Porta Verde Amarelo

Artigo: A História do Terrorismo do Brasil
Assunto: Terrorismo Fonte:  
Remetido por: Miguel Netto Email:  [email protected]

     A HISTÓRIA DO TERRORISMO NO BRASIL

 

 

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ÍNDICE

 

1-APRESENTAÇÃO

2- INTENTONA E  MEMORIAL 35

3- ASSASSINATO DE ELZA FERNANDES

4- ALGUNS CRIMES DO PCB

5- LIGAS CAMPONESAS

6- CONTRA-REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964:

    6.1- A NAÇÃO QUE SE SALVOU A SI MESMA

    6.2- FOTOS DAS MARCHAS E MANCHETES DOS JORNAIS

    6.3- ARTIGO DO ROBERTO MARINHO

    6.4- O QUE AS ESQUERDAS NÃO DEIXAM O JOVEM SABER- PARTES 1 e 2

-  O INÍCIO DA LUTA ARMADA

-  OS NORTE-AMERICANOS NÃO TRAMARAM A CONTRA REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964.

7- BRIZOLA – OS INCRÍVEIS EXÉRCITOS BRIZOLEONE

7.1- OS “GRUPOS DOS ONZE” E O EXÉRCITO POPULAR DE LIBERTAÇÃO

7.2- OPERAÇÃO PINTASSILGO

7.3- O PACTO DE MONTEVIDÉU E A FRENTE POPULAR DE LIBERTAÇÃO (FPL)

7.4- JEFFERSON CARDIM E AS ESCARAMUÇAS DAS FORÇAS ARMADAS DE LIBERTAÇÃO NACIONAL

7.5- O MOVMENTO DE RESISTÊNCIA MILITAR NACIONALISTA (MRMN) E A RESISTÊNCIA ARMADA NACIONALISTA(RAN)

7.6-O MOVIMENTO NACIONALISTA REVOLUCIONÁRIO (MNR)  E AS GUERILHAS DE CAPARAÓ E DO TRIÂNGULO MINEIRO

8- IRMÃOS METRALHA-PARTES 1 e 2

              8.1- PARTE 1

             8.2- PARTE 2

9- ATENTADO NO AEROPORTO DE GUARARAPES

10- ATENTADO AO QG DO IIº EXÉRCITO

11- ASSASSINATO DO MAJOR ALEMÃO

12- O ASSASSINATO DO CAP. CHARLES RODNEY CHANDLER

13- ROUBO DO COFRE DO ADEMAR

14- SEQÜESTRO DO EMBAIXADOR DOS EUA

15- SEQÜESTRO DO CONSUL DO JAPÃO

16- ASSASSINATO DO TEN  MATHEUS LEVINO DOS SANTOS

17- SEQÜESTRO DO EMBAIXADOR DA SUIÇA

18- ASSASSINATO DE MÁRCIO LEITE TOLEDO

19- ASSASSINATO DE HENNING ALBERTO BOILESSEN

20--AGUERRILHA DO ARAGUAIA
      20.1- CAPÍTULO 1- A GUERRA POPULAR  PROLONGADA DO PC DO B
      20.2- CAPÍTULO  2 – AS CAMPANHAS DAS FORÇAS LEGAIS
      20.3- CAPÍTULO 3 – OS RESSENTIMENTOS E A GUERRA DAS REDAÇÕES

     20.4- CAPÍTULO 4 – CONCLUSÕES

21- ASSASSINATO DO Dr  OCTÁVIO GONÇALVES MOREIRA JUNIOR

22- ASSASSINATO DO PROF.  FRANCISCO JACQUES MOREIRA DE ALVARENGA

23- MEMORIAL 64

24- O DIÓGENES DO PT

25- LAMARCA-  A TRAJETÓRIA DE UM TRAIDOR
      25.1-O FIM  E O COMEÇO
      25.2-O 1º  ASSASSINATO
      25.3-A  ÁREA DE REGISTRO

      25.4-O  ASSASSINATO  DO TEM  MENDES
      25.5-O  SEQUESTRO  DO EMBAIXADOR DA SUIÇA
      25.6-A SAÍDA DA VPR E O INGRESSO DO MR-8
      25.7- A MORTE  NO SERTÃO DA BAHIA
      25.8-TRAIDOR DO EXÉRCITOBRASILEIRO

                           26- RECORDAR E VIGIAR

1 - APRESENTAÇÃO

O início da década de 60 caracterizou-se, no Brasil, pelo agressivo ressurgimento do movimento comunista, que já havia sido debelado nos idos de 1935.   

