ÍNDICE
Prefácio
Prólogo
I - Jesus Cristo Nunca Existiu
II - As Provas e as Contra Provas
III - As Falsificações
IV - O Doloroso Silêncio Histórico
V - Um Jesus Cristo não Histórico
VI - Jesus e o Tempo
VII - Jesus Cristo nos Evangelhos
VIII - Jesus Cristo é um Milagre
IX - Jesus Cristo, um Mito Bíblico
X - As Contradições sobre Jesus
Cristo
XI - As Contradições Evangélicas
XII - Algumas Fontes do Cristianismo
XIII - Jesus Cristo, uma Cópia
Religiosa
XIV - Os Deuses Redentores
XV - Jesus Cristo é um Mito Solar
XVI - Outras Fontes do Cristianismo
XVII - Judaísmo e Cristianismo
XVIII - O Cristianismo sem Jesus Cristo
Existe
uma chave para a liberdade: Pense!
Se quiseres ser um cordeiro, seja feita a tua vontade.
Não reclames, entretanto, quando fores servido em nosso
grande Sabbath!
(Um "bem velho" dito
pagão, do século XX)
O
PREFÁCIO
TENHO
a satisfação de recomendar ao público a
presente obra, escrita sob o título "Jesus Cristo
Nunca Existiu", de La Sagesse, em cujo conteúdo o
autor revela o seu pensamento de modo fiel e sem reticências,
a respeito de tão delicado assunto, Embora seja este o
seu primeiro trabalho publicado, o autor revela-se um escritor
em potencial, de quem muito ainda se pode esperar.
Diante
da necessidade sempre crescente da verdade, encetou a presente
obra para doar à humanidade a sua contribuição
de natureza cultural, querendo apenas cumprir o seu dever de
informar, perante si próprio e perante os homens.
Aos
oportunistas pouco importa se sob a palavra sonora se oculta a
hipocrisia e a mentira Contudo, para os espíritos puros e
corajosos, para os quais os interesses particulares não
devem sobrepor-se aos anseios do povo, mister se faz que a
verdade surja em toda a sua plenitude, deitando por terra toda a
fraude e mistificação.
Este
é um livro corajoso, concebido sem a preocupação
de agradar ou desagradar, não importando se
susceptibilidades são feridas pelo que aqui está
exposto. O seu intuito é exclusivamente patentear as
provas inequívocas de falsificação e
mistificação, as quais foram impostas aos homens a
ferro e fogo, durante séculos.
No
decurso da obra, são reveladas todas as idéias da
Igreja como realmente são: a mais pútrida e falsa
amoedação que pode haver, capaz de desprezar a
natureza e os valores naturais. Constituiu-se a Igreja em
verdadeiro parasita do homem crente, a verdadeira tarântula
através da qual o clero que se constitui em uma minoria
privilegiada, vem sugando e envenenando sem parar, o sangue e a
vida daqueles que, iludidos por falsas promessas mantêm os
olhos fechados para a realidade da vida e das coisas.
Em
todo o tempo, a meta principal da Igreja é tornar o homem
o mais desgraçado possível, daí a idéia
do pecado e da culpabilidade, para criar uma raça de
escravos e de castrados de pensamento. Assim, tolhida a sua
liberdade de pensamento, torna-se presa fácil e maleável
nas mãos da Igreja. O temor dos castigos eternos,
prometidos para os que se insurgem contra os ensinamentos da
Santa Igreja, impede o homem crente de duvidar sequer do que a
mesma lhe incute no espírito como verdade. Só o
homem que consegue vencer a barreira do temor e da ignorância,
goza realmente de uma liberdade plena que poderá torná-lo
feliz.
Apesar
de uma acentuada liberalidade existente em nossos dias, ainda é
pequeno o número dos que sacodem o jugo opressor,
libertando-se da tutela hostil e interesseira da Igreja, de seus
dogmas e vãs promessa,. E é bem menor ainda o número
dos que tem a coragem de proclamar em altas vozes o seu
pensamento, liberto dos preconceitos religiosos que subjugam o
homem.
Felizmente,
La Sagesse faz parte deste circulo restrito, para quem a verdade
e o bem estar do homem estão acima de qualquer coisa e
dependem em muito de sua liberdade. A própria bondade do
homem deve revelar-se por si só, e não porque a
ela seja constrangido porquanto assim, perderá a sua
verdadeira característica, passando a Ser um ato
subalterno, sem nenhum valor moral.
Não
se omite a esta altura, a homenagem que faz jus quem não
economizou esforços no sentido de patentear a verdade,
antes se multiplicou em cuidados para fornecer aos leitores, uma
obra capaz de despertar o interesse pelo seu real valor e critérios
adotados.
O
autor possui uma vasta obra literária ainda inédita,
que deverá vir a público oportunamente.
Maria Ribeiro:p>
PRÓLOGO
Homem
ateu é assim chamado aquele que não crê em
Deus.
Etimologicamente,
"Theos", do grego significa Deus. Anexando-se o
prefixo "a", o qual indica ausência ou negação,
teremos ateu, isto é, sem Deus.
No
mundo moderno onde vivemos, no qual impera a razão, a lógica
e o conhecimento científico, não nos é mais
possível estabelecer diferença essencial entre
ateus ou crentes.
Os
que acreditam em um Deus materializável, prosternando-se
e orando diante de seus altares, em seus templos, são
também verdadeiros ateus. Apenas, deste fato não
se dão conta. A seguir, tentaremos explicar o nosso ponto
de vista.
O
homem primitivo, sentindo-se indefeso diante do mundo hostil que
o rodeia e que desconhece, a tudo teme. Apavoram-no os fenômenos
da natureza, tais como as tempestades, os trovões, os relâmpagos
e tantos outros os quais julga ser a manifestação
digna de um Ser Supremo, muito poderoso e desconhecido. Então,
na sua impotência para controlar a natureza, e não
encontrando explicações razoáveis para os
acontecimentos, volta-se o nosso homem para aquele Ser Poderoso
que imagina comandar o mundo. Submisso e suplicante, implora-lhe
perdão pelas faltas cometidas, simula preces e
oferece-lhe sacrifícios. Com isso, supõe aplacar a
ira dos deuses e ganhar-lhes sua benevolência para dias
vindouros, Está assim, lançada a semente da religião
que no decorrer do tempo irá ganhando novas formas e
sofrerá modificações, de acordo com o próprio
homem, suas necessidades e aspirações.
Então
perguntaremos, diante de que ou de quem ajoelha-se o homem?
Diante de Deus? Não. Por incrível que pareça,
o homem ajoeIharia-se ainda hoje, diante do altar rústico,
erguido pelo temor do homem primitivo castigado pelas forças
adversas da natureza, e impotente para contê-las.
Não
é lógico que o homem que evoluiu conseguindo
maravilhas, obtendo os meios necessários para definir e
mesmo refrear os furores da natureza, paradoxalmente continue
praticando os cultos de desagravo, criados pelos amedrontados
ancestrais.
Concluímos
do que acima foi dito que os religiosos de qualquer espécie
são ateus, porquanto, de acordo com a própria
etimologia da palavra ateu, continuam sem Deus. Isto é
verdadeiro, porquanto, não é possível a
ninguém ter algo inexistente, no caso o Ser Poderoso,
Deus ou deuses, conforme prefiram.
A
medida em que o homem foi evoluindo, promoveu sua organização
social, inclusive a religiosa. E o homem permaneceu contrito,
ajoelhado diante de Deus e do sacerdote. Aos poucos, vai a
religião tornando-se um ótimo e cômodo meio
de vida para a minoria privilegiada composta pelos sacerdotes,
verdadeiro comércio com o qual o povo tem sido espoliado
através dos tempos.
Surgiram
deuses e religiões idealizadas pelos espertos, afim de
satisfazer a todos os gostos e tendências.
Até
o século IX, os estudiosos do assunto já haviam
catalogado nada menos de 60 mil deuses, sob as mais variadas
formas, desde a de animal, semi-animal, até atingir o
aspecto integral do corpo humano.
Criaram
deuses como Baco, o deus do vinho, homenageado com tremendas
bebedeiras. Vênus, a deusa do amor. Para reger a cada ato
da vida, foram criados deuses especiais; inclusive para cada fenômenos
da natureza.
Apesar
do fervor com o qual os deuses têm sido incensados através
dos tempos, jamais se conseguiu provar que a fé a eles
devotada tenha melhorado a sorte do homem e do mundo.
Por
isso somos levados a crer que todos aqueles que têm
adorado aos deuses têm perdido o seu precioso tempo.
O
homem com o poder de sua inteligência e imaginação,
vai aos poucos adquirindo e sistematizando os seus
conhecimentos, tornando-os cultura e ciência.
Gradativamente vai levantando o véu do mistério
que lhe obscurecera a razão. A explicação
dos fatos fundamentada ria ciência, liberta-o dos temores.
O
conhecimento científico, alijando as trevas da ignorância,
leva-nos a compreender que os milhares de deuses dos quais temos
tido conhecimento, são produtos de mentes férteis
e pretensiosas como a do clero e outros interessados em lucros fáceis.
A
total ausência de uma intervenção direta de
Deus nos destinos do homem e do mundo, é prova de que o
clero conduz o homem por caminho errado. Valendo-se da boa fé
do povo incauto é que o clero, em todos os tempos tem
desenvolvido sua atividade parasitária, chorando tanto
quanto possível a economia humana. Assim, pode desfrutar
de boa vida, luxo e palácios, praticamente sem trabalhar,
com o dinheiro que o homem religioso passa-lhe ás mãos,
julgando assim comprar sua entrada no céu.
O
sacerdote é sempre categórico em suas afirmações
diante do crente, mostrando-se, contudo, reticente e cauteloso
em face do conhecimento científico do homem de saber
aprimorado. A este falará sobre tudo, mas, evitará
abordar o que se refere a Deus, religião ou teologia.
Tendo
ultrapassado a época do medo, a raça humana não
se libertou totalmente do sentimento religioso, porquanto,
existem os que se valem do nome de Deus e das religiões
para viverem ociosamente, desfrutando de boa posição
e respeito, sem contudo, dar aos homens qualquer contribuição
que lhes aproveite para sua felicidade e bem estar. Apenas a
promessa de uma boa vida futura, após a morte. Todavia,
até esta ser-lhe-á garantida apenas com a condição
de suportar, pacientemente, muitos sofrimentos em sua passagem
pela terra. Ora, são promessas vãs e mentirosas.
Será que o sacerdote daria para alguém o Reino dos
Céus, se dele dispusesse? Tudo nos leva a crer que não.
Não
acreditamos que as religiões possam desaparecer tão
cedo da face da terra, apesar do aprimoramento, sempre em expansão
do conhecimento científico. As religiões não
morrem, modificam-se. Desde os primórdios da humanidade,
o aparecimento sempre de novos deuses e modalidades de culto,
justificam tal afirmativa. Em vista de tantas e tais modificações,
é que chegamos a era do advento de Cristo e do
cristianismo, religião esta abraçada por boa parte
da população do mundo atual, em suas variadas
ramificações.
E
qual o fundamento sobre o qual foi criada a religião
cristã? Nada tem de positivo, palpável ou
verdadeiro. É apenas uma lenda o nascimento de Jesus,
como toda a vida e os atos a ele imputados. Aqueles que criaram
o cristianismo sequer primaram pela originalidade, porquanto, a
lenda que envolve a personalidade cie Jesus Cristo é
apenas copia de tantas outras que relatam o nascimento e tudo
quanto se referiu aos deuses criados pelos antigos, tais como Ísis,
Osíris, Hórus Átis. Apolo, Mitra, etc.
O
homem do nosso século tem, forçosamente, de ser prático.
Daí, não poderá fundamentar os atos de sua
vida em lendas ou mitos. As lendas possuem, evidentemente um
grande valor fazem parte do folclore dos povos, influindo na
formação de suas culturas. Entretanto, o seu valor
cultural não deve ultrapassar o limite lógico e
aceitável.
JESUS
CRISTO NUNCA EXISTIU
Os
pesquisadores que se dedicaram ao estudo das origens do
cristianismo, sabem que desde o Século II de nossa era,
tem sido posta em dúvida a existência de Cristo.
Muitos até mesmo entre os cristãos, procuram
provas históricas e materiais para fundamentar sua crença.
Infelizmente para eles e sua fé, tal fundamento jamais
foi conseguido, porquanto, a história cientificamente
elaborada denota que a existência de Jesus é real
apenas nos escritos e testemunhas daqueles que tiveram interesse
religioso e material em prová-la.
Desse
modo, a existência, a vida e a obra de Jesus carecem de
provas indiscutíveis. Nem mesmo os Evangelhos constituem
documento irretorquível.
As
bibliotecas e museus guardam escritos e documentos de autores
que teriam sido contemporâneos de Jesus os quais não
fazem qualquer referência ao mesmo Por outro lado, a ciência
histórica tem-se recusado a dar crédito aos
documentos oferecidos pela Igreja, com intenção de
provar-lhe a existência física. Ocorre que tais
documentos, originariamente não mencionavam sequer o nome
de Jesus, todavia, foram falsificados, rasurados e adulterados
visando suprir a ausência de documentação
verdadeira.
Por
outro lado, muito do que foi escrito para provar a inexistência
de Jesus Cristo foi destruído pela Igreja,
defensivamente. Assim é que por falta de documentos
verdadeiros e indiscutíveis, a existência de Jesus
tem sido posta em dúvida desde os primeiros séculos
desta era, apesar de ter a Igreja tentado destruir a tudo e a
todos os que tiveram coragem ousaram contestar os seus pontos de
vista os seus dogmas.
Por
tudo isso é que o Papa Pio XII em 955, falando para um
Congresso Internacional de História em Roma, disse: "Para
os cristãos, o problema da existência de Jesus
Cristo concerne à fé, e não à história".
Emílio
Bossi em seu livro intitulado "Jesus Cristo Nunca Existiu",
compara Jesus Cristo a Sócrates que igualmente nada
deixou escrito. No entanto, faz ver que Sócrates só
ensinou o que é natural e racial, ao passo que Jesus
ter-se-ia apenas preocupado com o sobrenatural. Sócrates
teve como discípulos pessoas naturais, de existência
comprovada, cujos escritos, produção cultural e
filosófica passaram à história como Platão,
Xenófanes, Euclides, Esquino, Fédon. Enquanto
isso, Jesus teria por discípulos alguns homens
analfabetos como ele próprio te-lo-ia sido, os quais
apenas repetiriam os velhos conceitos e preconceitos talmúdicos.
Sócrates
que viveu 5 séculos antes de Cristo e nada escreveu,
jamais a sua existência foi posta em dúvida. Jesus
Cristo que teria vivido tanto tempo depois, mesmo nada tendo
escrito, poderia apesar disso ter deixado provas de sua existência.
Todavia, nada tem sido encontrado que mereça fé.
Seus discípulos nada escreveram. Os historiadores, não
lhe fizeram qualquer alusão.
Além
disso, sabemos que desde o Século II, os judeus ortodoxos
e muitos homens cultos começaram a contestar a veracidade
de existência de tal ser, sob qualquer aspecto, humano ou
divino. Estavam assim os homens divididos em duas posições:
a dos que afirmado a realidade de sua existência,
divindade e propósitos de salvação,
perseguiam e matavam impiedosamente aos partidários da
posição contrária, ou seja, àqueles
cultos e audaciosos que tiveram a coragem de contestá-los.
O
imenso poder do Vaticano tornou a libertação do
homem da tutela religiosa, difícil e lenta. O liberalismo
que surgiu nos últimos séculos, contribuiu para
que homens cultos e desejosos de esclarecer a verdade tentassem,
com bastante êxito, mostrar a mistificação
que tem sido a base de todas as religiões, inclusive do
cristianismo. Surgiram também alguns escritos
elucidativos, que por sorte haviam escapado à caça
e à queima em praça pública. Fatos e
descobertas desta natureza contribuíram decisivamente
para que o mundo de hoje tenha uma concepção científica
e prática de tudo que o rodeia, bem como de si próprio,
de sua vida, direitos e obrigações.
A
sociedade atualmente pode estabelecer os seus padrões de
vida e moral, e os seus membros podem observá-los e
respeitá-los por si mesmos, pelo respeito ao próximo
e não pelo temor que lhes incute a religião.
Contudo,
é lamentavelmente certo que muitos ainda se conservam
subjugados pelo espírito de religiosidade, presos a tabus
caducos e inaceitáveis
Jesus
Cristo foi apenas urna entidade ideal, criada para fazer cumprir
as escrituras, visando dar seqüência ao judaísmo
em face da diáspora, destruição do templo e
de Jerusalém. Teria sido um arranjo feito em defesa do
judaísmo que então morria, surgindo uma nova crença.
Ultimamente,
têm-se evidenciado as adulterações e
falsificações documentárias praticadas pela
Igreja, com o intuito de provar a existência real de
Cristo. Modernos métodos como, por exemplo, o método
comparativo de Heqel a grafotécnica e muitos outros,
denunciaram a má fé dos que implantaram o
cristianismo sobre falsas bases com uma doutrina tomada por empréstimos
de outros mais vivos e inteligentes do que eles, assim como
denunciaram os meios fraudulentos de que se valeram para provar
a existência do inexistente.
É
de se supor que após a fuga da Ásia Central, com o
tempo os judeus foram abandonando o velho espírito
semita, para irem-se adaptando às crenças
religiosas dos diversos. povos que já viviam na Ásia
Menor. Após haverem passado por longo período de
cativeiro no Egito, e posteriormente, por duas vezes na Babilônia,
não estranhamos que tenham introduzido no seu judaísmo
primitivo, as bases das crenças dos povos com os quais
conviveram.
Sendo
um dos povos mais atrasados de então e na qualidade de
cativos, por onde passaram, salvo exceções, sua
convivência e ligações seria sempre com a
gente inculta, primária e humilde. Assim é que em
vez de aprenderem ciências como astronomia, matemática,
sua impressionante legislação, aprenderam as
superstições do homem inculto e vulgar.
Quando
cativos na Babilônia, os sacerdotes judeus que constituíram
a nata, o escol do seu meio social, nas horas vagas iriam
copiando o folclore e tudo o que achassem de mais interessante
em matéria de costumes e crenças religiosas, do
que resultaria mais tarde compendiarem tudo em um só
livro, o qual recebeu o nome de Talmud, o livro do saber, do
conhecimento, da aprendizagem.
Por
uma série de circunstâncias, o judeu foi deixando,
aos poucos, a atividade de pastor, agricultor e mesmo de artífice,
passando a dedicar-se ao comércio.
A
atividade comercial do judeu teve início quando levados
cativos para a Babilônia, por Nabucodonosor, e
intensificou-se com o decorrer do tempo, e ainda mais com a
perseguição que lhe moveria o próprio
cristianismo, a partir do século IV. Daí em
diante, a preocupação principal do povo judeu foi
extinguir de seu meio o analfabetismo, visando com isso o êxito
de seus negócios. Deve-se a este fato ter sido o judeu, o
primeiro povo no meio do qual não haveria nenhum
analfabeto.
Destarte,
chegando à Roma e à Alexandria, encontrariam ali
apenas a prática de uma religião de tradição
oral, portanto, terreno propício para a introdução
de novas superstições religiosas. Dessa conjuntura
é que nasceram o cristianismo, o máximo de
mistificação religiosa de que se mostrou capaz a
mente humana.
O
judeu da diáspora conseguiu o seu objetivo. Com sua
grande habilidade, em pouco tempo o cristianismo caiu no gosto
popular, penetrando na casa do escravo e de seu senhor,
invadindo inclusive os palácios imperiais.
Crestus,
o Messias dos essênios, pelo qual parece terem optado os
judeus para a criação do cristianismo, daria
origem ao nome de Cristo, cristão e cristianismo.
Os
essênios haviam-se estabelecido numa instituição
comunal, em que os bens pessoais eram repartidos igualmente para
todos e as necessidades de cada um tornavam-se responsabilidade
de todos.
Tal
ideal de vida conquistaria, como realmente aconteceu, ao
escravo, a plebe, enfim. a gente humilde.
Daí,
a expansão do cristianismo que, nada tendo de concreto,
positivo e provável, assumiu as proporções
de que todos temos conhecimento. Não tendo ficado
restrita à classe inculta e pobre, como seria de se
pensar, começou a ganhar adeptos entre os aristocratas e
bem nascidos.
De
tudo o que dissemos, depreende-se que o cristianismo foi uma
religião criada pelos judeus, antes de tudo como meio de
sobrevivência e enriquecimento.
Tudo
foi feito e organizado de modo a que o homem se tornasse um
instrumento dócil e fácil de manejar, pelas mãos
hábeis daqueles aos quais aproveita a religião
como fonte de rendimentos.
Métodos
modernos, como por exemplo o método comparativo de
Hegel, a grafotécnica, o uso dos isótopos
radioativos e radiocarbônicos, denunciaram a má fé
daqueles que implantaram o cristianismo, falsificando escritos e
documentos na vã tentativa de provar o que lhe era
proveitoso. Por meios escusos tais como os citados, a Igreja
tornou-se a potência financeira em que hoje se constitui.
Finalmente,
desde o momento em que surgiu a religião, com ela veio o
sacerdote que é uma constante em todos os cultos, ainda
que recebam nomes diversos. A figura do sacerdote encarregado do
culto divino, tem tido sempre a preocupação
primordial de atemorizar o espírito dos povos,
apresentando-lhes um Deus onipotente, onipresente e, sobretudo,
vingativo que a uns premia com o paraíso e a outros
castiga com o inferno de fogo eterno, conforme sejam boas os más
suas ações.
No
cristianismo, encontraremos sempre o sacerdote afirmando ter o
homem uma alma imortal, a qual responderá após a
morte do corpo, diante de Deus, pelas ações
praticadas em vida.
Como
se tudo não bastasse, o paraíso, o purgatório
dos católicos e o inferno, há ainda que considerar
a admissão do pecado original, segundo o qual todos os
homens ao nascer, trazem-no consigo.
Ora,
ninguém jamais foi consultado a respeito de seu desejo ou
não de nascer. Assim sendo, como atribuir culpa de
qualquer natureza a quem não teve a oportunidade de
manifestar vontade própria Quanta injustiça!
Condenar inocentes por antecipação.
O
próprio Deus e o próprio Cristo, revoltar-se-iam
por certo, ante tão injusta legislação, se
os próprios existissem.
AS
PROVAS E AS CONTRA PROVAS
A
Igreja serviu-se de farta documentação, conforme já
mencionamos anteriormente, com Intenção de provar
a existência de Cristo. No entanto, a história
ignora-o completamente.
Quanto
aos autores profanos que pretensamente teriam escrito a seu
respeito, foram nesta parte falsificados. Por outro lado,
documentos históricos demonstram sua inexistência.
As provas históricas merecem nosso crédito, porque
pertencem à categoria dos fatos certos e positivos, e
constituem testemunhos concretos e válidos de escritores
de determinadas escolas.
A
interpretação da Bíblia e da mitologia
comparada, não resiste a uma confrontação
com a história.
Flávio
Josefo, Justo de Tiberíades, Filon de Alexandria, Tácito,
Suetônio e Plínio, o Jovem, teriam feito em seus
escritos, referências a Jesus Cristo. Todavia, tais
escritos após serem submetidos a exames grafotécnicos,
revelaram-se adulterados no todo ou em parte, para não se
falar dos que foram totalmente destruídos. Além
disso, as referências feitas a Crestus, Cristo ou Jesus, não
são feitas exatamente a respeito do Cristo dos Cristãos.
Seria mesmo difícil estabelecer qual o Cristo seguido
pelos cristãos, visto que esse era um nome comum na Galiléia
e Judéia.
Segundo
Tácito, judeus e egípcios foram expulsos de Roma
por formarem uma só e mística superstição
cristã. As expulsões ocorreram duas vezes no tempo
de Augusto e a terceira vez no governo de Tibério, no ano
19 desta era. Tais expulsões desmentem a existência
de Jesus, porquanto, ocorreram quando ainda o nome de cristão
aplicava-se a superstição judáico-egípcia,
a qual se confundiu com o cristianismo.
Filon
de Alexandria, apesar de ter contribuído poderosamente
para a formação do cristianismo, seu testemunho é
totalmente contrário a existência de Cristo. Filon
havia escrito um tratado sobre o Bom Deus - Serapis - tratado
este que foi destruído. Os evangelhos cristãos a
ele muito se assemelham, e os falsificadores não
hesitaram em atribuir as referências como sendo feitas a
Cristo.
Os
historiadores mostram que essa religião nasceu em
Alexandria, e não em Roma ou Jerusalém. Fazem ver
que ela nasceu das idéias de Filon que platonizando e
helenizando o judaísmo, escreveu boa parte do Apocalipse.
