A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

OLEGÁRIO MARIANO

Biografia

 

Poesias Eternas

O Enamorado das Rosas

O Enterro da Cigarra

 

 

 

 

 

 

 

 

O Enamorado das Rosas

 

Toda manhã, ao sol, cabelo ao vento,

Ouvindo a água da fonte que murmura,

Rego as minhas roseiras com ternura,

Que água lhes dando, dou-lhes força e alento.

 

 

 

Cada um tem um suave movimento

Quando a chamar minha atenção procura

E mal desabrochada na espessura,

Manda-me um gesto de agradecimento.

 

 

 

Se cultivei amores às mancheias,

Culpa não cabe às minhas mãos piedosas

Que eles passassem para mãos alheias.

 

 

 

Hoje, esquecendo ingratidões mesquinhas,

Alimento a ilusão de que essas rosas,

Ao menos essas rosas, sejam minhas.

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O Enterro da Cigarra

 

 

 

As formigas levavam-na... Chovia...

Era o fim... Triste outono fumarento!...

Perto, uma fonte, em suave movimento,

Cantigas de água trêmula carpia.

 

 

Quando eu a conheci ela trazia

Na voz um triste e doloroso acento.

Era a cigarra de maior talento,

Mais cantadeira desta freguesia.

 

 

Passa o cortejo entre árvores amigas...

Que tristeza nas folhas... Que tristeza!

Que alegria nos olhos das formigas!...

 

 

Pobre cigarra! Quando te levavam,

Enquanto te chorava a natureza,

Tuas irmãs e tua mãe cantavam...

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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