A-Infos: um serviço de notícias multilíngue por, para e sobre anarquistas e outros revolucionários equivalentes anti-autoritários

Na luta por uma sociedade livre sem classes, distribuímos notícias e artigos em diversas línguas, cobrindo uma grande área. Esta inclui tanto o trabalho, o ambiente e as lutas anti imperialistas como a luta anti-racista, sexista e homofóbica. As listas de notícias do A-Infos são democraticamente geridas por um coletivo de organização internacional. Especialmente encorajamos mulheres, pessoas que não falam inglês e aqueles que vivem fora da Europa e da América a participar. O A-Infos não é um projeto comercial. Todo o tempo e serviços que tornam possíveis o A-Infos são devido a voluntários de vários países. V. pode enviar um artigo para o A-Infos para o endereço eletrônico [email protected] Não te esqueça de pôr o código para a tua língua, no assunto, por exemplo (pt) para português. Preferimos notícias escritas por anarquistas ou outras pessoas diretamente envolvidas na luta contra as várias inter-relacionadas formas de domínio, exploração e supressão. Distribuiremos os periódicos conforme as diretivas que se encontram no nosso website: http://www.ainfos.ca.

Os duendes x Área de Comércio Livre das Américas (ACLA) em Toronto, Canada

Ativistas que se opõem à área de comércio livre das americas falaram na baixa da Toronto, na semana de 1 de Novembro. Lançaram o maior dos feitiços para estragar a conferência.

"Não temos escolha. A ACLA não lida com comércio entre as pessoas das Américas, trata-se uma instituição voltada para defender os interesses de uma elite corporativa. A agenda foi preparada há muito, e enquanto grupos como o Hemisferic Social Alliance (Aliança Social Hemisférica) tentam introduzir uma agenda social, eles só estão mesmo é ajudando nossos ministros do comércio a humanizar a cara do domínio das multinacionais. Convocamos os duendes, as pessoas da noite, as bruxas, para acabar com estas negociações corporativas".

A noite de segunda-feira tornou-se uma noite de gala para o Forum Americano de Negócios (Americas Business Forum - ABF) - os reais negociadores da ACLA. Alguns duendes conseguiram entrar, passar pelo hall. Aromas grotescos de ovos podres e fezes emanavam da multidão. Do exterior podiam-se ver áreas que ficavam desertas em segundos.

Entretanto, um número maior de duendes foi para as ruas que ficavam do lado de fora e mascararam-se como estudantes de negócios de direita e fãs de administradores de multinacionais. No topo das suas roupas formais, os duendes penduraram bandeiras e faixas: "1000 capitalistas não podem estar enganados". "Viva os ricos!! ACLA Já". "Acabe-se com as Regulamentações Ambientais Já! Mais Lucro!". "O previlégio é Divino", etc.

Depois na quarta-feira, dia 3 de Novembro, os duendes apareceram em massa e transformaram-se numa manifestação gigantesca. Era o último dia do ABF e os duendes chegaram mesmo antes do Chretien (primeiro ministro) e os ministros do comércio encontraram-se com CEO’s (qualquer coisa como diretor ou presidente de conselho de administração). Com percussão e cornos a indicar o caminho, os duendes atravessaram a ponte mais ocidental a caminho da Torre mais a sul, onde só se ouvia o som dos bumbos e das conversas dos duendes. Durante cerca de 45 minutos, os duendes interagiram com a polícia, rindo e caindo, gritando e rodopiando. No fim, Chretien atrasou-se 45 minutos, até que eles se retirassem do local. Nesta altura, os duendes, no seu retorno às cavernas, correram em direção à fila de automóveis onde estava Chretien, debaixo da ponte, e expulsaram-no com placas e bumbos.

Na quinta feira, 4 de Novembro, alguns duendes "ACERCA" malvados escalaram a torre do sul enquanto muita gente arranjava uma distração do lado norte. Quando alcançaram o topo, desenrolaram uma bandeira com 600 pés quadrados (mais uma vez não sei fazer a conversão) em solidariedade com o povo de Chiapas, que resiste à ACLA e à NAFTA (North American Free Trade Association).

Entretanto, a mensagem tinha-se espalhado pelo mundo e outros duendes apareceram em solidariedade contra a ACLA e o Global Free Logging Agreement. Os duendes pregaram peças às corporações em Tóquio, Guatemala, através dos EUA e noutras partes do mundo. Com isto em mente, os duendes comprometeram-se a espalhar a palavra a outros duendes por todo o mundo e continuar a ser a areia na máquina do capitalismo.