A mesma transformação que o cristianismo dera ao
judaísmo ao introduzir-lhe o paganismo e a idolatria,
Filon imprimira a essa crença, até então
apenas terapeuta, dando-lhe feição grega, de cunho
platônico.
Embora,
tenha sido de certo modo o precursor do cristianismo, não
deixou a menor prova de ter tomado conhecimento da existência
de Jesus Cristo, o mago rabi, e isto é lógico
porque o cristianismo só iria ser elaborado muito depois
de sua morte.
Bastaria
o silêncio de Filon para provar estarmos diante de uma
nova criação mitológica, de cunho metafísico.
Entretanto, escrevendo como cristão, os lançadores
do cristianismo louvaram-se nas suas idéias e escritos.
Tivesse Jesus realmente existido, jamais Filon deixaria de falar
em seu nome, descreveria certamente sua vida miraculosa. Filon
relata os principais acontecimentos de seu tempo, do judaísmo
e de outras crenças, não mencionando, porém,
nada sobre Jesus. Cita Pôncio Pilatos e sua atuação
como Procurador da Judéia, mas, não se refere ao
julgamento de Jesus a que ele teria presidido.
Fala
igualmente dos essênios e de sua doutrina comuna dizendo
tratar-se de uma seita judia, com mosteiro à margem do
Jordão, perto de Jerusalém.
Quando
no reinado de Calígula esteve em Roma defendendo os
judeus, relata diversos acontecimentos da Palestina, mas não
menciona nada a respeito de Jesus, seus feitos ou sua sorte e
destino.
Filon
que foi um dos judeus mais ilustres de seu tempo, e sempre
esteve em dia com os acontecimentos jamais omitiria qualquer notícia
acerca de Jesus, cuja existência se fosse verdadeira,
teria abalado o mundo de então. Impossível
admitir-se tal hipótese, portanto.
Por
isso é que M. Dide fez ver que, diante do silêncio
de homens extraordinários como Filon, os acontecimentos
narrados pelos evangelistas não passam de pura fantasia
religiosa. Seu silêncio é a sentença de
morte da existência de Jesus.
O
mesmo silêncio se estende aos apóstolos, assinala
Emílio Bossi. Evidencia que tudo quanto está
contido nos Evangelhos refere-se a personalidades irreais,
ideais, sobrenaturais de inexistentes taumaturgos.
O
silêncio de Filon e de outros se estende não apenas
a Jesus, mas, também aos seus pretensos apóstolos,
a José, a Maria, seus filhos e toda a sua família.
Flávio
Josefo tendo nascido no ano 37 e escrevendo até 93 sobre
judaísmo, cristianismo terapeuta, messias e Cristos, nada
disse a respeito de Jesus Cristo.
Justo
de Tiberíades, igualmente não fala em Jesus
Cristo, conquanto houvesse escrito uma história dos
judeus, indo de Moisés ao ano 50.
Ernest
Renan em sua obra "Vie de Jesus" apesar de ter tentado
biografar Jesus, reconhece o pesado silêncio que fizeram
cair sobre o pretenso herói do cristianismo.
Os
Gregos, os romanos e os indús dos séculos I e II,
jamais ouviram falar na existência física de Jesus
Cristo. Nenhum dos historiadores ou escritores, judeus ou
romanos, os quais viveram ao tempo em que pretensamente teria
vivido Jesus, ocupou-se dele expressamente. Nenhum dedicou-lhe
atenção. Todos foram omissos quanto a qualquer
movimento religioso ocorrido na Judéia, chefiado por
Jesus.
A
história não só contesta a tudo o que vem
nos Evangelhos, como prova que os documentos em que a Igreja se
baseou para formar o cristianismo foram todos inventados ou
falsificados no todo ou parte, para esse fim.
A
Igreja sempre dispôs de uma equipe de falsários, os
quais dedicaram-se afanosamente a adulterar e falsificar os
documentos antigos com o fim de pô-los de acordo com os
seus cânones.
O
piedoso e culto bispo de Cesaréia, Eusébio, como
muitos outros tonsurados, receberam ordens papais para realizar
modificações em Importantes papéis da época,
adulterando-os e emendando-os segundo suas conveniências.
Graças
a esses criminosos arranjos, a Igreja terminaria autenticando
impunemente, sua novela religiosa sobre Jesus Cristo, sua família,
seus discípulos e o seu tempo.
Conan
Doyle imortalizou o seu personagem, Sherlock Holmes, assim como
Goethe ao seu Werther. Deram-lhes vida e movimento como se
fossem pessoas reais, de carne e ossos. Muitos outros
escritores, imortalizaram-se também através de
suas obras, contudo, sempre ficou patente serem elas pura ficção,
sem qualquer elo que as ligue com a vida real. Produzem um
trabalho honesto e honrado aqueles que assim procedem, ao contrário
daqueles que deturpam os trabalhos assinados por eminentes
escritores, com o objetivo premeditado de iludir a boa fé
do próximo. E procedimento que além de criminoso,
revela a incapacidade intelectual daqueles que precisam de se
valer de tais meios, para alcançar seus escusos
objetivos.
Berson,
citado por Jean Guitton em "Jesus", disse que a
inigualável humildade de Jesus dispensaria a
historicidade; entretanto, erigiu os Evangelhos como documento
indiscutível como prova, o que a ciência histórica
de hoje rejeita. Só depois de muito entrado em anos é
que se tornaria indiferente para com a pirracenta crença
religiosa dos seus antepassados, como aconteceu com mentes
excepcionalmente cultas, tornadas ilustres pelo saber e pelo
conhecimento e não apenas pelo dinheiro.
Diante
da história, do conhecimento racional e científico
que presidem aos atos da vida humana, muitos já se
convenceram da primária e irreal origem do cristianismo,
o qual nada mais é do que uma síntese do judaísmo
com o paganismo e a idolatria greco-romana do século I.
Graças
ao trabalho de notáveis mestre de Filosofia e Teologia da
Escola de Tubíngen, na Alemanha, ficou provado que os
Evangelhos e mesmo toda a Bíblia, não possuem
valor histórico, pondo-se em dúvida
consequentemente, tudo quanto a Igreja impôs como verdade
sobre Jesus Cristo. Tudo o que consta dos Evangelhos e do Novo
Testamento, São apenas arranjos, adaptações
e ficções, como o próprio Jesus Cristo o
foi.
Através
da pesquisa histórica e de exames grafotécnicos
ficou evidenciado que os escritos acima referidos são apócrifos.
De sorte que não servindo como documentos autênticos
devem ser rejeitados pela ciência.
Jean
Guitton diz que o problema de Jesus. varia e acordo com o ângulo
sob o qual seja examinado: histórico, filosófico
ou teológico.
A
história exige provas reais, segundo as quais se
evidenciem os movimentos da pessoa ou do herói no palco
da vida humana, praticando todos os atos a ela concernentes, em
todos os seus altos e baixos.
Pierre
Couchoud, igualmente citado por Guitton, sendo médico e
filósofo, considerou Jesus como tendo sido "a maior
existência que já houve, o maior habitante da terra",
entretanto. acrescentou: "não existiu no
sentido histórico da palavra: não nasceu. não
sofreu sob Pôncio Pilatos, sendo tudo uma fabulação
mítica".
A
passagem de Jesus pela terra, seria o milagre dos milagres: "o
continente, embora fosse o menor, contivera o conteúdo,
que era o maior!"
A
Filosofia quer fatos para examinar e explicar à luz da
razão, generalízando-o. No que se refere à
existência de Jesus, é patente a impossibilidade de
generalização, porquanto, na qualidade de mito,
como os milhares que o antecederam, sua personalidade é
apenas fictícia, por conseguinte, nenhum material pode
oferecer à Filosofia para ser sistematizado, aprofundado
ou explicado.
No
tocante à Teologia cabe-lhe apenas a parte doutrinária
acerca das coisas divinas A ela, interessa apenas incutir nas
mentes os seus princípios, sem contudo, procurar neles o
que possa existir de concreto, o que inclusive seria contrário
aos interesses materiais, daqueles aos quais aproveita a religião.
Os
Enciclopedistas mostraram como eram tolos e irracionais os
dogmas da Igreja, lembrando ainda que ela era um dos mais fortes
pilares do feudalismo escravocrata.
Voltaire
mostrou as coincidências entre o Evangelho de João
e os escritos de Filon, lembrando ter sido ele um filósofo
grego de ascendência judia, cujo pai, um outro judeu
culto, teria sido contemporâneo de Jesus, se ele tivesse
realmente existido. A filosofia religiosa de Filon era a mesma
do cristianismo, tanto que inicialmente foi cogitada sua inclusão
entre os fundadores da nova crença. Contudo, após
exame rigoroso de sua obra, foram encontradas idéias
opostas aos interesses materiais dos lideres cristãos da época.
Devemos
aos Enciclopedistas, bem como a Voltaire, o incentivo para que
muitos pensadores futuros, pudessem desenvolver um trabalho
livre, na pesquisa da verdade. As convicções de
Voltaire, são o fruto de profundo estudo das obras de
Filon.
Os
racionalistas, posteriormente, servindo-se de seus escritos,
concluíram que a Igreja criou seus dogmas de acordo com a
lenda e o mito, impondo-os a ferro e fogo.
Bauer,
aplicando os princípios hegelianos na Universidade de
Tubingen. concluiu que os Evangelhos haviam sido escritos sob a
influência judia, de acordo com seu gosto. Posteriormente,
interesses materiais e políticos motivaram alterações
nos mesmos. Em vista de tais interesses é que Pedro, o
pregador do cristianismo nascente, que era pró judeu,
teve de ser substituído por Paulo, favorável aos
romanos. E Marcião teria sido o autor dos escritos atribuídos
ao inexistente Paulo.
O
mérito da Escola de Tubingen, consiste em haver provado
que os Evangelhos são apócrifos, e assim não
servem como documento aceitável pela história.
Levando ao conhecimento do mundo livre que os fundamentos do
cristianismo são mistificações pura, os
mestres da referida Escola abalaram os alicerces de uma empresa,
que há séculos explora a humanidade crente,
vendendo o nome de Deus a grosso e a varejo.
Tudo
nos leva a crer que no futuro, o conhecimento científico
exigirá bases sólidas para todas as coisas, quando
então as religiões não mais prevalecerão,
porquanto, não poderão contribuir para a ciência
ou para a história, com qualquer argumento sólido
e fiel.
Ademais,
não nos parece lógico que o homem atual, o qual já
atingiu um tão elevado nível de desenvolvimento, o
que se verifica em todos os setores do conhecimento, tais como
científico, tecnológico e filosófico,
permaneça preso a crenças em deuses inexistentes,
em mitos e tabus.
Diz-se
que a Bíblia, o livro sagrado dos cristãos, do
qual se valem eles para provar a existência de seu Deus e
Jesus Cristo, seu filho unigênito, foi escrito sob a
inspiração divina. O Próprio Deus te-lo-ia
escrito, através de homens inspirados por ele, claro. A
doutrina cristã ensina que Deus, além de
onipotente, é onipresente e onisciente. Sendo dotado de
tais atributos, - onisciência e onipresença, -
seria de se esperar que Deus ao ditar aos homens inspirados o
que deveriam escrever, não se restringisse apenas ao
relato das coisas, fatos ou lugares então conhecidos
pelos homens.
Sendo
onipresente, deveria estar no universo inteiro. Conhecê-lo
e levá-lo ao conhecimento dos homens, e não apenas
limitar-se a falar dos povos ou lugares que todos conheciam ou
sabiam existir.
Sendo
onisciente, deveria saber de todas s coisas de modo certo,
correto, exato e assim inspirar ou ensinar.
Todavia,
aconteceu justamente o contrário. A Bíblia escrita
por homens inspirados por Deus onipresente e onisciente, está
repleta de erros os mais vulgares e incoerentes, revelando total
ignorância acerca da verdade e de tudo mais.
Vejamos
apenas um exemplo. Diz a Bíblia que o sol, a lua e as
estrelas foram criadas em função da terra: para
iluminá-la. Seria o centro do universo, então, o
que é totalmente falso
Hoje,
ou melhor, há muito tempo todos sabemos que a terra é
apenas um grão de areia perdido na imensidão do
universo, sendo mesmo uma das menores porções que
o compõe, inclusive dentro do sistema solar de que faz
parte.
Como
teria Josué feito parar o sol, afim de prolongar o dia e
ganhar sua batalha contra os canamitas, sem acarretar uma catástrofe?
Decididamente, quem escreveu tais absurdos, sendo homem sujeito
a falhas e erros, é perdoável. Entretanto, sendo
um Deus onipresente e onisciente, ou por sua inspiração,
é inconcebível. E mais inconcebível ainda é
que o homem moderno permaneça escravo desta ou de
qualquer outra religião. Dispondo de modernos meios de
difusão e divulgação da cultura, o homem não
pode ignorar o quanto é falsa a doutrina cristã,
além de absurda, o mesmo estendendo-se a qualquer outra
forma de culto ou religião. Como entender que sendo Deus
onipresente e onisciente, não saberia que todos os corpos
do universo possuem movimento, e que este os mantém
dentro de sua órbita, sem atropelos ou abalroamento?
Quando
Jeová resolveu disciplinar o comportamento dos hebreus,
marcou encontro com Moisés, no Monte Sinai, para lhe
entregar as tábuas da lei. Fato idêntico acontecera
muito antes. quando Hamurabi teria recebido das mãos do
deus Schamash, a legislação dos babilônios
no século XVII a.C.. A mesma foi encontrada em Susa, uma
das grandes metrópoles do então poderoso império
babilônio, encontrando-se atualmente guardada no Museu do
Louvre, em Paris.
No
que concerne aos Evangelhos, foram escritos em número de
315, copiando-se sempre uns aos outros. No Concílio de
Nicéia, tal número foi reduzido para 40 e destes
foram sorteados os 4 que até hoje estão vigorando.
A.
Laterre, entre outros escritores, assinala ter sido o Evangelho
de Marcos o mais antigo, e haver servido de paradigma para os
outros, os quais não guardaram sequer fidelidade ao
original, dando margem a choques e entrechoques de doutrina.
Após
o Evangelho de Marcos, começaram a surgir os demais que
alcançando elevado número, foram reduzidos. A
escolha não visou os melhores, o que seria lógico,
mas baseou-se tão somente, no prestigio político
dos bispos das regiões onde haviam sido compostos.
A.
Laterre patenteou igualmente, em "Jesus e sua doutrina",
que a lenda composta pelos fundadores do cristianismo para ser
admitida pelos homens como verdade, fora copiada de fontes mitológicas
muito anteriores ao próprio judaísmo, remontando
aos antigos deuses indús, persas ou chineses.
No
século II, quando começou a aparecer a biografia
de Jesus, havia apenas o interesse político e material em
se manter a sua santa personalidade idealizada.
Constantino,
no século IV, tendo verificado que suas legiões
haviam-se tornado reticentes no cumprimento de suas ordens
contra os cristãos, resolveu mudar de tática e
aderir ao cristianismo. Percebendo que os bispos de Alexandria,
Jerusalém, Edessa e Roma tinham a força necessária
para fazer-lhe oposição, sentiu-se na contingência
de ceder politicamente, com o objetivo de conseguir obediência
total e unificar o império. De sorte que sua adesão
ou conversão ao cristianismo, não se baseou em uma
convicção intima, espiritual, porém,
resultou de conveniências políticas.
Embora
não crendo na religião cristã, percebeu que
a cruz dar-lhe-ia a força que lhe faltava, para tornar-se
o imperador único e obedecido cegamente. Daí, a
história do sonho que tivera antes de uma batalha,
segundo o qual vira a cruz desenhada no céu e estas
palavras escritas abaixo: "in hoc signo vincis", com
este sinal, vencerás. Não era cristão
verdadeiro, apenas fingia sê-lo para conseguir os seus
objetivos.
Dujardin
conta-nos que o cristianismo só surgiu a partir do ano
30, graças a um rito em que se via a morte e a ressurreição
de Jesus, o qual seria uma divindade pre-cristã. Nesta
seita, os seus adeptos denominavam-se apóstolos,
significando missionários, os que traziam uma mensagem
nova. Os apóstolos desse Jesus, juravam terem-no visto,
após sua morte, ressuscitar e ascender ao céu.
Entretanto, não era este o Jesus dos cristãos.
O
Padre Aífred Loisy, diante do enorme descrédito
que o mito do cristianismo vinha sofrendo nos meios cultos de
Paris, resolveu pesquisar-lhe as origens, visando assim desfazer
as objeções apresentadas de modo seguro e bem
fundamentado. Buscava a verdade para mostrá-la aos
demais. Entretanto, ao fazer seus estudos, o Padre Loisy
constatou que, realmente a crítica havia se baseado em
fatos incontestáveis. Por uma questão de honra, não
poderia ocultar o resultado de suas pesquisas, publicando-o logo
em seguida. Sendo tal resultado, contrário
fundamentalmente aos cânones da Igreja, foi expulso de sua
cátedra de Filosofia, na Universidade de Paris e
excomungado pelo Papa, em 1908.
O
Pe. Loisy havia concluído que os documentos nos quais a
Igreja firmara-se para organizar sua doutrina, provieram do
ritual essênio. Jesus Cristo não tivera vida física.
Era apenas o reaproveitamento da lenda essênia do Crestus,
o seu Messias.
Verificou-se
também que as Paulinianas, de origem insegura, haviam
sido refundidas em vários pontos fundamentais e por
diversas vezes, antes de serem incluídas definitivamente
nos Evangelhos. Do mesmo modo chegou à conclusão
de que os Evangelhos não poderiam servir de base para a
história, nem para provar a vida de Jesus dada a sua
inautenticidade.
Por
sorte sua, já não mais existia a Santa Inquisição;
do contrário, o sábio Padre Loisy teria sido
queimado vivo.
Os
documentos relativos ao governo de Pilatos na Judéia,
nada relatam a respeito de alguém que se intitulando de
Jesus Cristo, o Messias ou o enviado de Deus, tenha sido preso,
condenado e crucificado com assentimento ou mesmo contra sua
vontade, conforme narram os evangelhos. Não tomou
conhecimento jamais de que um homem excepcional, praticasse
coisas maravilhosas e sobrenaturais, ressuscitando mortos e
curando doentes ao simples toque de suas mãos, ou com uma
palavra, apenas.
Se
Pôncio Pilatos, cuja existência é real e
historicamente provável, e que estava no centro dos
acontecimentos da época como governador da Judéia,
ignorou completamente a existência tumultuada de Jesus, é
que de fato ele não existiu. Alguém que pelos atos
que lhe são atribuídos, chega mesmo ao cúmulo
de ser aclamado "Rei dos Judeus" por uma multidão
exaltada, como efe o foi, não poderia passar despercebido
pelo governador da região.
O
imperador Tibério, inclusive, jamais soube de tais ocorrências
na Judéia.
Estranho
que ninguém o informasse de que um povo, que estava sob o
seu domínio, aclamava um novo rei. Ilógico. A ele,
Tibério, é que caberia nomear um rei, governador
ou procurador.
Prosper
Alfaric, em L'Ecole de la Raison, assinala as invencíveis
dificuldades do cristianismo em conciliar a fé com a razão.
Por isso, a nova crença teve de apoderar-se das lendas e
crenças dos deuses solares, tais como Osíris,
Mitra, Ísis, Átis e Hórus, quando da
elaboração de sua doutrina. Expôs,
igualmente, que os documentos descobertos em Coumrã, em
1947, eram o elo que faltava para patentear que Cristo é
o Crestus dos essênios, uma outra seita judia.
O
cristianismo nada mais é, então, do que o
sincretismo das diversas seitas judias, misturadas às
crenças e religiões dos deuses solares, por serem
as religiões que vinham predominando há séculos.
A
palavra "evangelho" em grego significa "boa nova",
já figura na Odisséia de Homero, Século
XII, a.C.. Foi depois encontrada também ruma inscrição
em Priene, na Jônia, numa frase comemorativa e de
endeusamento de Augusto, no seu aniversário, significando
a "boa nova" no trono. E isto ocorreu muito antes de
idealizarem Jesus Cristo.
Conforme
já mencionamos anteriormente, no inicio do cristianismo,
os evangelhos eram em número de 315, sendo posteriormente
reduzidos para 4, no Concílio de Nicéia. Tal número,
indica perfeitamente as várias formas de interpretação
local das crenças religiosas da orla mediterrânea,
acerca da idéia messiânica lançada pelos
sacerdotes judeus. Sem dúvida, este fato deve ter levado
Irineu a escrever o seguinte: "Há apenas 4
Evangelhos, nem mais um, nem menos um, e que só pessoas
de espírito leviano, os ignorantes e os insolentes é
que andam falseando a verdade". A verdade da Igreja,
dizemos nós.
Haviam
então, os Evangelhos dos naziazenos, dos judeus, dos egípcios,
dos ebionistas, o de Pedro, o de Barnabé, entre outros,
03 quais foram queimados, restando apenas os 4 sorteados e
oficializados no Concílio de Nicéia.
Celso,
erudito romano, contemporâneo de Irineu, entre os anos 170
e 180, disse: "Certos fiéis modificaram o
primeiro texto dos Evangelhos, três, quatro e mais vezes,
para poder assim subtrai-los às refutações".
Foi
necessária uma cuidadosa triagem de todos eles, visando
retirar as divergências mais acentuadas, sendo adotada a
de Hesíquies, de Alexandria; e de Pânfilo, de Cesaréía
e a de Luciano, de Antióquia. Mesmo assim, só na
de Luciano existem 3500 passagens redigidas diferentemente.
Disso resulta que, mesmo para os Padres da Igreja, os Evangelhos
não são fonte segura e original.
Os
Evangelhos que trazem a palavra "segundo", que em
grego é "cata", não vieram diretamente
dos pretensos evangelistas.
A
discutível origem dos Evangelhos, explica porque os
documentos mais antigos não fazem referência à
vida terrena de Jesus.
Nos
Evangelhos, as contradições são encontradas
com muita freqüência. Em Marcos., por exemplo, em
1-1,17: "a linhagem de Jesus vem de Abraão,
em 42 gerações"; ao passso que em
Lucas. 2 - 23, 28 lê-se que proviera diretamente de Adão
e Eva, sendo que de Abraão a Jesus teriam havido 43 gerações.
Eusébio
comentando o assunto e não sabendo como dirimir a questão,
disse: "Seja lá o que for, só o Evangelho
anuncia a verdade".(?)
Tais
divergências, entretanto, parecem indicar que os
Evangelhos não se destinavam inicialmente à
posteridade, visando tão somente a catequese imediata de
povos isolados uns dos outros. Os escritos destinados a um povo
dificilmente seriam conhecidos dos outros.
O
Evangelho de Mateus teria sido destinado aos judeus, arranjado
para agradá-los. Por isso, não fala nos vaticínios
nem no Messias.
Por
isso ainda é que puseram na boca de Jesus as palavras
seguintes: "Não vim para abolir as leis dos
profetas, mas sim para cumpri-las". Tudo indica ter sido
feito em Alexandria, porquanto, o original em hebraico jamais
existiu. Baur provou, entretanto, que as Epístolas são
anteriores aos Evangelhos e o Apocalipse, o mais antigo de
todos, do ano 68. Todos os escritos do cristianismo desse tempo,
falam apenas no Logos, o Cordeiro Pascoal, imolado desde o princípio
dos tempos, referindo-se à personalidade ideal de Jesus
Cristo.
Justino,
filósofo e apologista cristão, escrevendo em torno
do ano 150, não emprega a palavra Evangelho nem uma vez.
Isto mostra que ele ainda nessa época, ignorava-a, não
tendo conhecimento de sua existência. Justino ignorava
igualmente as paulinianas, Paulo e os Atos dos apóstolos,
o que prova que foram inventados posteriormente.
Marcião
no ano de 140, trouxe as Epístolas à Roma, as
quais não foram inicialmente consideradas merecedoras de
fé. Sofreu rigorosa triagem, sendo cortada muita coisa
que não convinha à Igreja. Marcião fora
contemporâneo de Justino. As Epístolas trazidas por
ele, eram endereçadas aos Romanos, aos Gálatas e
aos Coríntios. Apresentavam Jesus como um Deus encarnado.
Teria nascido de uma mulher e sofrera o martírio para
resgatar os pecados da humanidade, isto é, dos ocidentais
porque os orientais não tomaram conhecimento da
personalidade de Jesus, seus milagres e sua pregação
e do seu romance religioso.
Engels
constatou que as Epístolas são 60 anos mais novas
do que o Apocalipse. E ainda, os cristãos contrários
ao bispo de Roma, rejeitaram-nas durante séculos. Foi o
que se deu com os ebionitas e os severianos, conforme Eusébio
escreveu e Justino confirmou.
O
Apocalipse fala em um cordeiro com sete cornos e sete olhos, o
qual foi imolado desde a fundação do mundo
(13-8). O Apocalipse foi composto apenas em 68, sendo o mais
antigo de todos os escritos cristãos.
