A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

LUÍS MIGUEL NAVA

Biografia

 

Poesias Eternas

No Fogo da Memória

Virgínia

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Virgínia

 

Embora o sol fosse alto ainda, àquela hora
já dali desertara, as sombras iam
saindo aos poucos de debaixo dos armários.
De vez em quando as mãos, completamente absortas,
detinham-se no ferro, sobre a tábua, ao lado
do gigo agora esvaziado e dos pesados
tabuleiros de verga, onde se erguia a roupa.
Tornavam-se mais nítidos, assim, os seus
contornos recortados contra a luz.
Dali podia-se avistar o mundo inteiro.
Ao longo dos telhados, por onde um ou outro gato
corria atrás das pombas, oscilava
ligeiramente a corda, onde a cidade, o céu
e os montes pareciam pendurados.

O Céu sob as Entranhas

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No Fogo Da Memória

Começa--se o silêncio a desenhar
nos interstícios da carne, a que se prendem
imagens que no fogo
lento da memória se apuraram
de dia para dia e que o passado
nos serve agora como iguaria.

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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