Desvendado o mist�rio da traslada��o de Dami�o de Goes
ESTUDO
A traslada��o das ossadas atribu�das a Dami�o de Goes, em 30 de Agosto de 1941, da Igreja de Santa Maria da V�rzea para o templo dedicado a S�o Pedro, em Alenquer, n�o passou, afinal, de �uma simula��o� da equipa de arque�logos coordenada por Hip�lito Caba�o, porque o esqueleto do cronista do s�culo XVI j� tinha ent�o sido �comido pela cal�.

A revela��o foi feita pelo arque�logo Fernando Rodrigues Ferreira, na apresenta��o dos resultados finais dos exames efectuados ao jazigo de Dami�o de Goes por uma equipa da Asocia��o dos Arque�logos Portugueses.

A equipa de investigadores levantou da Igreja de S�o pedro, na Vila Pres�pio, no dia 27 de Setembro de 2002, as ossadas supostamente pertencentes a Dami�o de Goes e a sua mulher, a aristocrata flamenga Joana Van Hargen.

Com recurso �s potencialidades dos raios X, � tomografia computadorizada (TAC) e � osteodensitometria, os t�cnicos pretendiam obter dados muito precisos sobre o tipo de alimenta��o, a robustez, a altura e peso, doen�as, a causa da morte e provavelmente a reconstitui��o das fei��es do ilustre desaparecido.

Contudo, o estudo acabou por provar que as ossadas encontradas constitu�am os restos mortais de seis homens, duas mulheres e duas crian�as. O cr�nio que se pensava ser de Dami�o de Goes foi atribu�do a um homem mais novo que o cronista, provavelmente campon�s, j� que nos ossos ficaram vest�gios de fome durante a inf�ncia.

As invstiga��es prosseguiram, mas desta vez com o objctivo de encontrar o local onde o insigne humanista foi realmente sepultado - na Igreja de Santa Maria da V�rzea. Ap�s uma pesquisa arqueol�gica exaustiva, concluiu-se que Dami�o de Goes �foi comido pela cal� que era usual na �poca colocar sobre os cad�veres, e das poucas provas �sseas encontradas extra�ram-se algumas conclus�es.
O cronista �foi sepultado sem caix�o e sem vestu�rio; n�o foram encontrados ind�cios que possam sugerir a sua morte violenta - existem vers�es que d�o conta que ter� sido assassinado pela Inquisi��o ou por ladr�es; o corpo foi depositado em posi��o invertida relativmente ao que era normal, isto �, com a cabe�a para nascente e p�s para poente - como acontecia com quem ca�a "em desgra�a" perante a Inquisi��o; ter� sido completamente coberto de cal�, esclareceu Fernando Rodrigues Ferreira.

De acordo com o l�der da equipa multidisciplinar de investiga��o - composta por arque�logos, docentes universit�rios de medicina dent�ia, t�cnicos de radiologia e um f�sico - foi, precisamente, a cal que originou o desaparecimento acelerado e completo das ossadas, facto que ter� levado Hip�lito Caba�o a �simular� a sua traslada��o, depois de alegadamente ter �atravessado literalmente� os restos mortais do cronista.

                                                                                                                                     DN (09MAR004)
Hosted by www.Geocities.ws

1