COMO SURGIU A RÁDIO CLUBE DE CANELA
Ao final da década de 40, Canela era uma próspera cidade madeireira, estando no apogeu do desenvolvimento com a extração do
pinheiro araucária. O único meio de comunicação social da época era o rádio, cujas estações emissoras mais próximas estavam
em Taquara, Novo Hamburgo e Caxias do Sul, aqui chegando com um sinal muito fraco de difícil recepção.
Foi neste tempo que Semilio Zeferino Munaretti iniciou as gestões para a criação de uma emissora em Canela, pois na região não
havia nenhuma. Eletrotécnico de profissão, foi espalhando a idéia a amigos. Alguns o incentivavam, outros o desanimavam. Mas a
persistência foi mais forte e venceu.
Inicialmente Semilio solicitou autorização de forma individual ao Ministério da Viação e Obras Públicas, que tinha como titular o
gaúcho Clovis Pestana. Não desistiu mesmo quando recebeu a notícia do arquivamento de seu processo, determinado pelo
presidente da Comissão Técnica da Rádio, do ministério, Sr. Edmundo Nogueira Brandão. Seguindo orientação do próprio
presidente do órgão, Munaretti entrou com um novo pedido de registro, agora em nome da Rádio Clube de Canela Ltda., uma
sociedade radiofônica.
Até uma correspondência endereçada ao Presidente da República Getúlio Vargas foi enviada para que fosse despachado
favoravelmente o pedido de concessão.
As providências tomadas deram resultado, pois, apesar do intenso número de pedidos de concessões, do Brasil todo, a Rádio
Clube de Canela, que vinha funcionando em caráter experimental desde 9 de dezembro de 1949, passou a emitir sua programação
oficialmente a partir de 29 de maio de 1952, data de sua inauguração.
Artistas e cantores de renome nacional estiveram presentes na festa de inauguração da Rádio Clube de Canela, tendo sido muito
requisitados pela comunidade canelense e de toda a região.
Daí para a frente, a comunidade aceitou e prestigiou a nova emissora plenamente, não só a canelense mas de toda a região, pois
era a que melhor som produzia para os receptores locais.
Os colaboradores levavam ao ar uma programação bastante variada: música para todos os gostos, noticiário, curiosidades,
programas com a participação da comunidade, rádio-novelas e transmissão de eventos.
Os intérpretes mais solicitados, no início, eram os românticos como Dalva de Oliveira, Linda Batista, Lupicínio Rodrigues e
Francisco Alves, dentre outros.
Os principais colaboradores, no início, foram Waldomir Vaccari e a, hoje sua esposa, Roma, Dalva Scherer, Leda Oppitz
(hoje Huier), Lito Guido Huier e Orlando Bazzan, entre os principais.
Leda Oppitz foi escolhida como Brotinho da Rádio e foi coroada em alto estilo durante um baile no Clube Serrano como a Raínha
da Rádio Clube de Canela, por Beatriz dos Santos (hoje Piva), que era a Rainha do Clube Serrano.
Todas as datas festivas como Natal, dia dos pais, Sete de Setembro, dia das mães e muitas outras tinham programação especial
da Rádio Clube de Canela.
Dado à impossibilidade do Sr. Semilio Zeferino Munaretti continuar na administração da Rádio Clube de Canela, em 1953 assumiu
o Sr. Carlos Adyr Selbach. Funcionário do Banco Industrial e Comercial do Sul S.A. - Sulbanco, o novo diretor introduziu os
programas dominical da Clube. Era o Matinal Domingueiro U-27, onde apresentavam-se grandes nomes do rádio regional e os
calouros locais. O sucesso foi tão grande, que o cinema ficava pequeno para receber o público que queria participar.
A solução
foi instalar um serviço de alto-falantes ao lado externo do cinema, para que aqueles que não pudessem entrar no auditório pelo
menos ouvissem o programa. Um dos apresentadores que mais sucesso alcançou com o "domingueira U-27" foi o professor
Elzaide Ramos, que também exercia a atividade de locutor da Rádio Clube, paralelamente ao seu cargo de professor do Grupo
Escolar João Corrêa.
Nesta época os estúdios estiveram instalados no prédio da Estação Rodoviária, na Praça João Corrêa, por quase uma década.
O interessante era acompanhar os curiosos que, ao desembarcar dos ônibus, ficavam na porta da Rádio para observarem o
locutor falando ao microfone ou o operador técnico colocar os discos. Muitos ficavam olhando durante horas.
Carlos Adyr Selbach permaneceu 14 anos como diretor da Rádio Clube de Canela, vindo a desligar-se em 1967, após uma
assembléia geral dos associados da empresa.
