Mulher do Carreiro

Autor: Ademir / Tonico / Tinoco / Tanil

O meu pai foi um carreiro/ Que num dia de Janeiro
Despediu-se desta vida/ Que só deixando de herança
Um punhado de criança/ E uma triste despedida
Minha mãe desesperada/ E oiando a criançada
Tomou uma decisão/ E pediu pro fazendeiro
O emprego do carreiro/ Que morreu em sua mão.
Com enorme sobre via/ O sertão naquele dia
Viu as coisas se mudar/ Um carro gemer na estrada
Gritando com a boiada/ Uma muié carrea
Minha mãe foi pioneira/ Foi a primeira carreira
Que no sertão carreou/ Depois que meu pai se foi
Com o seu carro de boi/ Todos fios ela criou.

Hoje sou um homem casado/ Tenho um fio formado
Que é doutor engenheiro/ Graças a minha mãezinha
Ai que no sertão sózinha/ Trabaiando de carreiro
Hoje sentado num banco/ Mamãe de cabelo branco
Uma lágrima que cai/ Fala sempre no marido
O carreiro destemido/ Que foi o meu velho pai.

Hosted by www.Geocities.ws

1