Caracterizado pelo estrondoso rufar de tambores, seguido de palpitantes acordes de clarim, este boletim informativo foi ao ar pela primeira vez na tarde do dia 16 de julho de 1942, pela Rádio Farroupilha de Porto Alegre que, naquela época, era a mais poderosa emissora do nosso Estado.
O Repórter Esso tinha a duração de apenas cinco minutos, sendo transmitido três vezes ao dia, usando como fonte de notícias dados fornecidos pela United Press, uma importante agência norte-americana.
O primeiro locutor do noticiário foi Ruy Figueira, que lia os textos de forma enfática e rápida, uma das características da atração, se diferenciando, desta forma, dos padrões radiofônicos da época.
Cada notícia durava no máximo 15 segundos, sendo que cada edição continha 13 a 15 notícias.
Anunciado, antes da sua estréia, como "o mais completo serviço de informações radiofônicas", o Repórter Esso tinha como objetivo principal oferecer aos ouvintes "as notícias de todo o mundo". Mas também tinha a
preocupação de acompanhar a trajetória da II Guerra Mundial.
É importante lembrar que o noticiário, patrocinado pela Cia. Esso de Petróleo, já era radiofonizado em versão nacional desde 28 de agosto de 1941 pela Rádio Nacional do Rio de Janeiro, possuindo, inicialmente,
como locutor Celso Guimarães.
No entanto, o apresentador que marcou o Esso nacional foi o radialista Heron Domingues, gaúcho e dono de uma possante voz.
Após começar em versão nacional, o Repórter Esso teve seu modelo seguido por três emissoras: a Rádio Farroupilha (Porto Alegre-RS), a Rádio Inconfidência (Belo Horizonte-MG) e a Rádio Clube (Recife-PE). Em cada Estado, o noticiário tinha um locutor diferente.
Entre as notícias narradas na primeira edição do Esso nacional, estava a do ataque da RAF à Normandia e a apreensão de dezesseis navios do Eixo.
Em 2 de dezembro de 1945, o noticiário se mostrou inovador ao revelar os resultados das eleições no país, sendo o primeiro a fazer a proeza.
Em Porto Alegre, o Repórter Esso foi apresentado também por Lauro Hagemann, que permaneceu à frente do noticiário de 16 de julho de 1942 até o desaparecimento do programa.
Além das edições diárias, de segunda a sábado, nos horários 13h30min, 18h30min e 22h30min, havia também edições extraordinárias aos domingos, às 13h30min e 20h.
Nesta época, o estúdio da Rádio Farroupilha ficava na Rua Duque de Caxias.
Com o surgimento e concorrência da Televisão, o noticiário foi perdendo audiência. Além disso, havia os altos gastos com o programa exclusivo.
Este cenário levou ao fim a trajetória do programa.
Apesar do seu desaparecimento, o Repórter Esso foi um verdadeiro marco na história dos noticiários radiofônicos, através da linguagem própria, caracterizada por uma locução vibrante, pontual e objetiva, amparada sempre pela credibilidade e trazendo consigo o slogan atemporal de "testemunha ocular da história".
Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues - PY3IDR
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