Lutero
e Swinglio disseram que o Apocalipse foi incluído nos
Evangelhos por engano, tendo a Igreja de inventar, por isso a
ordem cronológica dos seus livros.
Hoje
se pode provar que o Apocalipse surgiu entre os anos 68 e 70; os
Evangelhos, no século II e o Atos dos Apóstolos são
os mais recentes de todos.
Eusébio
em sua "História Eclesiástica':, 4-23, diz: "Compus
as Epistolas conforme a vontade do irmão: mas, os 'apóstolos
do diabo' tacharam-nas de inverídicas contando-lhes
certas coisas e acrescentando outras".
Irineu,
ao mesmo tempo ordenava ao copista: "Confronta toda cópia
com este original utilizado por ti, e corrige-a cuidadosamente".
Não te esqueças de reproduzir em tua cópia
o pedido que te faço.
Essas
citações servem para medirmos que tipo de
santidade havia entre os bispos e seus calígrafos, na
arte eusebiana de eméritos falsificadores de documentos
importantes.
Com
isto, deram autenticidade a todas as invencionices do
cristianismo e legitimaram sua liderança na posse
material do que pertencia aos outros.
Irineu
ainda registrou o seguinte: "Ouvi dizer que não
acreditam esteja isto nos Evangelhos, se não se encontrar
nos arquivos", Ao que Eusébio respondera: "É
preciso demonstrá-lo".
Uma
excelente prova da existência de Jesus, seria uma comunicação
feita por Pilatos a seu respeito. Entretanto, tal documento não
existe.
Justino,
instado pelos falsificadores, referiu-se a Jesus, contudo, dada
a sua honradez pessoal, no caso do seu escrito ser autêntico,
fê-lo de modo inseguro e hesitante.
Tertuliano
que é mas seguro do que ele, afirmou que esse valioso
documento deverá ser encontrado nos arquivos imperiais.
Contudo, a Igreja apesar de haver se apoderado de Roma a partir
do século IV, não teve a coragem de apresentar
essa indispensável jóia documentária, a
qual de certo seria refutada pela ciência e pejo
conhecimento.
Mesmo
assim, a partir do século IV, essa prova espúria
foi produzida, contudo, a Igreja não teve a petulância
de submetê-la à grafotécnica.
Daniel
Rops, embora fosse um apaixonado cristão, reconheceu a
veracidade dessa falsificação dizendo que: "a
que arranjaram era uma carta enviada a Cláudio, que
reinou de 41 a 44, e não a Tibério, sob cujo
governo Pilatos fora Procurador da Judéia".
No
Apocalipse João escreveu: "Se alguém
acrescentar alguma coisa nisto, Deus castigará com as
penas descritas neste livro; se alguém cortar qualquer
coisa, Deus cortará sua parte na árvore da vida e
na cidade santa descrita neste livro". Ai está mais
uma prova de como as falsificações eram usuais na
fase da Igreja nascente.
O
mais interessante é essa gente falar em Deus, como se
fosse coisa cuja existência já tivesse sido
provada, não se justificando mais que o conhecimento e a
razão estudassem as bases dessa existência.
Os
padres mostravam-se estar de tal modo familiarizados com Deus e
sua vontade, que por isso achavam certo e justo julgar e queimar
vivos a todos os que deles discordassem.
Entretanto,
embora dessem a impressão de estar em contato com Deus,
usavam de processos criminosos, dos quais todos os ociosos usam
para sacar contra o seu meio social. Assim é que hoje se
pode provar que o cristianismo, foi construído sobre um
terreno atapetado de mentiras, falsificações e
mistificações.
O
Novo Testamento atualmente oficializado, é cópia
de um texto grego do século IV.
É
exatamente o sinótico descoberto em 1859, em um convento
do Monte Sinai, onde vem informada a origem grega. Os originais
do mesmo estão guardados nos museus do Vaticano e de
Londres. Foram publicados com as devidas corrigendas, feitas por
Hesíquios, de Alexandria.
Um
papiro encontrado no Egito, em 1931, apresenta-nos uma ordem
cronológica totalmente diferente da oficializada pela
Igreja.
Atualmente,
as fontes testamentárias aceitáveis são as
do século II em diante, provindas de Justino, Taciano,
Atenágoras e Irineu e outros, os quais são
considerados os verdadeiros criadores do cristianismo.
Taciano
foi o "bem amado" discípulo de Justino. Ele,
entretanto, omite a genealogia de Jesus, dizendo apenas que ele
descendia de reis judeus, de modo muito vago, divergindo assim
da orientação oficializada.
Irineu
foi que sistematizou o cristianismo. Foi ele a fonte em que Eusébio
inspirou-se. Por isso é que daí em diante seria
obrigatória a confrontação entre os dois
textos. O bispo de Cesaréia fora encarregado pelo todo
poderoso bispo de Roma, de falsificar tudo quanto prejudicasse
os interesses materiais da Igreja de então. De modo que,
por onde passou a mão de Eusébio, foi tudo
conspurcado criminosamente contra a verdade.
Eusébio
foi realmente um bispo que cria apaixonadamente na divindade de
Jesus Cristo contudo, já conhecia o poder que possuia o
bispo de Roma.
Graças
a Eusébio e outros iguais a ele, tornou-se uma temeridade
descrer-se na verdade oficializada pela Igreja.
Após
tantas falsificações, todos ficaram realmente
inseguros quanto á verdadeira origem do cristianismo, tal
a tumultuação impressa por Eusébio.
Tertuliano
e Clemente de Alexandria, lutaram um pouco para sanar essas
fontes, anulando boa parte do que restara das criminosas unhas
de Eusébio.
Jacob
Buckhardt examinando essa documentação, concluiu
que o Novo Testamento merece confiança.
Em
Coumrã, em 1947, como á vimos foram encontrados
documentos com escrita em hebraico e não em grego,
falando em Crestus não em Cristo. Ali, Habacuc refere-se à
perseguição sofrida por essa seita judia, assim
como a morte de Crestus, igualmente traído por Judas, um
sacerdote dissidente. A Igreja ao ter conhecimento da existência
de tais documentos, pretendeu informar que Crestus era o Cristo
de sua criação, contudo, verificou-se que eles
datavam de pelo menos um século antes do lançamento
do romance do Gólgota. Além disso, continham
revelações contrárias aos interesses da
Igreja. Eles relatam as lutas de morte em que viviam as diversas
seitas do judaísmo.
A
Didaquê não pôde entrar nos Evangelhos,
devendo silenciar completamente a respeito da pretensa passagem
de Jesus pela terra.
De
qualquer forma, a lenda que existia em torno no nome de Crestus,
foi aproveitada na época porque sendo uma seita
comunista, suas pregações iriam servir para atrair
ao cristianismo a atenção dos escravos, em luta
contra os seus senhores, a eterna luta do pobre contra o riço.
Escavações
feitas em Jerusalém, desenterraram velhos cemitérios,
onde foram encontradas muitas cruzes do século I e mesmo
anteriores. Todavia, apesar de já ser usada nessa época,
só a partir do século IV é que a Igreja
iria oficializá-la como seu emblema. Levantamentos
arqueológicos posteriores provariam que a cruz já
era um piedoso emblema usado desde há milênios.
Orígenes
polemizando contra Celso, um dos mais cultos escritores romanos
de seu tempo, e que mais combateram as bases falsas da Igreja e
de Jesus Cristo, acusa Flávio Josefo por não haver
admitido a existência de Jesus. Flávio não
poderia referir-se a Jesus nem ao cristianismo porque ambos
foram arranjados depois de sua morte. Assim, os livros de Flávio
que falam de Jesus, foram compostos, ou melhor, falsificados
muito tempo após sua morte, no decorrer do século
III, conforme as conclusões alcançadas pelos
mestres da Escola de Tubingen.
Sêneca
que foi preceptor de Nero, suicidando-se para não ser
assassinado por ele, já pensava mais ou menos como os
cristãos. Do que se conclui que as idéias de que
se serviu o cristianismo para se fundamentar, são
emprestadas das lendas que giravam em torno de outros Cristos
Messias, assim como de outros cultos. Nada tendo, portanto, de
original. Sêneca acreditava em um Deus único e
imaterializável.
Por
tudo isso, vemos que os líderes do cristianismo, nada
mais fizeram do que se apropriarem das idéias já
existentes. Apenas tiveram o cuidado de promover as modificações
necessárias, com vistas a melhor consecução
dos seus objetivos materiais.
Sêneca,
embora não fazendo em seus escritos qualquer alusão
à existência de Jesus Cristo, teve muitos de seus
escritos aproveitados pelo cristianismo nascente.
Em
Tácito, escritor do século II, encontram-se referências
a respeito de Jesus e seus adeptos. Contudo, exames grafotécnicos
demonstraram que tais referências são falsas, e
resultam de visível adulteração dos seus
escritos.
Suetônio
que existiu quando Jesus teria vivido, escreveu a "História
dos Doze Césares," relatando os fatos de seu tempo.
Referindo-se aos judeus e sua religião, apenas falou em "distúrbios
de judeus exaltados em torno de Crestus". Por aí se
vê que ele não se referia aos cristãos,
porquanto, eles sempre se mostraram humildes e obedientes à
ordem constituída, evidentemente afim de passar, tanto
quanto possível, despercebidos. Desse modo, iriam
solapando o poder imperial, manhosamente, como realmente
aconteceu.
Suetônio
escreveu ainda que haviam supliciado alguns cristãos, que
eram gente que se dedicava demasiado a tolas superstições,
orientadas por uma idéia malfazeja. Disse mais que Nero
tivera de mandar expulsar os judeus de Roma, porque eles estavam
sempre se sublevando, instigados por Crestus.
Os
cristãos estavam sempre organizados de modo a atrair aos
escravos, sem contudo, desagradar às autoridades. Assim
sendo, jamais provocariam tumultos. Os cristãos aos quais
Suetônio refere-se, poderiam ser os zilotas, os essênios
ou os terapeutas, mas nunca os cristãos de Jesus Cristo,
porquanto, conforme já dissemos acima, os cristãos
eram ensinados a não provocarem desordens.
Plínio,
o Jovem, viveu entre os anos 62 e 113, tendo sido sub-pretor da
Bitínia. Na carta enviada ao imperador, perguntava como
agir em relação aos cristãos, ao que
Trajano teria respondido, que agisse apenas contra os que não
renegassem à nova fé. Entretanto, não ficou
evidenciado a quais cristãos, exatamente, eram feitas as
referências: se aos crestãos ou aos cristãos.
De qualquer forma, a carta em questão, após ser
submetida a exames grafotécnicos e métodos rádio-carbônicos,
revelou-se haver sido falsificada.
Justiniano,
Imperador romano, mandou queimar os escritos de Porfírio,
através de um edito, em 448, alegando que: "impelido
pela loucura, escrevera contra a santa fé cristã".
Vespasiano
ao morrer disse: "Que desgraça! Acreditei que me
havia tornado um deus imortal!". Suas palavras
justificam-se pela credulidade supersticiosa. Partindo do
preceito ensinado pelos judeus, aliás um falso preceito,
de que Cristo havia subido ao céu com corpo e alma, não
seria de estranhar que os imperadores pretendessem tornarem-se
deuses, afim de escapar ao inapelável destino dos que
nascem. a morte.
Calígula,
por isso, fizera-se coroar como Deus-Sol, o Sol
Invictus, o Helius. Nessa época o Império romano
embora em declínio, ainda dominava uma porção
de províncias afastadas de Roma.
O
homem espoliado pela força bruta, unificada em torno das
regiões sentindo não ser possível contar
com a justiça humana, passa a esperar pela justiça
dos deuses. Mas, mesmo assim, teriam de apelar para os deuses
dos pobres e não dos ricos, privilegiados e poderosos.
Conta
a lenda que Osíris, o deus solar dos egípcios, foi
morto por seu irmão Seth, o qual dividiu o corpo em 14
pedaços e os espalhou pelo mundo afora. Ísis, sua
esposa e irmã. saiu em busca dos pedaços, levando
seu filho Hórus ao colo. Todos os anos o povo fazia a
festa de Ísis, relembrando o acontecimento. Havendo
conseguido juntar todas a partes do corpo, Osíris
ressuscitou passando a ser incensado como o deus da morte e da
sombra. Fora uma ressurreição conseguida pelo amor
da esposa. Ísis separou a terra do céu, traçou
a órbita dos astros, criou a navegação e
destruiu todos os tiranos. Comandava os rios, as vagas e os
ventos. Seu culto assemelhava-se muito ao de Astartê, de
Adônis e de Átis, religiões muito
aparentadas entre si, dominando toda a orla do Mediterrâneo.
Seu culto era uma reminiscência do culto de Tamus, um deus
babilônio, cuja doutrina ensinava que os deuses nasciam e
renasciam, ressuscitando-se.
O
judaísmo, e mais tarde o cristianismo, beberam dessas
fontes grande parte da sua liturgia.
No
cristianismo, encontramos Ísis representada pela
Virgem Maria e Hórus transformado em Jesus Cristo. Maria
e Jesus, fugindo de Herodes e indo para o Egito, é a
mesma lenda de Ísis e Hórus, fugindo de Seth.
O
Deus-Homem que morria e ressuscitava, já era uma velha "crença
religiosa" naqueles tempos. O cristianismo apenas deu novos
nomes e novas roupagens aos deuses de velhas crenças.
A
revelação de Deus aos homens, é outra lenda
cuja origem perde-se na noite dos tempos.
Muitos
séculos antes do surgimento do judaísmo, Zoroastro
ou Zaratrusta havia criado uma religião, segundo a qual
havia uma eterna luta entre o bem e o mal. Aura Mazzda ou
Ormuzd, o deus do fogo e da luz, representavam o bem em luta
contra Angra Maniú ou Iarina, o deus das trevas. Nessa
luta, Ormuzd foi auxiliado por seu filho Mitra, o espírito
do bem e da justiça, mediador entro Ormuzd e os homens.
Ormuzd mandou seu filho à terra, o qual nasceu de uma
virgem pura e bela, que o concebeu através de um raio de
sol. Morreu e ressuscitou em seguida.
Essa
religião foi levada para Sicília pelos marinheiros
persas, nos últimos séculos da era passada.
Inventando
o cristianismo, os judeus nada mais fizeram do que sincretizar o
judaísmo ortodoxo com a religião de Mitra, sem
esquecer de Osíris e Átis, cujas religiões
eram também muito aceitas em Roma e Alexandria.
Vestígios
do mitraísmo foram encontrados em escavações
recentes, feitas em Óstia, os quais datam do século
I.
O
mitraísmo era praticado em catacumbas, em grutas e em
subterrâneos. O cristianismo copiou-lhe a prática.
Daí porque disseram que Jesus nascido em uma gruta e nos
primeiros tempos, o cristianismo foi praticado em catacumbas.
Assim
sendo os cristãos foram para a catacumbas, não
fugindo das autoridades imperiais, mas tão somente para
observar o ritual mitraico.
Os
mitraicos também davam seus banquetes subterrâneos
eram os banquetes pessoais comum nos ritos solares e no judaísmo.
Em ambos, havia o rito do pão e do vinho.
Mitra,
o Sol Invictos, era festejado em dezembro, como Jesus.
Outras
aproximações entre o culto de Mitra e o de Jesus,
no cristianismo: o uso da cruz do Sol Radiante, a cruz do Sol
Invictus a qual expandia raios; o uso da pia batismal com a água
benta, as refeições comunais, a destinação
do domingo para o descanso em homenagem ao Senhor; a águia
e o touro do ritual mitraico, foram tomados para símbolos
dos evangelistas Marcos e Lucas. Antigos quadros e painéis
trazem a figura dos evangelistas com a cabeça desses
animais.
Do
judaísmo, copiaram a crença da imortalidade da
alma, a vida no além, o Inferno, o diabo, a ressurreição,
o dia do juízo; práticas e crenças
igualmente existentes no mitraísmo. Graças a esses
espertos arranjos, durante muito tempo, o crente freqüentou
indiferentemente o templo cristão, de Mitra ou de Ísis,
crendo estar na Igreja antiga, onde iam consultar o oráculo.
Por
isso, Teofilo, em Alexandria, mandou construir um templo cristão
ao lado de um templo de Ísis, onde se anunciava o oráculo,
quando as profecias vinham de uma revelação
astral, mediante a camuflagem das vozes de antigos bispos ali
enterrados.
Uma
das coisas que favoreceram o cristianismo, foi a abolição
do sacrifício sangrento. Muitos correram a abraçar
a nova crença para escapar de morte em um desses atos
propiciatórios.
Spinosa
e Hobbes, no século XVIII. mostraram que o Pentateuco foi
composto no século II a.C. graças ao que o
sacerdote judeu havia aprendido no cativeiro babilônio,
fato que aconteceu no século IV a.C. Em seguida,
mostraram uma série de contradições quanto à
cronologia. Em uma das fontes, apresentam Adão e Eva como
tendo sido criados ao mesmo tempo, enquanto em outra informam
que ela havia sido feita de uma costela de Adão. Em uma,
o homem aparece antes dos outros animais, na outra os animais
surgem primeiro.
Levantamentos
arqueológicos do começo do século XX,
levados a efeito nos subsolos da Babilônia, provaram que o
Deuteronômio resultou, em grande parte, do que os
sacerdotes judeus haviam copiado da legislação
religiosa, civil e criminal de Hamurabi, a qual por sua vez
resultara do que se sabia da civilização acádia,
e que naqueles tempos já era vetusta. Isaías ao
profetizar acerca de diversos reis de várias épocas,
mostra que seu nome foi inventado séculos depois dos
fatos haverem ocorrido. Um desses reis foi Dano, rei persa que
governou em 538 a.C., quando libertou os judeus do cativeiro.
Herodes
morreu no ano IV A.C., foi responsabilizado pela matança
dos inocentes, para compor o controvertido romance da fuga para
o Egito.
Tudo
o que até agora temos relatado, constituí provas
evidentes de que a Bíblia não tem a antigüidade
nem a veracidade que lhe pretendem imprimir.
Os
zilotas que seguiam a linha comunista dos essênios,
combatiam tanto os judeus ricos como a ocupação
romana. Os essênios ao professar, faziam votos de pobreza,
quando juravam nada contar da seita para os estranhos e nada
ocultar dos companheiros. Era um dos ramos do judaísmo em
que não mais se oferecia sacrifício sangrento, o
que foi copiado pelo cristianismo.
Os
Evangelhos foram compostos para enquadrar Jesus no que está
previsto no versículo 17 do salmo 22.
De
modo que, Jesus não passou de um ator arranjado para
representar o drama do Gólgota. Cumpriu as Escritas como
ator e não como sujeito de uma vida real.
Reimarus,
filósofo alemão que morreu em 1768, estudou a
fundo a história de Jesus. Chegou a conclusões
irrefutáveis, que assombraram a Igreja muito mais do que
Copérnico ou Darwin. Disse que se Jesus tivesse mesmo
existido, seria quando muito, um político ambicioso que
fracassara completamente em suas conspirações
contra o governo.
Emmanuel
Kant foi o primeiro filósofo que conseguiu racional e
inteligentemente, expulsar Jesus da história humana,
através de uma impressionante e profunda exegese do herói
do cristianismo.
Volney,
em "As Rumas de Palmira", após regressar de uma
longa viagem de pesquisas sobre antigüidade clássica
pelo Oriente Médio, elaborou o trabalho acima referido,
no qual nega a existência física de Jesus Cristo.
Arthur
Drews, igualmente viveu muitos anos na Palestina, dedicando-se
ao estudo de sua história antiga, concluiu que Jesus
Cristo jamais foi um acontecimento palestino. Examinou todos os
lugares pelos quais os evangelistas, pretenderam tivesse Jesus
passado. Constatou então, que o cristianismo foi
totalmente estruturado em mitos, entretanto, organizado de modo
a assumir o aspecto de verdade incontestável, a ser
imposta pela Igreja. Todavia, para sorte nossa, homens
estudiosos e inteligentes, contestam as falsas verdades
elaboradas pelo cristianismo, com argumentos irretorquíveis.
Dupuis
disse que, aqueles que fizeram de Jesus um homem, conseguiram
enganar tanto quanto os que o transformaram em um deus. Em suas
observações, deixa patente que o romance de Jesus,
nada mais é do que a repetição das velhas
lendas dos deuses solares. Vejamos suas palavras: "Quando
tivermos feito ver que a pretensa história de um deus que
nasceu de uma virgem, no solstício do inverno, depois de
haver descido aos infernos, de um deus que arrasta consigo um
cortejo de doze apóstolos, - os doze signos solares -
cujo chefe tem todos os atributos de Jano, um deus vencedor do
deus das trevas, que faz transitar o homem império da luz
e que repara os males da natureza, não passa de uma fábula
solar... ser-lhe-á pouco menos indiferente examinar se
houve algum príncipe chamado Hércules, visto
haver-se provado que o ser consagrado por um culto, sob o nome
de Jesus Cristo é o Sol, e que o maravilhoso da lenda ou
do poema tem por objeto este astro, então parecerá
que os cristãos tem a mesma religião que os índios
do Peru, a quem os primeiros fizeram degolar".
Albert
Kalthoft diz que Jesus personifica o movimento sócio-econômico,
que no século I sublevava o escravo, o pobre e o proletário.
O seu messianismo foi espertamente aproveitado pelos líderes
dos judeus da diáspora.aqueles que exploravam a desgraça
do judeu pobre em benefício próprio. Acrescenta
que a divergência que existe entre os quatro evangelistas,
resultam das várias tendências daquele movimento
social revolucionário nascido em Roma, do qual a versão
palestina é apenas o reflexo.
Salonmon
Reinach, em "Orheus", salienta o completo silêncio
dos autores contemporâneos de Jesus Cristo, acerca de sua
pretensa existência. Tal silêncio, verifica-se tanto
entre os escritores judeus, como entre os não judeus.
Examina em profundidade as "Acta Pilati" e constata
que os acontecimentos que o cristianismo situou em seu governo,
não foram do que ressuscitou no equinócio da
primavera, de seu conhecimento, e assim sendo Pilatos jamais
soube qualquer coisa a respeito de Jesus Cristo.
Pierre
Louis Couchoud afirma que a existência real de Jesus é
indemonstrável, do ponto de vista histórico. E
acrescenta que as referências feitas por Flávio
Josefo a Jesus, não passam de falsificação
de textos, sobejamente provada hoje pelos peritos da crítica
histórica.
Os
maiores movimentos históricos tiveram como origem os
mitos, cujo papel social é dar forma aos anseios
inconscientes do povo. Compara, inclusive, a lenda de Jesus com
a de Guilherme Tell, na Suíça. Todos sabem
tratar-se de uma lenda nacional, todavia, Guilherme Tell é
ali reverenciado como herói verdadeiro e real. Seu nome
promove a união política dos cantões,
embora falem línguas diferentes.
É
possível que o mesmo aconteça em relação
a Jesus e o cristianismo. Estando em jogo interesses de ordem
social, política e sobretudo, econômica, os líderes
cristãos preferem deixar o mito de pé, pois
enquanto houver cristãos, sua profissão estará
garantida e os lucros continuarão sendo por eles
auferidos.
O
que se faz necessário é que o povo seja
esclarecido acerca dos assuntos de crenças e religiões
nos termos da verdade, da razão e da lógica, afim
de que, se libertando dos velhos preconceitos e tabus, possa
enfim ver o mundo e as coisas em sua realidade objetiva.
E
não ignoramos qual a realidade objetiva que predomina no
cristianismo: é a exploração dos menos
aquinhoados intelectual e economicamente.
Quem
mais contribui para as campanhas da Igreja, são aqueles
que menos possuem, cuja mente encontra-se obstruída pelas
idéias e crenças religiosas. Sua pobreza material,
alia-se à pobreza intelectual.
Uma boa dose de conhecimentos científicos, é
certamente a melhor maneira de remover os obstáculos à
libertação do homem, criados pelos lideres
religiosos, em suas pregações. Entretanto, sabemos
que nem sempre é possível a aquisição
de tais conhecimentos. Muitos são os fatores que se
interpõem entre o homem pobre, o operário, o
trabalhador e a cultura. Um desses fatores, por sinal, muito
ponderável, é o econômico-financeiro. Como
fazer para ir à escola, comprar livros, etc, se tem que
trabalhar duro pela vida, e o que ganha mal dá para
sobreviver?
Bem
poucos são os que conseguem reunir os conhecimentos
necessários, que lhe permitam enxergar mais longe, e
romper as invisíveis cadeias que os prendem aos dogmas e
preconceitos ultrapassados pela razão e pela ciência.
O
mais cômodo para aqueles deserdados será esperar a
recompensa das agruras da vida no céu, após a
morte. Afinal de contas, os padres e os pastores estão aí
para isto: vender Deus e o céu a grosso e no varejo.
