Aldeia de lojas
do Carregado
� um caso � parte
COM�RCIO
A �aldeia de lojas� Campera, instalada, h� dois anos, nos arredores  do  Carregado,  �  j�  um  caso  � parte entre as grandes superf�cies da zona norte de Lisboa. Al�m de �roubar� um elevado  n�mero  de clientes ao com�rcio tradicional - uma aflu�ncia anual de dois milh�es de visitantes -,  o primeiro factory outlet center portugu�s move acesa disputa com os outros shoppings.

Este empreendimento da Mercasa (Grupo Esp�rito Santo), que engloba 129 lojas em representa��o  de quase uma centena de marcas de prest�gio,  vende  excessos  de 
stock com  descontos  permanentes superiores a 30%, na gama  de  produtos  comercializ�veis -  roupas,  cal�ado,  artigos  de  desporto  e objectos de decora��o e utilidades para o lar. O sucesso relativo  do  complexo,  agora  refor�ado  pelo menor poder de compra  dos  consumidores,   faz   com   que   a   administra��o   admita   recuperar   o investimento de 90 milh�es de euros (18 milh�es  de  contos)  num  prazo  mais  curto  do  que   estava previsto (15/16 anos).

Como contraponto surge o
shopping Vilafranca Centro, que vive talvez a sua maior crise desde que  foi inaugurado h� quase oito anos. Mais de duas dezenas de lojas fecharam as portas  e  nem  a  abertura do bingo e do bowlling consegue atrair mais utentes. Os comerciantes n�o t�m  d�vidas  que  as  fortes quebras na aflu�ncia de visitantes devem-se � abertura do Campera, a escassos seis quil�metros,  que al�m de pre�os mais baixos conta com o grande atractivo de privilegiar a circula��o ao ar livre.

A outro n�vel, o Jumbo de Alverca beneficia do facto de ser o �nico hipermercado da vasta regi�o entre Lisboa e Santar�m, mas a sua influ�ncia esbate-se ap�s  Vila  Franca  de Xira,  devido  �  profus�o  de m�dias superf�cies das redes Intermarch�, Modelo e Pingo Doce em quase todos os  concelhos,  sendo que estas h� muito conquistaram as prefer�ncias dos consumidores.

Impotentes para travar o sucesso instant�neo dos grandes espa�os, que continuam a demonstrar  forte apet�ncia pela regi�o, as associa��es de comerciantes apostam  em  programas  de  moderniza��o  do com�rcio  tradicional,   que  curiosamente  s�o  apoiados  pelas  mesmas  autarquias  que  assumem  a conting�ncia de ter de licenciar as grandes superf�cies. Descontentes com  a  alegada  passividade  da Confedera��o do Com�rcio Portugu�s perante o  excesso  de  grandes  superf�cies,   v�rias  estruturas empresariais concelhias est�o apostadas na funda��o do denominado Movimento pela Dignifica��o  do Com�rcio e Servi�os, tendo em  vista  implementar   �um   sistema   alternativo   aos   grandes  
lobbies financeiros, banc�rios, industriais ou da distribui��o comercial�.


                                                                                                                                       DN (10OUT2002)
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