A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

PAULINO DE OLIVEIRA

Biografia

 

Poesias Eternas

Crepuscular

Resposta 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resposta

 

Perguntas porque trovo só tristezas,

Ou entreteço de preferência versos

De pranto e tédio, frígidos, dispersos,

E não ramos de róseas gentilezas.

 

Sei que há também celestiais belezas

E primores em sol e azul imersos

Que a Vida não tem só fados adversos

E a bonança sucede às más ferezas.

 

Mas não sei que tristeza empolga a Lira,

Mesmo em plena ventura, em bom folguedo,

E a minha Alma que a sofrer delira...

 

E sem que eu queira a trova sai magoada

Como o canto de quem disfarça o medo

Cantando, à noite, ao longo duma estrada...

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Crepuscular

 

Vai resvalando doce, docemente,

Numa graça esmaiada e fugidia,

A luz do claro e rutilante dia

Ainda há pouco envolto em sol ardente.

 

Descai e tomba o sol placidamente

Sobre o lago do mar em calmaria,

Que tem o tom de flácida agonia

Desses que esperam dele eternamente...

 

Depois da luta afogueada, intensa,

Ir repousar, em resignada crença,

Num largo leito de doçura e alento...

 

Meu coração, meu triste, já tu fosses

No ocaso, morto, entre uns responsos doces

A entrerrar num mar de esquecimento.

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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