Contato: [email protected], OPIRG-Toronto, 563 Spadina, Rm 101, Toronto, ON, M5S 2K1, Canada http://www.nativeforest.org/campaigns/acerca

 

Continua a devastação em Cacarica, Colômbia

Após 34 meses de desalojamentos forçados, no meio de grande tensão devido às ameaças que seguiram a nossa oposição ao desflorestamento e à nossa decisão de fazer valer os direitos humanos internacionais, iremos finalmente receber o título formal de comunidade negra, a 15 de Dezembro. Dividimos 103.004 ha por 23 comunidades que vivem em Cuenca del Cacarica, uma terra de grande biodiversidade, com segredos que tanto as comunidades negras quanto nós nunca conseguimos desvendar, mas queremos defendê-la, porque entendemos o seu valor nas nossas vidas e na da humanidade. É um sucesso, muita alegria, mas... ainda sentimos dor, tristeza e desilusão. Na área da Exploración Pré Retorno, testemunhamos, conjuntamente com autoridades nacionais e observadores internacionais, o continuado desflorestamento levada a cabo pelas grandes máquinas da companhia Madarien. Deitaram abaixo, mesmo debaixo dos nossos olhos, árvores de espécie rara. Existem árvores a flutuar no rio Atrato, atravessam o Golfo de Uraba e daí talvez sigam para outros países. O desflorestamento continua como antes, talvez até pior. A companhia Maderas del Darien já se instalou noutras florestas de Cacarica. Isso significa que a devastação é mais intensa mesmo nas fronteiras. Continuaremos a reclamar pela vida da Natureza e pela nossa. É o odor fedorento do dinheiro que compra a consciência e a omissão do Estado que não tem feito nada para prevenir esta desgraça ecológica. O poder de uma companhia privada é protegido pela sua capacidade de mentir e corromper e de evitar responsabilidades em demonstrar boa vontade. Os dias de alegria estão ameaçados. Alguns dos nossos coordenadores viajaram. Esperamos que eles regressem e vejam a nossa terra em Cacarica, em paz e com dignidade. Os invasores não terminam com a sua intenção de nos maltratar. O título de reconhecimento é um passo a frente, é muito importante. Embora estes sejam tempos difíceis os que vivemos, é algo de encorajador. Agradecemos vossa solidariedade e apoio. Este título é também vosso. Esta terra é para todos os humanos. É terra de autodeterminação, terra de vida, terra de dignidade. Pedimos vosso apoio para que possamos continuar a luta pelo fim do desflorestamento e do levantamento de provas contra aqueles que nos expulsam de nossas terras, para que a justiça brilhe diante desta destruição ambiental e para que as nossas vidas possam ser respeitadas. Urge também que se tomem todas as medidas para respeitar a nossa decisão de não nos envolvermos em objetivos militares e para que sejam evitados mais assassinatos e mais raptos. Comunidades de Regresso a Cacarica, Auto Determinação, Vida e Dignidade! Justicia y Paz [email protected] , Libia Grueso PCN [email protected]

Cyberatividades durante o N30

*) O site oficial da OMC na internet (www.wto.org) ficou fora do ar às 22:00h do dia 30/11/99 e voltou algum tempo depois.

*) O site do Reclaim The Streets da Inglaterra e o Electro Hippies 'Virtual Sit In' estiveram temporariamente fora do ar no N30. Uma mensagem no site do RTS dizia: " Desculpe, este site caiu por volta de 30 de novembro. Técnicos desligaram o servidor enquanto eles investigavam um enorme aumento de tráfego. Suspeitou-se de um ataque de Saturamento de Serviço de forças pró-OMC ou de atividade da polícia para contrariar os planos de protesto...mas não! Ele caiu quando 100.000 pessoas acessaram o site do electrohippies querendo saber mais sobre o seu "protesto virtual" (virtual sit in) - um protesto de Saturamento de Serviço contra a OMC. Portanto pode ser dito que virtualmente aquela quantidade enorme de pessoas se juntaram à ação de terça-feira". O site dos Electro Hippies é

*) Durante a noite no N30, uma alimentação de áudio ao vivo transmitiu uma freqüência escaneada dos rádios do Departamento de Polícia de Seattle através da Internet, permitindo que os ouvintes escutassem os últimos desenvolvimentos em Seattle e as "tropas" se movendo, e o início do toque de recolher.

Notícias do Bangladesh

Em Bangladesh, mais de 5 milhões de empregadas domésticas trabalham em condições sub-humanas. São quem recebe menos. E, além disso, não são reconhecidas e são, portanto, privadas dos seus direitos.

