ESPÍNOLA
DE MENDONÇA
Biografia 1891-1944 "Francisco
Espínola de Mendonça nasceu em Ponta Delgada em 1891 e faleceu na mesma cidade
em 1944. De 1910 a 1915 frequentou o Curso Superior de Letras e a faculdade sua
sucessora da nova Universidade de Lisboa, formando-se em Filologia Românica.
Ensinou nos liceus de Chaves, da Horta e de Ponta Delgada. Contribuiu para lhe
abreviar a vida o desgosto sofrido com a perda de um filho adolescente, à memória
do quem dedica o último livro que ainda ordenou: Sicómoro(1937). Deixou mais
os seguintes: Rosicleres (Ponta Delgada, 1910), Canções do Lar e Outros Poemas
(1931) e a recolha póstuma de Gerânios (1945). Companheiro de estudos e no
professorado de Armando Côrtes-Rodrigues, literariamente nada os irmana.
Neo-romântico, difícil de identificar com uma qualquer corrente sua coêva,
merece atenção apenas como poeta do amor familiar, embora o seja de modo um
tanto monocórdico, convencional, sem notáveis rasgos de imaginação nem
grandes apurosde arte verbal. A fama de que gozou localmente a partir da publicação
das Canções do Lar, porventura alicerçada no apreço das suas qualidades
humanas e de professor, está hoje muito esbatida." in Antologia da Poesia Açoreana
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Poesias Eternas |
Quando eu morrer hás-de
sentir o vento
a gritar através da
noite escura.
- Sou eu, sou eu, que vim
da sepultura
protestar contra o nosso
afastamento.
Quando eu morrer, se
ouvires um lamento
rezado pela brisa que
murmura,
sou eu, sou eu, chorando
com ternura
a saudade do nosso
casamento.
Quando eu morrer, escuta
a voz da água
gemendo na vidraça a
minha mágoa,
a soluçar, a soluçar
por ti.
E se ouvires bater à
nossa porta,
abre sem medo, meu amor -
que importa? -
- Sou eu, sou eu, que
nunca te esqueci.
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.