TOMAZ KIM
Biografia
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Poesias Eternas
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Fugir! Furgir...,
fugir para além do mundo,
do caos, da morte ou
do futuro...
Fugir de matar aquele
poeta
que fala uma língua
diferente da minha
mas que vive a mesma
poesia!
Fugir do sangue, da
morte, do pavor!...
- Eu ainda quero
conhecer
o amor da donzela que
desperta...
- Eu ainda quero
escrever
o poema que há em
mim... e que é belo!
Senhor!
Eu não quero matar...
Quero viver!
E cantar os que
esqueceste...
PARA
A NOSSA INICIAÇÃO,
LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, P. 208
Quando a morte vier,
meu amor,
fechemos os olhos para
a olhar por dentro
e deixemos aos nossos
lábios o murmúrio
da palavra branda
jamais pronunciada
e às nossas mãos a
carícia dispersa;
relembremos o dia
impossível,
belo por isso e por
isso desprezado,
e esqueçamos o que
nos não deixaram ver
e o resto que sobrou
do nada que possuímos;
deixemos à poesia que
surge
o pranto de quem a
trocou para comer
e os passos sem rumo
pelas ruas hostis;
deixemos à carne o
que não alcançámos,
e morramos, então,
naturalmente...
DIA
DA PROMISSÃO, LÍRICAS
PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, P. 210
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.