Oceano da Vida
Autor: José Fortuna
Vejo no espelho o meu rosto
envelhecendo Qual oceano após a sanha de um tufão A espuma branca são meus cabelos grisalhos Minha calvície é a praia da ilusão As minhas rugas são as ondas traiçoeiras Que se avolumam como os fortes vendavais Meus olhos fundos são dois barcos naufragados Que sobre as ondas não emerge nunca mais Meus lábios frios já quase morto Tem sido o porto anos atrás Onde atracavam lábios ardentes Hoje resta a solidão no cais Velhos amores prá bem longe
voaram |