     Impregnados de ideologias importadas, os comunistas brasileiros insuflavam a população e arquitetavam um golpe de estado, buscando a tomada do poder por meio de lutas no campo (Ligas Camponesas e Grupos dos 11) e nas cidades (instabilização da política, greves sindicais e subversão hierárquica nas Forças Armadas).

     A sociedade brasileira, inquieta, exigiu uma resposta firme das Forças Armadas, que veio desaguar na Revolução de 31 de Março de 1964,

desencadeada para dar um basta no caos social que se avizinhava.       

     A partir de meados da década de 60, o Brasil passou a ser convulsionado por atentados diversos. Assassinatos, assaltos a quartéis, bancos e casas comerciais, explosões de bombas e seqüestros de embaixadores e de aviões delinearam um nítido quadro de terrorismo e de violência que surpreendeu as nossas autoridades, ferindo e matando inocentes e integrantes das forças legais, ainda não preparadas para tal tipo de luta suja.

     A manhã de 25 de julho de 1966 pode ser considerada como o marco inicial da ação terrorista no Brasil, quando três bombas explodiram no Recife, das quais a mais hedionda foi a do Aeroporto Internacional de Guararapes, que pretendia eliminar o candidato a Presidente da República, General Costa e Silva, mesmo que, para isso, inocentes fossem sacrificados. No total das covardes explosões, 2 pessoas morreram – um jornalista e um almirante reformado – e 16 ficaram feridas, das quais 13 eram civis, entre jornalistas, estudantes, professores, advogados e funcionários públicos, além de uma criança de 6 anos.

     Foi somente em 1969 que as autoridades brasileiras decidiram dar uma resposta enérgica e profissional à luta terrorista, criando os órgãos de segurança que viriam, nos anos seguintes, dar um fim às ações armadas.

     No entanto, a guerrilha rural do Sul do Pará, inspirada nos livrinhos vermelhos de Mao Tse Tung, e a guerrilha urbana dos grandes centros, originada das tertúlias intelectuais de Regis Debray e das aventuras de capa-e-espada de Chê Guevara, provocaram uma reação não prevista pelos comunistas em suas cartilhas doutrinárias. Desencadeando a luta armada sem o apoio da população, as organizações militaristas, na verdade, só distanciaram-se e se isolaram das massas que pretendiam empolgar.

     Os órgãos de segurança, integrados por militares e policiais que, patriótica e conscientemente, cumpriam as determinações dos seus chefes, infligiram uma contundente derrota nos terroristas que, covardemente, fugiram ou exilaram-se em outros países.

A partir de 1979, com a Lei da Anistia, os comunistas regressaram e, gradativamente, passaram a ocupar posições nos diversos escalões da República e dos estados, transformando-se de criminosos em “heróis” e de terroristas em “idealistas políticos”.

     Hoje, enquanto o comunismo jaz destroçado em quase todo o mundo – inclusive em seu berço -, no Brasil, quintal das ideologias extremistas, seus seguidores posam, capciosamente, como “defensores” de uma democracia que tentaram e ainda tentam acabar. Continuam com suas mesmas idéias retrógradas, buscando, mais uma vez, iludir o povo brasileiro. Ter agido como terrorista ou como comunista, no passado, passou a ser considerado, hoje, como um procedimento “politicamente correto” e como um importante ponto de referência em seus currículos.

     Facciosamente endeusados pela mídia e abrigados por algumas autoridades, deturpam e invertem a história, arvoram-se em senhores da verdade e, quais     “patrulhólogos” de plantão, desenvolvem um revanchismo odioso, célere em perseguir e, mesmo, destruir todos aqueles que lutaram para impedir seus desígnios.

     A “democracia” que nos está sendo imposta não prima pelo império da lei, mas pela licenciosidade e pela impunidade que acobertam, sob o manto de uma falsa política de “direitos humanos”, as ações criminosas dos bandidos, dos sem-cidadania, dos sem-terra, dos sem-teto e dos sem-pátria.

