O Mineiro Não Faz Feio

Autor: Teddy Vieira / Lourival dos Santos

Fui passear em Poços de Caldas/ Rainha dos veraneio/ Vou contar o que aconteceu/ A história eu não floreio
Avistei um cavaleiro/ Perguntei de onde veio/ Venho vindo do Rio Grande/ Lá da terra do rodeio
Tou aqui só de passagem/ Neste chão eu não apeio.

Para ver coisa bonita/ Todo mundo tem anseio/ Mineirada fez a roda/ Gaúcho fez galanteio
Meu cavalo é jóia rara/ De riqueza anda cheio/ Quando bate o sol na sela/ Na prata dá relampeio
Pras moças pentear o cabelo/ Pendurar serve de espeio.

Nisto chega o mineirinho/ Pos a conversa no meio/ Moço quer vender o cavalo/ Compro arreado ou sem arreio
Você é um mineiro pobre/ Faço pouco e não receio/ Mostra uma nota de mil/ Que te dou o machão vermeio
Mas se for mineiro pronto/ No seu peito eu sapateio.

Mineirinho retrucou/ Ficou bonito o torneio/ O meu peito não é de aço/ Mas agüenta bombardeio
Mineiro nunca perdeu/ Na derrota eu não creio/ Você quer me fazer pouco/ Mas eu tiro o seu galeio
Se sustentar o que disse/ Vai rolar desse arreio.

Sou gaúcho de São Borja/ Ai Ai, e amigo da verdade
Não volto atrás com a palavra/ Ai Ai, Nem que caia tempestade.

Mineirinho enfiou a mão no bolso/ Mil cruzeiro já tirou/ Também um talão de cheque/ Que na hora ele assinou
Sinto muito meu amigo/ Mas seu golpe hoje falhou/ Pra tu não voltar a pé/ Mais trinta contos eu lhe dou
Pro Senhor não ir pensando/ Que mineiro aproveitou.

O mineiro não faz feio/ Diga lá prá gauchada/ Eu não sou rei do café/ Nem do gado e nem de nada
Sou um simples lavrador/ Lá das bandas de Andrada/ Terra de vinho famoso/ Orgulho da mineirada
Que produz com o Rio Grande/ As marcas mais afamada.

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