TEXTO DE ATUALIDADES

HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA ATUAL

PROF.ADHEMAR BERNARDES ANTUNES

TEMA 08

O NEOLIBERALISMO E A TERCEIRA VIA

INTRODUÇÃO

"Estado do bem-estar social", "Neoliberalismo" e "Terceira Via" são três expressões bastante conhecidas por economistas, políticos, analistas políticos, sociólogos e jornalistas. No entanto, para a grande maioria das pessoas, o significado dessas expressões não é muito claro. Apesar de estarem presentes quase que diariamente nos noticiários, essas expressões, na verdade, representam um "grande ponto de interrogação". Muitas pessoas sabem que elas estão associadas às políticas governamentais, mas não conseguem inferir como podem influenciar no seu cotidiano.

Há muitos anos, o poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht, escreveu um poema intitulado "O analfabeto político". Esse poema tentava conscientizar as pessoas acerca da importância da participação política, pois, como ele afirmava, a política determina os preços de alimentos, as boas ou as más condições de habitação, a qualidade dos transportes e muitos outros aspectos do cotidiano.

De fato, a grande maioria das pessoas não estabelece uma relação direta entre a política e o seu dia-a-dia. Mas quando uma empresa estatal é privatizada, por exemplo, e muitos funcionários perdem os seus empregos, alguns desses desempregados percebem que foram "vítimas" da implementação de uma determinada política.

Mas qual política? Jornalistas, sociólogos e demais estudiosos esclarecem a questão afirmando que foram vítimas do hoje hegemônico Neoliberalismo. Assim, de uma forma bastante cruel, as pessoas acabam percebendo a inter-relação existente entre as políticas governamentais e a vida cotidiana.

 

UM POUCO DA HISTÓRIA DO ESTADO DO BEM-ESTAR

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) provocou a morte de milhões de pessoas e a destruição de muitas cidades. Os anos que se seguiram ao conflito foram bastante difíceis para a grande maioria da população dos países nela envolvidos. Não havia locais de moradia para todos, o abastecimento estava comprometido e o sistema de transportes era precário. O fechamento das indústrias bélicas, após 1945, tornou ainda mais grave a situação dos desemprego.

Diante dessa situação caótica, os Estados precisaram investir em política sociais que pudessem beneficiar e amparar uma população que se sentia totalmente "perdida".

Na realidade, o "esboço" do Estado do bem-estar (ou Welfare State) foi elaborado no período entre guerras. A Crise de 1929 fez surgir algumas políticas de intervenção na economia e de assistência aos desempregados.

O final da II Guerra Mundial despertou o capitalismo para a necessidade do desenvolvimento de programas de assistência social, com o objetivo de evitar o ressurgimento dos fascismos e, ao mesmo tempo, afastar o "perigo" da eclosão de revoluções socialistas (o mundo já vivia o clima da Guerra Fria). Assim, muitos países passaram a investir maciçamente na área assistencial, garantindo padrões mínimos de renda, alimentação, saúde, habitação e educação a todos cidadãos.

 

UM POUCO DA HISTÓRIA DO ESTADO NEOLIBERAL

O Neoliberalismo também surgiu após a Segunda Guerra Mundial, consubstanciando-se em uma política contrária às premissas do Estado do bem-estar. Ao longo das décadas de 50 e de 60, o Neoliberalismo ficou "guardado no armário", pois o crescimento da economia mundial durante esse período viabilizava a manutenção de amplas políticas de assistência social.

A crise capitalista dos anos 70 fez com que o Neoliberalismo fosse "retirado do armário". Segundo os neoliberais a crise se instalou porque a pressão dos trabalhadores e dos sindicatos, no sentido do aumento dos gastos do Estado com a área social, desequilibrou o orçamento; o déficit público aumentou e inviabilizou o investimento na produção.

O presidente norte-americano Ronald Reagan, e a primeira-ministra britânica Margaret Thatcher, foram grandes defensores do Neoliberalismo. Nos Estados Unidos, Reagan reduziu os gastos sociais e a carga tributária de parcela mais rica da população. Na Grã-Bretanha, Thatcher, a "dama de ferro", deu início ao programa de privatização do setor estatal e cortou os gastos públicos com educação, saúde e aposentadoria.

De acordo com os teóricos do Neoliberalismo, os programas de desestatização são fundamentais, pois com a venda de empresas estatais e com a transferência das responsabilidades com educação, previdência e saúde para a iniciativa privada, o Estado passa a ter condições de reequilibrar o seu orçamento. Esses teóricos também defendem a abertura do mercado, o fim das leis e das tarifas protecionistas e a organização dos mercados regionais.

 

A TERCEIRA VIA

Durante o ano de 1999, muito se falou a respeito da Terceira Via. Ela pode ser considerada como um caminho intermediário entre o Neoliberalismo, atualmente predominante, e as antigas teses estatizantes da social-democracia. O "pai" da Terceira Via é Tony Blair, o atual premiê britânico, que a considera uma política liberal "de esquerda".

Para os ideólogos da Terceira Via, o Estado deve sempre procurar reduzir-se, limitando as suas áreas de atuação. Eles também são contrários à excessiva regulamentação da economia, defendem cortes nos gastos com a assistência social e criticam a excessiva proteção ao emprego.

Em novembro de 1999, será realizado em Florença, Itália, o primeiro grande encontro de cúpula para discutir os "caminhos" da Terceira Via. Esse novo ideário europeu será discutido por governantes de grande potências mundiais, como o presidente Bill Clinton, o italiano Massimo D’Alema e o chanceler alemão Gerhard Schroeder.

O texto fundamental do encontro, a partir do qual serão, certamente, colocadas questões, será o manifesto "Europa; a Terceira Via, o Novo Centro", lançado em junho de 1999 por Tony Blair e Gerhard Schroeder.

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