     Reunidos em 25 de julho de 1998, 32 anos passados das hediondas explosões do Recife, um punhado de democratas civis e militares, inconformados com a omissão das autoridades legais e indignados com a desfaçatez dos esquerdistas revanchistas, organizou o grupo “TERRORISMO NUNCA MAIS” (TERNUMA), a fim de resgatar a verdadeira história da Revolução de 1964 e, mais uma vez, opor-se a todos aqueles que ainda teimam em defender os referenciais comunistas, travestidos como se fossem democráticos.

     Este “site”, que, passo a passo, irá contar a versão daqueles que derrotaram a luta armada no Brasil, servirá como um ponto de referência para as novas gerações.  Toda moeda tem duas faces. Está na hora de conhecerem a outra ...

 

 

 

TUDO COMEÇOU EM 1935

 

2 - A INTENTONA COMUNISTA E MEMORIAL 35

 

          No dia 27 de Novembro de 1935, ocorreu  o maior ato de traição e covardia já perpetrados na História do Brasil.

          Um grupo de traidores, a soldo de Moscou, tentou implantar, no Brasil, uma sangrenta ditadura comunista. O levante armado irrompeu em Natal, Recife e Rio de Janeiro, financiado e determinado pelo Comintern.

          Nos primeiros dias de março de 1934 desembarcava no Rio de Janeiro, com passaporte americano, Harry Berger. Harry Berger era na realidade, o agente alemão do Comintern chamado Arthur Ernst Ewert. Ex-deputado, em seu país, era fichado como espião e havia sido processado por alta traição. Foi enviado ao Brasil, com outros agitadores, como Rodolfo Ghioldi e Jules Vales, para assessorar o planejamento da rebelião comunista.

           Pouco depois, desembarcava Luiz Carlos Prestes com passaporte falso. O traidor vinha com a missão que lhe impusera o Comintern: chefiar o movimento armado que se preparava no Brasil.

          Começaria então o planejamento para a insurreição armada.

          Enquanto, nas sombras das conspirações e das combinações clandestinas, os subversivos concertavam os planos para a ação violenta, tarefa a cargo dos elementos militares, a ANL(Ação Nacional Libertadora) e seus propagandistas procuravam ampliar o seu número de adeptos. Prestes fez apelos a antigos companheiros. Seus apelos foram, entretanto, recusados em sua maior parte.

          Mas o Comintern exigia pressa e ação. Harry Berger orientava e dinamizava os planos. Em um de seus relatos ao Comintern ele escrevia:

          “A etapa atual da revolução, no Brasil .

Está em franco desenvolvimento uma revolução nacional antiimperialista. A finalidade da primeira etapa é a criação de uma vasta frente popular – operários, camponeses, pequenos burgueses e burgueses que são contra o imperialismo – depois, a ação propriamente dita, para a instituição de um governo popular nacional revolucionário, com Prestes à frente e representantes daquelas classes. Mas, como condição básica, esse governo se apoiará nas partes infiltradas no Exército e depois, sobre os operários e camponeses articulados em formações armadas.”

          “ Nesta primeira fase, não serão organizados sovietes, porque isso reduziria, prematuramente, as hostes populares. Não obstante, o poder verdadeiro estará em maior escala nas aldeias, nas mãos das Ligas e Comitês de camponeses que se formarão e que também articularão formação do povo em armas para a proteção do Governo Popular e para a defesa de seus interesses. Nessa primeira etapa, a ação será, antes de tudo, desencadeada contra o imperialismo, os grandes latifundiários e contra os capitalistas que, traindo a Nação, agem de comum acordo com o imperialismo.”

         “ Nós só passaremos a modificar os objetivos da primeira etapa, só erigiremos a ditadura democrática dos operários e camponeses sob a forma de sovietes, quando a revolução no Brasil tiver atingido uma grande concentração. Os pontos de apoio do Governo Popular Nacional Revolucionário serão os sovietes, mais as organizações de massa e o Exército Revolucionário do Povo. A transformação do Governo Popular Nacional Revolucionário, com Prestes à frente, tornar-se-á oportuna e real com o desenvolvimento favorável da Revolução do Governo Popular.”

