cumes de maria. Agora vamos examinar algumas
outras características produzidas pelo processo vulcânico.
Outras Formações de Caráter Vulcânico
O primeiro destes processos é os vulcões lunares que são
chamados de ''domes'' (cúpulas), mas que não devem ser
confundidos com os vulcões de cúpula da Terra que tem
paredes com inclinações muito íngremes. Os domes
Lunares são lisos apoiados com baixos níveis de inclinação.
Isto é porque a lava lunar tem uma baixa viscosidade. A maioria dos
domes lunares medem de 5 a 20 km, e freqüentemente tem uma pequena
cratera em forma de cova em seu ápice. Todavia, é bom
lembrar que alguns poucos domes lunares são íngremes
apoiados - especialmente na região de Marius Hills (região
das Colinas de Marius), e assim oferece evidência em mudanças
nas características da lava - como esfria e taxas mais baixas de
erupção.
As próximas formações são chamadas de áreas
de ''manto escuro'' (''dark mantling''). Estes foram formados pelo
processo de '' fire fountaining'' fontes ou nascentes de fogo. Quando a
lava está no interior do manto da Lua, ela está sob considerável
pressão. Quando ela sobe à superfície a pressão
cai, permitindo que os gases apanhados pela lava escapem num processo
chamado degassing. Estes gases - pensados como sendo monóxido de
carbono ou gás carbônico - agem como propulsores, atirando a
lava para o alto sobre a superfície lunar. Lá a lava esfria
como contas escuras, vítreas. Quando a lava volta para a superfície
lunar, estas contas produzem grandes remendos de ''dark mantling'' (manto
escuro). As missões Apollo trouxeram algumas destas contas vulcânicas
vítreas (as primeiras delas identificadas como vidro laranja ''
''orange glass''). Visualmente, estes remendos aparecem como grandes áreas,
muito escuras e crateras baixas, que acontece ao redor das extremidades de
bacias. Algum exemplo excelente pode ser visto ao redor do Mare
Serenitatis.
Finalmente, há duas características lunares incomuns
produzidas através de vulcanismo. Crateras endógenas
(endogenous crater), como Hyginus Rille, são interpretadas como
sendo de origem vulcânica, e provavelmente formada como características
de colapso (' covas desmoronadas'). Só um retorno para a Lua com
trabalho geológico adicional solucionará completamente a
origem dessas formações.
A outra característica incomum é a ''cratera de halo
escuro'' (dark halo). Dois tipos de crateras de halo escuro acontecem, e
ambos são associados com produtos vulcânicos. No tipo achado
na Cratera Alphonsus, os halos são associados com rilles, e provável
representa lugares de afloramento eruptivo com emanações de
fogo. Assim não é surpresa que seus halos escuros sejam
reminiscências do material da cobertura escura.
O outro tipo de cratera de halo escuro acontece onde uma cobertura de
ejeta luminoso que foram gerados pela cobertura de um fluxo de lava mais
velho. Quando um recente impacto acontece ali, perfura a magra folha do
ejecta luminoso e revela o fluxo de lava mais escuro em baixo dele. Os
ejeta desta cratera incluirão esses materiais mais escuros. Um bom
exemplo desse tipo de formação nos remete a cratera Shorty
que foi visitada pela missão Apollo.