Em meados da década de sessenta, os estúdios foram transferidos para uma das salas no prédio do então Café Rex, hoje
Confeitaria Uni Duni Tê, na esquina da Rua Dona Carlinda com a João Pessoa. Ali os estúdios da Rádio Clube de Canela
permaneceram alguns anos sob a gerência de Telmo Martins, o popular Guiné.
Carlos Adyr Selbach permaneceu 14 anos como diretor da Rádio Clube de Canela, vindo a desligar-se em 1967, após uma
assembléia geral dos associados da empresa, assumindo a direção o Sr. Otto Albuquerque.
Otto Albuquerque, tão logo assumiu a direção da Rádio Clube de Canela, providenciou a transferência dos estúdios do antigo
Café Rex para um prédio junto à sua residência, na Rua Arlindo Pasqualini, na antiga "pera" da viação férrea, prédio de sua
propriedade.
Auxiliado por seu filho Raul, o diretor Otto Albuquerque administrou a Rádio Clube de Canela por mais de uma década. Quando
transferiu-a para o novo diretor, Sr. Pedro Raymundo Dias, em 1978, os estúdios estavam instalados no prédio da antiga estação
ferroviária (hoje Centro Cultural), em uma sala no andar térreo.
RÁDIO CLUBE DE CANELA - ZYH-274
A Rádio Clube de Canela, no período de 1968 a 1977, era assim:
Com uma potência de 100 watts, na freqüência de 1.550 KHz, abrangemos, até as 18 horas, uma área de 100 quilômetros de raio.
Porém, nossa programação ajusta-se ao "modus faciendi" dos municípios de Canela, Gramado, Nova Petrópolis e Caxias do Sul,
limítrofes ao município de Canela.
Com a potência de 100 watts, de Emissora local, tornamo-nos regional, espontaneamente, com a presença diária de ouvintes
desses municípios, conforme explicamos mais adiante.
Nosso transmissor, modernizado, emite fielmente a qualidade da mesa de som, e nossos ouvintes, sempre, dizem, ao microfone
ou pessoalmente, vindos das mais distantes localidades desses seis municípios, com sua simplicidade, ser o som desta
Emissora, "... claro, suave e limpo...". E isso deve-se a nossa preocupação técnica de chegar, até onde o nosso sinal fôr mais
fraco, com a maior filtragem e equilíbrio entre a onda portadora e a modulação.
A fidelidade e pureza da qualidade do nosso som, deve-se, também, ao uso para entrevistas, cantos e audições ao vivo, de um
microfone e condensador, e à linha de enlace, com cêrca de 1.800 metros ao transmissor.
Preocupados em fornecer alta qualidade
de som, e pelas particularidades de estática e propagação na serra, desenvolvemos tecnologia própria na montagem da mesa de
som e estúdio. Permanecem sempre abertas nossas instalações à visitação pública, que recebemos diariamente.
Paineis sobre as
telecomunicações e o rádio, explicações visuais de como funciona técnicamente a Emissora, em nossa sala de recepção,
proporcionam rápido e eficiente aprendizado, notadamente para os milhares de estudantes, em grupos e classes, que nos visitam
durante o ano.
A nossa preocupação pela fidelidade reflete-se, até na dispensa de compressor no transmissor, a fim de, semanalmente, melhor
reproduzir, desde as pianíssimos aos fortíssimos das orquestras sinfônicas no programa semanal, de uma hora, de música erudita.
Assim, podemos dizer, que nosso som possui "profundidade" e reflete o sinal da respectiva gravação.
A MÚSICA, FATOR PSICOTERÁPICO
A música é o fator preponderante na radiodifusão. A mente humana, pelo mecanismo psíquico, aceita os sons musicais e o ritmo
como fator de equilíbrio e derivação dos impulsos e manifestações do inconsciente, que pressionam o consciente e necessitam,
sempre, de um derivativo que o consciente escolhe para canalizar os impulsos inconscientes.
Assim, através da música, vocal ou instrumental, uma Emissora pode conquistar ou condicionar a mente do ouvinte.
Conquistar a mente do ouvinte, é cultivá-la através da música ou do som, que exprima o seu "modus faciendi" e o seu "habitat". É
deixar o ouvinte escolher e viver com o seu "som" musical, variando-o, mas dentro do mecanismo de conquista da mente; fazer
com que o consciente receba bem a música instrumental ou vocal, conseguindo que a primeira sublime os impulsos inconscientes,
e a segunda "crie" e desenvolva "imagens" no subconsciente, ou zona da memória, num exercício contínuo e salutar, pois exercita
a imaginação, a criatividade.