            Pelos planos de Harry Berger, o movimento teria duas fases: na primeira seria organizado um governo popular de coalizão. Na Segunda, viriam os sovietes, o Exército do Povo e a total hegemonia dos comunistas.

            A idéia de um levante armado preocupava os elementos mais ponderados do PCB.  

          O Comintern considerava, entretanto, a ação violenta como uma promissora experiência para a implantação do regime comunista em toda a América Latina. Por essa razão, enviou a um escritório comercial soviético em Montevidéu recursos financeiros destinados a apoiar a insurreição no Brasil.

          Nas Forças Armadas a infiltração era grande. Células comunistas, envolvendo oficiais e sargentos, funcionavam no Exército e na Marinha.

          Elementos do Partido Comunista preparavam greves e agitações nos meios operários e camponeses. Manifestos e instruções subversivos circulavam nos quartéis e em organizações sindicais.

         Enquanto Harry Berger depurava, cuidadosamente, os planos, Prestes atuava com invulgar monstruosidade. Em nome da causa vermelha, pessoas consideradas suspeitas foram expulsas do Partido e, até mesmo eliminadas, como ocorreu com a menina Elza Fernandes, assassinada por ordem de Prestes (Vide Recordando a História: O assassinato de Elza Fernandes).

         Tudo estava previsto para o irrompimento simultâneo do levante armado em todo o país. Mas, o movimento foi precipitado no Nordeste.

         A insurreição comunista teve início em Natal, Rio Grande do Norte.

         Ao anoitecer do dia 23 de novembro, dois sargentos, dois cabos e dois soldados sublevaram o 21º Batalhão de Caçadores. Aproveitaram-se do licenciamento do sábado e invadiram a sala do oficial de dia, prenderam o oficial e dominaram o aquartelamento. A seguir, entraram na Unidade, bandos de civis. Apoderaram-se do armamento e das munições do Exército e distribuíram-se em grupos para diversos pontos da cidade. Esses bandos de agitadores, engrossavam-se no caminho com inúmeros adesistas aventureiros, a maioria dos quais nem sabia exatamente do que se tratava.

         Investiram, em seguida, contra a Unidade da Polícia Militar onde o Coronel José Otaviano Pinto Soares, Comandante do 21º Batalhão de Caçadores, com o apoio do Comandante do Batalhão de Polícia, Major Luiz Júlio, conseguiu montar uma defesa que resistiu durante 19 horas, até render-se por falta de munição.

        Cenas jamais vistas de vandalismo e crueldade tiveram lugar. Casas comerciais e  residências particulares foram saqueadas e depredadas. Navios no porto foram ocupados. Grande número de instalações foram danificadas com selvageria.

         Enquanto essa arruaça dominava o ambiente da cidade, instalava-se em palácio, o “Comitê Popular Revolucionário”constituido pelas seguintes personalidades: funcionário estadual Lauro Cortez Lago, Ministro do Interior; Sargento músico Quintino Clemente de Barros, Ministro da Defesa; sapateiro José Praxedes de Andrade, Ministro do Abastecimento; funcionário postal José Macedo, Ministro das Finanças; estudante João Batista Galvão, Ministro da Viação; cabo Estevão, Comandante do 21º Batalhão de Caçadores e Sargento Eliziel Diniz Henriques, Comandante Geral da Guarnição Federal.

         Os primeiros atos do Comitê foram: arrombamento de bancos e repartições públicas..

         Um clima de terror foi estabelecido em toda a cidade. Violações, estupros, pilhagens e roubos generalizaram-se. Dois cidadãos foram covardemente assassinados sob a acusação de que estavam ridicularizando o movimento. A população começou a fugir de Natal.

         Colunas rebeldes ocuparam as localidades de Ceará- Mirim, Baixa Verde, São José do Mipibú, Santa Cruz e Canguaratema.

          A primeira reação partiu de Dinarte Mariz, um chefe político do

interior, que conseguiu surpreender e derrotar um grupo comunista, com uma pequena força de sertanejos.