Tobias
Barreto escreveu estes inolvidáveis versos:
"Se
é sempre o mesmo engodo;
Se o homem chora e continua escravo;
De que foi que Jesus salvar-nos veio?
Poderá
alguém responder a tal interrogação
satisfatoriamente? Provavelmente não.
É
possível que movido pela mesma razão, Proudhon
tenha escrito: "Os que me falam em religião,
querem o meu dinheiro ou a minha liberdade". Desta
forma em poucas palavras, ficou bem claro o sentido e o objetivo
da religião: subtrair ao indivíduo a sua liberdade
de pensamento e de ação, e com ela, o seu
dinheiro.
AS
FALSIFICAÇÕES
Vimos
assim, que os únicos autores que poderiam ter escrito a
respeito de Jesus Cristo, e como tal foram apresentados pela
Igreja, foram Flávio Josefo, Tácito Suetonio e Plínio.
Invocando
o testamento de tais escritores, pretendeu a Igreja provar que
Jesus Cristo teve existência física, e incutir como
verdade na mente dos povos, todo o romance que gira em torno da
personalidade fictícia de Jesus.
Contudo,
a ciência histórica através de métodos
modernos de pesquisa, demonstra hoje que os autores em questão,
foram falsificados em seus escritos. Estão evidenciadas súbitas
mudanças de assunto, para intercalações
feitas posteriormente por terceiros. Após a prática
da fraude, o regresso ao assunto originalmente abordado pelo
autor.
Tomemos,
primeiramente, Flávio Josefo como exemplo. Ele escreveu a
história dos acontecimentos judeus, na época em
que pretensamente Jesus teria existido. Os falsificadores
aproveitaram-se então de seus escritos e acrescentaram; "Naquele
tempo, nasceu Jesus, homem sábio, se é que se pode
chamar homem, realizando coisas admiráveis e ensinando a
todos os que quisessem inspirar-se na verdade. Não foi só
seguido por muitos hebreus, como por alguns gregos, Era o
Cristo. Sendo acusado por nossos chefes, do nosso país
ante Pilatos, este o fez sacrificar. Seus seguidores não
o abandonaram nem mesmo após sua morte. Vivo e
ressuscitado, reapareceu ao terceiro dia após sua morte,
como o haviam predito os santos profetas, quando realiza outras
mil coisas milagrosas. A sociedade cristã que ainda hoje
subsiste, tomou dele o nome que usa".
Depois
deste trecho, passa a expor um assunto bem diferente no qual
refere-se a castigos militares infligidos ao populacho de
Jerusalém. Mais adiante, fala de alguém que
conseguira seus intentos junto a uma certa dama fazendo-se
passar como sendo a humanização do deus Anubis,
graças aos ardis dos sacerdotes de Ísis. As
palavras a Flávio atribuídas, são as de um
apaixonado cristão. Flávio jamais escreveria tais
palavras, porquanto, além de ser um judeu convicto, era
um homem culto e dotado de uma inteligência excepcional.
O
próprio Padre Gillet, reconheceu em seus escritos ter
havido falsificações nos textos de Flávio,
afirmando ser inacreditável que ele seja o autor das citações
que lhe foram imputadas.
Além
disso, as polêmicas de Justino, Tertuliano, Orígenes
e Cipriano contra os judeus e os pagãos, demonstram que
Flávio não escreveu nem uma só palavra a
respeito de Jesus. Estranhando o seu silêncio,
classificaram-no de partidário e faccioso. No entanto
um escritor com o seu mérito, escreveria livros
inteiros acerca de Jesus, e não apenas um trecho.
Bastaria, para isto, que o fato realmente tivesse acontecido.
Seu silêncio no caso, é mais eloqüente do que
as próprias palavras.
Exibindo
os escritos de Flávio, Fócio afirmava que nenhum
judeu contemporâneo de Jesus, ocupara-se dele. A luta de Fócio,
que viveu entre os anos de 820 a 895, e foi patriarca de
Constantinopla, teve ensejo justamente por achar
desnecessário a Igreja lançar mãos de meios
escusos para provar a existência de Jesus. Disse que
bastaria um exemplar autêntico não adulterado pela
Igreja, e fora do seu alcance, para por em evidência as
fraudes praticadas com o objetivo de dominar de qualquer forma.
Embora crendo em Jesus, Cristo, combateu vivamente os meios
sub-reptícios empregados pelos Papas, razão porque
foi destituído do patriarcado bizantino e excomungado. De
suas 280 obras, apenas restou o "Myriobiblion", tendo
o resto sido consumido, provavelmente por ordem do Papa.
Tácito
escreveu: "Nero, sem armar grande ruído, submeteu a
processos e a penas extraordinárias aos que o vulgo
chamava de cristãos, por causa do ódio que sentiam
por suas atrapalhadas. O autor fora Cristo, a quem no reinado de
Tibério, Pôncio Pilatos supliciara. Apenas
reprimida essa perniciosa superstição, fez
novamente das suas, não só na Judéia, de
onde proviera todo o mal, senão na própria Roma,
para onde de confluíram de todos os pontos os sectários,
fazendo coisas as mais audazes e vergonhosas. Pela confissão
dos presos e pelo juízo popular, viu-se tratar-se de
incendiários professando um ódio
mortal ao Gênero humano".
Conhecendo
muito bem o grego e o latim Tácito não confundiria
referências feitas aos seguidores de Cristo com os de
Crestus. As incoerências observadas nessa intercalação
demonstram não se tratar dos cristãs de Cristo,
nem a ele se referir. Lendo-se o livro em questão,
percebe-se perfeitamente o momento da interpelação.
Afirmar que fora Cristo o instigador dos arruaceiros, é
uma calúnia contra o próprio Cristo. E conforme já
referimos anteriormente, os cristãos seguidores de
Cristo, eram muito pacatos e não procuravam despertar
atenção das autoridades para si. Como dizer em um
dado momento que eles eram retraídos, e em seguida,
envolvê-los em brigas coisas piores? É apenas mais
uma das contradições de que está repleta a
história da Igreja.
Ganeval
afirma que foram expulsos de Roma os hebreus e os agípcios,
por seguirem a mesma superstição. Deduz-se então
que não se referia aos cristãos, seguidores de
Jesus Cristo. Referia-se aos Essênios, seguidores de
Crestus, vindos de Alexandria. A Igreja não conseguiu por
as mãos nos livros de Ganeval o que contribuiu
ponderavelmente para lançar uma luz sobre a verdade. Por
intermédio de seus escritos, surgiu a possibilidade de
provar-se a quais cristãos, exatamente, referia-se Tácito.
Suetônio
teria sido mais breve em seu comentário a respeito do
assunto. Escreveu que "Roma expulsou os judeus instiqados
por Crestus, porque promoviam tumultos".
É
evidente também, a falsificação praticada
em uma carta de Plínio a Trajano, quando perguntava o que
fazer aos cristãos, assunto já abordado
anteriormente. O referido texto, após competente exame
grafotécnico, revelou-se adulterado. É como se Plínio
quisesse demonstrar, não apenas a existência histórica
de Jesus, mas, sua divindade, simbolizando a adoração
dos cristãos. É o quanto basta para evidenciar a
fraude.
Se
Jesus Cristo realmente tivesse existido, a Igreja não
teria necessidade de falsificar os escritos desses escritores e
historiadores. Haveria, certamente, farta e autêntica
documentação a seu respeito, detalhando sua vida,
suas obras, seus ensinamentos e sua morte. Aqueles que o
omitiram, se tivesse de fato existido, teria sido por eles
abundantemente falado. Os mínimos detalhes de sua
maravilhosa vida, seriam objeto de vasta explanação.
Entretanto, em documentos históricos não se
encontram referências dignas de crédito, autênticas
e aceitáveis pela história. Em tais documentos,
tudo o que fala de Jesus e sua vida é produto da má-fé,
da burla, de adulterações e intercalações
determinadas pelos líderes cristãos. Tudo foi
feito de modo a ocultar a verdade. Quando a verdade esta ausente
ou oculta, a mentira prevalece. E há um provérbio
popular que diz: "A mentira tem pernas curtas".
Significa que ela não vai muito longe, sem que não
seja apanhada. Em relação ao cristianismo, isto já,
aconteceu. Um número crescente de pessoas, vai a cada dia
que passa, tomando conhecimento da verdade. E assim, restam
baldados os esforços da Igreja, no que concerne aos ardis
empregados na camuflagem da verdade, visando alcança
escusos objetivos.
O
DOLOROSO SILÊNCIO HISTORICO
A
existência de Jesus Cristo é um fato jamais
registrado pela história. Os documentos históricos
que o mencionam, foram falsificados por ordem da Igreja, num
esforço para provar sua pretensa existência, apesar
de possuir provas de que Jesus é um mito. E assim agiu,
movida pelo desejo de resguardar interesses materiais.
Ganeval
apontou a semelhança entre o culto de Jesus Cristo e o de
Serapis. Ambos são uma reencarnação do deus
"Phalus", que por sua vez, era uma das formas de
representação do deus Sol.
Irineu
chegou a afirmar que o deus dos cristaos não era homem
nem mulher.
Papias
cita trechos dos Evangelhos, mostrando que se referiam ao Cristo
egípcio. Referindo-se, ao "logos", que seria
Jesus Cristo, disse ter sido ele apenas uma emanação
de Deus, produzida à semelhança do Sol. É
bom lembrar que essas opiniões divergentes entre si, são
de três teólogos do cristianismo. Essas opiniões
foram emitidas, quando estava acesa a luta de desmentidos recíprocos
da Igreja, contra os seus numerosos opositores, ou seja, os que
desmentiam a existência física de Jesus. Então,
criaram uma filosofia abstrata, baseando-se nos escritos de
Filon.
Ganeval,
baseando-se em Fócio, disse que Eudosino, Agápio,
Carino, Eulógio e outros teólogos do cristianismo
primitivo, não tiveram um conceito real nem físico
de Jesus Cristo. Disse mais que Epifânio falandô
sobre as seitas heréticas dos marcionítas,
valentinianos, saturninos, simonianos e outros, falava que o
redentor dos cristãos era Horus, o filho de Ísis,
um dos três deuses da trindade egípcia, que mais
tarde viria a ser Serapis.
Ganeval
afirmou ainda que os docetistas negavam a realidade de Jesus, e
para refutar a negação, o IV Evangelho põe
em relevo a lança que fez sair água e sangue do
corpo de Jesus, com o intuito de provar sua existência física,
Segundo Jerônimo, esses docetistas teriam sido contemporâneos
dos apóstolos. Lembra ainda, que o imperador Adriano
viajando em 131 para Alexandria, declara que "o deus dos
cristãos era Serapis, e que os devotos de Serapis eram os
mesmos que se chamavam os bispos de cristãos".
Adriano,
decerto estava com a verdade. Documentos daquela época,
informam que existiam os atuais Evangelhos, assim como Tácito
informa que os hebreus e os egípcios, formavam uma só
superstição.
Os
escritos de Filon, não se referem a Jesus Cristo,
conforme pretenderam fazer crer os falsificadores, mas, a
Serapis. Quando havia referências aos cristãos
terapeutas, afirmavam que se falava dos cristãos de
Jesus.
Por
sua vez, Clemente de Alexandria e Orígenes escreveram
negando Jesus e falando em Cristo, o qual seria Crestus. No
entender de Fócio, tudo isso não passava de fabulação
mítica, não tendo existido Jesus nem Cristo, de
que a Igreja criou o seu Jesus Cristo.
Duquis
e Volney, fazendo o estudo da mitologia comparada, mostram de
onde retiraram Jesus Cristo: do próprio mito.
Filon
escrevendo a respeito dos cristãos terapeutas, disse que
o seu teor de vida era semelhante ao dos cristãos e essênios.
Abandonavam bens e família, para seguir apaixonadamente
aos sacerdotes.
Epifânio
escreveu que os cristãos terapeutas viviam junto do lago
Mareótides, tendo os seus Evangelhos e os seus apóstolos.
É sobre esses cristãos que Filon escreveu. Se os
cristãos seguidores de Jesus Cristo já existissem,
Filon não podcria deixar de falar deles. Quando do
pretenso nascimento de Cristo, Filon contava apenas 25 anos de
idade. Os Evangelhos, tendo surgido muito tempo após a
morte de Filon e de Jesus, não poderiam ser os do
cristianismo por ele referido.
Clemente
de Alexandria e Orígenes, não criam na encarnação
nem na reencarnação, motivo porque não
creram na encarnação de Jesus Cristo, embora
fossem padres da Igreja. Orígenes morreu em 254.
Fócio
escreveu sobre "Disputas", de Clemente, e afirmou que
ele negara a doutrina do "Logos", dizendo que o "Verbo"
jamais se encarnou, afirmação igualmente feita por
Ganeval. Analisando os quatro volumes de "Principia",
de Orígenes, percebe-se que o "Logos" ou o "Verbo",
era o mesmo sopro de Jeová, referido por Moisés. Fócio
tendo-se escandalizado com isso, disse que Orígenes era
um blasfemo.
Apenas
analisando como se referia ao Verbo, a Crestus e ao Salvador, é
que se pode excluir a possibilidade da existência física
de Jesus. Trata-lo-iam de modo bem diferente, se tivesse
realmente existido
UM
JESUS CRISTO NÃO HISTÓRICO
A
história, conforme mencionamos, não tem registro
da existência de Jesus Cristo. Os autores que temos em
apreço e que seriam seus contemporâneos,
omitiram-se completamente. Os documentos históricos que o
mencionam, fazem-no esporadicamente, e bem assim, revelam-se
rasurados e falsificados, motivo pelo qual de nada adiantam,
neste sentido, para a história. É óbvio,
portanto, que a história não poderia registrar um
evento que não aconteceu.
Tomando
conta da história, o cristianismo deixou-a na contingência
de referir o nome de Jesus Cristo, como sendo um deus
antropomorfizado, mas, nunca uma pessoa de carne e OSSOS que
tenha realmente vivido.
Ao
fazê-lo, principia por um estudo filológico e
etimológico dos termos "Jesus" e "Cristo",
e termina mostrando que os dos nomes foram reunidos em um só,
para ser dado posteriormente a um indivíduo. O termo "Jesus"
significa salvador, enquanto que "Cristo" é o
ungido do Senhor, o "oint" dos judeus, o Messias
esperado doe judeus. Nesse estudo, a história mostra que
a crença messiânica, havia tomado a orla do
Mediterrâneo a partir do século II, antes de nossa
era. O norte da África, o sul da Europa, a Ásia
Menor, estavam todos repletos de Messias e Cristos, e de
milhares de pessoas que os seguiam e neles criam.
Ao
referir-se aos pretensos Messias, o Talmud deu esse nome até
mesmo a diversos reis pagãos, como no caso de Ciro,
conforme está em Isaias, 44,1 ou ao rei de Tiro, como está
em Ezequiel, 28, 14 e nos Salmos, quando se verifica que os
nomes de Jesus e de Cristo já vinham sendo atribuídos
a diversos líderes religiosos da antigüidade.
As
fontes pesquisadas pela história, mostraram que Jesus
Cristo ao ser estudado como fato histórico, só
pode ser encarado como sendo o "ungido do Senhor", uma
personalidade de existência abstrata apenas, não
tendo possuído contextura física pelo que deixou
de ser histórico. É apenas uma figura simbólica,
através da qual a humanidade tem sido ludibriada de há
muitos séculos.
Cumprindo
seu dever de informar, a história põe diante dos
olhos do crente e do estudioso, as provas do que foi a luta dos
líderes cristãos a partir do século II,
para que o mito Jesus Cristo adquirisse a consistência
granítica, que levou a crença religiosa dos
europeus da Idade Média, sob o guante do criminoso
absolutismo dos reis e dos Papas de então.
Este
estudo demonstra que Jesus Cristo foi concebido no século
II, para cumprir um programa messiânico elaborado pelos
profetas e pelos compiladores do Velho Testamento e das lendas,
sob o seu pretenso nome. Vê-se então, que os pessos
de Jesus pela terra aconteceram conforme o Talmud, para que se
cumprissem as profecias que o judaísmo havia inventado.
Jesus
Cristo pode ser considerado o ator no palco. Representou o drama
do Gólgota e retirou-se da cena ao fim da peça.
Mateus,
1-2, descreve-nos um Jesus Cristo que nasce milagrosamente,
apenas para que se cumprissem as escrituras. Em 2-5, diz que
nasceu em Belém, porque foi ali que os profetas previram
que nasceria. Em 2-14, deixa-o fugir para o Egito, para
justificar estas palavras: "Meu filho será chamado
do Egito". Em 2-23, faz José regressar à
Nazaré porque Jesus deveria ser nazareno. Em 3-3, promove
o encontro de Jesus com João Batista, porque Isaías
predissera-o. Em 4-4, Jesus foi tentado pelo diabo, porque as
escrituras afirmaram que tal aconteceria e que ele resistira. Em
4-14, leva Jesus para Carfanaum, para conferir outra predição
de Isaías. Em 4-12, Jesus diz que não se deve
fazer aos outros, senão aquilo que gostaríamos que
a nós fosse feito, porque isto também estava na
lei dos profetas. Em 7-17, Jesus cura os endemoniados, conforme
predissera Isaías. Em 11-10, 14, Jesus palestra com João
Batista porque assim predissera Elias. Em 12-17, Jesus cura as
multidões, quando pede que não propalem isso,
igualmente dando cumprimento às palavras de Isaías.
Em 12-40, permanece sepultado durante três dias porque os
deuses do paganismo, os deuses solares ou redentores, também
estiveram. Como Jonas que foi engolido por uma baleia, a qual
depois de três dias jogou para fora, intacto como se nada
tivesse acontecido. E tudo isto aconteceu em um mar onde não
há possibilidade de vida para esse cetáceo,
portanto, só poderia acontecer graças aos milagres
bíblicos. Em 13-14, diz que Jesus falava por meio de parábolas,
como Buda também o fez. Assim também falavam os
antigos taumaturgos para que apenas os sacerdotes entendessem.
Assim, só eles seriam capazes de interpretar para os
incautos e crédulos religiosos, e, afinal, porque Isaías
assim o previa. Em 21-14, Jesus entra em Jerusalém
montado em um burreco, conforme as profecias. Em 26-54, Jesus
diz que não foi preso pelo povo, quando junto dele se
assentou no templo para ensinar, porque também estava
previsto. Em 27-9, Judas trai a Jesus, vendendo-o por trinta
dinheiros e recebendo à vista o preço da traição.
Em 27-15, os soldados repartem entre si as roupas do
crucificado.
Apenas,
o cumprimento desta profecia choca-se frontalmente com a história
E de acordo com ela, nessa época não havia legionários
romanos na Palestina.
Lucas,
23-27, diz que Jesus mandou comprar espadas, para que assim
fosse confundido com os malfeitores comuns, porque assim estava
previsto. Em seguida diz que Jesus ao ensinar aos seus apóstolos,
afirmava que tudo o que lhe acontecesse, era para que estivesse
de acordo com o que escreveram Moisés e os profetas, e
como estava descrito nos salmos. Em 24-44, 46, diz que Jesus
afirmou "Como era necessário que Cristo padecesse e
ressuscitasse ao terceiro dia, dentre os mortos".
Para
ficar de acordo com as previsões testamentárias.
João, 19-27, diz que Jesus teve sede e pediu água.
Em 19-30, ao beber a água, disse que era vinagre e
exclamou "Tudo se cumpriu". Em 19-(32-37), diz que não
lhe quebraram nenhum osso, apenas o feriram com a lança
para verificar se havia expirado. E isto também estava
predito. Por ai, percebe-se que tudo ali é puro
simbolismo, e que Jesus foi idealizado apenas para cumprir as
escrituras. Está ai uma prova de que a existência
de Jesus, nada mais é do que uma fabulação
evangélica. Do mesmo modo inventaram as profecias,
inventaram alguém para cumpri-las. Tanto é
verdade, que os judeus que ainda hoje acreditam em profecias, não
aceitaram Jesus como tendo sido o Messias prometido pelo Talmud.
Além
disso, os seus escritores esgotaram todos os argumentos possíveis,
com o fim de provar que Jesus não foi um acontecimento
palestino, e que não passou de um romance escrito pelos
judeus dispersos, e dos que se aproveitaram do messianismo judeu
para criar uma empresa comercial, como tem sido o Vaticano.
O
messianismo não foi uma lenda que tenha atingido a todas
as classes sociais judias. Essa lenda foi criada pelos
sacerdotes judeus, visando com isso ajudar ao povo da rua a
suportar melhor as agruras da pobreza, e não reagir
contra as classes privilegiadas. Essas promessas são
cumpridas pelos sacerdotes, a seu modo, afim de que o pobre viva
de esperança e não sinta que o rico continua
metendo as mãos em seus bolsos, impunemente. O homem do
povo raramente compreende a finalidade desse tipo de engodo.
O
Talmud traz uma porção de profecias, e ao mesmo
tempo critica aos que lhes dão crédito. A critica
representa uma evolução do pensamento das lideranças
judias.
Um
estudo comparado do judaísmo e do cristianismo, mostra a
enorme quantidade de crendices dessas religiões, forjadas
pelos seus líderes e afastadas pela evolução
do conhecimento.
Em
nossos dias, o conhecimento atingiu um ponto em que, a própria
Igreja começou a relegar para um canto, os seus ídolos
de aspecto humano. O conhecimento humano terminara por vencer,
definitivamente, provando que todos os deuses e ídolos têm
os pés de barro. Nossos antepassados viram muitos ídolos
cair. Certas práticas e crenças religiosas, ainda
permanecem válidas porque os sacerdotes, como bons psicólogos
que são, observam o desenvolvimento mental do povo e
sabem que uns encontram a verdade, enquanto outros, jamais
conseguiram alcançá-la.
Idealizando
um Jesus Cristo adaptado às profecias talmúdicas,
criaram um personagem incoerente e inseguro, o que nos dá
a medida exata do quilate mental dos seus criadores. Podiam ser
espertos, mas nunca, inteligentes ou cultos.
Não
deve ter sido tarefa das mais fáceis, a de adaptar um
Cristo vindo para cumprir as profecias, no fanatismo das populações
ignaras. Foi um trabalho de titãs não acorrentados
à verdade, nem à sinceridade que o homem deve ao
seu semelhante. Nunca foi fácil transformar uma fantasia
em realidade. Por isso, o cristianismo teve de valer-se da
espada de Constantino e das armas de seus legionários,
para impor dogmaticamente, o que a razão e o conhecimento
jamais aceitariam passivamente. Nos dois primeiros séculos
do cristianismo, cada qual queria ser o primeiro e mandar mais
e, se possível, ficar sozinho. Tivemos muitos reis e
Papas analfabetos, atestando o primarismo dos judeus dispersos,
como dos lideres europeus da época do lançamento
do cristianismo.
Tentando
racionar a teologia do judaísmo e do cristianismo,
fizeram de Jeová um deus absurdo e de Jesus um ser
irreal, ambos incoerentes, o que se tornou a essência do
Talmud e dos Evangelhos. Através de Jesus Cristo,
valorizaram as profecias do pretenso profeta Isaías,
revitalizando assim, o judaísmo e dando seriedade ao
Talmud, fazendo dos Evangelhos um amontoado de mentiras e de
impossíveis humanos. Assim é que criaram um relato
inconsistente, que desmorona completamente face a uma análise
mais profunda.
Scherer
escreveu que Jesus não foi um filósofo nem
fundador de uma religião. Foi apenas Messias. O sentido
da vida de Jesus era apenas dar cumprimento às profecias
messiânicas, e tal idéia é o centro dos
fatos evangélicos, a razão de ser Jesus. Tendo
vindo ao mundo tão somente para cumprir as profecias,
deixou de ser humano e tornou-se um fantasma, ou um símbolo
do que nunca teve existência real.
A
vida de Jesus e de seus apóstolos, desenrola-se apenas
como uma peça teatral, na qual Jesus acumula os papéis
de deus e de homem. Um dia, o público há de
convencer-se de que esteve diante de um ser bíblico, sem
uma realidade histórica.
Segundo
Arthur Weigal, o único testemunho escrito por quem teria
convivido com Jesus, teria sido a epístola atribuída
a Pedro. Teria surgido quando começaram as pretensas
perseguições aos cristãos, na qual ele os
animava. Entretanto, como a existência de Pedro é
igualmente lendária, a epístola em questão
não nos merece fé, tendo sido composta por
qualquer cristão, menos pelo mitológico Pedro.
Os
escritos de Tácito, dadas as adulterações
sofridas, carecem de valor histórico. Dai não se
poder admitir como verdade que Nero, entre os anos 54 e 68,
tenha realmente perseguido aos seguidores de Jesus Cristo.
Tertuliano, entretanto, afirma que Pedro foi martirizado no
governo de Nero.
Contudo,
vários pesquisadores, entre os quais Holmann e
Weizsacker, demonstraram que essas perseguições
somente começaram a partir do século II.
