PROCESSO |
Nove anos depois do encerramento da F�brica de Lanif�cios Tejo, de Alenquer, os 84 trabalhadores da empresa, vulgarmente conhecida por Chemina, continuam sem receber as respectivas indemniza��es e mais de 500 mil euros (cem mil contos) de sal�rios em atraso. Apesar dos valores realizados com a venda da massa falida, com realce para a verba que a C�mara alenquerense pagou pela aquisi��o dos edif�cios, que s� por si ultrapassa a d�vida aos funcion�rios, o processo arrasta-se no tribunal. O centen�rio edif�cio industrial (inaugurado em 1889), localizado numa zona privilegiada da vila, ao lado do rio de Alenquer, foi considerado um dos mais desenvolvidos e produtivos do Pa�s, tendo chegado a empregar cerca de 200 oper�rios. No in�cio da d�cada de noventa, inicia-se a decad�ncia da f�brica, com a separa��o legal das antigas instala��es das estruturas mais recentes, continuando as primeiras com a denomina��o de �Empresa de Lanif�cios Tejo� e as segundas como �Alent�xtil, Lda�. Em 14 de Julho de 1994, a Lanif�cios Tejo � declarada falida, deixando mais de meio milh�o de euros de ordenados em atraso aos 84 trabalhadores lan�ados no desemprego. A c�mara e a assembleia municipal alenquerenses aprovaram, em Setembro de 1994, a aquisi��o, em hasta p�blica, do complexo da Chemina, englobando os edif�cios da Lanif�cios Tejo e da Alent�xtil (que entretanto foi extinta), pelo montante de um milh�o e cinquenta mil euros (210 mil contos). O investimento era, na altura, bastante avultado, mas a perspectiva, avan�ada pelos respons�veis camar�rios, de boa parte dessa verba vir a ser utilizada para liquidar vencimentos em atraso dos funcion�rios, serviu para convencer os representantes de todas as for�as pol�ticas a concordarem com a compra. Decorridos quase oito anos, a situa��o pouco se alterou. A C�mara ainda n�o definiu uma utiliza��o para a antiga f�brica de lanif�cios, entretanto reduzida �s paredes, devido a um inc�ndio. Para o vereador Jos� Manuel Catarino, da CDU, �a c�mara comprou aquele edif�cio s� para fazer o jeito aos amigos do presidente que administravam a unidade, apesar de os antigos trabalhadores ainda hoje n�o terem recebido qualquer indemniza��o�. J� os vereadores do PSD, Nandin de Carvalho e Vasco Miguel, pediram uma inspec��o das Finan�as � gest�o do munic�pio, considerando que estas e outras aquisi��es se podem inserir �num evidente desbaratar de recursos p�blicos e eventual benef�cio de interesses privados�. O respons�vel m�ximo do munic�pio, �lvaro Pedro (PS), que conduziu ao longo do tempo todo este processo por parte da autarquia, justifica a aquisi��o do complexo com a preocupa��o assumida pela c�mara de �evitar a demoli��o do edif�cio centen�rio e contribuir, atrav�s da verba paga, para que fossem saldadas as d�vidas aos funcion�rios�. DN (13MAR2002) |
�Sem ver a cor do dinheiro� |
PROCESSO |
Oper�rios evocam �habilidade legal� Os trabalhadores dizem-se v�timas de uma �habilidade legal� por parte dos anteriores propriet�rios da Chemina, que alegadamente lhes permitiu �deitar m�o� a verbas que deveriam integrar a massa falide, e continuam sem ver �a cor do dinheiro� relativo �s indemniza��es e sal�rios em atraso, porque o processo arrasta-se, indefinidamente, no tribunal. M�rio Salsinha, advogado da C�mara e s�cio da Chemina � data em que a empresa deu lugar a duas entidades jur�dicas diferentes, � apontado pelos representantes dos trabalhadores alegado mentor dessa pol�mica e contestada - mas aparentemente legal - opera��o financeira. |