Torres "ferem" vila-pres�pio
URBANISMO
Ningu�m compreende, em Alenquer, como � poss�vel  ter  sido  autorizada  a  edifica��o  de  pr�dios  t�o altos, na colina sobranceira � sede de concelho. Certo � que a c�mara  municipal,  reconhecendo  agora �o erro�, aprovou a urbaniza��o da Quinta  do  Brand�o,  que,  com  as  suas  primeiras  torres  de  sete andares a pontuar  a  paisagem,  amea�a  descaracterizar  a  vila-pres�pio,  famosa  pelo  particularismo  do seu casario incrustado na encosta virada ao rio.

Fruto de um conturbado processo urban�stico iniciado na d�cada de 80, a urbaniza��o que  contempla  a transforma��o dos 321 mil metros quadrados da  Quinta  do  Brand�o  foi  aprovada  pela  autarquia  em 1992, englobando a constru��o de 28  moradias  e  207  lotes,  num  total  de  2400  fogos  de  tipologias diferentes (desde o T1 ao T4). O pol�mico complexo habitacional,  que  visa  atrair  para  Alenquer  8500 novos habitantes (actualmente tem  cerca  de  11  mil),  acabou  por  arrancar  no  ano  passado,  com  a constru��o  de   tr�s  das  sete  torres  de  sete  andares  previstas,   cujo  impacte  agora  se  faz  sentir, suscitando coment�rios negativos por parte dos alenquerenses.

S�o muitos os que n�o perdoam o �mau gosto de construir pr�dios no cume dos montes�. Nuno  Rold�o, cronista do Jornal D'Alenquer, foi um dos que se insurgiu contra a alegada �conspurca��o  da  paisagem natural�  da  vila,  n�o  tendo  resistido  a  manifestar  a  sua  indigna��o  em  plena  reuni�o   camar�ria. �Aqueles edif�cios, representando a incompet�ncia de quem aconselha e quem  decide,  s�o  o  exemplo vivo do que h� 30 anos se fez (mal) nos sub�rbios da capital, com os resultados conhecidos�, sustentou.

Para o vereador Nandin de Carvalho, do PSD, o desenvolvimento desta urbaniza��o, �� apenas a  ponta do
iceberg�, tendo em conta que alegadamente �existem muitas outras situa��es  em  Alenquer  em  que est�o acumuladas autoriza��es desde h� longo tempo e que agora come�am a irromper por  movimentos especulativos imobili�rios�.

O autarca defende que o munic�pio deve adoptar urgentemente �uma  pol�tica  de  conten��o  do  bet�o, sob pena de os alenquerenses verem a sua  vila  hist�rica  descaracterizada,  como  qualquer  Amadora, Cac�m ou Queluz de Baixo, sem ofensa para quem l� vive�.

Nandin de Carvalho n�o tem d�vidas que �a c�mara, depois de constatar  o  tremendo  erro  urban�stico, deveria ter renegociado com o promotor o redimensionamento do projecto�.

Mas acredita que �ainda � poss�vel atenuar o dano que  est�  em  curso,  embora  n�o  v�  ao  ponto  de propor, como em Cascais, a demoli��o dos edif�cios, porque a autarquia n�o tem  recursos  suficientes  e estamos num per�odo de vacas magras�.

Para que, �no futuro, outras quintas do Brand�o n�o voltem a ver a luz do  dia�,  o  vereador  prop�e  �a contrata��o  imediata  de  uma  arquitecta  paisagista  pela  c�mara,  para  dar  parecer  sobre  todas  as urbaniza��es�.

Nandin de Carvalho sublinha, tamb�m, que �o facto de o Plano  Director  Municipal  permitir  constru��es at� quatro andares,  por  exemplo,  n�o  quer  dizer  que  sejam  autorizados  os  quatro  andares,  sendo leg�timo os respons�veis municipais preservarem a qualidade  arquitect�nica  e  n�o  sobrecarregarem  a popula��o com infra-estruturas de m� qualidade, numa vila que merece mais carinho�.

                                                                                                                                            DN (21MAI2002)










Autarca diz que �n�o h� nada a fazer�

�lvaro  Pedro,  presidente  da  C�mara  Municipal  de  Alenquer,  reconheceu,  em declara��es ao  DN,  que  �o  projecto  da  Quinta  do  Brand�o  n�o  foi  avaliado correctamente pelo executivo camar�rio�.

�Os t�cnicos deveriam ter-nos chamado a aten��o para  a  significativa  dimens�o urban�stica� em causa, explicou o mesmo respons�vel da autarquia.

Confessando que tamb�m n�o gosta do impacte visual dos primeiros  edif�cios  da urbaniza��o, pois �podem, de facto, descaracterizar a imagem  da  vila-pres�pio�, o autarca socialista diz que, �agora, n�o h� nada a fazer, apenas reconhecer  que somos todos culpados daquele erro�.

Ainda assim, o presidente da C�mara Municipal de Alenquer guarda  a  esperan�a de que, �quando os edif�cios estiverem todos constru�dos, o  conjunto  possa  n�o ser t�o feio�.
Hosted by www.Geocities.ws

1