As Artes Românticas

Enquanto os artistas neoclássicos voltaram-se para a imitação da arte greco-romana e dos mestres do Renascimento italiano, submetendo-se às regras determinadas pelas escolas de belas artes, os românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favor da livre expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimentos e da imaginação como princípios da criação artística.

Ao lado dessas características mais gerais, outros valores compuseram a estética romântica, tais como o sentimento do presente, o nacionalismo e a valorização da natureza.

 

                      

 

Ø      A pintura romântica

 

Ao negar a estética neoclássica, a pintura romântica aproxima-se das formas barrocas. Assim, os pintores românticos, como Goya, Delacroix, Turner e Constable, recuperam o dinamismo e o realismo que os neoclássicos haviam negado.

Outro elemento que podemos observar nos quadros românticos é a composição em diagonal, que sugere instabilidade e dinamismo ao observador. A cor é novamente valorizada e os contrastes de claro-escuro reaparecem, produzindo efeitos de dramaticidade.

Quanto aos temas, os fatos reais da história nacional e contemporânea dos artistas despertaram maior interesse do que os da mitologia greco-romana. Além disso, a natureza, relegada a pano de fundo das cenas aristocráticas pelo Neoclassicismo, ganha importância. Ela mesma passa a ser o tema da pintura. Ora calma, ora agitada, a natureza exibe, na tela dos românticos, um dinamismo equivalente às emoções humanas.

Ø      A paisagem romântica

 

A pintura paisagística já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A paisagem romântica inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo e, por outro, pela recriação das contínuas modificações das cores da natureza causadas pela luz solar. Segundo alguns historiadores da arte, essa segunda característica permite-nos afirmar que os paisagistas ingleses do século XIX anteciparam –se em algumas décadas aos impressionistas franceses.

§         Turner: a máquina começa a ganhar espaço na paisagem natural

Joseph Mallord William Turner (1775-1851) representou os grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete, procurou descrever uma certa “ atmosfera” da paisagem. Exemplos disso são as telas O Grande Canal, Vapor e Velocidade. Turner combina a representação fiel da realidade com sua “atmosfera”. Os tons claros, como o amarelo e o laranja, são mantidos puros, isto é, não foram neutralizados com o branco. Por isso, eles parecem mais brilhantes, principalmente se vistos em oposição às áreas de cor que foram neutralizadas. O efeito geral é uma paisagem com um brilho tal que levou John Constable a chamar as telas desse período de Turner de “visões douradas”.

 

§         John Constable: a paisagem da vida cotidiana

Ao contrário de Turner, a natureza retratada por Constable (1776-1837) é serena e profundamente ligada aos lugares onde o artista nasceu, cresceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos elementos de suas paisagens – os moinhos de vento, as barcaças carregadas de cereais – faziam parte da vida cotidiana do artista quando jovem.

Um exemplo bastante significativo da pintura paisagista de Constable é a tela A Carroça de Feno. Através de uma vasta gama de cores conseguida por meio de admirável vivacidade. Além disso, o rio reflete a luz que vem do céu, dando maior luminosidade à cena e maior serenidade à paisagem. Constable, por sinal, considerava a luz o elemento da natureza fundamental para a pintura paisagística.

 

 

 

 

 

 

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