Crise financeira n�o d� margem para novos investimentos
ENTREVISTA COM �LVARO PEDRO
Que an�lise faz do estado do concelho, comparativamente com 1977, quando assumiu a presid�ncia da c�mara?

Penso que o saldo � positivo, embora reconhe�a que, ao fim destes anos todos, gostaria de ver o concelho ainda melhor. Conseguimos concretizar o abastecimento p�blico de �gua em todo o concelho, constru�mos 12 esta��es de tratamento de esgotos e assegur�mos a cobertura do sistema de saneamento em 60 por cento da �rea concelhia. Al�m disso, fizemos tamb�m a biblioteca, as piscinas e outras obras importantes. De qualquer modo, n�o tenho d�vidas que o salto foi grande e n�o � por qualquer raz�o que estamos entre os dez concelhos com mais desenvolvimento no pa�s, como revela um estudo recente do Minist�rio das Finan�as.

Quais s�o as principais dificuldades que enfrenta?

A parte financeira em primeiro lugar. Com a crise que estamos a atravessar, e os impedimentos de recurso ao cr�dito, estou muito preocupado, porque n�o conseguimos cobertura para nos candidatarmos a mais fundos comunit�rios. O or�amento da c�mara para o ano que acabou de findar foi de 30 milh�es de euros e as perspectivas para este novo ano n�o s�o nada animadoras em termos de margem para investimentos.

O que � que levou a autarquia a concessionar a rede de abastecimnto de �gua e saneamento j� a partir deste m�s?

A rede de �gua est� numa situa��o bastante deteriorada e ou cri�vamos uma grande equipa com bom equipamento, ou n�o ter�amos condi��es para a necess�ria renova��o. De resto, a contrata��o de pessoal � complicada, porque os ordenados pagos pelas autarquias s�o baixos. Contudo, os mun�cipes podem ficar descansados: o aumento do pre�o da �gua ser� igual ao valor da infla��o. O que vai agravar a factura � a subida da taxa de aluguer dos contadores e a activa��o de uma taxa de saneamento que reconhe�o ser uma medida impopular, mas tem que ser.

Quando � que as obras do rio arrancam?

Segundo informa��o do Instituto da �gua (Inag), falta apenas o visto do Tribunal de Contas para que os trabalhos possam ter in�cio, j� que o Tribunal Administrativo confirmou a adjudica��o da obra � empresa que ganhou o concurso internacional.

Trata-se de uma obra importante...

Para mim, esta � a obra mais importante no concelho, e principalmente na vila de Alenquer. Ser� uma obra fundamental para conseguirmos normalizar todo aquele ecossistema e gostaria de a ver concretizada ainda durante este mandato.

Porque � que o munic�pio optou por aderir � Comunidade Urbana do Oeste, em vez de caminhar para a �rea Metropolitana de Lisboa, com a qual tem cada vez mais afinidades, at� por via da projectada instala��o do novo aeroporto na Ota?

Eu tenho a no��o que um dia que haja aeroporto, Alenquer far� parte da �rea Metropolitana de Lisboa (AML). Quando a AML foi fundada, entendi que Alenquer n�o teria muito a lucrar se entrasse nessa estrutura, e n�o estou arrependido, porque Azambuja, por exemplo, n�o ganhou nada com a sua ades�o.

Quais as vantagens que essa decis�o poder� trazer?

A decis�o de aderir � Comunidade Urbana do Oeste � estrat�gica, porque para os munic�pios da AML os fundos comunit�rios j� acabaram. Para j� esta � a op��o que melhor serve os interesses concelhios, mas daqui a cinco anos poderemos sair. Sendo certo que a aind an�o se sabe se vai haver novo Quadro Comunit�rio de Apoio, temos cinco anos para pensar qual a melhor decis�o.


                                                                                                                                        DN (05JAN2004)
Aeroporto da Ota atrasa planeamento

O munic�pio est� preparado para os impactes do aeroporto da Ota?

Penso que sim. Teremos muito que fazer e que analisar, mas, tirando a quest�o dos dez mil oper�rios que vir�o participar na obra, n�o haver� grandes problemas. Estou mais preocupado com os acessos, porque os tra�ados da A10 e do IC11 deveriam estar conclu�dos antes de as obras do aeroporto come�arem. Estou � espera que os secret�rios de Estado das Obras P�blicas e do Ambiente marquem uma reuni�o conjunta comigo para definir tudo isso, porque n�o se pode estar a prejudicar tanta gente � espera que se definam as �reas por onde estas vias v�o passar. 

Ainda acredita que o aeroporto se concretize?

Tenho a certeza. Acredito naquilo que o ministro das Obras P�blicas me disse, que n�o h� d�vida nenhuma que o aeroporto � na Ota.

Quais as principais linhas para a revis�o do Plano Director Municipal?

A revis�o do PDM est� praticamente parada, por causa da indefini��o do aeroporto e dos respectivos acessos, incluindo os tra�ados da A10 e do IC11. Estamos com as m�os completamente atadas. � por isso que  ando de roda dos secret�rios de Estado das Obras P�blicas e do Ambiente para ver se me resolvem a situa��o. Para j�, o que est� estabelecido � que toda a log�stica do aeroporto ir� para norte da Ota, mas ser� necess�rio definir as zonas de expans�o urban�stica. E isso n�o se pode escamotear.

J� decidiu se vai recandidatar-se?

Ainda � cedo, mas mentia-lhe se lhe dissesse que n�o penso no assunto. Penso que era uma boa altura para eu sair pela porta grande ao fim de quase 30 anos como autarca. Mas as campanhas difamat�rias que t�m sido movidas contra mim, nos �ltimos tempos, por alguns sectores, procurando denegrir a minha imagem e ferir a minha dignidade, leva-me a arranjar for�as para querer continuar. Se pensam que v�o correr comigo, baseados na chicana, est�o enganados.


A cara da not�cia: �lvaro Pedro - 65 anos

Desde que integrou a comiss�o administrativa do munic�pio, em Maio de 1976, este antigo oper�rio da f�brica da Opel na Azambuja nunca mais deixou os Pa�os do Concelho. Cumpre outro mandato consecutivo como presidente, j� na condi��o de reformado, tendo rejeitado v�rias vezes o lugar de deputado que lhe foi oferecido pelo PS. Na zona rural do concelho, onde se sente �como peixe na �gua�, o nome de �lvaro Pedro ainda � sin�nimo de indiscut�vel. No entanto, surgem sinais claros de desgaste da sua imagem junto do eleitorado, particularmente nos centros urbanos, e entre os seus pares socialistas.
Foto DN
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