Na música vocal é, necessário porém, que o conto seja na lingua nacional, para lque seja ativado o
mecanismo das "imagens". Assim, na conquista da mente há a valorização do ouvinte e sua participação automática na
programação da Emissora.
Condicionar a mente do ouvinte é provocá-la e procurar alterar o seu psiquismo, em contraste com o seu "modus faciendi" ou o
seu "habitat", com símbolos, sons ou cantos que ele não entende, pois não sabe "traduzir", nem verbal, nem em "imagens" o
que está ouvindo.
Assim, se ele aceita a música instrumental, que se compõe apenas de ritmo ou harmonia, a melodia, que é
o canto, não realiza sua função integral psicoterápica, não sensibilizando a sua zona de memória, simplesmente por que não lhe
forma "imagens" descritivas do que ouve, em seu mecanismo psiquico.
Assim, a mente condicionada é pobre em comunicação; forma, na verdade, uma geração sem "expressões verbais" maiores,
vocabulário restrito e de gíria, dificuldades em expressão exata e correta na língua nacional; inadaptação ao ambiente em que
vive, porque sua mente foi condicionada a uma vida diferente ao seu "habitat" e a realidade socio-econômica nacional.
Como a música instrumental ou vocal representa maioria na programação de uma Emissora de radiodifusão, a Rádio Clube de
Canela escolheu e executa fielmente aquilo que chamamos de conquista da mente e que explicamos a todos que desejam saber
o motivo de somente transmitirmos composições musicais em língua nacional.
O OUVINTE, A META PRINCIPAL
Vemos, no ouvinte, o principal motivo da atividade de nossa Emissora. Deixamô-lo sentir a Emissora como um "movel" de sua casa,
pelo mecanismo de conquista da mente; fazemô-lo aproximar-se da Emissora, pela carta em que pede sua música, ou nessa
mesma carta "pinta", desenha, ou da vazão a sua criatividade pela "carta colorida", que mais adiante detalharemos; citamos o
seu nome no microfone, seus parentes ou amigos, dizendo, diariamente cêrca de 1.800 nomes em nossa programação musical
ou literária; trazemos pessoalmente sua arte instrumental ou vocal; fazemos da Emissora o veículo natural das notícias e das
informações para seus familiares mais distantes, dentro dos seis municípios onde eles vivem; na sua visita a Emissora,
notadamente quando vem de longe, conversamos com ele no microfone, sôbre seu trabalho, quer no campo ou na cidade, sua
vida social e suas realizações comunitárias; o agricultor, o peão, o estancieiro, o operário, o estudante, o profissional liberal, a
dona de casa ou moça de prendas domésticas, porque sabem que na conquista da mente, valorizamos e cultivamos a mente do
ouvinte.
PUBLICIDADE
Com essa orientação de procurar manter o ouvinte "ligado" à conquista da mente, e de toda essa participação
espontânea não há nenhum ônus financeiro para ele, o faturamento da Emissora, na região, subiu extraordinariamente, sem
dispormos de corretor de publicidade, somente recebendo a publicidade através do contato e da visita direta das firmas comerciais,
industriais ou os próprios ouvintes interessados em anunciar seus negócios comerciais. Há, assim, a procura, também espontânea
do anunciante, o qual observa o valor de nossa tabela, de acôrdo com a importância do nosso veículo publicitário, que pode
comprovar sua audiência através de suas 350 cartas diárias que recebe.
PROGRAMAÇÃO
Fazemos uma programação litero-musical aberta a todos os gostos, de assuntos, instrumentação e voz, dentro do gosto
artístico da região, conforme as cartas-pedidos que recebemos.
O DIA DO OUVINTE: SÁBADOS E DOMINGOS
Os sábados e domingos são reservados à visita dos ouvintes dos Municípios de Canela, Gramado, São Francisco de Paula, Três
Coroas, Nova Petrópolis e Caxias do Sul, que vêm participar, espontaneamente, da programação ao vivo, movidos pela amizade à
Emissora.
Assim, o peão da estância de São Francisco de Paula, com seu violão e acordeona; o agricultor ou o operário de Canela ou
Gramado, com seus conjuntos musicais ou cantores e músicos individuais; as Bandinhas de Nova Petrópolis; os cantores de Três
Coroas; os Conjuntos Gauchescos de Caxias do Sul; os corais do interior de Canela ou Gramado, todos são benvindos ao
microfone, onde cantam, mandam suas mensagens aos amigos e familiares, oferecem seus números musicais, ao vivo, falam a
linguagem franca, alegre e comunicativa da região; trazem as suas "homenagens" musicais à Emissora, confraternizam no
microfone com os nossos locutores e expressam, sempre, o seu propósito de retôrno, sem medir distâncias ou despesas; querem
mostrar às comunidades onde vivem, a importância de sua criatividade artística e interpretativa.
