Patrim�nio
Museu �escondido� atrai
poucos visitantes
H� um museu com um rico esp�lio, englobando mais de 4000 pe�as desde o Paleol�tico � Idade
M�dia, que h� tr�s d�cadas se encontra "escondido" numa pequena e antiga escola prim�ria da
denominada Vila Alta de Alenquer. Extremamente condicionado em termos de espa�o, de acessos
e de estacionamento, na Rua Maria Milne e Carmo (antiga rua da Cadeia), por tr�s do edif�cio centen�rio dos Pa�os do Concelho, o Museu Hip�lito Caba�o precisa, urgentemente, de instala��es condignas e mais condizentes com a import�ncia do legado deixado pelo seu fundador, para poder atrair mais visitantes.

O esp�lio reunido por Hip�lito Caba�o, que foi adquirido pela C�mara Municipal de Alenquer, em 1944, com o prop�sito de proceder � futura instala��o de um museu na vila, � constituido por cerca de 15 000 objectos que, at� ent�o, haviam estado guardadas na Casa da Torre, resid�ncia do arque�logo.

A exposi��o permanente do Museu Hip�lito Caba�o, que abriu ao p�blico em 6 de Abril de 1975, no edif�cio da antiga Aula do Conde de Ferreira, integra cerca de 4000 pe�as que est�o divididas por periodos: Mineralogia e Geologia, Paleol�tico, Mesol�tico, Neol�tico, Idade dos Metais, ciclo Lusitano-Romano e �poca Medieval. Personalidades da arqueologia nacional e estrangeira, tal como Eugene Jalhay, Luciano Ribeiro, Martinez Santa Olalla, Afonso do Pa�o e Gordon Childe, entre outros, visitaram este espa�o museol�gico, concordando, todos eles, no valor da colec��o que nele figura.

O director do museu alenquerense n�o tem duvidas que as fracas aflu�ncias registadas - em 2004 receber cerca de 1400 visitas - est�o directamente relacionadas com os problemas de acesso e com a localiza��o do equipamento. "� uma verdade indesment�vel, as pessoas queixam-se disso quando v�m c�", reconhece Filipe Rogeiro. Considerando a necessidade de transferir o museu para outro espa�o, o respons�vel defende que "a instala��o do museu na Casa da Torre - hoje ocupada pelos servi�os t�cnicos da autarquia -, al�m de um regresso �s origens, constituiria, em termos pr�ticos, um bom desfecho, se a c�mara municipal vier a optar por uma solu��o mais r�pida, j� que se trata de um edif�cio hist�rico, e simb�lico, que j� foi estruturado para funcionar como espa�o cultural". Isto, apesar de tamb�m ali existirem problemas de estacionamento, "mas isso � inevit�vel no centro hist�rico que tamb�m precisa de possuir atractivos, e este � daqueles que se coaduna melhor com esse requesito", observa Filipe Rogeiro.

A t�tulo de curiosidade, o director do museu municipal refere que "a filha de Hip�lito Caba�o j� admitiu que a fam�lia do arque�logo tamb�m v� com bons olhos o regresso do museu a Casa da Torre".

Filipe Rogeiro diz que, at� � data, n�o recebeu qualquer indica��o da parte da tutela camar�ria em rela��o a eventual transfer�ncia de instala��es. Admite que apenas teve conhecimento, h� algum tempo, de "algumas possibilidades de transfer�ncia que vieram a p�blico, pela boca de respons�veis camar�rios, posteriormente n�o confirmadas, apontando a Igreja da V�rzea e o segundo piso da antiga f�brica da Chemina como eventuais localiza��es para o museu". No entanto, ainda que ningu�m tenha pedido a sua opini�o, assume que prefere para sede do museu a Casa da Torre a qualquer uma das duas hip�teses aventadas.

Em �ltima inst�ncia, "se houvesse medidas de conjunto tomadas para o centro hist�rico, a exemplo do que aconteceu em �bidos, nomeadamente ao nivel da proibi��o do tr�nsito nas ruas e ruelas da zona onde o actual espa�o museol�gico se insere", o respons�vel sublinha que "at� n�o afastaria de toda a possibilidade de o museu de Alenquer permanecer no mesmo edificio", ainda que, naturalmente, sujeito a grandes melhorias. "Nesse quadro, que, se os respons�veis camar�rios assim o entenderem poder� ser uma realidade dentro de alguns anos, estaria garantido um percurso pedonal por excel�ncia no centro hist�rico que, estou certo, n�o chocaria com a actual localiza��o do museu e permitiria atrair visitantes", conclui Filipe Rogeiro.

                                                                                                                                                        
O arque�logo e a obra. Hip�lito de Almeida da Costa Caba�o nasceu em 1885 no lugar
do Paiol, freguesia de Aldeia Galega da Merceana, concelho de Alenquer, e veio a falecer em 1970.
Filho de um lavrador e comerciante, fixa-se em Fran�a, em 1901, com o objectivo de se especializar no tratamento e fabrico de vinhos. � nos museus franceses que desperta para a arqueologia e, sobretudo, para o material do per�odo paleol�tico. Regressado a Portugal, em 1903, desde logo inicia, com os primeiros achados, "a mais extensa e coerente obra de prospec��o e explora��o dentro dos dom�nios
da Pr�-hist�ria, realizada na primeira metade do seculo XX, sobretudo nesse sector ingrato, dif�cil e controverso que e o Paleol�tico". Palavras de Maria Amelia Horta Pereira, que define Hip�lito Caba�o como "pioneiro her�ico e gigantesco" da arqueologia portuguesa.

Para al�m do paloel�tico, Caba�o localizou estac�es dos per�odos Mesol�tico, Eneol�tico, Bronze, Ferro, Romano, Medieval, e ainda de Paleontologia e Antropologia, nos concelhos de Alenquer, Salvaterra de Magos, Azambuja, Peniche, Caldas da rainha, Santarem, Abrantes, Elvas e Cadaval, entre outros

Hor�rio do Museu. A exposi��o permanente de Arqueologia e Hist�ria do Museu Hip�lito Caba�o est� aberta ao p�blico de segunda a s�bado, entre as 10 e as 12 e 30 e entre as 14 e as 17 horas, encerrando aos domingos e feriados. A entrada � gratuita.  Localiza��o: Rua Maria Milne e Carmo, 2, Vila Alta, Alenquer. Telefone: 263 730 906
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