140 JOURNAL OF THE ATMOSPHERIC SCIENCES VOLUME 20

Mn se k>0, de maneira que não ocorrem repetições. Estas seqüências, que formam um conjunto não enumerável, podem concebivelmente se aproximar de seqüências periódicas assintoticamente e ser quase-periódicas, ou podem ser não periódicas.
   Finalmente, considere duas seqüências Mo, M1,… e M0', M1',… onde Mo'=Mo+ ε. Então para um k dado, se ε é suficientemente pequeno, Mk'=Mk  ± 2k ε. Todas as seqüências, portanto, são instáveis em relação a pequenas modificações. Em particular, todas as seqüências periódicas são instáveis, e nenhuma outra seqüência pode se aproximar delas assintoticamente. Todas as seqüências exceto um conjunto de medida zero são, portanto, não periódicas, e correspondem a trajetórias não periódicas.
   Voltando à Fig. 4, vemos que podem ser encontradas seqüências periódicas análogas às tabuladas acima. Elas estão dadas aproximadamente por

398,…
377, 410, …
369, 391, 414, …
362, 380, 419, … 

As trajetórias que possuem estas ou outras seqüências periódicas de máximos são provavelmente periódicas ou quase-periódicas em si.
   As seqüências acima se aproximaram temporariamente na solução numérica de seqüências que começam nas iterações 5340, 4881, 3625, e 3926. Como a solução numérica eventualmente parte de cada uma dessas seqüências, cada uma é provavelmente instável.
   Em um amplo sentido, se Mn' = Mn+ ε, e se ε é suficientemente pequeno, Mn+k'=Mn+k+Λє, onde Λ é o produto das inclinações da curva na Fig. 4 nos pontos cujas abscissas são Mn,... Mn+k-1. Como a curva aparentemente tem uma inclinação cuja magnitude excede a unidade em todos os pontos, todas as seqüências dos máximos, e portanto todas as trajetórias, são instáveis. Em particular, as trajetórias periódicas, cujas seqüências de máximos formam um conjunto enumerável, são instáveis, e somente trajetórias excepcionais, que têm as mesmas seqüências de máximos, podem se aproximar delas assintoticamente. As trajetórias restantes, cujas seqüências de máximos formam um conjunto não enumerável, portanto, representam o fluxo não periódico determinístico.
   Estas conclusões foram baseadas em um segmento finito de uma solução determinada numericamente. Não podem ser consideradas como matematicamente provadas, embora a evidência delas seja forte. Uma aparente contradição requer análise adicional.
   É difícil reconciliar a mistura de duas superfícies, cada uma contendo uma espiral, com a incapacidade de se mesclar as duas trajetórias. Não é difícil, contudo, explicar a aparente mistura das superfícies. Em dois tempos τ0 e τ1, os volumes ocupados por um conjunto específico de partículas satisfazem a relação 

de acordo com (30). Um ciclo típico ao redor de C ou C' requer cerca de 70 repetições, de maneira que, para esse circuito

 

 

τ2= τ1+0.7, e, como σ+b+1=41/3,                     

 

Duas partículas separadas entre si em uma direção adequada podem, portanto, se reunir muito rapidamente, e parecer que se misturam.
   Veríamos, então, que as duas superfícies só parecem se misturar, e continuam sendo superfícies diferentes. Seguindo estas superfícies ao longo de um caminho paralelo a uma trajetória, e circundando C ou C', vemos que cada superfície é na verdade um par de superfícies, de maneira que, onde elas parecem se misturar, na verdade há quatro superfícies. Continuando este processo para outro ciclo, vemos que na verdade há oito superfícies, etc., e finalmente concluímos que há um infinito complexo de superfícies, cada extremamente perto de uma ou uma outra de duas superfícies que se misturam.
   O infinito conjunto de valores no qual uma linha paralela ao eixo X cruza estas superfícies pode ser comparado ao conjunto de todos os números entre zero e um cujas expansões decimais (ou algumas outras expansões além das binárias) contêm somente zeros e uns. Este conjunto é simplesmente não enumerável, em vista de sua correspondência com o conjunto de todos os números entre zero e um, expressos em binário. Não obstante forma um conjunto de medida zero. A seqüência de uns e zeros correspondente a uma superfície em particular contém uma história das trajetórias que ficam nessa superfície, um um ou um zero imediatamente à direita do ponto decimal indicando que o último circuito estava ao redor de C ou C', respectivamente, um um ou um zero no segundo lugar dando a mesma informação a respeito do próximo ao último circuito, etc. Expansões decimais repetidas representam trajetórias periódicas ou quase-periódicas, e, como elas definem frações racionais, formam um conjunto enumerável.
   Se visualiza-se primeiro este complexo infinito de superfícies, não seria difícil representar trajetórias determinísticas não periódicas incluídas nestas superfícies. 

8. Conclusão

Certos sistemas hidrodinâmicos não conservativos forçados mecânica ou termicamente podem exibir comportamento tanto periódico quanto irregular quando não há irregularidade ou periodicidade obviamente relacionada no processo de forçamento. Tanto o fluxo periódico quanto o não periódico são observados em alguns modelos experimentais quando o processo de forçamento é mantido constante, dentro dos limites do controle experimental. Alguns sistemas finitos de equações diferenciais ordinárias programadas para representar estes sistemas hidrodinâmicos possuem soluções analíticas periódicas quando o forçamento é estritamente constante. Outros sistemas semelhantes produzem soluções numéricas não periódicas.
   Um sistema finito de equações diferenciais ordinárias que representa o fluido dissipativo forçado freqüentemente tem a propriedade que todas estas soluções são finalmente confinadas dentro dos mesmos limites. Temos estudado em detalhe as propriedades de soluções de sistemas deste tipo. Nossos principais resultados se relacionam à instabilidade das soluções não periódicas. Uma solução não periódica sem componentes transitórios

 
     
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