João Bobo
Autor(es): Zé Godoy / Carreirinho


  
Conheci numa cidade / Há muito tempo passado
Um bobo que andava rindo / O pobre era retardado
A molecada vadia / Não dava paz ao coitado
Por mais que dele judiasse / Nunca ficava zangado
Mas nem sempre um demente / Tem os nervos controlados
Vinte anos de chacota / Suportou nesse povoado

Por quatro estudante um dia / João Bobo foi rodeado
Ameaçaram lhe bater / Só pra ver ele zangado
João Bobo pegou uma pedra / E atirou num dos malvados
Seu agressor desviou / Tirando o corpo de lado
A pedra pegou em cheio / No filho do delegado
E o pobrezinho morreu / Dali alguns minutos passados

Aquele bobo foi prêso / Pra mais tarde ser julgado
No dia do julgamento / Foi apresentado ao jurado
Entrou pelo fórum adentro / Um mocinho bem trajado
Apresentou pro juiz / Carteira de advogado
Terminando a acusação / O réu ficou arrasado
O juiz deu a palavra / Ao mocinho advogado

Declamado:
Merentíssimo Sr. Juiz e Srs. Jurados
Merentíssimo Sr. Juiz e Srs. Jurados
Merentíssimo Sr. Juiz e Srs. Jurados

Silêncio, o Sr. não tem argumento para a defesa do réu.
É nesse ponto Sr. Juiz que eu queria ter chegado. O Sr. não tolerou três vêzes ser pronunciado,
chamando sua atenção e dos Srs Jurados. Vinte anos esse Bobo suportou neste povoado, 
insulto de toda espécie e nunca ficou zangado. Ouçam a voz da consciência e julgue
Srs jurados.

Foi esta a primeira causa / Do mocinho advogado
Vitória bem merecida / Pôr ele foi alcançado
Aí o Bobo foi libertado

 
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