Ai lá no bairro a donde eu moro / Assim o pessoal
suspeita
Ai eu sou inventor de moda / Eu pego avulso e por
empreita
Eu sento na beira da mesa / Eu tiro o bloco da gaveta
Ai no prazo de meia hora / Eu tenho quatro moda feita
Ai o que eu passo na idéia / Copeio na caderneta
Ai moda de verso adobrado / Conforme vem na receita
Eu só trabaio é nesse artigo / E na ocasião de muito
aperto
Eu tenho fome mas não como / Eu tenho sono mas não
deito Ai quando eu pego na viola / Corro zóio na
palheta
Ai eu afino e vou cantando / Já vou treinando a marreta
Nas festas que eu chego e canto / Os campeonatos não faz
treta
Ai na ora que tronco vira / Precisa que ele surfeta
Ai eu o meu companheiro / Na hora que nós despeita
Ai quando nós pega cantar / Nóis é uma vitrola
perfeita
Ai nós não sofre amarelão / E nem estorção de
maleita
Ai nóis canta em qualquer altura / Explica as palavras
direita
Ai eu e o meu companheiro / A parada nóis não
enjeita
Ai nós achando um truquinho / Nóis joga até na sarjeta
Jogo no banco de buzio / Eu jogo na banca roleta
Ai este jogo de bandeira / Eu jogo na bandeira preta
Ai se eu comprar arriscar no bicho / Eu jogo na borboleta
No macaco eu jogo pedra / Só prá ver fazer careta
E no campeão nós joga moda / Trovada e linha bem feita
Ai na capital de São Paulo / A violeirada me respeita