Torres de oito andares mudam a face da encosta de Alenquer
CONSTRU��O
Por mais paradoxal que possa parecer, as torres de sete e oito andares da  urbaniza��o  da  Quinta  do Brand�o, na colina sobranceira a Alenquer, t�m uma panor�mica soberba, mas destoam da paisagem  e descaracterizam a  Vila Pres�pio,  famosa  pelo  particularismo  do  seu  casario  incrustado  na  encosta virada ao rio.

� medida que as constru��es  avan�am,  originando  impactes  significativos  na paisagem  da  sede  de concelho, sobe o tom das cr�ticas � c�mara  que  aprovou  o  projecto  em  1992,  na  sequ�ncia  de  um conturbado  processo  urban�stico  iniciado   na   d�cada   de   80.    A   urbaniza��o,  que  contempla  a transforma��o dos 321 mil  metros  quadrados  da  Quinta  do  Brand�o,  engloba  a  constru��o  de  28 moradias e 207 lotes, num total de 2400  fogos  de  tipologias  diferentes,  visando  atrair  para Alenquer 8500  habitantes  (actualmente  tem  11  mil).    O  pol�mico complexo  habitacional  suscita  coment�rios negativos por parte da opini�o p�blica alenquerense e  nem  o  facto  de  o  presidente  da  edilidade,  o socialista �lvaro Pedro, ter assumido, em declara��es ao DN (21 Maio de  2002),  que  a  aprova��o  do projecto �foi um erro� demove as cr�ticas. A esperan�a manifestada pelo  autarca  de  que  �quando  os edif�cios estiverem todos constru�dos o conjunto possa n�o ser t�o feio� est� longe  de  se  confirmar  e h� quem defenda a demoli��o das torres.

Para o presidente da  Associa��o  para  o  Estudo  e  Defesa  do  Ambiente  do  Concelho  de  Alenquer (Alambi), �o projecto � inaceit�vel e, se os respons�veis camar�rios  aceitam  que aquilo  �  um  erro,  o �nico rem�dio � retir�-lo de l�. Tendo em conta os �graves impactes urban�sticos�, Jos� Carlos Morais defende que �faz todo os sentido avan�ar com indemniza��es, para que o promotor imobili�rio aceda  a fazer demoli��es, enquanto  �  tempo,  pois  quando  j�  houver  moradores,  esse  processo,  que  nem sequer � original - aconteceu em Ofir e Viana do Castelo -, ser� mais dif�cil�.  Nuno Rold�o, cronista  do
Jornal D'Alenquer, tamb�m n�o tem d�vidas:  �A solu��o  seria  implodir  aqueles  pr�dios,  crendo  que ser� o seu destino daqui por alguns anos�.

�o entender de Miguel Geraldes  Cardoso,  consultor  para  o  novo  aeroporto  da  Ota  que  reside  no concelho, �assiste-se indiscutivelmente ao seguimento de um modelo que acompanha o  dos  desastres urban�sticos que circundam os concelhos lim�trofes  de  Lisboa,  o  que  vai  trazer  necessariamente  os mesmos problemas: tr�nsito ca�tico,  falta  de  espa�o  vivencial,  descaracteriza��o,  baixa  dr�stica  de qualidade de vida, atentados contra o ambiente indiscriminados�. A diferen�a  para  Alenquer,  segundo este engenheiro ligado � ind�stria da constru��o, �� que ainda podemos ir a  tempo  de mudar�.  Neste quadro, sublinha, �a c�mara deve fazer mais do que reconhecer que cometeu um erro�.  No  entanto,  o presidente da C�mara de Alenquer afirmou ao DN que �a demoli��o das  torres  est�  fora  de  quest�o, porque est� tudo legal�.

                                                                                                                                    DN (31MAR2003)
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