Irineu
no ano 180, achava que a epístola de Pedro fora escrita
em 83, mas, não por Pedro. Nesta epístola, Pedro
dizia que "Jesus sofreu por nós, deixando-nos um
exemplo". Acrescentara ter sido testemunha pessoal das seus
sofrimentos, após os quais subiu ao céu, de onde
voltaria em breve. No entanto, sua volta não ocorreu até
hoje, apesar de terem se passado dois mil anos. A falta de
cumprimento dessa promessa invalida todas as suas afirmações.
Disse
Pedro, ainda, que Jesus mandou que se amasse uns aos outros,
pagando o mal com o bem, retribuindo a injúria com a bênção.
Recomendou a caridade, a hospitalidade e a humildade; o dever de
evitar o mal, fazer o bem e buscar a paz, assim como a abstinência
da ambição da carne, evitar o rancor, a inveja e a
maledicência; a submissão às autoridades,
crer em Deus e honrar o rei.
As
epístolas de Paulo viriam em segundo lugar, como importância
histórica. Pedro teria aprendido a doutrina cristã
na convivência direta com Jesus. Suas epístolas
seriam consideradas autênticas, devido terem sido escritas
20 ou 30 anos após a crucificação. Pedro,
como Paulo, ambos afirmaram que Jesus voltaria em breve para
julgar a humanidade. Contudo, ambos estavam enganados e
enganaram aos outros. Paulo teria conhecido pessoalmente a Pedro
e a Jaques, um dos irmãos de Jesus Cristo, assim como
referia-se a outras pessoas que teriam convivido com Jesus. A
crucificação e a ressurreição teriam
sido fatos indiscutíveis para Pedro e Paulo, cujos
escritos estariam muito próximos dos acontecimentos.
Paulo,
em Coríntios, 1-11-1 diz: "Imitam-me como se fosse
Jesus". Teria pregado o amor, a paz, a temperança, a
caridade, a alegria, a paciência, a doçura, a
confiança e a boa vontade. A lei divina deveria ser
interpretada segundo o espírito e não conforme a
letra. "Amarás ao próximo como a ti mesmo",
seria um amor paciente, caridoso e humilde.
As
epístolas procuraram estabelecer a historicidade de
Jesus, assim como revelar muitos pontos do seu caráter.
Jesus teria vivido apenas para redimir a humanidade, não
teria pecado, sendo sem dúvida alguma, o filho de Deus.
Papias
em 140, escreveu que Mateus havia colecionado as máximas
de Jesus, e Marcos recolhera muitas notas para o Evangelho.
Assim, os Evangelhos seriam o espelho de Jesus, contado pelos apóstolos,
espalhando entre os homens o ideal de perfeição
moral e mental.
As
curas, milagres e pregações de Jesus, em pouco
tempo haviam espalhado o seu nome, galvanizando as multidões,
todos sentiam que havia surgido o Messias. Assumiu o papel de
Messias e com isso entusiasmou a multidão, pelo que
entrou em Jerusalém cercado da emoção e do
respeito do povo. Ao anoitecer abandonou a cidade, e no dia
seguinte, ao regressar encontra muita agitação. As
autoridades haviam tomado medidas contra ele. Dois dias antes da
páscoa, tomou sua última refeição
com os companheiros e ali permaneceu a espera dos
acontecimentos, sabendo que o seu reino não era deste
mundo. A noite, foi preso, e no dia seguinte, julgado. O povo
quis que o sacrificassem em lugar de Bar Abbas. Seria o sacrifício
pascal, rito multimilenar que iria mais uma vez acontecer. Após
a morte, sai do sepulcro, ressuscitado, e vai ao encontro dos apóstolos,
pede comida e depois de permanecer algum tempo com eles, ascende
ao céu prometendo voltar em breve.
Foi
este o retrato feito de Jesus Cristo pelo cristianismo, e que
ainda hoje milhões de pessoas adoram. Entre nós, são
bem poucos os que põem em dúvida a veracidade
desse romance, contado pelos judeus da diáspora e
aproveitado por seus seguidores latinos.
No
entanto, a razão e o conhecimento estão se
encarregando de destruir a pretensa veracidade desse conto.
Muitas
coisas consideradas como milagres, são hoje conseguidas
naturalmente através da ciência, da tecnologia
moderna, da medicina, conhecimento científico em todas as
suas modalidades, e mesmo através da hipnose. Diante das
conquistas que o homem tem feito, é possível que
ele abra os olhos para a verdade e perceba então que Deus
jamais se preocupou com sua sorte e com o mundo. A história
desmente peremptoriamente que Deus tenha comparecido ao mundo
nos momentos de festa ou de dor. O homem foi abandonado à
própria sorte e tem lutado muito para sobreviver através
dos tempos, e tem obtido sucesso porque está sempre
acumulando conhecimentos, os quais emprega em situações
futuras.
Diante
de tudo o que foi exposto, só nos resta dizer que a história,
em dois mil anos, não encontrou uma única prova,
ou um documento que mereça crédito no que diz
respeito a vida de Jesus. Sua existência é fictícia
e só encontra agasalho no seio da mitologia. Seu
nascimento, sua vida, sua morte, sua família, seus discípulos,
tudo enfim que lhe diz respeito, tem analogia com as crenças,
ritos e lendas dos deuses solares, adorados sob diversos nomes e
modalidades e por povos diversos, também.
Dele,
a história nada sabe.
JESUS
E O TEMPO
O
mítico dia do nascimento de Jesus Cristo, foi
oficializado por Dionísio, o Pequeno, no século
VI, que marcou no ano 1 do século I, correspondendo ao
ano 753 da fundação de Roma, com um erro de previsão
calculado em seis anos. Para chegar a essa artificiosa fixação,
serviu-se de diversos sistemas de cálculo. Calvísio
e Moestrin contaram até 132 sistemas e Fabrício
arredondou para 200.
Para
uns, teria sido entre 6 e 10 de janeiro, para outros 19 ou 20 de
abril, enquanto outros ainda, situavam entre 20 e 25 de março.
Os cristãos orientais determinaram a data entre 1 e 8 de
janeiro, enquanto os ocidentais escolheram a 6 de janeiro.
Em
375, São João Crisóstomo escreveu que a
data de 25 da dezembro foi ntroduzida pelos orientais.
Entretanto, antes do ano 354, Roma já o havia fixado para
esta mesma dato, segundo o calendário de Bucer. Essas
diferenças foram o resultado da peocupação
da Igreja, em fazer com que o nascimento de Jesus, coincidisse e
se confundisse com o dos deuses solares, os deuses salvadores, e
especialmente com o Deus Invictus que era Mitra. E era
justamente ao mitraismo que a religião cristã
pretendia absorver.
No
dia 25 de dezembro, todas as cidades do império romano
estavam iluminadas e enfeitadas, para festejar o nascimento de
Mitra. A preocupação de ligar o nascimento de
Jesus ao de Mitra, denota o artificialismo que fundamentou o
cristianismo. Foi a divinização do deus dos cristãos,
às custas da luz do Sol dos pagãos.
Foi
um dos grandes trabalhos de mistificação da
Igreja, a confluência dos dois nascimentos para a mesma
data. Assim, o nascimento do novo deus, apagava da memória
do povo a lembrança de Mitra, no fim do inverno.
A
tradição religiosa, desde milênios, fizera
com que todos os deuses redentores nascessem em 25 de dezembro.
Quanto
ao lugar de nascimento de Jesus, disseram ter nascido em Belém,
para combinar com as previsões messiânicas, que
fazendo de Jesus um descendente de David, teria a adesão
dos judeus incautos.
O
II e o IV Evangelhos não mencionam o assunto, enquanto, o
I e o III aludem ao caso, mas, se contradizem. Uns dizem que os
pais de Jesus moravam em Belém, enquanto, outros afirmam
que eles ali estavam de passagem. Essa insegurança
deve-se ao fato de pretenderem ligar a vida de Jesus à de
David, conforme as profecias. Todavia, isto confundia as tendências
históricas ligadas ao nascimento dos deuses solares. A
preocupação apologética, contudo, invalidou
a pretensão histórica.
De
tudo isto, resultou que a história pode hoje provar que
tudo aquilo que se refere a Jesus, é, puro
convencionalismo, e sua existência é apenas ideal e
não real.
De
modo que, a morte dos inocentes nada mais é do que, a
repetição da matança das criancinhas egípcias,
contada no Exôdo.
A
estrela só pode ser inventada porque naquele tempo o
homem ainda não sabia o que era uma estrela; tanto assim
que a Bíblia afirma que Josué fez parar o sol, com
um aceno de sua mão, apenas. Assim a estrela que guiou os
magos, é coisa realmente absurda. Primeiro do que tudo,
ninguém soube realmente de onde vieram esses reis e onde
eram os seus países.
Outros
fenômenos relatados como terremotos, trevas e trovões,
assinalados pelo Bíblia, não o são pela
história dos judeus nem dos romanos. Só os
interessados no mito puderam ver tais acontecimentos. Os
escritores que relataram fatos ocorridos na Palestina e no Império
Romano, não transmitiram estes fatos que teriam ocorrido
na morte de Jesus, a posteridade. Muita coisa pode ter
acontecido naqueles tempos, menos as que estão nos
Evangelhos.
Pilatos,
por exemplo, morreu ignorando a existência de Jesus. Os
legionários romanos jamais receberam ordens para prendê-lo.
Nenhum movimento social, político ou religioso, contrário
às normas da ocupação surgiu na Judéia,
para justificar a condenação de seu líder
por Pilatos.
Entretanto,
Jesus teria sido julgado e condenado pelos sacerdotes judeus,
pois Pilatos deixara o caso praticamente em suas mãos e
do povo, lavando as suas próprias. Nem Pilatos, nem
Caiaz, nem Hannã deixaram qualquer referência
acerca desse processo. Nenhum deles poderia dizer qual a aparência
física de Jesus. Tertuliano baseando-se em Isaías,
disse que ele era feio, ao posso que Agostinho afirmou que ele
era bonito. Uns afirmaram que era Imberbe, outros que era
barbado. Sua cabeleira espessa e barba fechada resultou de uma
convenção realizada no século XII. O Santo
Sudário retrata um Jesus Barbudo.
Nada
do que se refere a Jesus pode ser considerado ponto pacífico.
Tudo é discrepante e contraditório. Ora, se
aqueles que tinham e os que ainda têm interesse em
defender a veracidade da existência de Jesus não
consegiram chegar a um acordo no que lhe diz respeito, não
é bom sinal.
Moy
escreveu: "Desde que se queira tocar em qualquer coisa real
na vida de Jesus, esbarra-se logo na contradição e
incoerência". Por isso, até o aspecto físico
de Jesus tornou-se discutível, o que ajuda a provar que
ele nunca existiu.
De
acordo com a história, não se pode aceitar o que
está escrito nos evangelhos coma prova de sua existência.
Também a Igreja não dispõe de argumentos válidos,
nesse sentido. A arqueologia, por outro lado, nada encontrou até
aqui capaz de elucidar a questuão.
De
tudo isto depreendemos que a existência física de
Jesus jamais poderá ser provada de modo irrefutável,
e, por conseguinte, é muito difícil ser acatada
por homens cultos e amantes da verdade. O romance, as lendas, os
contos, a ficção, interessam como cultura, como
expressão do pensamento de um povo, e desse modo são
perfeitamente aceitos. Entretanto, a apresentação
de tais modalidades de cultura como fatos reais, consumados e
verdadeiros e como tal serem impostos ao povo, é condenável.
A
atitude do cristianismo tem sido, através dos tempos,
justamente a que nós acabamos de condenar: a imposição
das lendas, do romance e da novela como realidade palpável,
como fato verdadeiro e incontestável.
Em
sua "Vida de Jesus", Strauss diz: "Poucas coisas
são certas, nas quais a ortodoxia se apoia de preferência
- as milagrosas e as sobrehumanas -, as quais jamais
aconteceram. A pretensão de que a salvação
humana dependa da fé em coisas das quais uma parte é
certamente fictícia, outra sendo incerta, é um
absurdo, que em nossos dias nem sequer devemos nos preocupar,
refutando-o".
Ernest
Havet, comparando Jesus com Sócrates, diz que Sócrates
é um personagem real, enquanto Jesus, é apenas
ideal. Homens como Platão e Xenófanes, os quais
conviveram com Sócrates, deixaram o seu testemunho a
respeito do mesmo. Em seus escritos relatam tudo sobre Sócrates:
a vida, o pensamento, os ensinamentos e a morte. E nada do que
lhe diz respeito foi adulterado, e portanto, é autêntico,
verdadeiro e indiscutível.
Quanto
a Jesus, não teve existência real, e aqueles aos
quais se atribui escritos e referências em relação
a ele, uns foram adulterados em seus escritos, outros não
existiram.
Pílatos
que teria autorizado seu sacrifício, omite o fato quando
relata os principais acontecimentos de seu governo. Por acaso
mandaria matar um deus, e não saberia? Assim, quem
descreveu Jesus, apenas imaginou o que ele teria sido, não
foi sua testemunha.
Renan
disse em sua "Vida de Jesus": "Nossa admiração
por Jesus, não desapareceria nem mesmo quando a ciência
nada pudesse decidir de certo, e chegasse forçosamente as
negações". Termina dizendo que o divino
encontrado pelos cristãos em Jesus, é o mesmo que
a beleza de Beatriz, que apenas resultou do pensamento de Dante
ou de seu gênio literário. Da mesma forma, as
belezas de Cristina residem nos sonhos religiosos dos indus. As
maravilhas de Jesus e a beleza de Maria, são produtos do
gênio inventivo da liderança oradora dos mitos
Jesus e Maria.
Se
de ambos apenas se diz o bem, á sinal que eles não
tiveram existência real. Jesus Cristo é uma criação
do homem, o qual esteve em cena apenas para realizar as
profecias dos primários profetas judeus. Esta é
também a opinião de Didon, exposta em seu livro "Vida
de Jesus". Diz ele que é suspeita a sonegação
de quase trinta anos da vida de Jesus, à história
evangélica.
"Nós
apenas sabemos um nada da vida de Jesus", escreveu Miron.
Os redatores dos Evangelhos e os primeiros autores eclesiásticos,
recolhendo as tradições correntes na comunidade
cristã, podem ter adquirido alguns fragmentos da verdade;
mas, como assegurar que entre tantos elementos mitológicos
e legendários, haja algo de verdade? Assim, a vida de
Jesus em si é impossível.
Acontece
com Cristo o mesmo que acontece todos os entes legendários:
quanto mais os buscamos, menos os encontramos. A tentativa feita
até aqui de colar na história, de arrebatar às
trevas da teologia, um personagem que até a idade de
trinta anos é absolutamente desconhecido, e que depois da
referida idade aparece fazendo impossíveis humanos - os
milagres - é absurdo e ridículo.
Labanca
em "Jesus Cristo", impugna a possibilidade de uma
biografia científica de Jesus, baseando-se na
inautenticidade dos Evangelhos, uma vez que os mesmos não
tiveram finalidade histórica, mas tão somente, a
religiosa e propagandística.
Jesus
não está nos Evangelhos por causa de sua esquisita
divindade, mas, porque isso convém aos seus lançadores
e aos que ainda hoje vivem do seu nome, como rendoso meio de
vida.
JESUS
CRISTO NOS EVANGELHOS
Assim
como a história não tomou conhecimento da existência
de Jesus, os Evangelhos igualmente desconhecem-no como homem,
introduzindo-o apenas como um deus.
Maurice
Vernés mostrou com rara mestria que o Velho Testamento não
passa de um livro profético de origem apenas sacerdotal,
fazendo ver que tudo que ai está contido não é
histórico, sendo apenas simbólico e teológico.
O mesmo acontece com o Novo Testamento e os Evangelhos. Tudo na
Bíblia é duvidoso, incerto e sobrenatural.
Tratando
dos Evangelhos, mostra que sua origem foi mantida anônima,
talvez de propósito, não se podendo saber
realmente quem os escreveu. Por isso, eles começam com a
palavra "segundo" Evangelho segundo Mateus; segundo
Marcos. Daí se deduz que não foram eles os autores
desses Evangelhos, foram no máximo, os divulgadores.
Igualmente
deixaram em dúvida a época em que foram escritos.
A referência mais antiga aos Evangelhos é a de
Papias, bispo de Yerápoles, o qual foi martirizado por
Marco Aurélio entre 161 e 180. Seu livro faz parte da
biblioteca do Vaticano. Irineu e Eusébio foram os
primeiros a atribuírem a Marcos e a Mateus a autoria dos
Evangelhos, mas, ambos permanecem desconhecidos da história,
como o próprio Jesus Cristo. Destarte, pouco ou nenhum
valor têm os Evangelhos como testemunha dos
acontecimentos. Se só foram compostos no século
III ou IV, ninguém pode garantir se os originais teriam
realmente existido.
Os
primitivos cristãos quase não escreveram, e os
raros escritos desapareceram. Por outro lado, no Concílio
de Nicéia foram destruídos todos os Evangelhos.
Esse Concílio foi convocado por Constantino, que era pagão.
Daí, devem ter sido compostos outros Evangelhos para
serem aprovados por ele ou pelo Concílio. Com isto,
perderam sua autenticidade, deixando de serem impostos pela fé
para serem-no pela espada.
Celso
no século II, combateu o cristianismo argumentando
somente com as incoerências dos Evangelhos.
Irineu
diz que foram escolhidos os quatro Evangelhos, não porque
fossem os melhores ou verdadeiros, mas, apenas porque esses
provieram de fontes defendidas por forças políticas
muito poderosas da época. Os bispos que os apoiaram
tinham muito poder político. Informam ainda que antes do
Concílio de Nicéia, os bispos serviam-se
indiferentemente de todos os Evangelhos então existentes,
os quais alcançaram o número de 315. Até
então eles se eqüivaliam para os arranjos da Igreja.
Mesmo assim, os quatro Evangelhos adotados, conservaram muitas
das lendas contidas nos demais que foram recusados. De qualquer
forma, era e continuam sendo todos anônimos, inseguros e
inautênticos. Os adotados, foram sorteados e não
escolhidos de acordo com fatores valorativos. Mesmo estes
adotados desde o Concílio de Nicéia, sofreram a ação
dos falsificadores que neles introduziram o que mais convinha à
época, ou apenas a sua opinião pessoal.
Esta
é a história dos Evangelhos que através dos
tempos, vêm sofrendo a ação das conveniências
políticas e econômicas.
Embora
a Igreja houvesse se tornado a senhora da Europa, nem por isso
preocupou-se em tornar os Evangelhos menos incoerentes.
Sentiu-se tão firme que julgou que sua firmeza seria
eterna.
Os
argumentos mais poderosos contra a autenticidade dos Evangelhos,
residem em suas contradições, incoerências,
discordâncias e erros quanto à datas e lugares, e
na imoralidade de pretender dar cunho de verdade a velhos e
pueris arranjados dos profetas judeus. Essa puerilidade
avoluma-se a medida em que a crítica verifica o esforço
evangélico, em tornar realidade os sonhos infantis de uma
população ignorante. Para justificar sua ignorância,
se dizem inspirados pelo Espírito Santo, o qual também
é uma ficção religiosa, resultante da velha
lenda judia segundo a qual o mundo era dominado por dois espíritos
opositores entre si: o espírito do bem e o do mal.
Adquiriram essa crença no convívio com os persas,
os egípcios e os indus.
Os
egípcios tiveram também Os seus sacerdotes, os
quais escreveram os livros religiosos como o "Livro dos
Mortos", sob a inspiração do deus Anubis.
Hamurabi impôs suas leis como tendo sido oriundas do deus
Schamash. Moisés descendo do Monte Sinai, trouxe as tábuas
da lei como tendo sido ditadas a ele por Jeová. Maomé
igualmente, foi ouvir do anjo Gabriel, em um morro perto de
Meca, boa parte do Alcorão. Allah teria mandado suas
ordens por Gabriel.
O
conhecimento mostra que as religiões para se firmarem, têm-se
valido muito mais da força física do que da fé.
Quanto à verdade, esta não existe em suas proposições
básicas. De modo que, Anubis, Schamash, Allah e Jeová
nada mais são do que o Espírito Santo sob outros
nomes.
Stefanoni
demonstrou que todos esses escritos, não representam o
Espírito Santo, mas, o espírito dominante em cada época
ou lugar. Assim surgiram os Evangelhos, os quais como Jesus
Cristo, foram inventados para atender a certos fins materiais,
nem sempre confessáveis.
"Não
creria nos Evangelhos, se a isso não me visse obrigado
pela autoridade da Igreja". São palavras de Sto.
Agostinho. Com sua cultura e inteligência, poderia hoje
estar no rol dos que não crêem.
JESUS
CRISTO É UM MILAGRE
No
que diz respeito a Jesus Cristo, a teologia toma em consideração,
sobretudo, o aspecto sobrenatural e os seus milagres. João
Evangelista foi trazido para a cena, afim de criar o Logos, o
Jesus metafísico, destruindo assim, o Jesus-Homem.
As
contradição surgidas em torno de um Jesus saído
da mente de pessoas primárias e incultas, tornaram-no
muito vulnerável à crítica dos melhores
dotados de conhecimentos. Então, vem João e
substitui o humano pelo divino, por ser o mais seguro. O mesmo
iria fazer a Igreja no século XV, quando para abafara
grita contra os que haviam queimado miseravelmente uma heroína
nacional dos franceses, tiraram o uniforme do corpo carbonizado
de Joana D'Aro e vestiram-lhe a túnica dos santos. O
mesmo aconteceu com Jesus: teve de deixar queimar a pele humana
que lhe haviam dado, para revestir-se com a pele divina.
A
Igreja na impossibilidade de provar a existência de
Jesus-Homem, inventou o Jesus-Deus. Assim atende melhor à
ignorância pública e fecha a boca dos incrédulos.
Do
que relatamos, conclui-se que, no caso de Joana D'Arc, a igreja
obteve os resultados esperados. Contudo, continua com as mesmas
dificuldades para provar que Jesus Crlsto, como homem ou como
deus, tenha vivido fisicamente. E não é só.
Ela não tem conseguido provar nada do que tem ensinado e
imposto como verdade. Falta-lhe argumentos sérios e
convincentes, para confrontar com o conhecimento científico
e com a história sem que sejam refutados.
A
Igreja tudo fez para tornar Jesus Cristo a base e a razão
de ser do cristianismo. E isto, satisfez plenamente a seus
interesses materiais neste dois milênios de vida.
Da
mesma forma, os portugueses, os espanhóis e os ingleses,
de Bíblia na mão e cruz no peito, foram à
longínqua África para arrastar o negro como
escravo, para garantir a infra-estrutura econômica do
continente americano. Jamais se preocuparam em saber, se o pobre
coitado queria separar-se de seus entes queridos, nem o que
estes iriam sofrer com a separação.
A
Igreja está realmente atravessando uma crise. Acontece
que os processos tecnológicos e científicos,
descortinam para o homem novos horizontes, e então ele
percebe que foi iludido miseravelmente. Sua fé, sua crença
e seu deus morrem porque não têm mais razão
de ser.
Jesus
Cristo foi inicialmente um deus tribal, que teria vindo ao mundo
por causa das desgraças dos judeus. Eles sonhavam ser
donos do mundo, mas mesmo assim, foram expulsos até mesmo
de sua própria terra. Contudo, o cristianismo ganhou a
Europa, com a adesão dos reis e imperadores.
Renan,
não conseguindo encontrar o Jesus-Divino, tentou
ressuscitar o Jesus-Homem. Mas, o que conseguiu foi apenas
descrever uma esquisita tragédia humana, cujo epílogo
ocorreu no céu. Jesus teria sido um altruísta
mandado à terra, para que se tornasse uma chave capaz de
abrir o céu. Teria sido o homem ideal com que o religioso
sonha desde seus promórdios. Existindo o homem ideal,
cuja idealidade ficasse comprovada, o histórico seria
dispensável. Mas, ao tentar evidenciar um desses dois
aspectos, Renan perdeu a ambos. Mostrou então que, para
provar o lado divino de Jesus, compuseram os Evangelhos. Seu
objetivo: relatar exclusivamente a vida de um homem milagroso e
não de um homem natural.
Elaborando
os Evangelhos, cometeram tantos erros e contradições,
que acabaram por destruir, de vez, a Jesus.
A
exegese da vida de Jesus, baseada no conhecimento e na lógica,
separando-se o ideal do real, eles destroem-se mutuamente. Quem
descreve o Jesus real, não poderá tocar o ideal, e
vice-versa, porque um desmente o outro.
Em
suma, os Evangelhos não satisfazem aos estudiosos da
verdade livre de preconceitos, destruindo o material e o ideal
postos na personalidade mítica de Jesus. A fabulação
tanto recobre o humano como o divino.