          Quando as tropas legalistas, vindas de Recife, marcharam sobre Natal, o Comitê Popular Revolucionário dissolveu-se rapidamente, sem a menor resistência. Todos os “Ministros”e “Comandantes Militares”  fugiram levando o que podiam.

         Foi esta, em síntese, a história vergonhosa do mais duradouro governo comunista no Brasil, até os dias atuais. Foi a mais lamentável demonstração do que pode representar a ascensão ao poder de um grupo de comunistas inescrupulosos e dispostos às ações mais bárbaras, seguidos por uma coorte de oportunistas e ignorantes.

        Os acontecimentos de Natal precipitaram a eclosão do movimento subversivo em Recife. Aí se travou o mais cruento conflito de todo o levante.

        Na manhã do dia 25 de novembro, um sargento, chefiando um grupo de civis, atacou a cadeia pública de Olinda. Logo depois, o Sargento Gregorio Bezerra tentava apoderar-se do Quartel- General da 7ª Região Militar, assassinando covardemente o Tenente José Sampaio, e ferindo o Tenente Agnaldo Oliveira de Almeida, antes de ser subjugado e preso.

       Na Vila Militar de Socorro, o Capitão Otacílio Alves de Lima, o Tenente Lamartine Coutinho Correia de Oliveira e o Tenente Roberto Alberto Bomilcar Besouchet, notórios comunistas, sublevaram o 29º Batalhão de Caçadores e marcharam sobre a capital pernambucana.

      O Tenente-Coronel Afonso de Albuquerque Lima, subcomandante  da Brigada Policial, conseguiu, entretanto, reunir um contingente que procurou deter os revoltosos.

      O Capitão Malvino Reis Neto, Secretário de Segurança Pública, armou a Guarda Civil e várias organizações policiais, deslocando-as em reforço das tropas legalistas. Essa reação permitiu que as Unidades de Maceió e João Pessoa pudessem ser deslocadas para o teatro da luta e estabelecer um cerco aos revoltosos.

      Na manhã do dia 25, as forças legalistas já dispunham do apoio de artilharia e atacam fortemente os comunistas. Havia mais de uma centena de mortos nas fileiras rebeldes.

      No dia seguinte, Recife já estava completamente dominada pelas forças e os rebeldes derrotados.

     O 20º Batalhão de Caçadores já podia se deslocar para Natal, ainda em poder dos comunistas.

     Notícias confusas e alarmantes chegavam ao Rio de Janeiro dos acontecimentos de Natal e Recife.

     Esperava-se uma ação comunista a qualquer momento, sem que se pudesse precisar onde surgiria.

     Prestes declarou, em nota enviada a Trifino Correia em Minas Gerais, que não poderia aguardar mais tempo e que a rebelião precisava irromper dentro de dois ou três dias. Efetivamente, sua ordem para o desencadeamento das ações marcava a hora H para as duas da madrugada de 27 de novembro.

     As autoridades não ignoravam que elementos comunistas infiltrados em vários quartéis estavam na iminência de uma insurreição. Mesmo assim houve muitas surpresas. Muitos dos comprometidos não figuravam nas relações de suspeitos.

     Na Escola de Aviação, em Marechal Hermes, os Capitães Agliberto Vieira de Azevedo e Sócrates Gonçalves da Silva, juntamente com os Tenentes Ivan Ramos Ribeiro e Benedito de Carvalho assaltaram o quartel de madrugada, e dominaram a Unidade. Vários oficiais foram assassinados ainda dormindo. O Capitão Agliberto matou friamente o seu amigo Capitão Benedito Lopes Bragança que se achava desarmado e indefeso.

     Em seguida, os rebeldes passaram a atacar o 1º Regimento de Aviação, sob o comando do Coronel Eduardo Gomes, que, apesar de ferido ligeiramente, iniciou a reação.

     Forças da Vila Militar acorreram em apoio ao Regimento e, após algumas horas de violenta fuzilaria e bombardeio de artilharia, conseguiram derrotar os rebeldes.

     No 3º Regimento de Infantaria, na Praia Vermelha, acontecimentos mais graves ocorreram. Os rebeldes, chefiados pelos Capitães Agildo Barata, Álvaro Francisco de Souza e José Leite Brasil conseguiram, na mesma madrugada, após violenta e mortífera refrega, no interior do quartel dominar quase totalmente a Unidade. Ao amanhecer, restava apenas um núcleo de resistência legalista, sitiado no Pavilhão do Comando, onde se encontrava o Coronel Afonso Ferreira, comandante do Regimento.

