Turismo
Moinhos de Vento
Nova vida para as "engenhosas m�quinas medievais" de moagem
Os moinhos de vento espalhados por todo o concelho s�o o testemunho de uma actividade
econ�mica que, durante v�rios s�culos, foi importante no concelho de Alenquer. Atrav�s da Rota dos Moinhos, promovida pelo pelouro do Turismo da c�mara local, � agora poss�vel conhecer o concelho, nas vertentes ambiental, patrimonial e gastron�mica, tomando contacto com antigos equipamentos industriais que fazem parte da heran�a cultural da regi�o.
O circuito proposto aos visitantes, que inclui paragem para almo�o na serra de Montejunto e vai at� aos limites concelhios com Torres Vedras e Arruda dos Vinhos, engloba cinco antigos moinhos, dois dos quais mant�m a sua fun��o primordial - fabrica��o de farinha. Os outros equipamentos da rota sofreram altera��es e foram reaproveitados: um funciona como museu, enquanto os outros dois foram restaurados com fins habitacionais.
No alto dos montes, � procura de energia, os antigos moinhos de vento, al�m do valor est�tico que acrescentam � paisagem onde se integram, constituem, hoje, rel�quias do nosso patrim�nio. Mas a decad�ncia da moagem artesanal relectiu-se de forma acentuada na regi�o. H� menos de um s�culo, estavam cartografados 70 moinhos e 20 azenhas no concelho de Alenquer. Em meados dos anos 80 e no que respeita �s constru��es, estavam ainda referenciados cerca de 60.
Hoje, carregados de tradi��o e misticismo, os moinhos de vento s�o cada vez mais pe�as do nosso imagin�rio. "Muitas destas engenhosas 'm�quinas medievais', que revolucionaram os sistemas de moagem do seu tempo, encontram-se em ruinas e algumas estruturas foram at� destruidas, sendo extremamente reduzido o n�mero daquelas que ainda est�o a funcionar", refere ao DN Ant�nio Guapo, da Associa��o para o Estudo e Defesa do Patrim�nio de Alenquer.
O percurso da Rota dos Moinhos tem in�cio no posto de turismo, de onde segue para o primeiro moinho, em Cabanas de Torres, tendo a serra de Montejunto como pano de fundo. Trata-se de um moinho de 1861, que esteve abandonado at� que o actual propriet�rio, Leonel Pedro, "por amor � arte e ao patrim�nio", o recuperou, mantendo, em parte, a sua fun��o original.
O ponto de paragem seguinte � Lapadu�os (Vila Verde dos Francos), onde, surpreendentemente num vale imenso, deparamos com um moinho de trabalho, propriedade de Manuel Martinho, que � complementado por actividade de padaria. Os visitantes podem comer e comprar p�o de fabrico caseiro ou p�o com chouri�o.
Ap�s o almo�o, na antiga casa do guarda-florestal da serra de Montejunto, a visita estende-se ao moinho dos Penedos (Ventosa), que Clotilde Veiga comprou ao antigo moleiro para transformar em habita��o. � possivel desfrutar de uma paisagem rural de rara beleza, a partir de um espa�o singular constitu�do por cozinha e casa de banho no r�s-do-chao, sala de estar no piso superior e quarto no �ltimo andar.
O �ltimo ponto de paragem, no Lugar da Serra (Santana da Carnota), leva-nos at� dois moinhos que s�o propriedade de Maria Antonia Ponte, descendente do antigo moleiro. A estrutura mais antiga (1750) foi recuperada e mobilada para funcionar nos moldes de turismo de habita��o, permitindo a estada confortavel de duas pessoas num "triplex r�stico" com cozinha e quarto e, no piso superior, sala de estar onde se pode relaxar ao som do vento (que outrora fez rodar as m�s). J� o equipamento mais recente (1912), que tamb�m foi fielmente restaurado, constitui um moinho-museu, onde � possivel conhecer as fases do processo de transforma��o do gr�o em farinha e comprar artesanato.
"Tivemos a preocupa��o de incluir no circuito, para j�, cinco moinhos que, pela sua localiza��o em diferentes pontos do concelho e bons acessos, servissem de pretexto para os visitantes apreciarem a nossa paisagem e desfrutarem do nosso patrim�nio e da nossa gastronomia", explica ao DN o vereador do Turismo. Lu�s Rema cr� que Alenquer "possui condi��es para ser extremamente apetecido, em termos tur�sticos, como alternativa a Cascais, Sintra ou �bidos".
A participa��o na rota pode ser individual ou num grupo at� 25 elementos. As inscri��es s�o gratuitas, � excep��o do almo�o, devendo as mesmas ser realizadas pelo telefone 263 711 122.       
                                                                                                                                                          
Um patrim�nio que se deve salvaguardar

Os moleiros falam de moinhos de "terra alta" e de "terra baixa". O maior n�mero encontra-se na parte alta do concelho, na linha das cumeadas e cabe�os batidos pelos ventos mareiros da serra Alta, serra Galega e na serra de Montejunto virada para o Atl�ntico. Na zona subserrana e mais baixa, os moinhos situam-se nas linhas de relevo onde os montes s�o batidos pelos ventos que sopram do Tejo.
O estudo deste engenhos, nomes hom�nimos das pe�as de navega��o, como o mastro, as velas, as cordas, o pano, o meio pano, o traquete, a ponte, as andorinhas e outros, aliados �s combina��es das madeiras (segundo o seu grau de resist�ncia), constitui mat�ria interessante nos dom�nios da etnografia e da hist�ria das t�cnicas dos sistemas de moagem medievais que continuaram a ser estudados at� aos nossos dias.
Houve tempo em que o "neg�cio do moinho" rendia e era costume os moleiros "arranjarem-se bem". Nas conversas de casaleiros e senhores de quinta, nos seus coment�rios de gente de posses, dizia-se: "Mudas de moleiro, mas n�o mudas de ladr�o".
Com o passar do tempo, os moinhos de vento t�m sofrido inumeras altera��es. Actualmente, poucos s�o aqueles que mant�m a sua fun��o primordial - fabrica��o de farinha. A adapta��o e o aperfei�oamento dos moinhos com fins habitacionais s�o hoje uma agrad�vel realidade.
A recupera��o de moinhos para habita��o fez com que se tornassem lugares privilegiados de conforto e lazer. Carregados de tradi��o, transmitem, a quem neles pernoita, a calma e tranquilidade da paisagem que os envolve.
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