AstroManual - Astronomia
Observacional Amadora
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Outros Efeitos do Crateramento Lunar
O impacto de um corpo vindo do espaço exterior produziu na Lua
mais que apenas cicatrizes de crateras e grandes bacias. Vários
outros efeitos subseqüentes são produzidos antes, durante e após
um impacto de meteorito. Primeiro, o evento de crateramento cria uma onda
de choque que não se limita apenas na área geral do impacto,
mas continua viajando pela Lua. Se esta onda contém energia
suficiente, causará falha no leito de rochas da superfície e
dependendo da qualidade desse terreno, causará danos também
a maior profundidade. Também pode ativar falhas que já
existem. Finalmente, pode soltar materiais semi-estáveis da beira
da cratera, produzindo deslizamentos de terra e danos em outras crateras.
Um exemplo disto é o deslizamento de terra em Copernicus que foi
causado (é pensado) pela onda de choque do impacto qe formou a
cratera Tycho.
No impacto, ejetas espessos se esparramaram para fora das bacias e cobrem
uma seção enorme da Lua. Estas mantas de ejeta acumularam
uma capa de vários quilômetros de espessura, chamada megarególito
(megaregolith). Em cima disto está uma capa de poeira parda mais
fina chamada de rególito (regolith). Isto foi produzido por
meteoritos e micrometeoriotos menores que pulverizaram as capas superiores
do megaregolith. A capa de rególito pode ter mais de 15 metros de
espessura nas terras elevadas (highlands) da Lua, e até 8 metros de
espessura nas maria. Como o manto de rególito é muito
espesso, ele age como uma capa protetora que conserva as estruturas
subjacentes (megaregolith, lava fluida endurecida); assim os
micrometeoritos e os meteoritos de menor tamanho não podem
perfura-la. Agora, apenas meteoros ao redor 3 metros de diâmetro
podem alcançar a capa de megaregolith, claro que dependendo da
velocidade deles.
Em épocas mais cedo, podemos notar através de fotografias,
que os impactos de micrometeoritos corroeram as crateras e bacias. Esta
degradação acontece em uma certa ordem, de forma que os
estudiosos da Lua podem determinar a idade de uma cratera examinando em
detalhes seu estado de degradação. Assim as crateras de médias
dimensões que apresenta uma beira afiada, borda essa formada por
depósitos e terraços, um cume central, um ejeta contínuo
e descontínuo e um padrão de raios luminosos são as
mais jovens. Estas formações pertencem ao Período
Coperniano (Copernican Period) que se estende do presente a 1.2 bilhões
anos de idade no passado.
As crateras de tamanho médio que ainda conservam todas estas
partes exceto o padrão de raios liminosos foram formadas no período
anterior, chamado de Período Eratosteniano (Eratosthenian Period),
e por isso são um pouco mais velhas, pois foram formadas em uma época
que vai de 1.2 a 3.2 bilhão de anos atrás. As crateras de
tamanho médio que perderam o padrão de raios luminosos e o
ejeta descontínuo são muito mais velhas. Elas vêm do
Período Imbrium que têm de 3.2 a 3.85 bilhões anos de
idade. As crateras de tamanho médio que perderam o ejecta contínuo,
a borda afiada pertencem a uma época ainda mais antiga, o chamado
Período Nectariano ( Nectarian Period) que marcou oe eventos
ocorridos na Lua de 3.85 a 3.92 bilhões anos atrás. As
crateras de tamanho médio que aparecem amoldadas em forma se tigela
simples sem qualquer beira ou ejeta são as mais antigas de todas.
Elas vêm do Período Pré-Nectariano (Pre-Nectarian
Period), que estende de 3.92 bilhões de anos de idade até o
início da solidificação da superfície sólida
da Lua.
Porém, este método de datação apresenta
algumas limitações. Primeiro porque as crateras de pequeno
tamanho degradam mais depressa que as maiores. Segundo porque os sistemas
de raios degradam mais rapidamente nas superfícies das maria; e em
terceiro lugar porque a degradação aparente pode ocorrer
grandes folhas de ejeta ou um fluxo vulcânico obscurecem as partes
de uma cratera. Todavia, apesar destas três limitações,
nós ainda podemos nos socorrer deste método para muito
contar sobre a idade das crateras pela quantia de erosão e/ou
detalhes que cada uma ainda exibe.