     A reação dos legalistas do próprio 3º RI teve grande valia no decorrer da ação, porque impediu que a Unidade rebelada deixasse o quartel para cumprir as missões determinadas por Prestes no plano da insurreição e que incluíam o assalto ao palácio presidencial no Catete.

     Nas últimas horas da madrugada, acionados diretamente pelo Comandante da 1ª Região Militar, General Eurico Gaspar Dutra, o Batalhão de Guardas e o 1­º Grupo de Obuses tomaram posição nas proximidades do aquartelamento rebelado e iniciaram o bombardeio.

     Durante toda a manhã do dia 27 desenvolveu-se um duro combate. O edifício do quartel foi transformado em uma verdadeira fortaleza, defendida pelas metralhadoras dos amotinados que também ocuparam as elevações vizinhas. As explosões das granadas da artilharia reduziram a escombros as velhas paredes que o incêndio do madeiramento carbonizava. A infantaria legalista avançou muito lentamente, em razão da falta de proteção na praça fronteira ao quartel.

     Os amotinados tentaram parlamentar com o comando legal, mas foram repelidos em suas propostas.

     Finalmente, às 13 horas e 30 minutos, bandeiras brancas improvisadas foram agitadas nas janelas do edifício, parcialmente destruído era a rendição.

     A intentona comunista de 1935 no Brasil é apenas um episódio no imenso repertório de crimes que o comunismo vem cometendo no mundo inteiro para submeter os povos ao regime opressor denominado “ditadura do proletariado”. Desde o massacre da família real russa, das execuções na época de Stalin, das invasões da Hungria, da Tchecoslováquia e do Afeganistão.

     No seu desmedido plano de domínio universal, foi sempre apoiado na escravização, na tortura e no assassinato de milhões de entes humanos, cuja dor e cujo sangue parecem ser a marca indispensável das conquistas comunistas.

     Ostentando dísticos enganadores, agitando falsas promessas, os comunistas de 1935, como de hoje, são os mesmos arautos da sujeição e da opressão.

    Queremos deixar aqui registrados, os autores intelectuais, bem como os que participaram diretamente deste ato covarde e antipatriótico a soldo de uma Nação estrangeira.

     Como réus, incursos nas penas do art.1º, combinado com o art.49 da Lei nº 38,de 04 de abril de 1935.

 

“ Ex-capitão Luiz Carlos Prestes--- Arthur Ernest Ewert ou Harry Berger( agente estrangeiro ) Rodolfo Ghioldi ( agente estrangeiro )--- Leon Jules Vallée (agente estrangeiro )--- Antonio Maciel Bonfim ou Adalberto de Andrade Fernandes--- Honorio de Freitas Guimarães--- Lauro Reginaldo da Rocha ou Lauro Reginaldo Teixeira--- Adelino Deycola dos Santos--- ex-major Carlos da Costa Leite---Dr Ilvo Furtado Soares de Meireles--- ex-capitão-tenente Hercolino Cascardo—ex-capitão-tenente Roberto Faller Sisson--- Benjamin Soares Cabello--- Dr Francisco Mangabeira--- Dr Manoel Venancio Campos da Paz--- ex-capitão Carlos Amorety Osorio--- Dr Pedro Ernesto Baptista--- ex-capitão Agildo da Gama Barata Ribeiro--- ex-capitão Alvaro Francisco de Souza--- ex-capitão José Leite Brasil--- ex-capitãoSócrates Gonçalves da Silva--- ex- capitãoAglibertoVieira de Azevedo--- ex-primeiro tenente David de Medeiros Filho--- ex-primeiro tenente Durval Miguel de Barros--- ex-primeiro tenente Celso Tovar Bicudo de Castro--- ex-primeiro tenente Benedicto de Carvalho---ex-segundo tenente Francisco Antonio Leivas Otero--- ex-segundo tenente Mario de Souza--- ex-segundo tenenteAntonio Bento Monteiro Tourinho--- ex-segundo tenente José Gutman---ex-segundo tenente Raul Pedroso--- ex- segundo tenente Ivan Ramos Ribeiro--- ex segundo tenente Humberto Baena de Moraes Rego--- ex-terceiro sargentoVictor Ayres da Cruz.”     

