Fus�o de clubes � invi�vel |
DESPORTO |
A fus�o dos dois clubes de Alenquer, apesar de alegadamente ser bem vista e desejada pelos habitantes da sede de concelho, n�o deve ser vi�vel nos anos mais pr�ximos. Confrontadas mais uma vez com a necessidade de dar passos concretos para consumar a uni�o, as direc��es do Sporting e do Benfica n�o se entendem, embora ambas reconhe�am que do processo poderiam advir vantagens econ�mico-financeiras capazes de perspectivar �um clube �nico com futuro�. O Sporting Club de Alenquer (SCA), fundado em 10 de Janeiro de 1927, � considerado o �clube da vila�, contando, segundo os seus dirigentes, com cerca de 1700 associados. Desenvolve actividades de gin�stica, pesca desportiva, kick boxing, t�nis de mesa, ballet, sevilhanas e setas. Por seu turno, o Sport Alenquer e Benfica (SAB), fundado em 1 de Janeiro de 1944, est� mais identificado com a zona das Paredes, um bairro lim�trofe da sede de concelho onde se situa o respectivo complexo desportivo, tendo cerca de 1600 s�cios. O futebol e o h�quei em patins s�o as modalidades que d�o maior notoriedade ao clube, que tamb�m pratica gin�stica, cicloturismo e artes marciais. Face � crise atravessada pelo associativismo, nas duas �ltimas d�cadas, com reflexos directos na situa��o financeira e na constitui��o dos �rg�os sociais das colectividades, o prop�sito de constituir um clube �nico na vila a partir dos dois existentes j� foi equacionado algumas vezes, sem quaisquer resultados. O presidente do Sporting local reafirmou agora a proposta, em artigo publicado no Jornal D'Alenquer, tendo evidenciado asvantagens acrescidas, sobretudo em termos financeiros, que poderiam resultar de tal processo. Pedro Pires sustenta que �na hist�ria dos dois clubes encontram-se motivos mais que suficientes para se pensar numa congrega��o de esfor�os�, tendo comoraz�o de fundo �o amor e a dedica��o a Alenquer, independentemente da prefer�ncia club�stica�. O dirigente sportinguista sublinha que �n�o h� muito tempo, o Benfica era presidido por um sportinguista e o SCA tinha na mesma fun��o um benfiquista�. Esta situa��o �, segundo refere, �muito mais evidente nos outros elementos das direc��es, assembleias gerais e conselhos fiscais� e quanto aos habituais frequentadores das sedes, �chegamos � conclus�o que, tamb�m estes, n�o olham ao seu clubismo para usufru�rem do que uma ou outra sede lhes proporciona�. No seu caso pessoal, sendo sportinguista, praticou h�quei em patins, durante 21 anos, no SAB. De resto, Pedro Pires n�o tem d�vidas que �se perguntarmos a dez alenquerenses se est�o de acordo [com a proposta], nove respondem afirmativamente�, mas reconhece que �o caso muda de figura quando questionamos se acham poss�vel a uni�o: oito dizem que � muito dif�cil�. A verade � que, at� ao momento, a proposta do presidente do SCA n�o motivou reac��es entre os alenquerenses,continuando a n�o existir predisposi��o dos demais respons�veis dos dois clubes para se sentarem � mesa e discutirem o assunto. O presidente do Benfica admite que est� dividido, pois �n�o h� d�vida que o suporte financeiro de um clube �nico seria consideravelmente diferente para melhor, at� em termos de ajuda da autarquia�, mas encara com muito cepticismo uma eventual jun��o, �tendo em conta o curr�culo e a massa associativa de ambos os clubes�. Por isso, Jorge Raposo n�o tenciona, para j�, dar qualquer passo nesse sentido, �porque arriscamo-nos a dar um passo em falso�. O l�der do SAB adianta que j� sondou os s�cios de ambos os clubes e considera que �n�o existe qualquer viabilidade dessa proposta vir a ser concretizada nos pr�ximos anos, pode ser que as novas gera��es encarem futuramente tal passibilidade�. O vereador do Desporto na c�mara alenquerense confessa que est� preocupado com o futuro das maiores colectividades do concelho, mas tamb�m n�o acredita que a proposta de constituir um clube �nico na vila tenha �pernan para andar�. Jorge Riso, que foi dirigente do SCA durante seis anos, aponta o tradicional bairrismo como o principal �bice do processo, sendo certo que �nas assembleias gerais dos clubes, quem aparece, geralmente, s�o os s�cios mais antigos, precisamente aqueles que mais se op�em � jun��o�. Se for solicitado pelas direc��es dos clubes para mediar eventuais contactos ou negocia��es, o autarca admite corresponder positivamente, mas n�o acredita que isso venha, de facto, a acontecer. Na sua opini�o, �Pedro Pires ou qualquer outra pessoa que assuma, nesta altura, um projecto para unir as duas colectividades tem uma tarefa quase imposs�vel pela frente�. |
09MAR2002 |