Verificamos
então, estarmos em presença de mais um deus
redentor ou solar. Jesus, através dos Evangelhos, pode
ser Brama, Buda, Krishna, Mitra, Horus, Júpiter, Serapis,
Apolo ou Zeus. Apenas deram-lhe novas roupas. O Cristo descrito
por João Evangelista, aproxima-se mais desses deuses
redentores do que o dos outros evangelistas. É um novo
deus oriental, lutando para prevalecer no ocidente como antes
tinha lutado para impor-se no oriente. É um novo
sub-produto do dogmatismo religioso dos orientais, em sua
irracional e absurda metafísica. Por isso, criaram um
Jesus divino, não por causa dos seus pretensos milagres,
mas por ser o Logos, o Verbo feito carne. Essa essência
divina é que possibilitou os milagres. É um deus
antropomorfizado, feito conforme o multimilenar figurino
idealizado pelo clero oriental. Jesus não fez milagres,
ele é o próprio milagre. Nasceu de um milagre,
viveu de milagres e foi para o céu milagrosamente, de
corpo e alma, realizando assim mais uma das velhas pretensões
dos criadores de religiões: a imortalidade da alma
humana.
Sendo
Jesus essencialmente o milagre, não poderá ser
histórico, visto não ter sido um homem normal,
comum, passando pela vida sem se prender às necessidades
básicas da vida humana. Jesus foi idealizado,
exclusivamente para dar cumprimento às profecias do judaísmo,
é o que verificamos através dos Evangelhos. Tudo
quanto ele fez já estava predito, muito antes do seu
nascimento.
Jesus
surgiu no cenário do mundo, não como autor do seu
romance, mas tão somente como ator para representar a peça
escrita, não se sabe bem aonde, em Roma ou talvez,
Alexandria. O judaísmo forneceu o enredo, o Vaticano
ficou com a bilheteria. E para garantir o êxito total da
peça, a Igreja estabeleceu um rigoroso policiamento da
platéia, através da confissão auricular.
Nem o marido escapava à delação da esposa
ou do próprio filho. O pensamento livre foi transformado
em crime de morte. Os direitos da pessoa humana, calcados aos pés.
Nunca a mentira foi imposta tão selvagemente, como
aconteceu durante séculos com as mentiras elaboradas pelo
cristianismo. À menor suspeita, a polícia
tonsurada invadia o recinto, e arrastava o petulante para um
escuro e nauseabundo calabouço onde as mais infames
torturas eram infligidas ao acusado. Depois, arrastavam-no à
praça pública para ser queimado vivo, o que
decerto, causava muito prazer ao populacho cristão.
Desse
modo, a Igreja tornou-se um verdugo desumano, exercendo o seu
poder de modo impiedoso e implacável, ao mesmo tempo em
que escrevia uma das mais terríveis páginas da
história da humanidade.
Durante
muito tempo, o sentimento de humanidade esteve ausente da
Europa, e a mentira triunfava sobre a verdade. Milhares de
infelizes foram sacrificados porque ousaram dizer a verdade. O
poder público apoiava a farsa religiosa, e era
praticamente controlado pela Igreja. Aquele que ousasse apontar
as inverdades, as incoerências e o irracionalismo básicos
do catolicismo, seria eliminado. Tudo foi feito para evitar que
o cristianismo fracassasse, devido a fragilidade de seus
fundamentos. O que a Igreja jura de mãos postas ser a
verdade, é desmentido pelo conhecimento, pela ciência
e pela razão.
JESUS
CRISTO, UM MITO BÍBLICO
Folheando
as páginas da história humana, e não
encontrando aí qualquer referência à
passagem de Jesus pela terra, nós, os estudiosos do
assunto, convencer-nos-emos de que ele nada mais é do que
um mito bíblico.
Pesquisando
os Evangelhos na esperança de encontrar algo de positivo,
deparamo-nos mais uma vez com o simbolismo e a mitologia. A história
que o envolve desde o nascimento até a morte, é a
mesma do surgimento de inúmeros deuses solares ou
redentores.
E
de se notar o cuidado que tiveram os compiladores dos
Evangelhos, para não permitir que Jesus praticasse senão
o que estava estabelecido pelas profecias do judaísmo.
Assim,
a vida de Jesus nada mais é do que as profecias postas em
prática. O cristianismo e os Evangelhos são um
modo de reavivamento da chamada do judaísmo, ante a
destruição do templo de Jerusalém. É
uma transformação do judaísmo, de modo a
existir dentro dos muros de Roma, de onde posteriormente,
ultrapassou os limites, alcançando boa parte do mundo.
O
sofrimento que o judaísmo infligiu ao povo pobre, deveria
ser o suficiente para que se acabasse definitivamente.
Acreditamos que a ambição de Constantino, é
que deu lugar ao alastramento do cristianismo, ou melhor
dizendo, do judaísmo sob novas roupagens e novo enredo. Não
fosse isso, a falta de cumprimento das pretensas promessas de
Abraão de Moisés e do próprio Jesus Cristo,
já teria feito com que o judaísmo e o cristianismo
fossem varridos da memória do homem. De há muito,
o homem estaria convencido da falsidade que é a base da
religião.
Idealizaram
o cristianismo que, baseado no primarismo da maioria, deu novo
alento ao judaísmo, criando assim, o capitalismo e a
espoliação internacional. O liberalismo que surgiu
graças ao monumental trabalho dos enciclopedistas, é
que possibilitou ao homem uma nova perspectiva de vida.
A
partir do enciclopedismo, os judeus e o judaísmo deixaram
de ser perseguidos por algum tempo, e com isto, quase perdeu sua
razão de ser.
Ao
surgir Hitler e seu irracional nazismo, encontrou quase a
totalidade dos judeus alemães integrada de corpo e alma
na pátria alemã. O Fuhrer deu então um novo
alento ao judaísmo, ao persegui-lo de modo desumano. Graças
à perseguição de que foram vítimas
os judeus de toda a Europa, durante a guerra de 1940, surgiu a
justificativa internacional para que se criasse o Estado de
Israel. Talvez o Estado de Israel, revivendo sua velha
megalomania racial, invalide em sangue a tendência natural
para a socialização do mundo e universalização
do conhecimento. A socialização do mundo, acabaria
com a irracional e absurda idéia de ser o judeu um bi-pátrida.
Nasça onde nascer, não se integra no meio em que
nasce e vive. Daí, a perseguição.
Os
judeus ricos de todo o mundo, carreiam para Israel todo o seu
dinheiro e com ele, a tecnologia e o conhecimento alugado. Graças
a isto, poderá embasar ali os seus mísseis e
teleguiados, tudo quanto houver de mais avançado na química,
física e eletrônica. Assim, terão meios de
garantir a manutenção da sócio-economia
estruturada no capitalismo. Esta é uma situação
realmente grave, a qual poderá tornar-se dramática
no porvir. O poder econômico concentrado em poucas mãos,
é uma ameaça contra o homem e sua liberdade.
Apesar
de o cristianismo liderar o movimento que faz do homem e do seu
destino, o centro das preocupações das altas
lideranças sociais, a grande maioria dos homens está
marginalizada, porque o poder econômico do mundo
acumula-se em poucas mãos. E se permanecemos crendo em
tudo quanto criaram os judeus de dois milênios atrás,
é sinal que não evoluímos o bastante para
justificar o decurso de tanto tempo. Se o progresso científico
e a tecnologia avançada, não conseguirem
libertar-nos dos mitos, estará patente mais uma vez, o
estado pueril em que ainda se encontra o desenvolvimento mental
do homem. O homem não será de todo livre, enquanto
permanecer preso às convenções religiosas,
as quais possuem como único fundamento o mito e a lenda.
Se
assim falamos, não é que estejamos sendo movidos
por um anti-semitismo ou um anti-clericalismo doentio; de modo
algum isto é verdadeiro. O que nos motiva tomar em pauta
o assunto, é o desejo de ver um crescente número
de pessoas, partilhar conosco do conhecimento da verdade.
Temos
dito repetidas vezes que tudo aquilo em que se fundamenta o
cristanismo, é apenas uma compilação de
velhas lendas dos deuses adorados por diversos povos.
Strauss
diz que saiu do Velho Testamento, a pretensão de que
Jesus encarnar-se-ia em Maria, através do Espírito
Santo.
Em
números, 24-17, estava previsto que uma estrela guiaria
os reis magos.
Cantu
lembra que, se juntando os livros do Velho Testamento com os do
Novo, teremos 72 livros, o mesmo número de anciãos,
teria Moisés escolhido para subir com ele ao Monte Sinai.
O Velho Testamento previa que o povo seguiria a Jesus, mesmo sem
conhecê-lo. Seriam os peixes retirados da água
pelos apóstolos, e os mesmos da pescaria de São
Jerônimo. Moisés teria feito da pedra o símbolo
da força de Jeová, por isto, Jesus devia dar a
Pedro as chaves do céu.
Oséias,
11-1 e Jeremias, 31-15,16, 4, 10, 28, profetizam que o Messias
seria chamado por Jeová, do Egito, ligado ao pranto de
Raquel pelo assassinato dos filhos. Então arranjaram a
terrível matança dos inocentes, a qual consta
apenas em dois evangelhos, sendo silenciado o assunto pelos
outros dois e pelos relatos enviados a Roma.
Strauss
lembra também, que a discussão de Jesus com
doutores do templo, assim como a passagem de Ana e Semeão,
bem como a
circuncisão,
estava tudo previsto no Velho Testamento. Diz ainda que teria
ido para Nazaré, apôs o regresso do Egito apenas
para que os Evangelhos pudessem atribuir-lhe a alcunha de
nazareno. Entretanto, Nazaré não existia, pelo
menos naquela época; era uma cidade fantasma, só
passando a existir nas páginas dos Evangelhos. Assim
Jesus foi nazareno, não por ter nascido em Nazaré,
visto que não poderia nascer em dois lugares, como também
não poderia nascer em uma cidade que não existia.
Ele foi nazareno por ter sido, um comunista essênio. A
anunciação e o nascimento de João Batista
foram copiados do Talmud.
As
tentações de Jesus pelo demônio, no deserto,
segundo Emilio Bossi, foram copiadas das Escrituras. Os quarenta
dias passados no deserto, são oriundos do cabalismo de
Roma, e da crença dos babilônios, os quais atribuíam
a esse número força cabalística. Por isso,
tal número repete-se várias vezes no decorrer das
dissertações bíblicas: o dilúvio
descrito na Bíblia, durou quarenta dias; Moisés
esteve quarenta anos na corte do Faraó; passou quarenta
anos no deserto, e os ninivitas jejuaram quarenta dias.
Ezequiel
teria sido conduzido por um espírito de um lugar para
outro, através do espaço. Abraão teria sido
tentado pelo demônio; os mesmos episódios passaram
ao Novo Testamento, tendo Jesus como protagonista. Perguntamos nós:
porque tais coisas não mais se repetem? A resposta só
pode ser esta: elas jamais aconteceram. Tudo isto não
passa de lendas ou sonhos, os quis foram impostos como fatos
reais.
O
Talmud diz; "Então se abrirão os olhos aos
cegos e os ouvidos aos surdos". Jesus teria de dizer: "Então
o coxo pulará como o cervo e a língua dos mudos se
soltará".
Em
Lucas 4-27, Jesus cura Naamã, reproduzindo uma cura
efetuada por Eliseu, de um outro leproso. Elias e Eliseu
ressuscitaram mortos, por seu lado, Jesus ressuscitaria a Lázaro.
Os discípulos de Jesus, não sabendo como curar os
endemoniados, recorrem ao Mestre. Passagem semelhante está
em Eliseu, cujo servo teria recorrido a ele para curar o filho
da sunamita. A multiplicação dos pães e dos
peixes, é a repetição de Moisés no
deserto, fazendo cair maná e cordonizes. Moisés
transformou as águas do rio em sangue e Jesus transforma
a água em vinho.
Em
Jeremias 7-11 e Isaías 56-7 está escrito que o
templo não deve se converter em um covil de ladrões,
o que leva os evangelistas a dizerem que Jesus expulsou os
mercadores do templo.
A transfiguração de Jesus é a mesma coisa
que aconteceu a Moisés, ao subir ao Monte Sinai, quando
encontrou com Jeová. Aliás, Moisés havia
prometido que viria um profeta semelhante a ele. A traição
de Judas, repete o mesmo acontecimento em relação
a Crestus.
A
prisão de Jesus foi descrita de modo igual no Talmud. A
fuga dos apóstolos estava prevista por Isaías.
Jesus foi crucificado na Páscoa, representando o cordeiro
pascal.
Essas
comparações patenteiam a existência do
cristianismo, muito antes de Filon. Donde se deduz que Jesus foi
inventado de acordo com as Escrituras, sem esquecer de anexar as
idéias de Filon ao relato de sua pretensa vida. Fócio
demonstrou que os Evangelhos foram copiados de Filon. São
Clemente e Orígenes, embora fossem padres da Igreja,
orientaram-se por Filon e não pelo bispo de Roma.
Estas
citações seriam suficientes para se provar que
Jesus jamais existiu. É apenas um produto da mente
clerical, a qual o compôs baseada em mitos e lendas.
AS
CONTRADIÇÕES SOBRE JESUS CRISTO
Como
tudo o mais que se refere á existência de Jesus na
terra também a sua ascendêcia é objeto de
controvérsias.
Segundo
Mateus e Lucas, Jesus descendo ao mesmo tempo de David e do Espírito
Santo. Entretanto como filho do Espírito Santo, não
poderá descender de José, consequentemente deixa
de ser descendente de David e o Messias esperado pelos judeus.
Assim, Jesus ficará sendo apenas Filho de Deus, ou Deus,
visto ser uma das três pessoas da trindade divina.
Em
ambos os evangelhos acima citados, há referências
quanto a data de nascimento de Jesus, mas tais referências
são contraditórias o Jesus descrito por Mateus
teria onze anos quando nasceu o de Lucas. Mateus diz que José
e Maria fugiram apressadamente de Belém, sem passar por
Jerusalém, indo direto para o Egito, após a adoração
dos Reis Magos. Herodes iria mandar matar as ciancinhas.
Todavia, Lucas diz que o casal estivera em Jerusalém e
acrescenta a narração da cena de que participaram
Ana e Semeão. De modo que um evangelista desmente o
outro. Lucas não alude à matança das
criancinhas, nem á fuga para o Egito.
Por
outro lado, Marcos e João não se reportam à
infância de Jesus, passando a narrar os acontecimentos de
sua vida, a partir do seu batismo por João Batista.
Mateus
que conta o regresso de Jesus, vindo do Egito e indo para Nazaré,
deixa-o no esquecimento, voltando a ocupar-se dele somente
depois dos seus trinta anos, quando ele procura João
Batista. Diz ainda que João já o conhecia e, por
isto, não o queria batizar, por ser um espírito
superior ao seu.
Lucas
narra a discussão de Jesus com os doutores da lei, aos
doze anos de idade. Sendo perguntado pela mãe sobre o que
estava ali fazendo, teria respondido que se ocupava com os
assuntos do pai.
Emilio
Bossi referindo-se a esta passagem, estranha a atividade da mãe.
Se o filho nascera milagrosamente, e ela não o ignora, só
poderia esperar dele uma seqüência de atos
milagrosos. Mesmo a sua presença no templo, entre os
doutores, não deveria causar preocupação à
sua mãe, visto saber ela que o filho não era uma
criança qualquer, e sim, um Deus.
Lucas
diz que os samaritanos não deram boa acolhida a Jesus, o
que muito irritara a João. Contudo, João, o
Evangelista, diz que os samaritanos deram-lhe ótima
acolhida e inclusive, chamaram-no de salvador do mundo.
Os
evangelistas divergem também, quanto ao relato da
instituição da eucaristia. Três deles
afirmam que Jesus instituiu-a no dia da Páscoa, enquanto
isto, João afirma que foi antes. Enquanto os três
descrevem como aconteceu, João silencia.
Na
última noite, Jesus estava muito triste, como aliás,
permaneceria até a morte. Pondo o rosto em terra, orou
durante muito tempo. Segundo os evangelistas, ele estava de tal
modo triste e conturbado que teria suado sangue, coisa aliás
muito estranha, nunca verificada cientificamente.
Enquanto
isto, seus companheiros dormiam despreocupadamente, não
se incomodando com os sofrimentos do Mestre. Entretanto João
não fala sobre esse estado de alma do Mestre. Pelo contrário,
diz que Jesus passara a noite conversando, quando se mostrava
entusiasta de sua causa e completamente tranqüilo. Lucas,
Mateus e Marcos afirmam que o beijo de Judas, denunciara-o aos
que vieram prendê-lo. Todavia, João diz que foi o
próprio Jesus quem se dirigiu aos soldados dizendo-lhes
tranqüilamente: "Sou eu".
Lucas
é o único que fala no episódio da ida de
Jesus, de Pilatos para Herodes Antipas. Os outros, caem em
contradição quanto à hora do julgamento
pelo Conselho dos Sacerdotes em presença do povo. João
não fala a respeito do depoimento de Cireneu, nem na
beberagem que teriam dado a Jesus. Omite-se ainda quanto á
discussão dos dois ladrões, crucificados com
Jesus, e quanto á inscrição posta sobre a
cruz.
De
forma que, seu relato é bastante diferente daquilo que os
outros contaram. E as divergências continuam ainda no que
concerne ao quebramento das pernas, ao embalsamento, à
natureza do sepulcro e ao tempo exato em que ele esteve
enterrado. Quanto ao emmbalsamente, por exemplo, há muita
coisa que não foi dita. Teriam retirado seu cérebro
e intestinos como se procede normalmente nesses casos? Se a
resposta for positiva, como explicar o fato de Jesus, após
a ressurreição, pedir comida? Como se vê, as
verdades bíblicas são além de
controvertidas, incompreensíveis.
Lucas
diz que Jesus referiu-se aos que sofrem de fome sede, enquanto
Mateus, diz que ele se referia aos que têm fome e sede de
justiça, aos pobres de espírito. Uns afirmam que
Jesus tratara os publicanos com desprezo e ódio, outros
dizem que ele se mostrou amigável em relação
a eles. Para uns, Jesus teria dito que publicassem as boas
obras, para outros que nada dissessem a respeito. Uma hora Jesus
aconselha o uso da força física e da resistência,
mandando até que comprassem espada; outra, ameaça
os que pretendem usar a força
Marcos,
Mateus e Lucas dizem que Jesus recomendara o sacrifício.
Entretanto, não tomou parte em nenhum deles.
Mateus
diz que Jesus afirmou não Ter vindo para abolir a lei nem
os profetas, enquanto Lucas diz que ele afirmara que isso já
estava no passado, já tivera o seu tempo. Os três
afirmam ainda que Jesus apenas pregara na Galiléia, tendo
ido raramente a Jerusalém, onde era praticamente
desconhecido. Todavia, João diz que ele ia constantemente
a Jerusalém, onde realizara os principais atos de sua
vida. As coisas ficam de modo, que não se sabe quem disse
a verdade, ou, melhor dizendo, não sabemos quem mais
mentiu. Ora, se Jesus tivesse realmente praticado os principais
atos de sua vida em Jerusalém, seria conhecido
suficientemente, e então, não teriam que pagar a
Judas 30 dinheiros para entregar o Mestre.
João,
que teria sido o precursor do Messias, não se fez cristão,
não seguiu a Jesus, pregando apenas o judaismo no aspecto
próprio. Entretanto, depois de preso, enviou um
mensageiro a Jesus, indagando-lhe: "És tu que hás
de vir, ou teremos de esperar um outro?", ao que Jesus
teria respondido: "Você é o profeta Elias".
Talvez houvesse esquecido que o próprio João,
antes já declarara isso mesmo. Contam os Evangelhos, que
desde a hora sexta até Jesus exalar o último
suspiro, a terra cobriu-se de trevas. Contudo, nenhum escritor
do época, comenta tal acontecimento.
Marcos,
25-25, diz que Jesus foi sacrificado às 9 horas. João
diz que ao meio dia, ele ainda não havia sido condenado à
morte, e acrescenta que a esta hora, Pilatos tê-lo-ia
apresentado ao povo exclamando: "Eis aqui o vosso rei"!
Emilio
Bossi assinala detalhadamente todas estas contradições,
e as que se deram após a pretensa ressurreição,
dizendo que nada do que vem nos Evangelhos, deve ser levado a sério.
O sobrenatural é o clima em que se encontra a Bíblia,
e esta é apenas o resultado da combinação
de crenças e superstições religiosas dos
judeus, com as de outros povos com os quais conviveram.
AS
CONTRADIÇÕES EVANGÉLICAS
Mateus
e Marcos afirmam enfaticamente que os discípulos de Jesus
abandonaram tudo para segui-lo, sem sequer perguntar antes quem
era ele.
Em
Mateus, lê-se que Jesus teria afirmado que não
viera para abolir as leis de Moisés. Contudo, esta seria
uma afirmativa sem sentido algum, visto que, hoje sabemos que os
livros atribuídos a Moisés são apócrifos.
Segundo
João, quando Jesus falou ao povo, foi por este acatado e
proclamado rei de Israel, aos gritos de "Hosanna".
Mas, um pouco adiante, ele se contradiz, afirmando que o povo não
acreditou em Jesus, e imprecando contra ele, ameaçava-o a
ponto de ele haver procurado esconder-se.
Mateus
diz que Jesus entrara em Jerusalém, vitoriosamente,
quando a multidão tê-lo-ia recebido de modo
festivo, e marchando com ele, juncava o chão com folhas,
flores e com os próprios mantos, gritando: "Hosanna
ao Filho de David! Bendito seja o que vem em nome do Senhor!"
Aos que perguntavam quem era, respondiam "Este é
Jesus, o profeta de Nazaré da Galiléia". No
entanto, outros evangelistas afirmam que ele era um desconhecido
em Jerusalém.
Disseram
que Pilatos estava convencido da inocência de Jesus, razão
porque teria tentado salvá-lo, abandonando-o logo a
seguir, indefeso e moralmente arrasado.
João
faz supor que Pilatos teria deixado matar a Jesus, temendo que
denunciassem sua parcialidade ao imperador. Se ele não
castigasse a um insurreto que se intitulara rei dos judeus,
estaria traindo a César. No entanto, tal atitude por
parte de Pilatos não combina com o seu retrato moral,
pintado por Filon. Era um homem duro e tão desumano
quanto Tibério. A vida de mas um, menos um judeu, para
ambos, era coisa da somenos importância, Filon faz de
Pilatos um carrasco, e mostra que ele em Jerusalém, agia
com carta branca. Além disso, as reações de
Pilatos com Tibério, eram quase fraternais e ele era um
delegado de absoluta confiança do imperador. Mas, como os
Evangelhos foram compostos dentro dos muros de Roma, teriam de
ser de modo a não desagradar às autoridades
Imperiais. Pilatos foi posto nisso, apenas porque os bens e a
vida dos judeus estavam sob sua custódia. Entretanto,
corno a ocupação romana foi feita em defesa dos
judeus ricos, contra os judeus pobres e os salteadores do
deserto, as autoridades romanas temiam muito mas ao povo do que
a Roma.
Além
disso, multas eram as razões para não gostarem de
Pilatos nem de Herodes Antipas. Eles eram antipáticcs aos
judeus pobres, por isso, teriam temido a ira popular. Esta é
a razão apresentada pelos historiadores, que levam a sério
os Evangelhos, justificando assim o perdão do criminoso
Bar Abbas e a condenação do inocente Jesus
Entretanto, se as legi5es romanas realmente ali estivessem
naquela época, nem Pilatos nem Herodes, tomariam em
consideração a opinião do povo, porque se
sentiriam garantidos nos seus postos.
Além
disso, a opinião popular é fator ainda bem novo na
técnica de formação dos governos.
Tudo
o que sabemos é o que está nos Evangelhos. Jesus
era um homem do povo e um dos que temiam o governo. Por isso é
que em Marcos, 16-7, encontraremos Jesus aconselhando os discípulos
a fuga. Em Lucas, 10-4, Jesus está aconselhando aos
disclpuler a não falarem a ninguém em suas
viagens.
Em
Mateus, 35-23 encontraremos Jesus reprovando os judeus que
haviam assassinado Zacarias, filho de Baraquias, entre o adro do
templo e o altar. A história, no entanto, afirma ser esse
episódio imaginário. Flávio Josefo relata
um acontecimonto semelhante, registrado no ano 67, 34 anos após
a pretensa morte de Jesus referindo-se no caso a um homem
chamado Baruch. Isto evidencia o descuido dos compiladores dos
Evangelhos, que os compuseram sem levar em conta que, no futuro
as contradições neles encontradas, seriam a prova
da inautenticidade dos fatos relatados.
Nicodemos,
que teria sido um fariseu rico, membro de Senedrin, homem do
costumes morigerados e de boa-fé, não se fez cristão,
apesar de ter agido em defesa de Jesus contra os próprios
judeus. Por certo, ele, como João Batísta, não
se convenceram da pretensa divindade de Jesus Cristo, nem mesmo
se entusiasmaram com suas pregações.