Incentivamos, assim, os futuros artistas profissionais, partidos do seu ambiente, e estimulamos sua criatividade artística de
expressão.
E num "Dia do Ouvinte", que assim é chamado, não obstante todos os dias serem do ouvinte, há duas missas irradiadas
diretamente da Igreja Matriz, e, no domingo, ao fim da noite, a Emissora encerra suas atividades da semana com um concêrto de
música erudita, com uma hora de duração, com comentário próprio sôbre o valor da melodia e do ritmo, que será ouvido, dentro do
mecanismo da meloterapia, ou seja, uma explicação rápida sôbre a função psicoterápica da melodia e orquestração, dentro do
princípio de "sublimação" da psicanálise, preparando, assim, a mente do ouvinte para acompanhar as melodias. E um programa
dirigido para fazer ouvir a música clássica sob o ângulo da musicoterapia.
OS NOTICIÁRIOS
Os noticiários em cada hora, abrangem notícias da região, de interêsse sócio-econômico e esportivo. Há um incentivo constante à
prática do esporte amador e o programa respectivo sòmente trata dos Clubes e jogadores dos municípios vizinhos, com uma das
maiores audiências da Emissora em caracter regional.
Não há noticiário policial. As autoridades policiais, quando acham conveniente, fornecem notas oficiais assinadas. A Emissora
considera que o destaque ao crime ou ao criminoso, apenas condiciona a mente ao impulso negativo da violência, que fica
escondida no inconsciente, aflorando, muitas vezes, no impulso agressivo deixado passar pelo consciente, e resultado, em
grande parte, do noticiário policial sensacionalista e sem controle da autoridade e de destaque à violência.
A Emissora, fiel ao Código Brasileiro de Telecomunicações, usa o noticiário para destacar o trabalho, a honestidade da vida em
comunicade, o incentivo às iniciativas sócio-econômicas comunitárias, quer da região, como de todo o País, apoiando, divulgando,
em sua orientação, firmemente, e sem predileções político-partidárias, os objetivos da Revolução de Março.
CARTA COLORIDA: INÉDITA NA RADIODIFUSÃO?
O ouvinte de todas as idades é estimulado, diariamente, a enviar, além da carta simples, sua "carta colorida", pedindo sua música.
Assim, ele floreia sua correspondência, ou adorna-a com filetes, desenhos coloridos de flores, paisagens onde vive, a natureza
agreste ou as plantações diversasl, imagens de trabalho, gaúchos a cavalo ou pastoreando o rebanho, enfim, toda a gama de
criatividade natural, num colorido esfuziante ou suave. Das 350 cartas diárias que a Emissora recebe, cêrca de 80 são coloridas e
o número aumenta.
A carta colorida, depois de comentada ao microfone, é fixada num painel especial na sala de recepção do estúdio da Emissora,
onde os visitantes apreciam os trabalhos expostos. Depois de alguns dias, há renovação do painel das cartas coloridas, para dar
margem a exposição de todas.
A carta colorida individualiza o ouvinte que, muitas vezes, não sabe tocar um instrumento musical, mas faz-se presente na Emissora
pelo seu trabalho exposto. Pela vivacidade ou tonalidade do colorido, podemos averiguar a "sublimação" do ouvinte em seu trabalho
e o efeito psicoterápico do mesmo sôbre ele.
Todas as cartas coloridas demonstram, sempre, assuntos
simples ou alegres, nunca trágicos ou depressivos, o que representa uma prova da "conquista da mente" que a Emissora realiza
com sua orientação.
Uma finalidade, também expressiva, da carta colorida, é o aprimoramento da letra manuscrita e o gosto pelo
escrever cartas, em contínua correspondência com a Emissora e resposta pelo microfone. Faz-se, assim, uma comunicação
epistolar, verbal e artística.
LOGOTIPO SONORO - PREFIXO
Além do seu logotipo impresso, a Rádio Clube de Canela possui seu logotipo sonoro, representado pela "marchinha" da Rádio, que
abre e fecha os seus trabalhos diários e é executada de hora em hora.
Assim, o logotipo sonoro da Rádio Clube de Canela, gravado com acompanhamento de gaita apianada, e cantado por um coral de
vozes juvenis, tem a seguinte letra: "Rádio Clube de Canela, / A Rádio da Integração; / Ela é dos seus ouvintes, / De toda esse
região!
