SÍNTESE DE HISTÓRIA DO BRASIL

PROF. ADHEMAR BENARDES ANTUNES

TEMA VI. 1.

ATAQUES E INVASÕES ESTRANGEIRAS NO BRASIL-COLÔNIA

INVASÕES ESTRANGEIRAS NO BRASIL

A INVASÃO FRANCESA NO RIO DE JANEIRO ( 1555-1567 )

· Comandante da invasão:- Nicolau Durand de Villegaignon;

· Objetivos: Fundar a França Antártica – Colônia de calvinistas franceses (huguenotes) que construíram o Forte Coligny, na Ilha de Villegaignon, na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro.

· Resultados: Fundação da Vila de São Sebastião do Rio de Janeiro (1565), por Estácio de Sá.

- Expulsos em 1567, por Men de Sá comandando tropa portuguesa e com auxílio de tribos indígenas.

 

A INVASÃO FRANCESA NO MARANHÃO (1612-1615)

· Comandante da invasão: Daniel De La Touche – Senhor de La Revardiére.

· Objetivos: Fundar a França Equinocial – ergueram o Forte de São Luís (homenagem ao Rei Luís XIV) e uma vila em seu redor, na Ilha de Santana do Maranhão (hoje São Luís), Maranhão – Colônia Francesa no Brasil.

· Resultados: Jerônimo de Albuquerque comandando as forças portuguesas derrota os militares invasores, expulsando –os da região, em 1615; preserva a vila de São Luís, tornando-a a Capital do Estado do Maranhão, novo Estado colonial. A conquista do Maranhão trouxe como conseqüência a Colonização do Grão-Pará, a Exploração do Amazonas e a formação do Estado do Maranhão (1621).

 

A INVASÃO HOLANDESA NA BAHIA (1624-1625)

· Comandante da Invasão: Johan (ou Jan) Van Dorth.

· Antecedentes: O Domínio Espanhol provocou o fechamento do comércio do açúcar brasileiro aos holandeses, trazendo-lhes grandes prejuízos. A ação político - religiosa espanhola bloqueou grandes interesses holandeses e provocou a Guerra do açúcar, quando os holandeses decidiram invadir o Brasil.

· Objetivos: Recompor o grande comércio do açúcar entre o Brasil e a Holanda.

· Resultados: - A grande esquadra luso – espanhola sob o comando de D. Fadrique de Toledo Osório expulsou com facilidade os holandeses.

- Os holandeses estavam organizados numa grande Companhia (W.I.C.) – Companhia da Índias Ocidentais – e, apesar de expulsos da Bahia, praticaram corso nas Antilhas e com o produto do roubo organizaram nova esquadra para atacar a Zuickerland (terra do açúcar).

A INVASÃO HOLANDESA EM PERNAMBUCO (1630-1654)

· Comandante da invasão: Adrien Pater (1630)

· Governador do Brasil-Holandês: Maurício de Nassau – Conde de Nassau – Siegen (1637-1644).

· Objetivos: Dominar a Zuickerland – a terra do açucar.

· A Invasão e o Domínio Holandês: A invasão foi bem sucedida; os holandeses incendiaram Olinda e se estabeleceram em Recife. A passagem do contrabandista e traidor Domingos Fernandes Calabar para o lado dos holandeses favoreceu o domínio das Capitanias de Igaraçu, Pernambuco e, depois, de todo o litoral brasileiro até o Rio Grande do Norte.

 

· O Governo de Maurício de Nassau – Brasil – Holandês:

Em 1637, Nassau chegou a Pernambuco e solidificou o domínio holandês. Seu governo corresponde ao período áureo dos holandeses no Brasil. Foi hábil e tolerante ganhando a simpatia dos vencidos. Abriu estradas para o Sertão. Fortificou os portos e embelezou Recife. A transformação do Recife: na ilha de Antônio Vaz construiu uma nova cidade, Mauricéia, com vários jardins, duas grandes pontes e dois palácios, Boa Vista e Friburgo, que se comunicavam por uma alameda de palmeiras. Na Mauricéia ergueu-se o primeiro observatório astronômico do Brasil. Reuniu poetas, artistas e sábios que se dedicaram às coisas e questões da terra que os empolgaram. Tentou submeter a Bahia, não o conseguindo. Com a Restauração (1640) em Portugal, com o novo Rei D. João IV, foi assinado um armistício com a Holanda por 10 (dez) anos. A trégua foi quebrada por várias vezes. Nassau desgostoso com a W.I.C. retirou-se para a Holanda. Iniciou-se, assim, a decadência do domínio holandês no Brasil.

A DECADÊNCIA DO BRASIL – HOLANDÊS – A EXPULSÃO DOS INVASORES

A guerrilha organizada no interior do Nordeste minou as forças holandesas:

- As companhias de guerrilhas organizadas pelo índio Camarão (Antônio Felipe Camarão) e sua mulher d. Clara e seu grupo de índios; pelo preto Henrique Dias e seu grupo de pretos.

- O primeiro grande combate das tropas de libertação contra os holandeses travou-se no Monte das Tabocas. Essa campanha é denominada de Insurreição Pernambucana, porque foi iniciada pelos locais, recebendo reforços do Reino. Dominaram Olinda e Recife.