Outra
ficção evangélica é debitada a
Paulo, o qual inventou um Apolo, que não figura entre
os apóstolos e em nenhum outro relato. Em Atos dos Apóstolos,
18, lê-se: "Veio de Éfeso um judeu de nome
Apolo, de Alexandria, homem eloqüente e muito douto nas
Escrituras. Este era instruído no caminho do Senhor,
falando com fervor de espírito, ensinando com diligência
o que era de Jesus, e, somente conhecia João Batista. Com
grande veemência convencia publicamente os judeus,
mostrando-lhes pelas Escrituras que Jesus era o Cristo".
Seria um judeu fiel ao judaísmo que, segundo Paulo
procurava levar seus próprios patrícios para o
Cristo? Na epístola 1, aos Coríntios, diz que: "Apolo
era igual a Jesus".
Paulo
já no fim do seu apostolado, afirma que o imperador
Agripa era um fariseu convicto, e que sua religião era a
melhor que então existia. Era assim, um divulgador do
cristianismo, afirmando a excelência do farisaísmo.
Falando de Jesus, Paulo descreve apenas um personagem teológico
e não histórico. Não se refere ao pai nem à
mãe de Jesus, sendo um ser fantástico, uma encarnação
da divindade que viera cumprir um sacrifício expiatório,
mas, não se reporta ao modo como teria sido possível
a encarnação. Não diz sequer a data em que
Jesus teria nascido. Não relata como nem quando foi
crucificado. No entanto, estes dados tem muita importância
para definir Jesus como homem ou como um ser sobrenatural. Está
patente, desse modo, que Paulo é uma figura tão
mitológica quanto o próprio Jesus.
Em
Atos dos Apóstolos, 28-15 e em 45, Paulo diz que quando
chegou a Pozzuoli, ele e os seus companheiros foram ali bem
recebidos, havendo muita gente à beira da estrada,
esperando-os. Entretanto, chegando a Roma, teve de defender-se
das acusações de haver ofendido em Jerusalém,
ao povo e aos ritos romanos.
Na
Epístola aos Romanos, 1-8, Paulo diz que a fé dos
cristãos de Roma alcançara todo e mundo, razão
porque encerraria sua missão, tão logo regressasse
da Espanha, onde saudaria um grande número de fiéis.
Mas, se assim fosse, por que Paulo teve de se defender perante
os cristãos de Roma, contra o seu próprio judaísmo?
Com
pouco tempo, Paulo já pensava encerrar sua missão
porque o cristianismo já se universalizara. Entretanto,
ele continuava considerando como melhor religião, o
farisaismo. O cristianismo a que Paulo referia-se, deveria ser
anterior a Jesus Cristo, que era o seguido pelos cristãos
de Roma, e não pelos cristãos dos lugares por onde
Paulo havia passado pregando.
Eusébio
disse que o cristianismo de Paulo era o terapeuta, do Egito, e Tácito
disse que os hebreus e os egípcios, formavam uma só
superstição.
ALGUMAS
FONTES DO CRISTIANISMO
O
passado religioso do homem está repleto de deuses solares
e redentores.
Na
índia, temos Vishnu, um deus que se reencarnou nove vezes
para sofrer pelos pecados dos homens. No oitavo avatar foi
Krishna e no nono, Buda. Krishna foi igualmente um deus
redentor, nascido de uma virgem pura e bela, chamada Devanaguy.
Sua vinda messiânica, foi predita com muita antecedência,
conforme se vê no Atharva, no Vedangas e no Vedanta. O
deus Vishnu teria aparecido à Lacmy, mãe da virgem
Devanaguy, informando que a filha iria ter um filho-deus, e qual
o nome que deveria dar-lhe. Mandou que não deixasse a
filha casar-se, para que se cumprissem os desígnios de
deus. Tal teria acontecido 3.500 anos a.C. no Palácio de
Madura. O filho de Devanaguy, destronaria seu tio. Para evitar
que acontecesse o que estava anunciado, Devanaguy teria sido
encerrada em uma torre, com guardas na porta. Mas, apesar de
tudo a profecia de Poulastrya cumpriu-se, "O espírito
divino de Vishnu atravessou o muro e se uniu à sua amada".
Certa noite, ouviu-se uma música celestial, e uma luz
iluminou a prisão quando Viscohnu apareceu em toda a sua
majestade e esplendor. O espirito e a luz de deus ofuscaram a
virgem, encarnando-se. E ela concebeu. Uma forte ventania,
rompeu a muralha da prisão quando Krishna nasceu. A
virgem foi arrebatada para Nanda onde Krishna foi criado, lugar
este, ignorado do rajá.
Os
pastores teria recebido aviso celeste do nascimento de Krishna,
e então teriam ido adorá-lo, levando-lhe
presentes. Então, o rajá mandou matar todas as
criancinhas recém-nascidas, mas Krishna conseguiu
escapar. Aos 16 anos, Krishna abandonou a família e saiu
pela Índia pregando sua doutrina, ressuscitando os mortos
e curando os doentes. Todo o mundo corria para vê-lo e
ouvi-lo. E todos diziam: "Este é o redentor
prometido a nossos pais". Cercou-se de discípulos,
aos quais falava por meio de parábolas, para que assim, só
eles pudessem continuar pregando suas idéias.
Certo
dia, os soldados quiseram matar Krishna, quando seus discípulos
amedrontados fugiram. O Mestre repreendendo-os, e chamou-os de
homens de pouca fé, com e que reagiram e expulsaram os
soldados.
Crendo
que Krishna fosse uma das muitas transmigrações
divinas, chamaram-no "Jazeu", o nascido da fé.
As mulheres de povo perfumavam-no e incensavam-no, adorando-o.
Chegando
sua hora, Krishna foi para as margens do rio Ganges, entrando na
água. De uma árvore, atiraram-lhe uma flecha que o
matou. O assassino teria sido condenado a vagar pelo mundo.
Quando os discípulos procuraram recolher o corpo, não
o encontraram mais porque, então, já teria subido
para o céu.
Depois,
Vishnu tê-lo-ia mandado novamente à terra, pela
nona vez, receberia o nome de Buda.
O
nascimento de Buda teria sido, igualmente, revelado em sonhos à
sua mãe. Nasceu em um palácio, sendo filho de um
príncipe hindu. Ao nascer, uma luz maravilhosa teria
iluminado o mundo. Os cegos enxergaram, os surdos ouviram, os
mudos falaram, os paralíticos andaram, os presos foram
soltos e uma brisa agradável correu pelo mundo. A terra
deu mais frutos, as flores ganharam mais cores e fragrância,
levando ao céu um inebriante perfume. Espíritos
protetores vigiaram o palácio, para que nada de mal
acontecesse á mãe. Buda, logo ao nascer, pôs-se
de pé maravilhando os presentes.
Uma
estrela brilhante, teria surgido no céu no dia do seu
nascimento. Nasceu também, nesse mesmo dia, a árvore
de Bó a cuja sombra o menino deus descansaria. Entre os
que foram ver Buda, estava um velho, que como Semeão,
recebeu o dom da profecia. Sua tristeza seria não poder
assistir à glória de Buda, devido ser muito velho,
Buda
teria maravilhado os doutores da lei com a sua sabedoria. Com
poucos anos de idade, teria começado sua pregação.
Teria ficado durante 49 dias sob árvore de Bó, e
sido tentado várias vezes pelo demônio. Pregando em
Benares convertera muita gente. O mais célebre de seus
discursos recebeu o nome de "Sermão da Montanha".
Após sua morte apareceria também aos seus discípulos,
trazendo a cabeça aureolada. Davadatta traí-lo-ia
do mesmo modo que Judas a Jesus. Nada tendo escrito, os seus
discípulos recolheriam os seus ensinamentos orais. Buda
também tivera os seus discípulos prediletos, e
seria um revoltado contra o poder abusivo dos sacerdotes bramânicos.
Mais tarde, o budismo ficaria dividido em muitas seitas, como o
cristianismo.
Quando
missionários cristãos estiveram na índia,
ficaram impressionados e começaram a perceber como nasceu
o romance da vida de Jesus. O Papa do budismo, o Dalai-Lama,
também se diz ser infalível.
Mitra,
um deus redentor dos persas, foi o traço de união
entre o cristianismo e o budismo. Cristo foi um novo avatar,
destinado aos ocidentais. Mitra era o intermediário entre
Ormuzd e o homem. Era chamado de Senhor e nasceu em uma gruta,
no dia 25 de dezembro. Sua mãe também era virgem
antes e depois do parto. Uma estrela teria surgido no Oriente.
anunciando seu nascimento. Vieram os magos com presentes de
incenso, ouro e mirra, e adoraram-no. Teria vivido e morrido
como Jesus. Após a morte, a ressurreição em
seguida.
Fírmico
descreveu como era a cerimônia dos sacerdotes persas,
carregando a imagem de Mitra em um andor pelas ruas, externando
profunda dor por sua morte.
Por
outro lado, festejavam alegremente a ressurreição,
acendendo os círios pascais e ungindo a imagem com
perfumes. O Sumo Sacerdote gritava para os crentes que Mitra
ressuscitara, indo para o céu para proteger a humanidade.
Os
ritos do budismo, do mitraísmo e do cristianismo são
muito semelhantes.
Horus
foi o deus solar e redentor dos egípcios. Horus, como os
deuses já citados, também nasceria de uma virgem.
O nascimento de Horus era festejado a 25 de dezembro.
Amenófis
III criou um mito religioso, que depois foi adaptado ao
cristianismo. Trata-se da anunciação, concepção,
nascimento e adoração de Iath. Nas paredes do
templo, em Luxor, encontram-se os referidos mistérios.
Baco,
o deus do vinho, foi também um deus salvador. Teria feito
muitos milagres, inclusive a transformação da água
em vinho e a multiplicação dos peixes. Em criança,
também quiseram matá-lo.
Adonis
era festejado durante oito dias, sendo quatro de dor e quatro de
alegria; As mulheres faziam as lamentações, como
as carpideiras pagas de Portugal. O rito do Santo Sepulcro foi
copiado do de Adonis. Apagavam todos os círios, ficando
apenas um aceso, o qual representava a esperança da
ressurreição. O círio aceso ficava
semi-escondido, só reaparecendo totalmente no momento da
ressurreição, quando então o pranto das
mulheres era substituído por uma grande alegria.
Também
os fenícios, muitos milênios antes, já
tinham o rito da paixão, do qual copiaram o rito da paixão
de Cristo.
Todos
os deuses redentores passaram pelo inferno, durante os três
dias entre a morte e a ressurreição. Isto é
o que teria acontecido com Baco, Osiris, Krishna, Mitra e
Adonis. Nestes três dias, os crentes visitavam os seus
defuntos, segundo Dupuis, em "L' Origine des tous les
cultes".
Todos
os deuses redentores eram também deuses-sol, como Átis,
na Frígia; Balenho, entre os celtas; Joel, entre os
germanos; Fo, entre os chineses.
Assim,
antes de Jesus Cristo, o mundo já tivera inúmeros
redentores. Com este ligeiro apanhado da mitologia dos deuses,
deixamos patente a origem do romance do Gólgota.
Acreditamos ter esclarecido, quais as fontes aonde os criadores
do cristianismo foram buscar inspiração.
JESUS
CRISTO, UMA COPIA RELIGIOSA
O
precedente estudo permite-nos constatar que, nas diversas épocas
da história, as religiões transformam-se, variando
em razão da complexidade, cada vez maior das sociedades
em que elas existem.
Vimos
que a crença em um deus redentor, é muito anterior
ao judaísmo sempre ligado à ânsia da
necessidade de redenção das tremendas aflições
do populacho. Quanto a Jesus Cristo, resultou de uma série
de mitos, que os hebreus copiaram dos babilônicos, dos egípcios
e de outros povos, visando com isto dar consistência ao
judaísmo.
Estudos
filológicos forneceram as bases para o estabelecimento de
um traço de união, entre as crenças dos
deuses orientais e o judaísmo. Tomemos por exemplo, as
palavras Ahoura-Mazzda e Jeová, que significam "O
que é". Partindo de velhas lendas orientais, e
baseando-se na origem comum da palavra, foi compilado o Gênese,
numa tentativa de explicar a criação do mundo.
Segundo o Zend-Avesta, o Ser Eterno criou o céu e a
terra, o sol a lua, as estrelas, tudo em seis períodos,
aparecendo o homem por último.
O
descanso foi posto no sétimo dia.
Manu
havia ensinado muito antes, que no começo tudo eram
trevas, quando Bhrama dispersou-as, criou e movimentou a água,
em seguida produziu os deuses secundários, os anjos
dirigidos por Mossura, os quais posteriormente rebelar-se-iam
contra Deus. Veio então Shiva, e arrojou-os ao inferno.
Shiva tornou-se a terceira pessoa da Santíssima Trindade
Bhramânica em conseqüência das sucessivas invasões
bárbaras sofridas pela Índia. Os bárbaros
crendo em Shiva, o deus da lascívia e do sensualismo,
impuseram sua inclusão, com o que surgiu a trindade
divina de Bhrama.
Manu
ensinara igualmente que Deus criara o homem e a mulher,
fazendo-os apenas inferior a Devas, isto é, Deus. O
primeiro homem recebera o nome de Adima ou Adam, e a primeira
mulher, Heva, significando o complemento da vida. Foram postos
no paraíso celeste e receberam ordem de procriar.
Deveriam adorar a Deus, não podendo sair do paraíso.
Mas, um dia, indo ver o que havia fora dali, desapareceram.
Bhrama perdoou-os mas, expulsou-os, condenando-os a trabalhar
para viver. E disse que por haverem desobedecido, a terra,
tornar-se-ia má, porque o espírito do mal dela se
apoderara.
Entretanto,
mandaria seu filho Vishnu, que se encarnando em uma virgem,
redimiria a humanidade, libertando-a definitivamente do pecado
da desobediência.
Ormuzd
teria prometido ao primeiro casal humano que, se fossem bons,
seriam felizes na terra. Mas, Arimã mandou que um demônio
em forma de serpente, aconselhasse a desobedecerem a deus.
Comeram os frutos que Arimã lhes deu, acabou a felicidade
humana, e todos os que nascessem daí em diante, seriam
infelizes. Sendo levados cativos para a Babilônia, os
judeus ali encontraram tal lenda. Libertos, voltando à
Judéia, trouxeram essa crendice, como também a
crença da imortalidade da alma e da vida futura, dos espíritos
bons e espíritos maus, surgindo daí, os anjos
Gabriel, Miguel e Rafael, os querubins e serafins. Nasceu daí,
o mito do diabo, o anjo rebelado.
A
palavra paraíso é o termo persa que significa
jardim. Os persas, os hindus, os egípcios e os gregos
criam no paraíso. Da mesma forma, todos eles criam no
inferno. Entretanto, as crenças antigas desconheciam as
penas eternas, que foram criadas pelo cristianismo, aliás,
uma das poucas coisas originárias dessa crença.
Também o purgatório, naturalmente, é outra
novidade do cristianismo, sendo desconhecido do judaísmo.
A idéia do purgatório vem de Platão, que
havia dividido as almas em puras, curáveis e incuráveis.
Os
filhos de Adima e Heva haviam-se tornado numerosos e maus. Por
isso, Deus mandou o dilúvio para matá-los. Mas,
deu ordem a Vadasuata para construir um barco e nele entrar com
a família, devido ao fato de ser um homem virtuoso.
Deveria levar consigo, além da família, um casal
de cada espécie de animal existente: Esta é a história
do dilúvio relatada nos Vedas, e que foi incluída
na Bíblia dos cristãos.
As
origens do cristianismo repousam, incontestavelmente, nas lendas
e crenças dos deuses mitológicos, não
apenas dos judeus, mas também de outros povos.
Os
caldeus e os fenícios, como os judeus haviam-se
especializado no comércio, e por dever de ofício,
alfabetizaram-se. Assim, sabendo ler e escrever, puderam copiar
as lendas e o folclore dos povos com os quais comerciavam e
conviviam, os quais puderam adquirir longevidade e fixar-se
melhor na memória humana.
Sendo
comerciantes por excelência, os judeus perceberam que a
religião poderia tornar-se uma boa mercadoria, através
da qual adviria o domínio de muitos povos e vontades.
Desta forma, tendo compilado o que julgaram mais interessante ou
mais proveitoso em relação aos seus propósitos,
passaram a difundir pelo mundo as suas idéias religiosas.
Com isto, o conhecimento e a razão, foram substituídos
pelas crendices e superstições religiosas.
Desde
há muito, a religião tem servido para moderar os
impulsos humanos, sobretudo, daqueles que pertencem a uma classe
social menos favorecida.
Salientamos
o prejuízo que o mundo tem sofrido, com o rebaixamento
mental, imposto com as crenças e superstições
religiosas, com o que o conhecimento sofre uma estagnação
sensível.
No
entanto, o homem tem-se deixado levar pelas crenças e práticas
religiosas, sem que nenhum benefício lhe advenha em
retribuição. O homem tem feito tudo por si mesmo,
apesar de sua religiosidade. A única classe beneficiada
realmente com a religião, é a dos sacerdotes.
Retornamos
ao assunto em pauta, após uma rápida digressão.
A Bíblia cita dez patriarcas que teriam morrido em idade
avançada, antes do dilúvio. Contudo, essa lenda
provém da tradição caldáica, segundo
a qual, dez reis governaram durante 432 anos. Da mesma forma, as
lendas hindus, egípcias, árabes, chinesas ou germânicas
fazem referência a homens que teriam tido uma longa vida,
como a do Matusalém da Bíblia.
Igualmente
a lenda de Abraão, que deveria sacrificar o seu filho
Isaac, procede de lendas anteriores ao judaísmo. O livro
das profecias hindus, relata uma história igual.
Ramatsariar conta que Adgitata, protegido de Bhrama, por ser um
homem de bem, teve um filho que nasceu tão milagrosamente
como Jesus. Entretanto, Bhrama para experimentá-lo,
ordena-lhe que sacrificasse o filho. Ele obedece, mas Bhrama
impede-o no momento exato, seu filho seria o pai de uma virgem,
a qual por sua vez, seria a mãe de deus-homem.
José
e a mulher de Putifar, foi a cópia de uma velha lenda egípcia,
conforme documentos recentemente traduzidos. Era uma história
intitulada "Os dois irmãos".
Emílio
Bossi relatando o achado, dá a palavra a Jacolliot: "Um
homem da Índia, fez leis políticas e religiosas;
chamava-se Manu. Esse mesmo Manu, foi o legislador egípcio,
Manas. Um cretense vai ao Egito estudar as instituições
que pretende dar ao seu pais, e a história confirma-nos
isto dizendo que esse cretense foi Minos. Enfim, o libertador
dos escravos judeus chamava-se Moisés, que teria recebido
as leis das mãos do próprio Jeová. Temos
então, Manu, Manes, Minos e Moisés, os quatro
nomes que predominaram no mundo antigo. Aparecem nos albores de
quatro diversos povos para representar o mesmo papel, rodeados
da mesma auréola misteriosa, os quatro são
legisladores, grandes sacerdotes e fundadores das sociedades
teocráticas e sacerdotais. Esses quatro nomes têm a
mesma raiz sânscrita. O hinduismo deu origem ao judaísmo.
Por isso, de Jeseu Krishna fizeram Jesus Cristo.
Documentos
recentemente estudados, mostram terem sido os hindus os prováveis
colonizadores do Egito. A documentação demonstra
que o conhecimento nasceu do saber hindu.
A
assiriologia mostra que a lenda de Moisés foi copada da
de Sargão I, rei acádio, que igualmente teria sido
salvo em um cesto deixado no rio, a deriva.
A
lenda de Sansão é outro exemplo. Sansão
representa o sol. O poder que lhe foi atribuído é
o mesmo dos deuses solares. E assim, examinando os escritos de
antigas civilizações, chegamos ao conhecimento das
origens de tudo o que a Bíblia narra como fatos reais.
Concluímos então que Jesus Cristo nada mais
representa, que uma cópia das lendas e mitos dos deuses,
adorados por povos os mais remotos e variados.
OS
DEUSES REDENTORES
Percebendo
a importância da luz do sol sobre a terra, o homem
imaginou que essa luz seria uma emanação protetora
de Deus. Da idéia de que existia um único sol,
surgiu o monoteísmo, isto é, a crença em um
só Deus.
Das
palavras Devv e Divv, que em sânscrito significam sol e
luminoso, originou-se a palavra deus. Daí, em grego, a
palavra Zeus; em latim; deo; para os irlandeses, dias; em
italiano dio, etc.
A
parte do tempo em que a terra recebe a luz do sol recebeu o nome
dia em oposição ao período de trevas, a
noite. O dia teria sido um presente divino, graças à
luz solar. Conseguindo produzir o fogo, aumentou a crença
humana no deus sol. Graças ao fogo, o homem pode
libertar-se de um dos seus maiores inimigos que era o frio,
assim como passou a cozinhar os seus alimentos. Devendo, cada
vez mais a vida ao calor, a gratidão do homem para com o
sol cresceu ainda mais. Foi assim que nasceu o mito solar, do
qual Jesus Cristo é o último rebento.
Por
uma série de ilações, chegaram igualmente à
concepção do significado místico da cruz.
Dos raios solares foi criada uma cruz, espargindo raios por
todos os lados. Da mesma forma foi a Idéia do Espírito
Santo, um espírito benfazejo, que irradia a bondade
divina. Depois a seqüência mística do sol, o
fogo e o vento, dando origem a Salvitri, Agni e Vayu, do mito védico.
O
rito védico celebra o nascimento de Salvitri, o deus-sol
em 25 de dezembro, no solstício, quando aparecem as
refulgentes estrelas. As estrelas trazem a boa nova, a
perspectiva de boas colheitas. Daí, os sacrifícios
e os ritos propiciatórios, oferecidos ao deus-sol.
Assim,
os cristãos encontraram o seu Jesus Cristo.
A
vida dos deuses redentores é a vida do sol. Por isso,
todos eles tiveram suas datas de nascimento fixadas em 25 de
dezembro: Mitra, Horus e Jesus Cristo. Também é
simbólica a ressurreição na primavera,
tempo da germinação e das folhas novas.
Baseando-se nisto, Aristóteles e Platão admitiram
uma certa racionalidade dos que adoravam o sol.
Heródoto
e Estrabão diziam que Mitra era o deus-sol, tendo por
emblema um sol radiante. Plutarco conta que o culto de Mitra
veio para a Sicília, trazido pelos piratas do mar. Em
escavações feitas no solo italiano, foram
encontradas placas de barro solidificados ao sol, trazendo esta
inscrição: "Deo Soli Invicto Mitrae",
lembrando o deus dos persas.
Niceto
escreveu que certos povos adoraram a Mitra como o deus do fogo,
outros como sendo o deus-sol.
Júlio
Fírmino Materno disse que Mitra era a personificação
do deus fogo, enquanto Aquelau, considerava-o o deus-sol.
São
Paulino descreveu os mistérios de Mitra como sendo os de
um deus solar e redentor. Karneki, rei hindo-escita, no começo
de nossa era, mandou cunhar moedas em que se vê a efígie
de Mitra dentro de um sol radiante. Mitra ainda era representado
com um disco solar na cabeça, segurando um globo com a mão
esquerda. Do mesmo modo, os cristãos representam Jesus
Cristo. Era o Senhor. Ao surgir o cristianismo, os cristãos
primitivos ainda chamavam o sol de "Dominus", com o
que, lentamente foi absorvendo o ritual mitráico.
No
Egito, o sol era o "Pai Celestial". Um obelisco
trazido para o Circo Máximo de Roma, trazia esta inscrição:
"O grande Deus, o justo Deus, o todo esplendente",
tendo um sol espargindo seus raios para todos os lados.
Da
mesma forma, todos os deuses dos índios americanos,
pertenciam ao rito solar, assim como os deuses dos hindus, dos
chineses e japoneses. Os caldeus adorando o sol como seu deus,
dedicaram-lhe a cidade de Sípara, onde ardia o fogo
sagrado, eternamente, em sua honra. Em Edessa e em Palmira foram
encontrados templos dedicados ao deus-sol. Orfeu considerava o
sol como sendo o deus maior. Agamenon disse que o sol era o deus
que tudo via e de que tudo provinha.
Os
judeus e os líderes do cristianismo, para a formação
deste, só tiveram de adaptar as crenças e rituais
antigos a um novo personagem: Jesus Cristo. Toda a roupagem
necessária para vestir o novo deus preexistia. Apenas
fazia-se necessário amoldá-la um pouco.
