A Poesia Eterna, por Marco Dias - Moacir Félix
A
POESIA ETERNA
Por
Marco Dias
MOACIR
FÉLIX
Poema
Quase Explicação
Luzes
cortam a noite básica
e
desenham o mundo em que vivemos.
As
estátuas de mármore então brotam
dos
lábios e das mãos dos que pararam
e
verticalmente apenas olham.
E
as estrelas derramam pedra e cal
construindo
em cada olhar muralhas
onde
fonte magra pinga sol e lua,
-
e o relógio é um deus cantando as horas
horas
de pedra e cal.
Simplificado
como uma lágrima
tu
cruzaste a ponte em meninos mortos,
e
se teus dedos - já cimento, se crisparam,
teus
olhos se encheram de relâmpagos
afiados
para os homens de olhos de pedra e cal.
Não
mais o refletido caminhar
de
teus passos na noite iluminada,
mas
descer com os olhos a ladeira
e
deixá-los no cárcere sem portas
onde
os ratos e os anjos se devoram.
Impassível
como um tronco de árvore, onde
os
homens gravam a canivete o que calaram.
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