Vida aut�rquica
Unidos at� que os eleitores os separem
A freguesia de Triana, a terceira mais populosa do concelho de Alenquer, � governada por um executivo sui generis, que n�o dever� ter muitos exemplos paralelos no Pa�s, pois n�o conta com qualquer for�a partid�ria na oposi��o. Os socialistas (quatro eleitos) foram os mais votados nas elei��es aut�rquicas de 2001, mas, como n�o conseguiram atingir a maioria absoluta, n�o estiveram com meias medidas e fizeram um acordo p�s-eleitoral com o PSD (este com tr�s eleitos) e a CDU (com dois).

Duarte Carvalho, presidente da Junta de Freguesia de Triana, reconhece que o quadro de gest�o tripartida vivido localmente �� um pouco diferente do que � habitual nas outras freguesias; portanto, tem que haver um esfor�o permanente para se chegar a consensos�. O autarca socialista sublinha, por�m, que �cada uma das for�as pol�ticas continua a ter ideias pr�prias, mas quando est� em causa o bem comum da freguesia, o trabalho � facilitado e consegue-se ultrapassar as dificuldades com que a junta se debate�.

V�tor Ronca, cabe�a-de-lista do PSD que foi empossado secret�rio da Junta de Triana, tamb�m faz um �balan�o positivo� do trabalho desenvolvido pela autarquia, sendo certo, nas suas palavras, �que � dif�cil fazer mais e melhor com os cerca de cem mil euros de or�amento de que dispusemos em 2004�, destinados a responder aos problemas mais prementes dos 3532 habitantes da freguesia.

O eleito social-democrata diz ainda que n�o v� qualquer problema nesta gest�o conjunta, mesmo tendo em conta que inclui a CDU, e adverte que �n�o h� nenhum acordo pol�tico na freguesia de Triana; h�, sim, um entendimento pessoal entre os representantes das tr�s for�as representadas na Assembleia de Freguesia�.

Pelo mesmo diapas�o afina Nazar� Rodrigues, da CDU, que, com base neste acordo tripartido, assumiu o cargo de tesoureira da junta. �� bom que as tr�s for�as pol�ticas trabalhem em conjunto�, considera, �porque, desde logo, desmistifica-se a ideia de que � imposs�vel pessoas de quadrantes pol�ticos diferentes trabalharem para um s� objectivo, quer seja a n�vel de uma autarquia, quers eja  a n�vel de um Governo�. Por outro lado, �� bom que todas as for�as pol�ticas passem pelos executivos, porque assim ficam a saber como � dif�cil gerir uma autarquia�, sustenta a eleita comunista.

EM BUSCA DE CONSENSOS. Neste quadro, o facto de PS, PSD e CDU terem apresentado programas eleitorais diferentes �s elei��es n�o �, para os representantes das tr�s for�as pol�ticas aqui representadas, um empecilho. E nem sequer � motivo para qualquer tipo de inibi��o pol�tica. �Junt�mos os tr�s programas - que, no essencial, se as pessoas virem bem, defendem as mesmas coisas - e � na base disso, e com as verbas disponibilizadas pela C�mara Municipal de Alenquer e pelo Estado, que vamos gerindo a autarquia� refere ainda Nazar� Rodrigues.

De qualquer modo, �a gest�o corrente do dia-a-dia n�o tem muito a ver com a pol�tica em si. Depois, nas op��es pol�ticas que temos que tomar, � que conversamos e procuramos um entendimento�, refor�a a eleita da CDU.

O secret�rio da Junta de Triana vai ainda mais longe, ao desvalorizar os programas eleitorais com que cada uma das for�as pol�ticas se apresentou � popula��o da freguesia. �As promessas eleitorais n�o passam de um programa de inten��es. O programa verdadeiro � aquele que, depois, os mun�cipes nos d�o todos os dias quando apresentam problemas�, preconiza V�tor Ronca.

Com t�o grande sintonia entre os representantes destas tr�s for�as pol�ticas, tudo indica que s� em Outubro pr�ximo, quando os eleitores de Triana como os do resto do Pa�s forem novamente chamados a pronunciar-se nas urnas, esta original gest�o aut�rquica de perfil tripartido poder� ser posta em causa.

          
                                                                                                                                                           DN (30DEZ2004)
Hosted by www.Geocities.ws

1