 

       Os demais implicados, quer os simples executores materiais, quer os que prestaram auxílio ou forneceram instruções para a execução do delito, se enquadram na categoria dos co-réus         

 

      Para vergonha e repúdio da Nação, o nome de Luiz Carlos Prestes, covarde assassino e vendilhão de sua pátria, é dado a logradouros públicos, por indicação de autoridades executivas ou de políticos levianos e oportunistas, sem o menor sentimento de patriotismo.

     Certamente, desconhecem a verdadeira história ou esposam ainda  filosofias sanguinárias e ditatoriais.

 

MEMORIAL DE 1935 

2.1 - NOSSA HOMENAGEM PERMANENTE AOS

                MORTOS NA INTENTONA  COMUNISTA DE 1935

Monumento em homenagem aos heróis que tombaram na covarde tentativa de implantar o o comunismo no Brasil.

 

Praça General Tibúrcio,  Praia Vermelha / RJ. Este monumento ocupa hoje o antigo local onde estava sediado o 3º RI, que, sublevado, foi completamente destruído.

Poucos conhecem seus nomes. Eles morreram na madrugada de 27 de novembro de 1935. Não em combate, mas covardemente assassinados. Alguns dormindo...
Durante todos estes anos, suas famílias, em silêncio resignado, reivindicaram dos governantes, a não ser um mínimo de coerência, a fim de que pudessem acreditar que eles não morrerem em vão. 

 

01. Abdiel Ribeiro dos Santos - 3º Sgt
02. Alberto Bernardino de Aragão-2º Cabo
03. Armando de Souza Mello - Major
04. Benedicto Lopes Bragança - Capitão
05. Clodoaldo Ursulano - 2º Cabo
06. Coriolano Ferreira Santiago - 3º Sgt
07. Danilo Paladini - Capitão
08. Fidelis Batista de Aguiar - 2º Cabo
09. Francisco Alves da Rocha-2º Cabo
10. Geraldo de Oliveira - Capitão
11. Jaime Pantaleão de Moraes - 2º Sgt
12. João de Deus Araújo - Soldado
13. João Ribeiro Pinheiro - Major

14. José Bernardo Rosa - 2º Sargento
15. José Hermito de Sá - 2º Cabo
16. José Mário Cavalcanti - Soldado
17. José Menezes Filho - Soldado
18. José Sampaio Xavier - 1º Tenente
19. Lino Vitor dos Santos - Soldado
20. Luiz Augusto Pereira - 1º Cabo
21. Luiz Gonzaga - Soldado
22. Manoel Biré de Agrella - 2º Cabo
23.
Misael Mendonça -T.Coronel
24. Orlando Henrique - Soldado
25. Pedro Maria Netto - 2º Cabo
26. Péricles Leal Bezerra - Soldado
27. Walter de Souza e Silva - Soldado
28. Wilson França - Soldado

 3 - O ASSASSINATO DE ELZA FERNANDES

 

          Desde menina, Elvira Cupelo Colônio acostumara-se a ver, em sua casa, os numerosos amigos de seu irmão, Luiz Cupelo Colônio. Nas reuniões de comunistas, fascinava-se com os discursos e com a linguagem complexa daqueles que se diziam ser a salvação do Brasil. Em especial, admirava aquele que parecia ser o chefe e que, de vez em quando, lançava-lhe olhares gulosos, devorando o seu corpo adolescente. Era o próprio Secretário-Geral do Partido Comunista do Brasil (PCB), Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda".      

          Em 1934, então com 16 anos, Elvira Cupelo tornou-se a amante de "Miranda" e passou a ser conhecida, no Partido, como "Elza Fernandes" ou, simplesmente, como a "garota". Para Luiz Cupelo, ter sua irmã como amante do secretário-geral era uma honra. Quando ela saiu de casa e foi morar com o amante, Cupelo viu que a chance de subir no Partido havia aumentado.

          

 

 

 










 

 

 


 
 
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