AstroManual - Astronomia
Observacional Amadora
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Os Processos Tectônicos na Lua
Tectonismo se refere as forças que deformam a superfície
lunar. Estas podem ser endógenas (como as falhas de empuxo) ou
externas (como a criação de falhas através de eventos
de impacto). Processos de Indução das Crateras Impactos
criam uma onda de choque que se propaga pela superfície lunar. Se
tiverem energia suficiente, estas ondas podem induzir falhas no leito
rochoso de subsuperfície, podem reativar falhas localizadas em
outro lugar, e podem induzir mudanças locais em materiais semi-estáveis;
por exemplo, produzir deslizamentos de terra em paredes de cratera.
Muitos exemplos de falhas nas capas de subsurperfície podem ser
vistos ao redor de uma variedade de bacias lunares. Tais falhas podem ser
radiais (diretamente fora do centro da bacia) ou concêntricas (ao
redor dos lados da bacia). Exemplos de falhas concêntricas incluem
formações como os ''arcuate rills''. Eles só foram
ativados depois do preenchimento das marias pelas tensões de
vulcanismo. Bons exemplos deste tipo de falha podem ser vistos ao redor do
Mare Humorum e do Mare Serenitatis.
A falha radial em uma bacia também foi causado pelo impacto que
formou a bacia inicial. Nesses eventos, a onde de choque cria falhas de
subsuperfície em uma escala um pouco distante da bacia. Enquanto
inicialmente foram cobertas de ejeta, estas falhas foram reativadas depois
através de outros processos (como vulcanismo). Exemplos destes
tipos incluem a Straight Wall, o Cauchy Rilles, e o rilles em Lacus
Mortis.
Os materiais semi-estáveis podem se tornar instáveis através
de uma onda de choque que pode criar deslizamentos de terra em uma
cratera. Um exemplo disto é o deslizamento de terra na cratera
Copernicus, cujo evento é pensado possa ter sido ativado pelo
impacto que originou a cratera Tycho.
Vulcanismo como um Processo Tectônico
Outros tipos de atividade tectônica podem ser encontrados em
associação com vulcanismo. A lava, vinda do manto, é
mais densa que a crosta de revestimento. Esta rocha mais densa gera campos
de tensão locais no leito rochoso subjacente, produzindo cumes de
maria e arcuate rilles quando a lava abaixa. Porém, existem outros
tipos de eventos que formam os cumes nas maria.
Cumes de maria também podem se formar em cima da borda da
cratera/bacia. Tal situação acontece quando uma cama de lava
enche e crobre a borda da cratera/bacia. Agora nós temos um recife
raso de lava em cima da borda e um outro mais fundo fora onde a borda
termina. A lava densa baixará mais em cima da área funda e
menos em cima da área rasa, induzindo campos de tensão
locais ao resfriar, lava plástica. Em tal ponto se formará
um cume de maria. Realmente, sua existência pode ser determinada
examinando os cumes de maria nas bacias de anéis submersas.
Dois outros processos que formam cumes maria são uma intrusão
vulcânica debaixo de um recife de lava fresca e ativação
de uma falha devido ao peso da lava, com cobertura e deformação
de lava subseqüente. Assim, os cumes de maria é o resultado
final e uma variedade de processos tectônicos.
Interações Relativas à Maré
Forças relativas a maré se referem às tensões
induzidas por gravidade entre corpos planetários. Por exemplo, as
marés da Terra são causadas pela tensão relativa a
maré induzida pela Lua (e também pelo Sol ou ambos). Como a
Terra é maior, induz tensões proporcionalmente maiores na
Lua. De fato, a terra mostra força suficiente para torcer a forma
da Lua, de maneira que ela não é perfeitamente redonda.
Antes que a Lua estivesse em rotação fechada (travada) em
relação a Terra (o mesmo lado da Lua sempre está
virado de frente para a Terra), esta distorção provavelmente
produziu moonquakes (terremotos ou sismos lunares) e falha de subsuperfície.
Porém, esta distorção também teve como causa a
redução da velocidade relativo a maré - a fricção
destes eventos reduziu a velocidade do giro da Lua. Eventualmente, a Lua
ficou com rotação síncrona.
De maneira interessante, a Lua também causa redução
na velocidade relativo a maré da Terra, e assim a velocidade do
globo terrestre é lentamente reduzida com o passar do tempo. Agora,
se a Lua fosse completamente travada em rotação com a Terra,
poderíamos esperar pouca atividade sísmica na Lua. Porém,
os monitores sísmicos instalados pelas missões Apollo
revelaram pequenos moonquakes com magnitude entre 2 e 3 na Escala Richter.
Isto é porque a Lua ainda tem alguma oscilação (libração
- Qualquer deslocamento, real ou aparente, dos eixos lunares em relação
às suas posições médias.) que causam e
mudam as tensões relativo a maré, resultando na continuação
destes moonquakes; contudo, também há causas térmicas
secular que esfria a Lua).
As Forças Endógenas
A única nova força tectônica endógena é a que induz o continuado esfriamento secular da Lua. Com este resfriamento mais o manto plástico da Lua encolhe. Porém, a crosta rígida não pode encolher com ela e isto cria campos de tensão locais que são eventualmente lançadas através de falha por deslizamento (em um lado da falha a crosta desliza diagonalmente para cima). Falhas semelhantes existem em Mercúrio onde o encolhimento foi até maior. Embora estas falhas sejam pequenas, há muitas delas, e elas ainda estão continuando a se formarem segundo experts como o Dr. Alan Binder.
Resumindo... Nós podemos concluir que a superfície da Lua foi formada por um conjunto de diversos processos. Embora estes processos não são tão complexos quanto as forças geológicas da Terra, pois a Lua não apresenta placas tectônicas e os movimentos referentes a elas, forças hidrológicas e eólicas, ou um ciclo geotérmico significante, a bela Luna ainda é um mundo fascinante. E justamente porque falta esta complexidade extra, nos permite estudar estes processos mais simples de forma isolada. Enquanto poderia parecer que nós já entendemos tudo sobre a Lua, é preciso lembrar que ainda há muitos mistérios sobre ela que não foram solucionados, e que o esquema simplificado que apresentamos nesse trabalho tem como objeto levar aos leitores que apreciam observar a Lua em todos os seus aspectos, uma melhor forma de entender aquilo que nossos olhos não se cansam de admirar. Um maior entendimento de nossa Lua natural só será possível quando o homem retomar seus projetos de exploração em todos os recantos da Lua e, quem sabe, num futuro não muito distante, lá estabelecer colônias e saltar mais longe nas viagens espaciais interplanetárias e, quiçá, interestelar!