O efeito psicológico desse logotipo sonoro faz-se sentir em todos os setores; firma-se a orientação de amizade inter-municipal,
constituindo-se uma Emissora de carácter local, mas de influência comprovada regional.
Quanto ao prefixo oficial, irradiado em cada intervalo, "Rádio Clube de Canela, ZYH-274, 1.550 KHz", é precedido, pela expressão
"nos lares de seus ouvintes de Canela, Gramado, São Francisco de Paula, Três Coroas, Nova Petrópolis e Caxias do Sul", numa
homenagem constante aos municípios onde temos ouvintes, que se fazem presentes, na prática, por suas cartas diárias.
EMISSORA TURÍSTICA
Consideramos o turismo não só visual, mas no sentido da audição, dos sons da terra, dos seus ouvintes naturais, de sua pronúncia
e sotaque, dos instrumentos musicais próprios.
Assim, para o turista que deseja "ouvir" a região, num verdadeiro turismo audio-visual, basta ligar o seu rádio de carro na Rádio
Clube de Canela, principalmente aos sábados e domingos, e estará ouvindo os "sons e vozes da região", enquanto visita as
paisagens turísticas.
Assim era a Rádio Clube de Canela, no período de 1968 a 1977, sob a direção de Otto Albuquerque.
RÁDIO CLUBE DE CANELA LTDA.
QUATRO DÉCADAS DEPOIS
Em 1978, Pedro Raymundo Dias, empresário do ramo de comércio de material de construção, aconselhado por amigos
experientes, adquiriu o controle acionário da empresa Rádio Clube de Canela Ltda. Como proprietário da maioria absoluta
das cotas da emissora, Pedrinho iniciou as gestões para ter a administração propriamente dita. Houve muita relutância por
parte do administrador antigo em transferir a emissora, mas o objetivo do novo proprietário foi alcançado.
A grande dificuldade de Pedro Dias foi, sem dúvida, reconquistar a audiência, que estava muito fraca. O equipamento obsoleto e
até artesanal teve que ser substituído totalmente, o que demandou um ano e meio.
Com um transmissor de 100 watts que não rendia mais de 30, o som da Clube não chegava sequer a Gramado em perfeitas
condições.
A autorização para aumentar a potência para 1.000 watts veio possibilitar uma grande melhora inclusive na programação, que já
há alguns anos é séria, variada e cativante.
A Clube tem, graças ao trabalho desenvolvido por Pedro Dias e sua equipe, um público ouvinte fiel e assíduo, pois a variedade de
programas, tanto musicais como de informação, realizados de maneira a agradar todas as faixas da comunidade, tem dado o
retorno esperado. A informatização foi uma das melhorias introduzidas por Pedro Dias.
Atualmente a Rádio Clube de Canela Ltda. - ZYK-223, juntamente com a Rádio Clube FM 88.5, está sediada na Avenida Júlio
de Castilhos, 232 - 1º andar, em sede própria e no coração da cidade.
A ORIGEM DA RÁDIO CLUBE FM 88,5
A concessão da Rádio Clube FM 88.5 foi assinada pelo governo federal exatamente no dia 13 de março de 1989, apenas dois dias
antes de vencer o mandato do presidente José Sarney.
A história iniciou alguns anos antes, com a solicitação de concessão por Pedro Raymundo Dias, em nome da Rádio Clube de
Canela Ltda. O processo estava emperrado na comissão correspondente no Congresso Nacional. Um senador do Pará e um
deputado do Tocantins colocaram toda a espécie possível de entraves para protelar a aprovação.
Foi aí que entrou a influência de amigo pessoal de Pedro Dias, diretor da RBS, Fernando Ernesto Corrêa, que, com a ascenção
do deputado Antônio Brito àquela comissão especializada, intercedeu para a solução rápida do processo de concessão.
Brito, juntamente com o senador José Fogaça, foi decisivo na aprovação do projeto da CLUBE FM e a conseqüente concessão
de funcionamento.
Daí para diante, com a concessão na mão, tudo se tornou mais fácil.
A aquisição de equipamentos foi cuidadosamente realizada, dentro das necessidades da nova emissora: tudo de última geração
e da mais avançada tecnologia existente. Isto porque a intenção sempre foi gerar um som 100% limpo aos ouvintes da Clube
FM 88.5. Este objetivo, ao que já se pode comprovar, foi plenamente alcançado, mesmo sem a emissora ter, ainda, operado com
sua capacidade normal de potência.
Pedro Raymundo Dias, o diretor da emissora, afirma que o objetivo da Clube FM 88.5 é transmitir músicas da melhor qualidade.
Colaboração de Ivan Dorneles Rodrigues - PY3IDR
e-mail:[email protected]