No dia 10 de Dezembro, a Associação de Empregadas Domésticas levou a cabo um protesto contra o desrespeito pelos direitos humanos, no Dia Mundial dos Direitos Humanos. O protesto incluiu uma procissão silenciosa de trabalhadores com bandeiras e máscaras negras. Um orador disse: "Em Bangladesh, todos os dias as empregadas domésticas têm que enfrentar repressão e opressão. Entre Junho e Dezembro, houveram 39 violações, 27 assassinatos, 6 queimaduras, 17 raptos, 6 suicídios por causa de tortura, 51 empurradas para a prostituição, mais de 300 contrabandeadas, 4000 ficaram sem emprego, 15000 sem casa. Mas não há ações contra isto." Outro orador acrescentou que "as empregadas domésticas têm rendimentos baixos, são negligenciadas, estão sem esperança e desorganizadas. Como tal, o governo e a sociedade as ignora e não toma medidas adequadas". A Associação das Empregadas Domésticas anunciou campanhas e ações. A Associação de Empregadas Domésticas procura apoio e solidariedade a um nível nacional e internacional.

Contato: Amirul Haque Amin, General Secretary, National Garments Workers Federation;

Mrs. Hasna Banu, membro do secretariado, tel.: +88 019 340 268; fax: +88 02 9562562; e-mail: [email protected]

 

No fundo de Narmada (Kasten)

As comunidades de fazendeiros e Adivasis (povo indígena) que vivem nas barragens do rio Narmada, organizados com o movimento popular NBA (Narmada Bachao Andolan, Save Narmada Bewegung), estão lutando há 12 anos contra a construção de uma represa conhecida como projeto Sardar Sarovar (SSP). Depois de um pico de bem sucedida resistência no início dos anos 90, que conduziu à retirada do Banco Mundial em 1993 e a uma interrupção da construção em 1995, neste ano de 1999 a NBA está intensificando a luta novamente. A razão é uma decisão do Supremo Tribunal que permite a futura construção da represa. A represa está agora com aproximadamente 88m de altura e algumas aldeias já

foram inundadas três vezes em Agosto e Setembro deste ano. A NBA também é membro da Aliança Nacional de Movimentos Populares (NAPM), que foi o Convocador para a AGP no ano passado.

Contato: Narmada Bachao Andolan; B-13, Shivam Flats, Ellora Park, Baroda-390007

Tel 0265-382232

Contatos de Mumbai: Pervin - 2184779;

Mahendra - 5574895, 4159259

 

História da resistência contra a barragem de Itoíz, Navarro, País Basco, a norte do Estado Espanhol

A barragem de Itoíz, compreendida entre dois vales, forma um micro clima especial e um ecossistema único, mas parece que os políticos não concordam com isto, mas, pelo contrário, pensam que sob o nome mágico do "desenvolvimento e progresso" tudo é permitido. Em 1985, a construção da barragem foi decidida. Decisão que foi baseada em mentiras sem sentido e aniquilação. Os argumentos levantados eram a necessidade de produção de eletricidade e, claro, a falta de água. Seria verdade? Curiosamente 3 políticos que foram escolhidos para principais promotores do projeto monstruoso estão agora sob duras penas de prisão condenados por suborno, roubo à comunidade e comissões ilegais. O comitê de organização, que foi criado em resposta e para defender as aldeias que ficaram soterradas pela barragem, provou repetidamente a falsidade dos argumentos dados a favor da construção. E, em 1993, o trabalho de construção começou. Primeiro, tentamos uma luta em termos judiciais. A mobilização popular começou e ganhou força. A luta nos tribunais foi um sucesso. Mas embora o projeto tenha sido declarado ilegal e condenado, o trabalho de construção continuou. Há quatro anos atrás, este assunto foi levado ao Tribunal Europeu o que nos deu a esperança de que a construção seria embargada. Em vez disso, deu licença para o trabalho continuar e este fato trouxe-nos um grande desapontamento, um pesado laivo na moral. Este era um dos dois principais pontos na luta. Neste momento, SOLIDARI@S CON ITOIZ foi criado por duas razões: sentimos que a luta estava prestes a ser perdida e tivemos que procurar outras formas de lutar, tomando em conta contra quem estávamos: o Estado, o dinheiro, digamos, o poder econômico. O grupo assumiu desde o início, três princípios: o da ação direta, o de que deveria ser público e o da resistência passiva. Embora tenha havido alguma resistência com sucesso, o governo, rindo-se de todos, aumentou o trabalho para 24 horas diárias. Foi necessário cortar os cabos. A 6 de Fevereiro de 1996, ao escurecer, 8 solidari@s, conjuntamente com 5 jornalistas, entraram na zona de construção. Seis deles, usando navalhas circulares, cortaram os seis cabos do sistema usado no transporte do cimento para a barragem. Os seis cabos de 800m de comprido e 15 cm de diâmetro eram o coração do projeto. O trabalho ficou parado aproximadamente 9 meses. Logo após a ação, as 8 pessoas foram levadas à polícia imediatamente. Depois de nos rendermos, fomos submetidos à tortura durante mais de uma hora com murros, pontapés e abusos. Depois de 2 meses de prisão fomos libertos para sermos ouvidos em tribunal. Há um ano atrás fomos condenados a 5 anos cada e depois de novo apelo em tribunal a resolução do alto tribunal está para chegar. Desde então o trabalho eventualmente continuou, levando a mais ação. Continuaremos a luta seja qual seja o que advenha. A única lei que conhecemos como verdadeira é a da Mãe Natureza.