JESUS
CRISTO É UM MITO SOLAR
Tendo
em vista o completo silêncio histórico a respeito
de Jesus Cristo, bem como as evidentes ligações
deste com o mito dos deuses-solares, Dupuis escreveu o seguinte:
"Um deus nascido de uma virgem, no solstício do
inverno, que ressuscita na Páscoa, no equinócio da
primavera, depois de haver descido ao inferno; um deus que leva
atrás de si doze apóstolos, correspondentes às
doze constelações; que põe o homem sob o
império da luz, não pode ser mais que um deus
solar, copiado de tantos outros deuses heliosísticos em
que abundavam as religiões orientais. No céu da
esfera armilar dos magos e dos caldeus, via-se um menino
colocado entre os braços de uma virgem celestial, a que
Eratóstenes dá como Ísis, mãe de
Horus. Seu nascimento foi a 25 de dezembro. Era a virgem das
constelações zodiacais. Graças aos raios
solares, a virgem pode ser mãe sem deixar de ser
virgem... Via-se uma jovem "Seclanidas de Darzana",
que em árabe é "Adrenadefa", e significa
virgem pura, casta, imaculada e bela... Está assentada e
dá de mamar a um filho que alguns chamam de Jesus e nós,
de Cristo.
Já
vimos que Jesus repete todos os mistérios dos deuses
solares e redentores, pelo que Heródoto, Plutarco, Lactâncio
e Firmico puderam afirmar que esse deus redentor é o sol.
De modo que Jesus é apenas mais um deus solar.
Ainda
hoje, grande parte do rito cristão é de origem
solar. Na Bíblia, encontramos estas palavras: "Deus
estabeleceu sua tenda no sol", e ainda "Sobre vós
que temeis o meu nome, levantar-se-á o sol da justiça
e vossa vida estará em seus raios".
João
diz que "o verbo é a lei, a luz e a vida, a luz que
Ilumina a vista de todos os mortais, a luz do mundo". E
ainda chama a Jesus de o "cordeiro", o "Agnus Dei
qui tollit peccata mundi". Com isto, o Apocalipse fez de
Jesus o "cordeiro pascal", e a Igreja adorou-o sob a
forma de um cordeiro até o ano de 680. Era o Cristo o Áries
zodiacal, vindo de Agnus, com a significação de
fogo, o sol condensado.
Origenes
justificava a adoração do sol, tendo em vista a
sua luz sensível e também pelo aspecto espiritual.
Tertuliano
reconheceu que o dogma da ressurreição tem sua
origem na religião persa de Mitra. Para S. Crisóstomo,
Jesus era o sol da justiça, para Sinésio, o sol
intelectual. Fírmico Materno descreveu Jesus baixando ao
inferno, esplendente como o sol.
O
domingo, o dia do Senhor. o dia do descanso, procede de Dominus,
o deus-sol. o Senhor.
Segundo
Teodoro e Cirilo, para o maniqueus Cristo era o sol. Os Saturnílianos
acreditavam que a alma tinha substância solar, deixando o
corpo e voltando para o sol, de onde proviera, após a
morte.
O
antigo rito do batismo determinava que o catecúmeno
voltasse o rosto, em primeiro lugar para o ocidente, para
retirar de si a satanás, símbolo das trevas.
Igualmente
as festas do sábado santo, são reminiscências
do mito da luta do sol contra as trevas, na Páscoa. As
orações desse ofício são cópia
dos hinos védicos. A palavra aleluia, que era o grito de
alegria dos persas, adoradores do sol, quando na Páscoa
festejavam a sua volta, significa: elevado e brilhante.
Foram
necessários muitos séculos para que a igreja
pudesse alienar um pouco do que lembrava que o seu culto era de
um deus solar. Entretanto, a história escrita é
inflexível, e demonstra que todos os deuses redentores ou
solares foram tão adorados quanto o mitológico
Jesus Cristo. E embora tenham havido longas fases em que foram
impostos a ferro e fogo, nem por isto deixaram de cair, nada
mais sendo hoje do que o pó do passado religioso do
homem.
O
certo é que Jesus Cristo é mitológico de
origem, natureza e significação. O seu surgimento
ocorreu para atender ê tendência religiosa e mística
da maioria, que ainda hoje teme as realidades da vida, e
portanto, procura para orientar-se, algo fora da esfera humana,
na esperança de assim conseguir superar a si mesmo, e aos
obstáculos que surgem quotidianamente.
O
cristianismo é produto de tendências naturais de
uma época; aproveitadas espertamente pelos líderes
do cristianismo. O judeu pobre e oprimido não tendo para
quem apelar, passou a esperar de Deus aquilo que o seu
semelhante lhe negava. O sacerdote valendo-se do deplorável
estado de espírito de uma população
faminta, e sobretudo desesperançada, ressuscitou a um,
dentre os velhos deuses, para restaurar a esperança do
povo judeu. E assim, surgiu mais um mito solar, mais um deus com
todos os atributos divinos, tal como os que antecederam. O novo
deus solar em questão é Jesus Cristo.
OUTRAS
FONTES DO CRISTIANISMO
Conforme
temos dito repetidas vezes, o cristianismo tomou por empréstimo
tudo quanto se fez necessário à sua formação
Assim, todos os ensinamentos atribuídos a Cristo, foram
copiados dos povos com os quais os judeus tiveram convivência.
A sua moral, a moral que Cristo teria ensinado, aprendeu-a com
os filósofos que o antecederam em muitos Séculos.
De
sorte que não há inovações em nenhum
setor ou aspecto do cristianismo. Antigos povos, milênios
antes adoraram seus deuses semelhantemente.
Dentre
as máximas adotadas pelo cristianismo, comentaremos a
seguinte: 'Não faças aos outros o que não
queres que a ti seja feito". Este ensinamento não
teria partido de Jesus, conforme pretendem os cristãos, não
sendo sequer uma máxima cristã, originariamente.
Encontrá-la-emos
em Confúcio, e ainda no bhramanismo, no budismo e no
mazdeismo, fundado por Zoroastro. Era uma orientação
filosófica e religiosa, adotada pelos hindus.
A
originalidade do cristianismo, consistiu apenas em criar as
penas eternas, um absurdo desumano e irracional. Enquanto isso,
o mazdeismo cria a possibilidade de regeneração do
pior bandido, admitindo mesmo a sua plena reintegração
no seio da sociedade.
O
perdão aos inimigos, foi muito antes de Jesus,
aconselhado por Pitágoras.
Os
egípcios religiosos praticavam uma moral muito elevada.
No "Livro dos Mortos" encontramos a confissão
negativa, de acordo com a qual, a alma do morto comparecia ante
o tribunal de Osiris e proferia em alta voz as suas más ações.
O
sentimento de igualdade e fraternidade para com os homens, foi
ensinado por Filon. O cristianismo adotou os seus ensinamentos,
atribuindo-os a Jesus. São de Filon, as seguintes
palavras: "Os que exaltam as grandezas do mundo como sendo
um bem, devem ser reprimidos." "A distinção
humana está na inteligência e na justiça,
embora partam do nosso escravo, comprado com o nosso dinheiro."
"Porque hás de ser sempre orgulhoso e te achares
superior aos outros?" "Quem te trouxe ao mundo? Nu
vieste nu morrerás, não recebendo de Deus senão
o tempo entre o nascimento e a morte, para que o apliques na
concórdia e na justiça repudiando todos os vícios
e todas as qualidades que tornam o homem um animal". "A
boa vontade e o amor entre os homens são a fonte de todos
os bens que podem existir". Como vemos, não há
nada de novo no cristianismo.
Platão
salientou a felicidade que existe na prática da virtude.
Ensinou a tolerância à injúria e aos maus
tratos, e condenou o suicídio. Recomendou o humanismo, a
castidade e o pudor, e condenou a volúpia, a vingança
e o apego demasiado aos bens. Sua moral baseou-se na exaltação
da alma, no desprezo dos sentidos e na vida contemplativa. O
Padre Nosso foi copiado de Platão. Quem conhece bem a
obra de Platão, percebe os traços comuns entre a
mesma e o cristianismo. Filon inspirou-se em Platão, e a
Igreja, na obra de Filon que helenizou o judaísmo.
Aristóteles
afirmou que a comunidade repousa no amor e na justiça.
Admitia a escravatura, mas libertou os seus escravos. Poderiam
existir escravos, mas não a seu serviço. A
comunidade deveria instruir a todos, independentemente da classe
social, com o que ensinou o evangelho aos Evangelhos.
A
abolição do sacrifício sangrento não
foi introduzida pelo cristianismo. Não lhe cabe tal mérito.
Gélon, da Sicília, firmando a paz com os
cartagineses, estipulou como condição a supressão
do sacrifício de vidas animais aos seus deuses.
Sêneca
aconselhava o domínio das paixões, a
insensibilidade à dor e ao prazer. Recomendava igualmente
a indulgência para com os escravos, dizendo que todos os
homens são iguais. Referia-se ao céu como fazem os
cristãos, afirmando que todos são filhos de um
mesmo pai. Concebia como pátria, o universo. Os homens
deveriam ajudarem-se e amarem-se mutuamente. Enquanto isso, o
humanismo cristão limitou-se apenas aos irmãos de
fé. O bem, visa somente a salvação da alma,
o que é egoísmo, mas nunca humanismo. Sêneca
manifestou-se contrário à pena de morte, o
cristianismo ao contrario, é responsável por inúmera
execuções. Admitia a tolerância mesmo em
face da culpa. Ao invés de perseguir e punir, por que não
persuadir, ensinar e converter?
Epícteto
e Marco Aurélio foram bons professores dos cristãos.
Os filósofos greco-romanos foram grandes mestres da moral
cristã e da consolação, sem que para isto
criassem empresas, negócios nem castas. O cristianismo
existente antes de Jesus Cristo, já pregava a moral
anterior ao martírio do Gôlgota. A moral cristã
não veio de Jesus Cristo nem dos EvangeIhos, mas nasceu
da tendência natural para o aperfeiçoamento do
homem. Não fosse a destruição sistemática
de antigas bibliotecas, determinada pelo clero no intuito de
preservar os seus escusos interesses, hoje seria possível
patentear com documentos à mão, que a moral
anterior a cristã, era bem melhor do que esta, tendo-lhe
servido de modelo. Assim, vê-se que a moral jamais foi
patrimônio de castas ou de indivíduos, sendo uma
lenta conquista da humanidade, com ou sem religião e
mesmo contra ela. Por isso é que o mundo racionaliza-se
continuamente; e avança sempre no sentido do seu aperfeiçoamento.
A bondade humana independe da idéia religiosa. A razão
ensina-nos o que devemos ao nosso meio social, independentemente
da fé e da religião. Para justificar o
aparecimento de Jesus, fez-se necessário recorrer a uma
moral, que no entanto, já era um patrimônio da
humanidade. Jesus nada mais foi do que a materialização
de qualidades que já existiam. Por isso, mesmo em morai.
Jesus foi ator e não autor. O cristianismo apenas
sistematizou e industrializou essa velha moral, estabelecendo-a
como um rendoso comércio. A Igreja é responsável
pela deturpação dessa moral. Havia a moral pela
moral que foi substituída pela moral bíblica em
que só se é bom para ganhar o céu.
Superpondo-se
um grupo empresarialmente forte, extinguiu-se a moral
individual.
JUDAÍSMO
E CRISTIANISMO
Pesquisas
recentes e estudos comparados, têm demonstrado que a
mitologia judaico-cristã é bem anterior ao próprio
judaísmo, quando se percebe que dogmas como o da
imortalidade da alma, da ressurreição e do Verbo
encarnado, são muito anteriores ao cristianismo.
A
imortalidade da alma já era multimilenar quando os judeus
foram levados cativos para a Babilônia.
Zoroastro
ensinara, muito antes, ser a alma imortal, e que essa
imortalidade seria produto de uma opção humana. O
livre arbítrio levaria o homem a escolher uma vida que o
levaria ou não à imortalidade. O erro e o mal
produziriam a morte definitiva, a prática do bem, a
imortalidade.
Do
mesmo modo, na Ciropédia, bem anterior a Zoroastro, lê-se
que Ciro, moribundo, disse: "Não creio que a alma
que vive em um corpo mortal se extinga desde que saia dele, e
que a capacidade de pensar desapareça apenas porque
deixou o corpo que não tem como pensar por si mesmo".
Por outro lado, Einstein, pouco antes de morrer declarou não
crer que algo sobrasse do ser vivo, após a morte.
Os
egípcios, os hindus, os sumérios, os hititas e os
fenícios criam na imortalidade da alma.
A
ressurreição foi um dos fundamentos do
Zend-Avesta. Zoroastro também ensinou que o fim do mundo
seria precedido por um grande acontecimento a ser predito por
profetas. Os persas tiveram os seus profetas que foram
Ascedermani e Ascerdemat, os quais passaram à Bíblia
sob os novos nomes de Enock e Elias, entidades míticas,
como se vê. Desses mitos, surgiram o Talmud e os
Evangelhos, o que mostra que em religião, a idéia
original pertence à noite dos tempos.
A
doutrina do Verbo já era antiquíssima no Egito.
Deus teria gerado Kneph - a palavra, o Verbo - que é
igual ao pai. Da união de Deus com o Verbo nasceu o fogo,
a vida, Fta, a vida de todos os seres.
O
monoteísmo e a Santíssima Trindade eram crenças
muito antigas na Índia. Os deuses únicos e os
deuses secundários são uma velha doutrina
oriental. A religião greco-romana já possuía
o seu Apoio e Zeus, acolitados por uma porção de
deuses secundários. Essas velhas lendas deram origem ao
Deus do cristianismo, com toda sua corte de santos e anjos. O
politeísmo de há muito vinha caminhando para o
monoteísmo. Os gregos já haviam concebido a idéia
de um intermediário entre os homens e Júpiter, que
era Apoio, tendo-se encarnado para redimir os homens.
Porfírio
citou o seguinte oráculo de Serapis: "Deus é
antes e depois e ao mesmo tempo, é o Verbo e o Espírito,
como um e outro".
O
mundo antigo cria em um Deus único, pai de todas as
coisas, afirmou Máximo de Tiro. O povo então já
dizia: Deus o sabe! Deus o quer! Deus o abençoe! Os oráculos
só se referiam a Deus e não aos deuses.
Os
apologistas do cristianismo, tais como Eusébio,
Agostinho, Lactâncio, Justino, Atanásio e muitos
outros, ensinavam que unidade de Deus era conhecida desde a mais
remota antigüidade. Os órficos, inclusive,
admitiam-na.
Na
Bíblia, ao ser traduzida para o grego e para o latim, o
nome de Deus passou a ser muitas vezes Senhor, Dominus, para
ficar conforme o nome do Deus-sol do mitraísmo.
O
amor a Deus foi a base de todas as religiões copiadas
pelo judaísmo. Isaías falava de Deus como Pai
Celestial. Ezequiel dizia que Deus não queria a morte do
pecador, preferindo antes a sua conversão. O justo viverá
eternamente pela fé. São palavras de Habacuc,
repetidas por Paulo em Gálatas, 3.2.
Como
vimos, a doutrina do Verbo vem de Platão, tendo sido este
o intermediário entre os metafísicos e os cristãos.
Foi ele quem concebeu a idéia de separação
do corpo da alma, e pôs aquele na dependência desta.
Na sua opinião, a terra era o desterro da alma. Foi o
criador do sistema filosófico da decadência moral
do homem, fazendo dos sentidos uma ameaça, do mundo um
mal, e da eternidade o delírio, o sonho.
Cícero
e Sêneca tinham idéias cristãs, mas não
conheceram a Jesus Cristo nem ao cristianismo. Agostinho leu as
obras de Cícero e trocou o maniqueísmo pelo
cristianismo. A Igreja procurou destruir as principais obras de
Cícero e de Sêneca para que a posteridade não
percebesse que eles não tinham sido cristãos,
seguidores de Cristo, mas, apenas as suas idéias
coincidiam com as que o cristianismo esposou.
O
cristianismo nasceu da helenização do judaísmo.
Os cristãos terapeutas abandonaram o judaísmo
ortodoxo, porque este tinha posto de lado o culto nacional do
templo e o sacrifício Pascal, retirando-se para uma vida
contemplativa nos montes, longe dos homens e dos negócios.
Estabeleceram uma sociedade comunal, considerando o casamento um
apego à carne, um empecilho à salvação
da alma, com o que proscreveram os principais prazeres da vida,
exaltando o celibato e a pobreza, como os essênios, além
de aconselhar a caridade.
Eusébio
chamou aos terapeutas de cristãos sem Cristo. Para ele,
um terapeuta era um autêntico cristão. Isto levou
Strauss a escrever: "Os terapeutas, os essênios e os
cristãos dão sempre muito o que pensar
A
doutrina dos essênios, a moral dos terapeutas, a encarnação
do Verbo, vinda do judaísmo helenizado, é o
cristianismo de Filon. Desse modo, Filon foi criador do
cristianismo, sem o saber. Ele refere-se ao Verbo nos termos da
mitologia egípcia, sem contudo, mencionar a crença
em Jesus Cristo.
Salomão
fez da sabedoria divina a criação. O Livro da
Sabedoria define a natureza desse principio intermediário,
transformando o pensamento vago do rei judeu sobre a sabedoria
da doutrina do Verbo.
Sirac,
em "Eclesiástico", faz a doutrina do Verbo ser
mais precisa: "A sabedoria vem de Deus, estando sempre com
ele. Foi criada antes de todas as coisas. A voz da inteligência
existe desde o principio. O Verbo de Deus no mais alto do céu,
é a fonte da sabedora"! Filon disse que o Verbo se
fizera humano. Segundo ele, Deus era infalível e inacessível
a inteligência humana, não nos alcançando
senão pela graça divina. Para ele ainda, o Verbo não
era apenas a palavra, mas a imagem visível de Deus. O
Verbo seria o Ungido do Senhor, o ideal da natureza, o Adão
Celeste. ~ a doutrina da encarnação do Verbo,
tomando a forma humana. O Verbo é o intermediário
entre Deus e os homens. Diz ainda que o Verbo ~ o pão da
vida. Por ai vemos que não foi o Cristo o criador do
cristianismo, mas este é que o criou.
Clemente
de Alexandria, Origenes ou Paulo, assim como os primeiros padres
do cristianismo, jamais se referiram a Jesus Cristo como tendo
sido um homem que tivesse caminhado do Horto ao Gólgota,
mas tiveram-no apenas como o Verbo, conforme a doutrina de Platão
e de Filon.
O
CRISTIANISMO SEM JESUS CRISTO
Está
patente a existência do cristianismo sem Cristo. A existência
do clero, por outro lado, foi uma exigência bhramânica.
Pregando por meio de parábolas, os sacerdotes faziam-se
necessários para esclarecer o sentido das mesmas.
Justifica-se assim, o pagamento com as esmolas dos crentes.
Ensinavam a religião e apoderavam-se do dinheiro. Suas
terras e os templos já eram isentos dos impostos. O
sumo-sacerdote não se casava e era venerado como um deus.
No
budismo, tanto os bonzos como os mosteiros são mantidos
pela comunidade e os monges, igualmente não se casam. O
Dalai-Lama é o Vigário de Deus, o sucessor de Fó,
sendo Infalível como o Papa se diz ser. Nos mosteiros
todos se chamam de irmãos.
O
clero persa era dividido em ordens hierárquicas, e tinha
o direito a um décimo da renda da comunidade. Os magos
persas, como os profetas judeus, eram puros e não
trabalhavam.
No
Egito, a classe mais alta era a dos sacerdotes. Elegiam o rei e
limitavam a sua ação. O povo arrendava as terras
do templo. Só o clero ensinava a religião e
presidia aos sacrifícios. O regime era teocrata e todos
tinham que submeter-se às regras eclesiásticas. O
sacerdote era o advinho, fazia os oráculos, as profecias,
os sortilégios e os exorcismo. Afirmava ter força
sobre a natureza, para o bem da humanidade.
Os
bhrâmanes procuravam afugentar os malefícios e as
maldições. Para isto, cultivam certas plantas como
o lótus e o cânhamo, dos quais faziam licores como
o "amrita", que possuía virtudes milagrosas.
Tinham as mesmas modalidades de expiação ainda
hoje adotadas pelo cristianismo.
As
mortificações hindus são as mesmas
praticadas pelos cristãos medievais. Certos crentes
carregaram durante toda a vida, enormes colares de ferro,
outros, pesadas correntes de ferro. Alguns se marcavam com o
ferro em brasa, avivando a ferida todos os dias. Muitos vão
rolando deitados até Benares, pagar ali suas promessas.
Também usam sandálias cravadas de finos pregos, os
quais entram pelas solas dos pés.
No
Egito, os sacerdotes de Ísis, açoitavam-se em sua
honra, expiando com isso, suas próprias culpas e as do
povo.
Entre
os gregos, havia a água lustral para as expiações
e para as propiciações. Os sacerdotes de Dodona
feriam-se e os de Diana praticavam tais coisas em seus corpos,
que as vezes punham em perigo a própria vida.
Os
romanos procuravam livrar-se das calamidades públicas,
oferecendo aos seus deuses sacrifícios humanos. Os Indostânicos
tornavam-se celibatários, pediam esmolas, jejuavam e
isolavam-se do convívio com outras Pessoas.
No
budismo, as crianças eram ensinadas a fazer votos de
castidade. O governo concedia honras especiais ao que chegavam
aos 40 anos, castos. No Egito, existiam mosteiros apropriados
para os que faziam votos de castidade. Também os
sacerdotes de Baco, na Grécia, faziam tais votos. Os
sacerdotes de Cibele eram castos e castrados. Em Roma, as
vestais viviam em mosteiros, indo para até aos seis anos
de idade, e juravam não deixar extinguir-se o fogo
sagrado e manterem-se virgens. A que faltasse ao juramento,
seria enterrada viva e o amante, condenado a morte.
Os
budistas consagravam o pão e o vinho, representando o
corpo e o sangue de Agni, quando os bonzos aspergiam os crentes.
Enquanto
aspergem água lustral, cantam hinos ao sol e ao Fogo, o "Kirie
Eleison" que os católicos copiaram e cantam ou
recitam durante a missa. Inicialmente o sacrifício
constava da imolação de uma pessoa, a qual
posteriormente foi substituída pela hóstia. Tal
como o padre católico, o sacerdote budista também
lava as mãos, antes das libações. A cerimônia
budista é em tudo semelhante a missa da Igreja Católica.
Os
persas tinham em seus ritos religiosos, a eucaristia, ou seja, a
mesma oferenda do pão e do vinho que também
constam do ritual da missa, bem como o Pater Noster, o Credo e o
Confiteor.
Na
Grécia, rezava-se pela manhã e a noite. Os
etruscos juntavam as mãos quando oravam. Também a
confissão lá era praticada pelos persas. O ritual
do catolicismo tem muito do ritual mitraíco assim como a
vestimenta dos sacerdotes católicos foi copiada do
figurino dos sacerdotes de Mitra.
Muitas
das religiões pré-cristãs, já
festejavam a Páscoa e a Natividade. Os persas, inclusive,
dedicaram um dia aos mortos. E no dia em que o filho começava
a receber Instrução religiosa, havia festa na casa
dos pais.
Entre
os gregos, cada dia da semana era dedicado a um deus.
Os
Hindus viviam peregrinando de um templo para outro. Criam na
existência de dias bons e dias maus, como também em
sortilégios e malefícios. Cada pessoa era dedicada
a um anjo que a protegia desde o nascimento. Benziam as vacas,
os instrumentos agrícolas e animais domésticos.
A
história do passado religioso do homem, está
repleta de virgens puras e belas, que são as mães
dos deuses. Maria, mãe de Jesus Cristo, é apenas
mais uma, dentre tantas outras.
Igualmente,
as procissões constituem-se em práticas
multimilenares. É antiquíssima tal modalidade de
culto. Juno e Diana passearam em andores durante muitos séculos.
As cidades sempre se enfeitaram a passagem dos santos e dos
deuses.
Por
aí, vemos que nem Jesus nem o cristianismo tem nada de
original. A veneração das Imagens já era
multo anterior ao cristianismo. Por outro lado, o judaísmo
que as baniu, não foi entretanto, o primeiro a tomar tal
atitude. Plutarco disse que os tebanos não as usavam,
assim como Numa Pompílio proibiu aos romanos de
usarem-nas, durante o seu governo. O batismo era uma cerimônia
praticada pelos antigos, muito antes de se cogitar sequer, do
nome de cristão. Os hindus lavam o recém-nascido
em água lustral, dando-lhe um nome de um gênio
protetor. Aos oito anos, a criança aprende a recitar os
hinos ao Deus-Sol. A extrema-unção também
de há muito, antes do cristianismo, era praticada pelos
hindus.
Copiando
detalhes dos ritos e cultos de uma grande variedade de seitas, o
cristianismo constituiu o seu próprio ritual, tudo
girando em torno do Deus-Sol, no qual por fim, vestiram a roupa
de Jesus Cristo.