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BRIGADA DO ÓDIO

           Acho que o fato mais marcante de minha vida foi o movimento punk paulista do fim da década de 70 e início dos anos 80. Nele eu aprendi que era possível ser autêntico , divertir-se ( e muito), conhecer pessoas com ideais afins. Tocar a música que gosto e cagar para opiniões estereotipadas e modismos. Estes "mandamentos eu ainda mantenho no cotidiano".
Bem, o fato é que, na minha opinião este movimento acabou no festival do Sesc Pompéia. Depois disto começou outra fase, outra coisa, sei lá.
De um lado, muita gente se aglutinou em torno do PUNK pela sua fama fudida, agressiva só para pertencer a grupos e trocar porrada nos fins de semana, coisa que sempre aconteceu, mas agora como objetivo único, deixando ideais, cultura e música de fora.
Por outro lado, tinha gente discutindo que o punk era passado, o negócio era HARD CORE, METAL PUNK, SPEED, CRUSTY, GRIND-CORE, e um monte de rótulos e modinhas, além da idolatria a certos, grupos. Admiro zilhões de bandas, mas não engulo nada sem mastigar antes.
Paralelamente a isto eu e os irmãos Sergio e Magrão, continuavamos ensaiando com o que sobrou da banda INFRATORES. Nós, do mesmo modo que muitos outros, não aguentavamos tanto papo furado sobre treta, estilo, funsão, visual, e tão pouco atitude produtiva, (excetuando-se o Redson e o Renato Filho do Ataque Frontal, e o eterno FABIÃO OLHO SECO da PUNK ROCK NEW FACE RECORDS).
Como não havia nada para se dizer o resultado é que não paravamos de ensaiar e com isto nos tornamos especialistas em fazer um tipo de música que ninguém gostava. Alias 03 pessoas gostaram, além de nós, Vlade, baixista do Ulter e meu sócio naquela época e o Luizão, um cara que merece um verbete próprio na história do Rock Undergound. O terceiro cara que gostou foi o Fabião, que sempre teve uma visão de mundo interessante proporcional à sua visão de negócios. Só ele para convidar um grupo que quase ninguém conhecia e quem conhecia não gostava para gravar um Split com uma banda consagrada como OLHO SECO.
Gravamos, O nosso amigo Mauro dos GAROTOS PODRES, fez a arte desta Capa e do encarte do LP, para completar a gravação ficou péssima. Resumindo, o fato é que ninguém gostou , salvo raríssimas excessões no Brasil e outras tantas no exterior. A partir daí decidimos que não iriamos tocar ao vivo. Era mais prático convidar os poucos que gostavam daquilo para ir até nosso ensaio.
Até o dia que nossos amplificadores queimaram, devido à sobrecarga elétrica. Pouco mais de um mês depois fomos despejados da Oficina de Funilaria onde ensaiavamos.
LONGA PAUSA...

Texto escrito por Wilson Integrande da Brigada do Ódio.
FORMAÇÃO


MAGRÃO - GUITARRA
SERGIO - BATERIA
WILSON - BAIXO
LUIS - VOCAL


INÍCIO 1983 ATÉ 1984.

Aguardem a 2° parte desta história, pois o A Brigada do Ódio, está se preparando para lançar mais uma porrada no ouvido.

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