Solidari@s com Itoitz, Unai Behrendt Baztan, Nagusia Kalea 38 – 5B 31001 Iruna, Euskal Herria, estado Español; email: [email protected]

http://www.eusnet.org/partaide/solidarios/home.htm e http://www.s-o-s-itoiz.org.uk

 

Notícias de Malta: Movimento Graffitti

O Movimento Graffitti é um movimento social maltês que é ativo contra qualquer forma de opressão e exploração de pessoas, do meio ambiente e/ou de animais; Com uma visão de socialismo; liberdade e democracia radical. O Movimento Graffitti está ativamente envolvido nas lutas correntes contra o ataque capitalista à qualidade de vida das pessoas e do meio ambiente. Ele apóia lutas dos trabalhadores e dá apoio crucial a sindicatos. O Movimento Graffitti também apóia lutas de gênero pela libertação da mulher e de orientações sexuais às oprimidas, e também apóia lutas revolucionárias empenhadas na libertação, contra o neo-colonialismo e o imperialismo. O Movimento Graffitti leva a cabo campanhas contra corporações multinacionais como Mc Donald's, que trazem quantidades enormes de dejetos, de exploração de trabalhadores, crianças e animais, e um estilo de vida insalubre. O movimento tem estado bastante ativo em campanhas ambientalistas como a campanha contra o projeto de re-desenvolvimento de Hilton (Portomaso), a qual levou a várias ações diretas não violentas e uma greve de fome. O Movimento Graffitti e outros movimentos como o Friends of Earth (Malta) estão freqüentemente estimulando comunidades locais e ambientalistas a se manifestarem contra o desenvolvimento insustentável como o que está em curso no golfo.

O comitê nacional do Movimento Graffitti e o comitê da seção universitária são eleitos a cada ano. O movimento também inclui vários sub-comitês que se especializam em temas de campanhas particulares. Um sub-comitê em particular, chamado S.G.A.R. (o sub-comitê para arte revolucionária) é ativamente envolvido na organização de atividades artísticas revolucionárias, entre elas teatro e música.

Algumas poucas palavras sobre Malta. Malta possui uma população de cerca de 350.000 pessoas e conseguiu a independência da Grã Bretanha em 1964, sendo que os últimos navios militares deixaram a ilha em 1979. Malta é agora um estado independente e neutro. O sistema político de Malta é dominado por dois partidos políticos, o partido Trabalhista de Malta e o Partido Nacionalista (Democrata Cristão), que está atualmente no poder. O outro partido político, Alternativa Demokratika (Partido verde) é apoiado por cerca de 2% do eleitorado maltês mas é severamente penalizado pelo sistema eleitoral de Malta, que favorece o domínio dos dois principais partidos. A Igreja Católica é muito influente nas ilhas maltesas. A economia de Malta é basicamente dependente da manufatura e do turismo. O meio ambiente de Malta está em perigo, especialmente por causa no número crescente de carros, do desenvolvimento de mega projetos turísticos insustentáveis, e do insustentável problema de lixo. Malta está vivendo várias mudanças como a privatização de empresas públicas, assim como a implementação das regulações da União Européia. (Malta requisitou a união à EU, porém o Partido Trabalhista se opôs à essa união).

Contato: Moviment Graffitti. PO Box 24 Sliema, Malta, Europe

[email protected] , http://www.geocities.com/movimentgraffitti

 




railtong@g.com

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