Entre as vozes femininas que encantaram gerações, encontramos Maria Beatriz Roquette Pinto, a primeira locutora
do rádio brasileiro, tendo atuado na Sociedade Rádio do Rio de Janeiro - PRA-2, fundada por seu pai, o Professor
Edgard Roquette Pinto, em 1923.
Em São Paulo, a primeira mulher a abraçar a carreira de speaker foi Zenaide Andrea, na Rádio Record de São Paulo
- PRB-9, no início dos anos 30. Em 1931, na mesma emissora, surgiu Natália Peres, que iria consagrar-se com o
pseudônimo de Elizabeth Darcy, progenitora do narrador esportivo Sylvio Luiz e da atriz Verinha Darcy.
A Rádio Cruzeiro do Sul - PRB-6, em 1932, promoveu um concurso buscando encontrar uma voz feminina que desse
um colorido às suas transmissões, especialmente para o programa "Hora das Donas de Casa"; a vencedora do
concurso foi Maria de Lourdes Souza Andrade, a terceira mulher em São Paulo a desempenhar as funções de
locutora.
Da Rádio Cruzeiro do Sul - PRB-6, Maria de Lourdes transferiu-se para a Rádio Educadora Paulista - PRA-6, onde
se destacou no programa "Hora Social", de Danilo Botelho Perrone e no "Programa das Mãezinhas", de Marcos de
Andrade.
Junto aos nomes dessas três pioneiras, destacamos ainda o de Diva Ayres de Moraes, da Rádio Difusora de Ponta
Grossa - ZYE-381, no Paraná, onde, além de locutora, foi a primeira mulher a exercer a função de disc-jockey (DJ)
naquele estado.
Virgínia de Moraes (Ana Virgínia Pereira Lima) foi a melhor locutora do rádio brasileiro. Virgínia surgiu em 1952,
lançada por J. Antônio D'Ávila pelas ondas da Rádio Cultura de São Paulo - PRE-4, ligada operacionalmente à
Organização Victor Costa., que na capital paulista, possuía mais duas emissoras de rádio: a Rádio Nacional de
São Paulo - PRG-9 e a Rádio Excelsior - ZYR-56; a Televisão Paulista - Canal 5 - era o carro chefe desse
conglomerado.
Da Rádio Cultura, Virgínia transferiu-se para a Rádio Nacional, onde rapidamente alcançou o estrelato atuando,
simultaneamente, nos veículos integrantes da O. V. C. paulista.
No seu primeiro ano de atuação no cenário radiofônico, nas plagas de Piratininga, Virgínia de Moraes foi apontada
unanimemente pela crítica especializada como revelação, recebendo o Troféu Roquette Pinto nessa categoria. Nos
anos subseqüentes não foi diferente e Virgínia recebeu esse mesmo troféu como "melhor locutora", culminando
com o "Roquette de Ouro", símbolo máximo daquela outorga, só concedida a um fechado e seleto grupo de
profissionais do rádio e da televisão no Estado de São Paulo.
Durante quase trinta anos, essa mulher de voz macia e sensual, com seu marcante diapasão, embelezou a
programação das principais emissoras paulistanas.
Outro nome digno de registro especial é o de Irís Litieri, cujo estilo se assemelha ao de Virgínia de Moraes. Íris Litieri
é outra mulher de sucesso nos meios radiofônicos, tendo desenvolvido sua atividade profissional no Rio de Janeiro,
atuando como locutora nos principais prefixos da antiga Capital Federal.
Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues - PY3IDR
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