Alenquer recupera teatro centen�rio
PATRIM�NIO
A  sala  centen�ria  do  Teatro  Ana  Pereira,  de  Alenquer,  vai  ser  recuperada.  A primeira  fase  dos trabalhos est� pronta a iniciar-se e dever� beneficiar de fundos comunit�rios, no  �mbito  do  Programa Operacional   da   Cultura  (POC).  A  c�mara  est�  dispon�vel  para  colaborar  no  esfor�o  financeiro, estimado  em   60 mil euros.

Situado em pleno centro hist�rico de Alenquer - na chamada "Vila  Alta" -,  o  im�vel,  de  1893,  foi,  no in�cio da d�cada de 90, objecto de um ambicioso projecto  de  conserva��o  e  restauro,  por  parte  da Miseric�rdia local, que det�m a sua propriedade, mas os trabalhos acabaram  por  n�o  se  concretizar, devido � falta de financiamento.

Instalado no edif�cio do antigo Hospital da Miseric�rdia e cont�guo � igreja da mesma institui��o (s�culo XVI), o antigo Teatro da Sociedade Dram�tica de Alenquer resulta de um projecto de Jos� Juv�ncio  da Silva, autor dos actuais Pa�os do Concelho alenquerenses (1890), e a sua decora��o  esteve  a cargo de Gon�alves Viana e Lu�s de Azambuja.

Em 1946,  as instala��es  do  teatro  e  salas  cont�guas,  em  estado  de  degrada��o,  s�o  cedidas  � Comiss�o Pr�-Alenquer, grupo de alenquerenses que promove espect�culos e festas de  benefici�ncia em favor das colectividades locais. Ap�s a extin��o desta comiss�o, em  1955,  sucede-lhe a  Liga  dos Amigos de Alenquer, associa��o fundada em 1958 com objectivos semelhantes.

Depois de 25 de Abril de 1974, a  colectividade  torna-se  mais  aberta  �  popula��o,  com  sec��o  de gisn�stica, xadrez,  cinema,  t�nis  de  mesa  e  tiro  ao  alvo.   O  teatro,  muito  degradado,  �  utilizado esporadicamente. No final da d�cada de 70, � renovado, sofrendo pol�micas  altera��es  estruturais  e ao n�vel da decora��o. Reaberto em 1980, sema  eleg�ncia  do  antigo  teatrinho,  apresenta  algumas revistas   nos anos seguintes.

Actualmente, o mau estado da cobertura impede a realiza��o de espect�culos.  A Liga  dos Amigos  de Alenquer apenas realiza algumas iniciativas nas salas maiores do edif�cio, onde mant�m ainda  um  bar para servi�o dos cerca de 400 associados.

A   fachada  simples  e  austera  do  antigo  hospital  oculta  a  exist�ncia  de  um  teatro.   No  seio  do  edif�cio destacam-se os tectos em ab�bada de ber�o dos dois primeiros pisos e a arcada do
foyer, que ocupa uma  das  antigas  enfermarias.  A  entrada  principal  do  teatro  situa-se  no  piso  t�rreo,  onde funciona a redac��o de  um  jornal  local  e  a  secretaria  da Miseric�rdia.  Tem  capacidade  para  140 espectadores, na plateia e no balc�o.

Embora   possa   considerar-se  em  estado  razo�vel   de  conserva��o,   o  edif�cio  apresenta   v�rios problemas, sendo a cobertura, que est� muito degradada e causa graves infiltra��es de humidade,  de longe, a situa��o mais complicada. A instala��o el�ctrica, antiquadae totalmente exposta,  n�o  oferece seguran�a e as instala��es sanit�rias est�o, igualmente, degradadas.

A reabilita��o do Teatro Ana Pereira, que pertence  ao  patrim�nio  hist�rico  e  arquitect�nico  da  vila, envolve o esfor�o conjunto da Liga dos Amigos de Alenquer, da Miseric�rdia e da autarquia, que est�o empenhadas em devolver � sala centen�ria  a  dignidade  de  outrora,  quando,  com  regularidade,  ali eram levadas � cena com�dias, operetas e revistas pelas principais companhias do Pa�s.

As obras, que devem arrancar nas pr�ximas semanas, v�o processar-se em duas fases, a primeira das quais, j� com financiamento - na ordem dos 30 mil euros - assegurado  pela  secretaria  de  Estado  da Administra��o Local e Ordenamento do Territ�rio, visa exclusivamente recuperar toda a parte  superior do edif�cio, incluindo a instala��o de um telhado novo.

Os restantes trabalhos, que est�o avaliados, igualmente, em cerca de 30 mil  euros,  decorrer�o  numa fase posterior, tendo por objectivo �prover o conte�do da sala,  nomeadamente  as  zonas de  palco  e dos bastidores, e a plateia�, disse ao DN o vereador da Cultura, Lu�s Rema.

Para al�m das  esperadas  verbas da Uni�o Europeia,  nos termos  da  candidatura  apresentada  pelo munic�pio ao POC, o autarca assegura que a  recupera��o do antigo teatro �contar�  certamente  com o apoio da c�mara�.

                                                                                                                                       DN (19MAR2002)

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