- Os holandeses reagruparam-se e atacaram os insurretos, próximo ao Recife, nos montes Guararapes, e foram batidos.

- Dez meses depois nova Batalha é travada no mesmo local (Guararapes) quando novamente foram vencidos.

- Os holandeses ainda resistiram por cinco anos à expulsão.

 

RESULTADOS DAS INVASÕES HOLANDESAS

- Formou-se em Portugal, por sugestão do Padre Antônio Vieira (jesuíta), a Companhia Geral do Comércio do Brasil, que enviou grande frota para bloquear o porto do Recife.

- Travou-se a batalha da Campina da Taborda (1654), onde os holandeses vencidos assinaram a Capitulação, após 30 anos de luta.

- Os brasileiros do Nordeste diante do perigo comum uniram-se num só sentimento patriótico de defesa da terra e assumiram com seus poucos recursos a iniciativa de expulsão dos invasores.

- Evitou-se a quebra das unidades geográfica e nacional, e, principalmente, de sua unidade religiosa e cultural.

- Foi explorado e conhecido o interior das Capitanias do Nordeste e do Norte do Brasil.

- Foi aprimorada a produção agrícola e industrial pela introdução de processos mais modernos e perfeitos, através dos agricultores holandeses.

 

PIRATAS E CORSÁRIOS – PRINCIPAIS ATAQUES AO BRASIL

 

CORSÁRIOS FRANCESES

CORSÁRIO JEAN FRANÇOIS DUCLERC

· Época: 1710.

· Antecedentes: Na Guerra de sucessão da Espanha, Portugal aliou-se aos ingleses contra a França e a Espanha.

A Guerra desenvolveu-se na Europa e nas Colônias; Luís XIV, rei da França, autorizou e apoiou hostilidades contra as colônias portuguesas.

· Local do Ataque: cidade do Rio de Janeiro.

· Objetivos: Atacar e saquear o Rio de Janeiro, cidade que era o escoadouro de ouro e dos diamantes extraídos em Minas Gerais.

· Fato Notável: Ataque ao Rio de Janeiro de corsários, em agosto de 1710, comandados por Duclerc.

· Resultado: A população mobilizou-se, em conjunto com as forças de defesa da cidade, enfrentando e derrotando os invasores, que saíram fugidos, batendo em desesperada fuga para os navios.

 

 

 

 

CORSÁRIO DUGUAY-TROUIN

· Época: 1711.

· Antecedentes: A morte do corsário Duclerc e a captura de muitos corsários franceses na cidade do Rio de Janeiro, serviu de pretexto para a organização, na França, de uma grande expedição de pilhagem contra a futura capital do Brasil. Organizou-se na França uma expedição com 5000 homens, 18 navios e 700 peças de artilharia.

· Objetivos: Organização de uma expedição de pilhagem, financiada por conta de sócios e autoridades francesas sob o pretexto de hostilidades e revanche contra os cariocas com o aval do Rei Luís XIV, da França. As acionistas da Empresa exigiram a inclusão de navios de guerra na expedição.

· Resultado: Apesar de avisados e mesmo tendo enviado alguns navios e tropas ao Rio de Janeiro, Portugal solicitou auxílio à Inglaterra pedindo que bloqueasse a saída da esquadra francesa no porto de Brest (França). Duguay-Trouin ludibriou os ingleses e partiu para o Rio de Janeiro, atando-o a 12 de setembro de 1711. Depois de muita luta ocupou a cidade, saqueou-se por completo e exigiu altíssimo resgate para retirar-se para a França e no cômputo geral a expedição deu 96% de lucro aos seus acionistas.

 

PIRATAS INGLESES

 

PIRATA TOMÁS CAVENDISH

· Época: 1591.

· Antecedentes: Tanto holandeses como ingleses disputavam com a Espanha e com Portugal o domínio dos mares. Armavam-se esquadras de ataque para interceptar navios carregados de riquezas vindos das Colônias. Era a guerra de pirataria nos mares.

Os ataques às colônias espanholas e a seus navios eram constantes. O mesmo ocorria com as colônias portuguesas e seus navios. Assim, adotou-se o costume das naus de comércio só navegarem em comboio sob a proteção de fortes esquadras.

Os piratas agiam por conta e risco próprios.

O Brasil também sofreu ataques de Piratas.

· Local: Cidade de Santos, Capitania de São Vicente.

· Objetivo: Ataque à cidade de Santos para saqueá-la, obtendo o máximo possível em riquezas pelo roubo.

· Fatos Notáveis: Tomás Cavendish e grupo de piratas ingleses chegaram a Santos na madrugada, quando se celebrava a missa do Natal, surpreendendo a população na igreja, desarmando os homens e deixando durante todo o dia aquela gente, ali, presa e apavorada pelo medo. Incendiaram as embarcações do porto e saquearam completamente a vila, retirando-se sob forte barulho do troar de canhões.

 

PIRATA JAMES LANCASTER

· Época: 1595.

· Local: Cidade do Recife, Capitania de Pernambuco.

· Fato Notável: Com um grupo forte de piratas ingleses atacou o Recife. Permaneceu na cidade durante um mês saqueando, enquanto a população fugia para Olinda. Roubaram tudo que puderam. Lotaram 15 navios e seguiram para a Inglaterra.

Hosted by www.Geocities.ws

1